Saudade de Prima
“Mas que saudade daquele glicêmico beijo... Vez em quando, ainda que rapidinho, venha visitar-me em meus sonhos.”
Mal secreto (soneto)
Se o vazio que sente, na saudade que mora
No peito, e sufoca cada gesto recordado
Cada olhar do passado, que a dor devora
Pouco será a imensidão do vasto cerrado
Pra que se possa ecoar tal tristura sonora
A sensação que chora, e a lágrima da face
Que escorre, e que chameja a toda hora
Na recordação, sem que haja desenlace
Se se pudesse, do ser a ventura recrear
Da alma só felicidade então aí dimanar
Tudo seria melhor neste amor inquieto
Mas, está cólera que espuma, e jorra
Da ausência, e a solidão que desforra
Nos cala, e estampa um mal secreto...
(2020, 01 de agosto)
Desculpas à saudade
.
Oh! Saudade injustiçada
Rogo a te o teu perdão,
Pelas reclamações das noites
Nos cantos de solidão
Pois sei que és inocente
Te chamei de inclemente
E outras culpas que te dão.
Isenta de piedade
Causticante, e renitente
Devoradora de gente
E mãe da calamidade
Doadora de sobejos
Madrasta dos meus desejos
Matadora de vontade
És da dor a promotora
Outro adjetivo teu
Causadora de gemidos
Flechando corações feridos
Acerta ricos e o plebeus
Da angustia fonte perene,
Do desespero és a farra
Onde a tristeza desgarra
Mãe noturna dos gemidos
Amores desconstruídos
Inspiração da cigarra
Mas na verdade Saudade,
Tu não tens culpa de nada.
Sempre é a paixão safada
Que diz que só faz o bem,
Roubando de quem não tem,
Assim usando o teu nome
Cria sonhos e não mata a fome
Dos sentimentos guardados
Paixão e dor são aliados
No maltratamento de gente
E nós que aqui te sente
Atravessa a madrugada
E tu, pobre coitada
Nos abraça e acalenta
E o ser que te sustenta
Prova do bem e do mal
Desculpe os meus insultos,
Acusas e maldições.
Eu defendo os corações
Do desespero e a mágoa
Quando dos zói cai a água
Quem sente assim se comove
Quando as dores das madrugadas
Com carinho são lembradas.
Só tu, saudade, resolve.
Oh mar!
Saudade me dá:
De te apreciar, sentir e tocar!
Ah mar...
Vontade me dá:
De me derraMAR, me inflaMAR,
na sina de te aMAR...
SAUDADE FAZ CHORAR - João Nunes Ventura-08/2020
Sim é que eu já sou daqui
Muito tempo eu vim de lá,
E assim larga tudo por aí
Vem depressa me buscar,
Triste fiquei quando parti
E a saudade me faz chorar.
Poesia Brasileira Contemporânea | Novas Poetisas
O MAR RESOLVE A SAUDADE
~~~~~~ ~~~ ~~~~
Afogo os meus pés no raso do mar, ~~
~~~~ enquanto caminho.
Piso na areia ~~~~
~~~ estriada e úmida,
sob o céu desbotado. ~~
~~~~ ~~~~~~ ~~~~
~~~~~ ~~~~~ ~~~~~~
~~~~ Praia adentro,~ ~~~~
Percorro a maré tentada a te perder: ~~
~~~As ondas vem ~~~ e quebram, ~~
~~~ Elas se vão e te levam. ~~
~~~~~~ ~~~~
~~~~ ~~~~ ~~~~
O mar dissolve a saudade, ~~
~~~ O mar resolve a saudade.
~~~ ~~~~ ~~~~
Como se mede a importância de alguém na nossa vida?
Quando a saudade já é enorme antes da despedida.
Recordações
Tem horas que bate uma saudade,
do tempo que se foi e jamais voltará,
dos amigos de infância e daquela liberdade,
das lindas músicas dos anos 80,que nunca se apagará.
