Saudade Sufoca
PARA”ISSO”S
“Dove” está minha alegria...
Oh que busca “in”gente
Um oceano de emoções
Divide continentes
Alma cortada
Saudade afiada
De minha amada gente
Contando as horas
Longe e perto
A terra em que se “Pisa”
Foi passado e é futuro
Obras certas
Obras tortas
O que mais na vida importa
É um eterno abrir de portas
Corre nas veias
Um resgate de história
Do “Pó” viestes
Ao “Pó” voltarás
Olhando para trás
Olhando pra frente
Presente... passado... futuro...
Não há ambiente fixo
Assim... aqui e ali...
São meus: Para”isso”s!!!
Da casa
Morei numa casa,
Feita de cal, madeira e planta.
Tinha facho de velas,
E raios numa porta debruçados.
Minha mãe nos ensinava,
A fazer um pão chamado sonho.
Por vezes tínhamos que fermentar com mais vigor.
Mas por fervor ou insistência, crescia.
Nessa casa se contavam estórias.
Como a luz que ficou presa na sombra,
Até que o vento a libertasse.
Ou da lagoa que desaguava no mar,
Porque ele por ela estava encantado.
Tinha uma que ninguém entendia.
Revelar-se-ia mais tarde na travessia.
Era de uma voz que somente se ouvia,
No agudo silenciar, tomado na profundeza.
A casa inda lá continua.
Minha mãe ajuntou-se noutro tempo.
Só agora, enxertado de silenciamentos, aquela voz ecoa.
Abre-se na boca do menino que se avizinhou da saudade.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
Poetamento
Meu simples poetamento, pouco explica em seu rumar.
Faz parte dessas ruelas que sempre surgem,
Como meus pequenos passos a marear.
Insinuando trilhas, avistando mapas, a orbitar.
As palavras servidas, além do que, tanto perguntam.
Como guardar o beijo que será efervescido?
Como carregar os pedaços dos que nos faltam?
Como desalumiar os pirilampos da saudade?
Meu palavrear não tem controle de custos.
Pode arquejar no tempo, não estar imune,
Ficar laçando luares, impávido escapulindo.
Querendo partilhar em si, fugaz raio da vivência.
Minha confabulação desmerece acanhamento.
Anda indócil, quase sempre nua, a entregar-se a um riso.
E quando eu pouco me descompasso, num alvoroço,
Sem qualquer anúncio, faz surgir estelares num pingo d’água.
Carlos Daniel Dojja
QUANDO TE SONHO
Quando me aposso da noite do sonho,
Os pés do mar correm em ondas,
E querem se aformosear em teus passos.
Tornam-se seixos encravados em tua espera.
Na terra os braços do vento te acariciam.
Matizam-se de cores para ornar teu ventre.
Tua boca me incita,
Ao não desver o querer imaginado.
Não desperto. Cubro-me de ousadia.
Continuo te inventando,
Antes que desenleie o dia da saudade,
Entre uma e outra possível eternidade.
Comentário sobre a Língua Portuguesa:
Em nossa língua oração é construída ao verbo.
O sujeito está então sentenciado.
Numa conjunção de tempos passados, presentes e futuros,
Onde se mesclam adjetivos e a vírgula fica ao lado.
Mas eu confesso que busco os substantivos, sem desprezar os predicados.
E quando me ponho a tecer frases exclamativas ou declarativas,
vem-me as imperativas, a interrogar-me sobre as optativas que se depreendem na singularidade.
Faço oração para encontrar o sujeito absoluto em sua simplicidade.
Aprendi assim à oxítona amar e a expressão única da saudade.
Na complexidade da vida, são detalhes que encantam.
Sair pelo mundo em busca dos meus sonhos.
O que aconteceu? Sei lá...
Só sei que admiro aqueles que se apaixonam sem restrições de lugares.
A lembrança de algo que foi bom em nossas vidas é a única coisa que sacia a sede de querer prova-lo novamente.
Super star...
Vou escrever lá no céu
A própria luz do luar,
Seu nome junto ao meu
No universo estrelar.
Por mais que me bate a saudade
Quando estiver distante, soa-me
O tanger do sino, quando passo,
Sempre errante.
