Se sou Metida porque Fala Comigo
A honestidade comigo próprio é o gesto mais revolucionário. Não falo para impressionar, falo para ordenar a casa. Quando digo a verdade interna, coisas velhas deixam de controlar. É como abrir portas por dentro para que a luz entre. E então o mundo externo se rearranja em conformidade.
Meus medos não me paralisam mais, aprendi a carregá-los comigo, são sombras que me acompanham, mas não me definem, sou muito maior que eles.
A solidão que carrego às vezes veste meus melhores trajes. Sai comigo para jantar, sorri, cumprimenta desconhecidos. No trecho de volta, tira a máscara e chora soprando o travesseiro, como quem revela ao mundo a própria face cansada de fingir.
Hoje eu gritei
Hoje eu gritei comigo,
a raiva fervendo em cada palavra,
ódio espalhado como veneno,
amor não correspondido, uma ferida aberta.
Hoje eu gritei com ele,
em desespero e frustração,
implorando por um pouco de atenção,
mas só recebi silêncio, um eco vazio.
Hoje eu gritei com a gente,
lembranças rasgadas, promessas quebradas,
nossos sonhos desfeitos,
restos de um "nós" que nunca foi.
Hoje não encontrei os meus sapatos,
não consegui regar minhas flores,
não vejo meu reflexo no espelho,
porque a dor me cegou, me engoliu inteiro.
Porque me deixaram gritar?
Minhas vozes se perderam na tempestade,
cada grito uma lâmina cortando a alma,
até que deixei de existir, consumido pela dor.
Hoje eu gritei,
e no fim, o grito me silenciou,
morreu uma parte de mim,
que nunca mais vai entender,
a dor que ficou.
Fui buscar a resposta em mim
Mas quando falo comigo
Eu sou silêncio
Me calo ...
Não me acho e não me busco
Sou negação de mim mesmo
Buscando no fundo da taça
Alguma palavra
Talvez ...
Oração
Creio num Deus mas humano
Do que os humanos ...
Um Deus puro e vivo
Mas, também, mudo
Agindo como eu
em silêncio
Sem frases longas ou perguntas
Somente agindo
Muitas vezes meu Deus
Senta comigo na areia da praia
Ou vai do meu lado até o trabalho
Observa minha refeição
E bebe comigo
Sempre em silêncio
Ela não liga para nada
E me ensinou a ser assim
Amo muito meu Deus
Como ele me ama
E nele confio
Continuamos em silêncio
Mas vivendo juntos
Gosto de ouvir suas palavras
Você fala e fala
Com tanta sabedoria ...
Que, ainda assim, me mantém em silêncio
Eu te amo mais
Te observo ...
Em desejo sempre mas mudo
Troco todas as palavras
Para te ter na minha vida
Trago comigo uma certeza : nada e pra sempre. Já desisti de sonhos grande por me achar pequeno demais , já chorei por um amor que achava ser meu. Depois descobri que não tenho nada não sou dono de nada ,tudo nos e emprestado. Tenho muitos arrependimentos, e tenho muitos momentos que eu queria que tivessem sido diferentes. Queria ter escutado e seguido os conselhos que muitas vezes me foi oferecido . Conheci pessoas, que queria nunca ter visto na minha frente. Conheci outras que se foram mais ainda vive dentro de mim. Mas eu não posso voltar no tempo o que eu posso, é seguir em frente. Amanha talvez, quem sabe vou traçar um novo caminho. Na ausência da felicidade a tristeza chega e preenche totalmente o coração. Boa noite
Vem, deita-te comigo esta noite
Cobre o meu corpo nu
com a a luz do teu olhar
Acaricia-me com a suavidade das tuas mãos
Envolve-me no teu abraço profundo
Embala-me até o amanhecer
Não vás ainda, dá-me mais um beijo.
Comigo havia apenas
uma tarde
uma árvore
e o ser poesia
-
Na rua tem umas latas
no bule há café
vamos semear horizontes
Você aceita dançar comigo na melodia do amor, onde nossos passos se entrelaçam e nossos corações se tornam uma só harmonia?
Feliz Natal aos clientes e suas famílias que caminharam comigo em 2025. Para alguns a trilha continua mas a chegada já se avizinha e é visível.✍️
Cheguei à fase em que só quero comigo gente que saiba sofrer sem sofrer. Quero espécimes que não morram nos tempos de sonhar... E que além disto, não tenham vício de chegar somente nos pontos de arremate, assim que o resto já foi feito.
Não quero, enfim, aquela espécie de gente que dorme na hora de viver, porque hoje, busco a certeza de conviver com pessoas... jamais com sombras, vultos, muito menos fantasmas ou zumbis... Aqueles que já cumpriram seus dias de nem se sabe o quê.
Posso resumir meu querer ao desejo de me sentir no mundo... e o mundo, meus caros, é um lugar de gente viva... Não de quem esqueceu de se decompor, pois na verdade vive morto.
