Sinto me So no meio de Tanta Gente
Em meio ao caos do cotidiano, é na simplicidade dos pequenos momentos que encontramos a verdadeira essência da felicidade.
A adversidade vem sem avisar,
Como vento forte a nos derrubar.
É tempestade em meio à calmaria,
Testando a alma e sua valentia!
Mas é na queda que o ser se refaz,
Forjado em aço que o tempo traz.
A dor é martelo, a vida, fornalha,
E o espírito, enfim, se agasalha.
É Domingo à noite. E o que nos resta? Dormir! Pois esse é o único meio para pularmos esse fatídico momento.
Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado.
Há pessoas que nascem pontes.
Elas surgem em meio à vastidão, erguendo-se como frágeis arcos sobre o abismo, oferecendo-se como passagem para os que hesitam à beira do precipício, são aqueles que estendem as mãos quando tudo parece cair, que silenciosamente se colocam entre o caos e a esperança, permitindo o avanço de outros, e fazem isso sem alarde, sem o desejo de aplausos, são a estrada que não se vê, o chão que, mesmo quando trêmulo, ainda assim sustenta.
Essas pontes, essas almas que se curvam para que outros possam caminhar, carregam o peso ingrato de serem notadas apenas pelo desconforto que provocam, são esquecidas, não pela indiferença, mas pela conveniência, os tropeços que causam, pequenos, quase sempre insignificantes, tornam-se o único traço lembrado de sua presença, não são vistas pelo que representam, pelo espaço seguro que proporcionam, mas pelas pedras irregulares que eventualmente ferem os pés de quem as atravessa.
O ingrato é que essas pedras são a natureza da ponte, elas não se alisam com facilidade, são marcas do seu esforço, da sua luta, dos sacrifícios que as moldaram, e mesmo assim, aqueles que passam por elas raramente se voltam para agradecer o caminho que trilharam, ao invés disso, reclamam dos tropeços, o chão áspero é mais fácil de recordar do que a travessia que salvou.
Essas pessoas que se fazem ponte não reclamam, elas entendem, talvez de forma cruel e resignada, que sua função é servir de passagem, não de destino, a travessia, em sua essência, é o que importa, mas há uma dor silenciosa em ser apenas o meio, em ser o suporte que nunca será celebrado, apenas cobrado por cada rachadura ou oscilação, a ponte nunca é glorificada pela jornada que tornou possível, os pés que a cruzam estão sempre apressados demais, preocupados demais consigo mesmos para perceber a vastidão que ela atravessou, o abismo que contornou.
No fim, essas pessoas-pontes se tornam invisíveis, ficam como sombras sobre a água, refletindo o céu que outros desejam alcançar, mas sendo lembradas apenas por seus defeitos, contudo, há uma nobreza nesse esquecimento. Porque no seu silêncio, no seu papel de chão imperfeito, está a verdadeira grandeza, elas são o que sustentam o avanço do mundo, mesmo que o mundo se esqueça de lhes olhar nos olhos.
E assim, enquanto o passageiro segue adiante, com sua ingratidão disfarçada de esquecimento, a ponte permanece, silenciosa, sabendo que sua gratidão é maior, pois a ponte, ao contrário do passageiro, conhece o valor de sustentar o outro mesmo que jamais seja lembrada por tal feito, ela não precisa dos olhos que a veem, mas da firmeza de sua própria essência, pois há grandeza em servir ao destino sem jamais precisar alcançá-lo.
E se, um dia, essas pontes se partirem, se o chão que parecia eterno ceder, então talvez se entenda o valor do que foi perdido, até lá, seguirão sendo o chão elevado! Apenas pedra, apenas passagem.
DIFERENÇA ENTRE O CONCEITO DE AMBIENTE E DE HABITAT
Ambiente é o meio geográfico amplo e introcável onde vivem imersos vários seres vivos. Exemplos: Água, Solo e Ar.
Habitat é o lugar restrito e trocável de um tipo de ambiente onde vivem alguns seres vivos. Exemplos: Árvore, Lagoa, área de Solo.
Quando um grande meio de comunicação ou setores da mídia se rende à mentira, ao extremismo e a versação relativa da verdade, o país é assoalhado pelo caos – sabemos, porque já vimos, isso acontecer–.