Então olho para o céu ao universo
Estrelar, procuro seu nome e o meu,
Escrito a luz do luar, e então a vejo
Sorrindo nas estrelas a brilhar.
Por amor; Dei adeus a minha desilusão.,
Busquei você que estava tão distante,
e tomei as rédias do meu coração.
E por um instante eu parei pra pensar...
Vi que a vida não tem graça sem você,
pra que chorar, pra que sofrer, pra que
viver sozinho nesta solidão; Quero viver somente para ti meu amor,e nossos
sonhos que estavam adormecidos, acordou. Pra que viver sozinho nesta solidão; Se existe o sol, se existe o mar,
e se ainda existe amor em nossos corações.
Quando eu te Conheci..
Quanto tempo se passou
E eu ainda aqui estou
Pensando em você.
Até parece que foi ontem
Quando eu te conheci
E realizei os sonhos meus,
Era quase madrugada
Você surgiu em minha frente
Quando eu lhe cumprimentei,
Nossos olhares se cruzaram
E depois de algum tempo
Eu me apaixonei; E ao ser
Correspondido eu jurei
Para mim mesmo que iria para
Sempre te amar, mas o tempo
Foi passando e na distância
Nos perdemos e você não
Está mais aqui. Será que ainda
Pensa em mim, ou será que
Me esqueceu, já nem sei o que
Pensar, enfim. Espero um dia
Reencontra-la e como no primeiro
Encontro novamente te amar.
Quando tu partiste guardei comigo
as suas recordações, se eu as
ignorasse estaria admitindo que
posso te esquecer.
Se eu pudesse saber o quanto de mim ainda vive em você... Se seu coração ainda pulsa diferente quando escuta aquela música, se sua pele ainda lembra o toque que só existia entre nós. O amor que tivemos não foi desses que o tempo leva com o vento... foi daqueles que se cravam na alma, que doem mesmo depois de tanto silêncio. Às vezes me pergunto se você também fecha os olhos e se perde nos mesmos instantes que ainda moram em mim. Porque, mesmo longe, mesmo depois, há amores que nunca dizem adeus... apenas se escondem onde ninguém mais vê.
Lágrima vertida
versejava,
quando uma lágrima caiu
na poesia que eu forjava
o meu poetar quem sentiu
e viu,
que era o amor que chorava
de uma saudade que partiu...
Maio, 08, 2016
Cerrado goiano
SAUDADES SECAS (soneto)
Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas
Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram
Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba
São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
FOLHAS SECAS (soneto)
As saudades das lembranças não feitas
Acorrentadas no passado e não dadas
Perdidas, sonhadas e até tão desejadas
Assim, para a indagação, são estreitas
E no como seria, são apenas fachadas
Tal como viscosas felicidades suspeitas
De possível outro rumo, e boas receitas
Na ilusão do tempo, por suas chegadas
O ser humano e suas incríveis emoções
No ter e querer um prumo de intenções
Quando o amor é espera em movimento
Encanta-me a ação da vida, as razões
As utópicas e inúteis e frágeis aflições
Todas, folhas secas, levadas ao vento...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
GRILHÃO
Por que hei, desta solidão, o memorial
Por que hei, do silêncio, o chamamento
Se o caminho tem o seu início e o final
E o fado nunca é só descontentamento
Fosse possível ser apenas um ato fatal
Depois de tanto e tanto aborrecimento
A vida seria apenas passagem acidental
E no acaso não teríamos o sentimento...
Vária lembrança no tempo, nunca lento
De vias que nos parecia uma eternidade
E que nos foi reservado no esquecimento
Por que? Me encadeias sem piedade
No grilhão do vil ignoto e do tormento
No cárcere dum martírio da saudade?
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
A RUA
Não era itinerário nem outra nova direção
Suspiros! Calor no cerrado. Lembrança
Aqui havia uma rua, casa em demolição
O tempo era maior. A nostalgia uma lança
Tantos são os mortos na minha indagação
O tempo roendo a recordação, em dança!
E nas casas, impregnada de tenra poesia
A saudade, e não mais havia vizinhança
Tudo em ruína, mais nada dizia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado mineiro
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