Saúde Natureza
Livre, agradecido, trilhando por uma mata fechada, uma trilha aprazível, iluminada por alguns raios de sol, regada por alumas gostas de chuva,
ouvindo o som de pássaros, das águas, do farfalhar das folhas, conduzido pelos ventos, restaurando minhas forças, alegrando o meu espírito aventureiro,
cercado por uma natureza calorosa, bem receptiva, permitindo um momento naturalmente marcante, o qual revivo por intermédio de uma memória viva.
Infrutíferos
Do topo do prédio observando a cidade vi as luzes, vi a correria das pessoas, vi o trânsito e me perdi numa explosão de sentimentos.
Entre o barulho urbano e a solidão da lua percebi a impotência do homem no seu existir frente a velocidade de como as coisas acontecem, senti medo ao perceber o quão fracassamos em relação a criação e ao criador.
Uma dor se abateu sobre o mundo e nós somos a praga.
Isso não é um recado é um retrato da nossa mais pura realidade que está sendo acompanhada pelos nossos astros, pela nossa já em "coma induzido natureza" e pelas nossas embriagadas e soberbas mentes infrutíferas.
O mais passarinho de todos
O mais passarinho de todos soprou o vento,
e o pardal achou onde ficar.
Até a andorinha, sem mapa nos olhos,
desaprendeu a se perder.
O mais passarinho de todos bordou os rios,
escreveu caminhos sem pressa.
Fez o tempo andar de pés descalços
e me ensinou a brincar de novo.
O mais passarinho de todos acendeu as folhas de verde,
e o chão se ajoelhou em raiz.
Até as pedras, duras de silêncio,
aprenderam a escutar o orvalho.
O mais passarinho de todos desfez a distância do céu.
Coube no voo, na seiva, no barro,
e até na palavra que eu não sei dizer.
Eu, pássaro de asa murcha,
com sua ajuda, encontrei pouso.
Existe uma parábola japonesa na qual um homem entre a casa e o trabalho deparou-se com um largo buraco negro. Aproximou-se e, como não enxergava o fundo usou uma pedra para medir a profundidade. Não houve ruído algum. Intrigado, gritou: "Há alguém aí embaixo?" A única resposta que obteve foi o eco de sua própria voz. Em pouco tempo o buraco passou a receber sacos e mais sacos de lixo.
Meses depois o homem contemplava mencionado buraco quando desabou sobre sua cabeça um gigantesco saco de lixo. Ele olhou à sua volta, não viu ninguém e uma voz distante gritou: - "Há alguém aí embaixo?"
A natureza que está nos retornando toda agressividade que contra ela foi cometida.
Penso que a parábola também tem uma relação muito significativa com o lixo mental e deveríamos estar atentos quanto à qualidade de nossos pensamentos, sentimentos e atitudes.
"Um escorpião sempre agirá como um escorpião. Não confie no escorpião, depois de ajudá-lo, ele irá picá-lo, pois isso é da sua natureza."
Experimentei uma sensação naturalmente entusiasmante com um pouco de adrenalina, descendo sobre águas e pedras, formas expressivas de resistência e perseverança, assim, graças a Deus, tive a bênção de ser mais uma vez renovado pela natureza e sua exuberância.
Deságua
Sou rio, mas não mando em mim.
Nasço tímido entre pedras,
um fio d’água sem dono.
Aprendo cedo a correr,
a buscar o mar sem perguntar.
As pedras me ensinam desvios.
As margens me lembram limites.
Aceito ser água que passa,
que abraça, que perde e que segue.
Se um dia seco, o barro me guarda.
Se transbordo, o mundo me teme.
Mas a vida não me espera—
ela deságua mesmo quando eu já não estou.
Certas belezas podem passar despercebidas, devido a sutileza de detalhes que apresentam, cores e formatos diversos,
espalhados pela natureza, uma exposição que está constantemente viva e em movimento, então, graças a Deus,
que eu também tenho o meu lado detalhista, imprescindível, os olhos voltados para estas artes tão características do talento incomparável do Artista Divino.
A saga do dinheiro vem destruindo a obra do Maior Engenheiro. O verde e a respiração viraram reféns do cinza e da exploração.
CICLO DA VIDA
A vida é como as marés, vai e volta sem cessar,
como o vento que se espalha e retorna ao mesmo lugar.
Se um galho ao chão se quebra, logo um novo há de brotar,
e a gente segue em frente, sempre pronto a recomeçar.
O rio nunca descansa, corre livre sem temer,
mas se a seca lhe castiga, vem a chuva a refazer.
Assim também é a jornada, de quedas e evolução,
onde a dor ensina o rumo e o renascer é a lição.
No compasso desse ciclo, somos folha, tronco e flor,
somos sol que aquece a terra e a semente em seu labor.
A vida dança nos ventos, entre o riso e a aflição,
mas no fim, o que nos resta, é sempre a esperança e o pulsar do coração.
"A floresta não se pergunta por que cresce; ela simplesmente entende que sua existência é uma resposta silenciosa ao caos do mundo, ensinando-nos que a resistência também pode ser feita de raízes e paciência."
Aos que Virão: V
A Terra não é herança, é empréstimo. Nossas mãos a rasgaram, envenenaram rios, sufocaram o ar com fumaça de ambição. Construímos desertos onde havia florestas; trocamos o canto dos pássaros pelo ronco de máquinas. Em nome do “progresso”, escrevemos o obituário de espécies inteiras.