Mas vale um amor que te cuida hoje em meio à tantas dificuldades do que um dia bonito cheio de rosas...
”Dona”
Em meio a escuridão e do frio que vem das montanhas traz o seu perfume doce…
O vermelho dos seus lábios me faz navegar pelo meu anseio de tê-la em meus braços…
Como a dona dos meus desejos mais profundos…
Me prendendo neste seus olhos, que se tornou o labirinto sem voltar…
Pois, hoje me vejo refém desse amor chamando você.
By: Dan Cavalcante
Foco é a habilidade de enxergar o caminho claro no meio da confusão e seguir firme, apesar de tudo ao redor.
Moabe Teles
Olhos pretos, voz suave
Sorriso que me invade
Beijo pela metade
no meio da escada
no fim de uma tarde
Se ao menos por um instante fosse permitido
Tudo faria muito mais sentido
Se nesse momento o relógio marcasse mais lento
O tempo ficasse mais frio
E a nossa distância fosse por um fio
Eu iria matar toda essa vontade de ti
Que senti e não vivi
O ANALFABETO POÉTICO
.
.
Em meio à fauna amorfa dos que não sentem,
ali está ele – com seu ódio tão peculiar.
A Fome dos outros não o comove;
a Injustiça não lhe diz respeito...
A Guerra? Não lhe tira sono.
Mas a Poesia, isto sim...
Como o incomoda!
.
O Analfabeto Poético
diz que só quer viver a vida,
mas não percebe que a vida viva
depende crucialmente da poesia.
.
Vaidoso, ele estufa o seu peito esnobe,
orgulhoso de sua pretensiosa racionalidade;
sem impedir que se inflame a barriga infame,
deixa à vista o seu vasto vazio de sentimentos.
.
Lá vai ele, vestindo o rosto com seu riso bobo,
suspenso por um fio fino, e tão previsível.
Sempre pela mesma estrada!
.
Zomba dos que sentem,
despreza os que fazem versos,
e nunca amou as mulheres
(no máximo,
intrometeu-se entre elas).
.
O Analfabeto Poético
admite a Política, mas não a Poética;
Não sabe que a verdadeira Política
nutre-se intimamente da Poesia.
.
Ele pretende mudar o mundo
com pequenas operações cirúrgicas,
a golpe das mais descuidadas marteladas,
ou com a triste frieza das canetas tecnocráticas;
mas não tem a sensibilidade poética para perceber
o que precisa ser mudado.
.
O Analfabeto Poético, bem armado e mal amado,
reconhece a Ciência, mas não a Poesia.
Não compreende que não há ciência
sem que esta tenha em si poesia.
(Em sua matemática rústica,
ele confunde ciência
com tecnologia).
.
Sabe talvez ganhar dinheiro, o Analfabeto Poético.
E o reverte para ganhar ainda + mais dinheiro +.
O que tem tudo isso a ver com a Poesia?
Ele pergunta, sem desejar resposta...
.
Pede o prato mais caro, sem capacidade de saborear.
Compra um sistema de som de alta fidelidade
sem ter nenhum gosto para a Música.
.
Ouviu falar das mulheres belas
e por isso deseja comprá-las
para exibi-las a outros como ele.
Quando sucede aparentemente tê-las,
não consegue extrair delas um simples sorriso
realmente verdadeiro.
.
Ele não percebe que, para que a luz do sol adentre
a inexistente janela da sala de pregões da Bolsa de Valores,
é preciso ter capacidade poética para perceber a luz, para além da luz.
.
O Analfabeto Poético declara-se um homem prático...
Por sua vontade, seriam abolidos os livros
que não fossem tratados ou manuais.
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Por ele não haveria música,
não fluiria o pranto,
não transbordaria o riso...
que não fosse mero deboche.
.
Munido de algumas frases,
para dizer nas horas mais erradas,
lá se vai ele para a sua ruidosa festa.
Nela, o Analfabeto Poético dissolve-se
em meio a todas as banalidades.
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.
(1990. Dedicado à genial obra poética, dramatúrgica ensaística e política de Bertolt Brecht).