Na minha mente tem lindas recordações,
do meu passado vivido com muito fervor,
Lutas travadas,vitórias com muitas emoções,
sentimentos inesquecíveis de uma grande dor.
Lourival Alves
Amor é amor, eu acho impossível de explicar.
O que muitas vezes chamamos de amor é apenas a saudade de um tempo que passou.
Se eu tivesse a palavra certa, uma daquelas que valem mais de mil gestos, além de te abraçar,
te diria, deixa partir, porque vai ser amor.
Mesmo que um dia não for mais seu.
Vai ser amor.
Porque liberdade é abrir mão do medo de dizer adeus.
Deixa partir na boa, na leveza dos bons penssamentos.
Aí o tempo se encarrega de trazer o esquecimento.
Mas deixa parti, e se for pra voltar que você volte a sorri.
Tem dias que a saudade machuca
Tem dias que a saudades entristece
Tem dias que a saudade me faz refletir, o quanto foi bom estar ao seu lado
Tem dias que a saudade me fascina, e me faz perceber o quanto foi bom estar com você
Tem dias que a saudade me ensina a viver sem você
Talvez essa distância nos mostre o quanto foi bom estar ao seu lado
Há saudade, você me trás lembranças inesquecíveis
Você me faz aprender a dar valor, a todos aqueles que estão sempre ao nosso lado
A linda lua está no céu
Clareando a noite da cidade
E você me matando de saudade
Necessito da sua bondade
Não me entristeçais com tanta maldade
Estando distante da nossa afinidade
Volte logo, para cultivarmos a bela cumplicidade
Pois sem você eu sou metade
Da intensa felicidade
Que é amar de verdade!
Quando a saudade vem
Quando te abraça
Quando a saudade vem
E te quebra em pedaços,
Quando a saudade vem
E arrebenta
Quando sussurra em tua boca
Quando empreguina teu corpo
Quando machuca teus olhos
Ouvidos,
Quando a saudade vem !
Saudade
Palavra que causa dor
Palavra que faz sentir falta do amor
Palavra de sensações
Palavra de variações
O saudoso passado...
Durante muito tempo ouvi, como um mantra enfático, a afirmativa: “Saudade do passado! No meu tempo era muito melhor...”. Repetidas vezes isso me provocou a revolta adolescente de quem gostaria de convencer que o meu presente também era bom, seja pelas tecnologias, avanços, mudanças histórias, conquistas, .... e até pela minha presença. Por mais que o desafio de mudar esta frase motivasse, era uma realidade irredutível. Contudo, como o bêbado que retoma a sobriedade, a maturidade trouxe uma capacidade analítica de enxergar os problemas da minha época, admirar elementos do passado e repensar certos conceitos. Apesar da “minha tecnologia” ser surpreendente, de fato no meu presente faltava muita coisa, que não justificavam mudar esta frase. As minhas críticas foram revistas, ganharam novos pontos de vista, interpretações, ... e só me restou tentar mitigar as lacunas do meu tempo. Até que um dia, as lapidações da vida, como em um ciclo previsível, me fizeram repetir o mesmo discurso de meus antepassados. Penso que ...
Talvez, com o tempo as luzes naturalmente se apaguem, como as estrelas no céu que perdem o brilho te deixando em um vazio sem orientação ...
Ademais, é provável que a inversão dos polos magnéticos esteja de fato ocorrendo, pois, o Norte não está mais evidente. Todos os elemos norteadores da vida começaram a desaparecer fazendo com que precise caminhar sem referenciais, como em um quarto escuro ....
Talvez as cores percam a intensidade e naturalmente o mundo pareça monocromático, como os clássicos do cinema mudo, que apesar de antigos trazem felicidade para a vida ...
Os meus exemplos, formadores de caráter, retidão, honestidade, hombridade, .... os meus inspiradores não estão mais aqui para me aconselhar ...
E por mais mórbido que pareça, lápides trazem de volta um passado de lembranças, plenitude, alegrias legítimas, conselhos, aconchego, orientação, sinceridade ... . E para quem não tinha arrependimentos, o maior passou a ser a vontade de ter construído mais lembranças ...