CUPIDO INDOMÁVEL
Conte sempre comigo em suas crises
de revolta incontida, inexplicada,
seus deslizes, as quedas do equilíbrio
que a paixão não consegue sustentar...
Hoje posso entender as invenções
dos acessos de fúria sem sentido,
das razões descabidas e sem chão
que o cupido indomável incendeia...
Só não posso voltar ao que se foi;
ao amor que não tive; só tentei;
já não sei me doar como quem doa...
Mas não nego meus olhos, meu ouvido
nessas breves sessões de terapia
para tão ressentido sentimento...
BOCÓ HONORÁRIO
Demétrio Sena - Magé
Ocorre muito comigo: rever uma pessoa com quem convivi por algum tempo, mesmo sem ter me tornado um grande amigo, e me apressar para cumprimentá-la efusivamente, sendo recebido com um olhar de "eu, hein..."; quando muito, com aquele "oi" mascado como um restinho de fumo. Então retorno ao meu canto, se ambos estivermos no mesmo ambiente, ou sigo meu caminho xingando a mim mesmo, em pensamento.
Mas não tomo emenda: quando, pouco tempo depois, vejo outra pessoa com quem tive uma convivência semelhante (quem sabe, na realização de um trabalho, um projeto em comum), corro logo para o quase abraço, como se fôssemos velhos amigos de infância que se perderam e acabam de se reencontrar. Aí dou de cara com o mesmo "eu, hein" silencioso... os mesmos lábios dormentes. Razão pela qual nunca passo muito tempo sem me xingar em pensamento.
Sou desses bobões que dão muita importância para pessoas. Que veem amizades em relacionamentos breves e até superficiais. Acho marcante uma boa conversa de rua com um desconhecido, que para mim, a partir daquele momento já não é um desconhecido. Se participo de algo por alguns dias, com esse desconhecido, ele praticamente se torna um amigo de vida inteira... desses com quem me preocupo e chego até a pedir notícias a um conhecido em comum.
Pensando bem, não penso mesmo em tomar emenda. Não ser assim me deixa vazio. Ser de outro jeito é como não ser quem sou. Passar por esses constrangimentos de me sentir situado por alguém é menos pior do que sentir o vazio de não sentir nada por uma pessoa com quem tive pelo menos um momento agradável. Pessoas, para mim, são pessoas. Nunca soube tratá-las como algarismos em equações vivenciais.
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Respeite autorias. É lei
Vim ao mundo para ser livre, mas carrego comigo a certeza do meu porto seguro. Nele, encontro aconchego, paz e o meu verdadeiro lar – e descubro que tudo isso cabe dentro de uma mochila. Aprendi que o amor só floresce quando nos entregamos à nossa própria companhia. Para doar-se genuinamente a outro, é fundamental conhecer a essência de quem somos. A liberdade e o amor começam no auto reconhecimento.
Se você não souber usar palavras para falar comigo, me deixa olhar pra você.
Nossos olhos podem se encontrar de vez em quando, até surgir aquele sorriso gostoso que aparece quando a vida é vista com carinho. Sente perto de mim e deixe meu silêncio conversar com o seu. Nem sempre a gente precisa de palavras, sabe?
Quero que seu melhor sorriso, aquele que é tão bonito, apareça muitas vezes na sua vida.
Que cada um deles abra mais espaço dentro do seu coração.
Que cada um cure um pouquinho do que ainda machuca.
Que cada um acenda uma luz que, mesmo que ninguém repare, ajude a suavizar um pouco as coisas difíceis deste mundo...
Não vou mais lutar comigo mesmo. Essa guerra íntima sempre foi injusta: eu de um lado, tentando caber; o mundo do outro, oferecendo moldes apertados demais. Passei tempo suficiente tentando negociar minha existência, arredondar arestas, suavizar excessos, traduzir quem sou para ver se assim eu era aceito. Não funcionou. Nunca funcionou.
Nunca coube nas expectativas porque elas nascem pequenas demais para o que pulsa em mim. Nunca me ajustei para pertencer porque pertença, quando exige mutilação, vira cárcere elegante. Aprendi isso do jeito mais cansativo: insistindo. E só agora entendo que insistir contra si é uma forma sofisticada de abandono.
Sou o que sou. Não por rebeldia, nem como defesa. Sou o que sou como quem finalmente pousa as armas no chão e senta. Há uma paz estranha nisso. Não a paz da acomodação, mas a paz de quem para de se ferir tentando ser outra coisa. Sustentar-se dá trabalho, mas lutar contra si cobra um preço alto demais.
Escolho, então, essa trégua radical comigo. Não para me tornar imutável, mas para mudar sem me violentar. Não para agradar, mas para existir com decência. Sou o que sou — e isso, hoje, não é sentença. É abrigo.
Não tive nada a ver com o 11 de setembro… apenas carrego comigo a doce certeza de que até em dias sombrios Deus acende luzes.