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[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Cronos, vol22, nº1, 2021]
Valsando, em meio aos meus pesadelos, envolvido, em sonhos, vislumbres, miragens, em minhas mais íntimas, ilusões, desenhadas e esculpidas, pela minha insanidade. O silêncio, tão profundo, tão estridente, e ensurdecedor, perfurando meus tímpanos, o sangue, escorrendo por meus ouvidos, implorando pelas vozes, por um sútil sussurro, esperando, pelo pútrido, e melodioso, fio de voz, pelo chamado, da morte, que traz junto a sí, a clamado, paz, sendo abençoado, pelo descanso. Sou constantemente, observado, agonizando em desespero, afogando-me em uma dor, considerada, inexistente, sendo perseguido, por fantasmas, sendo eles, meus medos, meus receios, minhas inseguranças, pelas minhas assombrações. Dançando, de forma dolorida, com meu reflexo, com minha consciência, sendo aplaudido, apenas pelos meus pensamentos, os sentimentos tocando as melodias, sussuradas, por emoções sufocantes, tentando afastar-se, eu me vejo sendo puxado, de volta para meus próprios braços, de volta, a minha própria solidão, acorrentado, a depressão. O salão, pintado em tons de sangue, mostra-me um calor excruciante, a valsa, mostra-se solitária, os demônios tentando acompanhar meus passos, são afastados pelas lágrimas, que desagradávelmente, trazem o caos, ao meu encontro, novamente, os pensamentos gritando, acordam-me, estou preso em minha consciência, e não tenho controle.
Caminho de Luz e Sombra
Em meio ao caos, onde a sombra se alonga,
E a voz da injustiça ecoa estridente,
Cultivar a esperança, planta singela,
É ato de coragem, sublime e urgente.
Não se trata de negar a dor que nos cerca,
Nem de fingir que tudo está em paz,
Mas de buscar, na brecha da incerteza,
A força que nos impulsiona a avançar.
Criticar o que é errado não é pecado,
É dever de quem busca a verdade e a luz.
Quem cala diante da injustiça cometida,
É cúmplice da escuridão que nos seduz.
Não somos máquinas de sorrir,
Nem fantoches que dançam ao som da mentira.
Somos seres pensantes, capazes de sentir,
E a indignação é a faísca que nos inspira.
O otimismo não é máscara que se usa,
É chama que, acesa, ilumina o caminho.
É a certeza de que, juntos, podemos mudar,
E construir um mundo mais justo, mais digno.
Não somos pessimistas, somos realistas,
Que veem a dor, mas não se deixam vencer.
Com a razão e a esperança como guias,
Lutemos por um futuro melhor, sem esmorecer.
As chuvas não param
ventos intensos assustam,
o sol, meio encabulado
continua escondido
longe dos telhados
talvez bem à tardinha
na reza da Salve-Rainha
olhos misericordiosos
venham nos proteger
a doçura e a esperança
serão bem abençoadas
e antes da madrugada
o céu esteja estrelado.
PREMONIÇÃO
.
.
Em um dia de meio dia,
meus olhos, somente os olhos,
tiveram uma visão.
.
Lembro-me que a luz me doía
como uma ponta de sabre
no corpo do coração.
.
Lembro-me, sem muito assombro,
que tudo quedava incompleto,
como se as luzes buscassem em vão
o preenchimento das coisas.
.
Na sintonia das imagens
dissecavam-se as paisagens
sem mistificação:
.
Não obstante o colorido,
ficavam os homens repartidos
como se feitos de pão.
A uns: o ouro e a prata;
a outros: a fome e a crença;
a esses: a esperança;
para aqueles: quitutes em lata.
.
Tanto sol doía
nos ombros da nação
(talvez não houvesse justiça
em sua distribuição).
.
E talvez por ser evidente,
ficavam doídas e claras
as sombras dos coqueiros.
Ali, onde outrora era verde
espreitam crianças no desamparo.
.
Desamparadas, porém livres,
querem construir a nação
– mas faltam-lhe os instrumentos:
os braços, e as mãos...
.
.
Igualmente iluminados,
os andarilhos nas estradas:
pés descalços, chapéus de palha,
– ou capacetes e mãos de graxa –.
Todos, embora cansados,
querendo correr o chão.
.
Mas falta-lhes segmento:
as pernas da multidão.
.
Arre!
Tanto sol
arde como uma tarde
de Verão...
.
.
BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Insurgências, 2024]
Quem te largou no meio da selva não tem o direito de saber o que aconteceu entre você e os animais selvagens, muito menos como você conseguiu sair de lá.
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