As memórias viraram o melhor destino de boas viagens ....
Os atos criticados, por quem queria mudar o mundo, passam a ser repetidos como uma herança de família ...
Os diálogos que traziam serenidade e paz, desapareceram. O “olho no olho”, os sorrisos com volume e intensidade, tranquilidade, ... deram lugar a figuras que tentam representar emoções, de alguma forma, na tela de um smartfone. Talvez por isso tanta depressão ...
Os elementos que tinham função de retroalimentar a vontade de andar, desapareceram e ninguém reparou, pois somos carregados pelo fluxo ...
Os nomes dos meus grandes mestres já não estão mais nas grades horários de aulas, em apresentações de congressos, .... os que não posso mais visitar, encontro nos velhos livros e artigos amarelados ....
A leitura de um livro deixou de ter o som das folhas, o cheiro característico, o peso do conteúdo e a criatividade de improvisar marcadores ...
O museu que influenciou sua vida foi queimado, as salas de cinema enormes deram lugar a espaços pequenos com uma pipoca de gosto estranho, os lugares que gostava de visitar já não existem mais, ...até a pizza que marcou a infância virou um gosto exclusivo da memória ....
Não existem mais “renascentistas” dotados de visão holística e integradora. Na saúde, deu-se lugar aos tratamentos específicos, segregados e especializados a ponto de não existir mais correlações; agravado por alguns profissionais que podem nem entender a fundo suas especializações ...
As músicas não ofereçam mais a mesma carga de emoção arrebatadora, falam em uma linguagem diferente e seus cantores prediletos não tem mais como gravar álbuns inéditos ...
O amor não é mais o mesmo da época onde o simples “cheek to cheek” conseguia prover fortes emoções como impulsionar ao paraíso...
Perdeu-se a magia de cantar na chuva para fazê-lo em chuveiros apertados ...
Os heróis, não eram personagens com superpoderes, mas mortais com atitudes que qualquer um poderia ter. Não viviam em cavernas ou esconderijos mirabolantes, estavam em seu convívio, família, ...
As pessoas não tinham medo de se comunicar, nem estavam demasiadamente ocupadas com seus celulares.... Elas davam bom dia sem nem mesmo conhecer e assim funcionavam as “redes sociais”, ... “like” era um sorriso, as notícias eram “compartilhadas” com boas conversas nas portas das casas ou na mesa do bar ...
Os pais se tornaram filhos, a ponto de passar a ver suas “malcriações” ...
Era possível ter aula de história pelos livros, com um professor, ou ouvindo o relato de quem viveu aqueles momentos ...
O telejornal não se assemelhava a apresentação de um catálogo criminal ...
A textura do papel do jornal era suave e a tinta soltava nas mãos ...
O GPS eram as paradas sequenciais para pedir informação, deixando a viagem mais longa e divertida, conhecendo lugares pelo caminho, com mais expectativa ...
Havia mais honestidade que Interesse, a ponto de até o vendedor do mercado aceitar a “pendurar a conta”, esperar ir buscar o dinheiro em casa ...
Os alimentos não faziam mal, tinham mais sabor ...
O tempo das coisas era mais devagar que da geração “fast”; até as células não tinham tanta pressa em se dividir ...
Os políticos pareciam mais honestos ...
As novas piadas, mesmo com todo seu conteúdo apelativo, não têm mais a mesma graça ...
O ar não tem mais o mesmo cheiro, assim como a água o sabor e ...
Não existem mais palmeiras, primores e sabiá, ... e talvez por isso, os “mais velhos”, se sentissem no exílio do tempo novo ...
... mas posso afirmar categoricamente que no meu tempo era muito melhor, porque existiram pessoas insubstituíveis que deixam uma saudade irreparável. Aqueles que sentiram um amor legítimo, hoje ocupam um espaço inabalável, como em um relicário junto ao peito onde posso visitá-los nas melhores memórias.
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