Se Fosse Só Sentir Saudade
A esperança não é um fogo claro, é brasa enterrada. Só os que escavam com as unhas percebem o calor que resta. Nem sempre ressurge em clarões, às vezes é apenas um sopro. Mas esse sopro acende, pouco a pouco, a vontade de continuar. E eu sigo, carregando o pequeno lume como um sacramento.
O afeto verdadeiro não se pauta por retorno imediato. Ele planta árvores que só darão sombra para outros. Quem ama assim não contabiliza juros ou notas. Ama porque o mundo precisa de sombra e de fruta. E espera, paciente, que alguém sente a semente.
O mundo só respeita quem se levanta mais rápido. A superação não está em não ter feridas, mas em ter a atitude implacável de continuar a luta.
O coração ferido só cura quando a mágoa é exilada, a beleza não está em esquecer, mas em ressignificar. O tempo não tem que nos encantar, ele precisa apenas nos oferecer a maturidade de ver o perdão como um ato egoísta de libertação própria.
Eu carrego uma coragem disfarçada, que só aparece quando tudo desaba, é ela que me puxa pelos cabelos da alma e me obriga a tentar mais uma vez, e é por isso que nunca paro.
Não tenho medo da escuridão, pois aprendi a acender luzes dentro de mim, sou lanterna própria, sou fogo interno, sou chama que não se apaga.
O amor é casa, e casa precisa de estrutura, eu só entro onde há pilares fortes, teto firme, e portas sinceras.
O amor me ensinou que reciprocidade é mais rara que paixão, e por isso vale tanto, eu só fico onde sou correspondido, onde meu coração tem lugar.
O passado bate à porta às vezes, mas hoje eu só abro se for para aprender, memórias não me prendem mais, elas me guiam, com cuidado, mas guiam.
A dor só é insuportável enquanto a gente se recusa a nomeá-la, o reconhecimento é o primeiro passo para a anestesia.
Há flores que só florescem no concreto da dor e a beleza delas é a prova de que a vida sempre encontra um caminho.
A liberdade é um espectro selvagem que só se materializa na fronteira do outro, sua autonomia visceral encontra o limite exato onde começa o território sagrado do respeito alheio.
Que a sua vida seja um texto solar, visível, mas com entrelinhas e cifras que só o olhar do seu centro possa decifrar, a transparência é uma escolha, mas a intimidade é o santuário resguardado para um só.
A vida não se revela como um mapa, mas como uma escadaria em névoa, só a fé no peso do calcanhar ilumina o degrau seguinte. É um ato contínuo de confiança cega, jamais um exercício de visão panorâmica.
O futuro é um território virgem que só manifesta a gentileza que você permite, ele é um eco direto da sua permissão para a felicidade. A sua capacidade de sonhar é a primeira e mais importante arquitetura do amanhã que
você deseja construir.
A maturidade profissional é medida pela nossa capacidade de valorizar o processo, não só pelos resultados que alcançamos, mas pelas perdas e correções que, com sabedoria, o tempo nos impõe. O desapego de um plano não é uma perda, mas a preparação de espaço vital para o que é verdadeiramente importante, e que só pode crescer no lugar vazio de nosso ego.
Os outros enxergam a superfície, só eu conheço o terremoto interno. E é no tremor constante que descubro minha real resistência. Pois quem treme, vive. E quem vive, formula sentido até no abismo.
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