Cuidado com a mentira de que destruir é desenvolver. Quem vende a natureza em pedaços não traz riqueza, traz dívida e vocês pagarão o preço. Os oceanos engasgam de plástico, o clima enlouquece, e o solo, exausto, já não nos sustenta e tudo isso enquanto aplaudíamos contas bancárias inchadas e corações vazios.
Não repitam nosso erro: a ganância veste terno, assina contratos, mas seu fim é canibal, ela devora montanhas, seca nascentes, envenena o amanhã.
Se ainda restar verde em seus olhos, protejam-no. A resistência começa quando se enxerga a vida como sagrado, não como recurso, plantem árvores onde deixamos cinzas; resgatem os rios que aprisionamos em concreto.
A natureza não pede perdão ela devolve, com juros, cada ferida. Salvem-se salvando-a. O futuro não é uma linha reta; é um círculo quebrado. Refazê-lo ou enterrá-lo: a escolha, agora, é de vocês.
Para os que Virão: Parte VII
Não permitam que a infância seja engolida por retângulos de luz, pois, as telas são um veneno doce, que adormece mãos curiosas e aprisiona olhos que deveriam decifrar o mundo. Exijam que as crianças caiam no chão, risquem os joelhos, sintam a terra úmida escorrer entre os dedos. A lama não é sujeira: é tinta, é mapa, é o primeiro diálogo com a vida real.
Há uma conspiração silenciosa para substituir o cheiro de grama molhada por notificações, o susto de uma minhoca por likes. Resistam. Brincar na terra não é nostalgia é treino para ser humano, é ali que se aprende a criar com o que existe, a frustrar-se com as formigas que invadem o castelo, a celebrar a tempestade que arrasa tudo. A tela ensina a consumir; a terra, a transformar.
Não tenham medo do tédio, do barro nas unhas, do silêncio que parece vazio. É nele que a imaginação cresce raízes. Seu futuro não será salvo por algoritmos, mas por mãos que sabem semear.
Desliguem. Cavem. Existam.
Quando as encarou de frente
O que as árvores e teus medos te disseram?
Quais são as verdades que o vento te sussurrou?
Quais murmúrios dos riachos você ouviu?
Quantos quilômetros contigo mesmo você caminhou?
Talvez o que tenhas ouvido não tenhas conseguido decifrar
Ou nem tudo lhe foi desvendado
Quem sabe achaste aquilo que nem ao menos procurou
E procurou aquilo que não se pode encontrar
Segue com Fé pelo Caminho
Assim, quando as tuas respostas chegarem
E tuas dúvidas se esvaírem num brisa
Te olhando de frente estarei aqui
Com os ouvidos e coração aberto
Para poder te escutar
E caminharmos juntos uma vez mais
E se o vento ainda soprar perguntas sem respostas
E os passos ainda ecoarem incertezas na trilha
Que a jornada te ensine a abraçar o desconhecido
Pois nem sempre é preciso entender
Às vezes é necessário apenas sentir
E saber que nunca nesta vida
Se caminha realmente só.
Quando o favor é benéfico, não gera mais que um sussurro de gratidão, mas quando o mal é feito, até as flores murcham de dor.
Mundo Azul
Ele caminha devagar na calçada,
como quem mede o peso do dia.
Apressados tropeçam nele,
mas ele nunca tropeça
na pressa do mundo.
Disseram que era estranho,
porque via o mundo por ângulos tortos.
Que culpa tem um espírito sensível,
se a sociedade se crê reta demais
para enxergar a beleza do desvio?
No intervalo entre duas palavras,
ele enxerga um poema inteiro.
No espaço entre um toque e outro,
ele sente tudo o que existe.
A falta de respostas assusta os outros,
mas o silêncio dele não é vácuo: é morada.
Ali dentro, onde poucos chegam,
há um universo à espera de tradução.
O Silêncio dos Vagalumes
Foram-se os vagalumes,
não por medo da noite,
mas porque sua luz já não cabia
em mãos que desaprenderam o assombro.
Foram-se como preces mudas,
sem rastro, sem vestígio,
levando consigo a infância dos olhos
e a última centelha do espanto.
A cidade caminha sobre sombras,
e os passos ressoam na ausência do que era vivo.
Onde antes um lampejo fugaz
rasgava a pele do escuro,
agora há um breu domesticado,
submisso ao clarão sem alma
das lâmpadas que nunca dormem.
Mas quem sabe, em outra noite,
quando os homens cessarem o peso
sobre as coisas miúdas,
eles voltem.
E, sobre as ruas, redesenhem em claridade
o que o silêncio agora esconde:
o simples milagre
de brilhar sem porquê.
Em meio ao turbilhão da vida, conceder-se o precioso instante de contemplação é um ato sublime. Que, ao olhar para o horizonte infinito, possamos redescobrir a arte de simplesmente existir, com a alma leve e o coração em paz, imersos na grandiosidade deste mundo que, com sua beleza serena, nos ensina a arte de viver.
Contemplação momentânea, porém poderosa, graças ao florescer tão belo e emocionante de uma simples rosa com suas pétalas perfeitas, tocadas pelas gotas da chuva, que deixam a sua sutileza mais em destaque, sendo oriunda de uma grande natureza, a essência viva da poeticidade apresentando a sua beleza divina de muita profundidade, tornando a sua presença expressiva como um linda arte.
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