Saber Cuidar - Leonardo Boff
Entre o trabalho que sustenta e o que consome a alma, existe uma linha tênue chamada escolha ou renúncia.
“Enquanto alguns traçam o futuro com mapas, outros apenas o esperam. Mas é o presente que dita a rota.”
“Tempos adversos exigem ponderação, para que não caiamos em armadilhas como o medo, a ansiedade, a sensação de fracasso e a dúvida quanto à própria competência.”
“Tempos difíceis não pedem desespero, mas discernimento. O medo e a dúvida só vencem quando nos falta lucidez.”
”A pior armadilha da adversidade é nos fazer acreditar que fracassamos. Respire, pense. É apenas uma travessia.”
“Não é preciso percorrer o mundo para conhecê-lo. As maiores teorias foram concebidas por pessoas que passaram grande parte da vida reclusas.”
”Grandes ideias não nasceram de longas viagens, mas de mentes que, mesmo isoladas, ampliaram os horizontes da humanidade.”
“Ser necessário, mas não prioritário, é um exercício de resiliência para aquele que reconhece sua importância e evita os protagonismos.”
“A verdadeira força está em reconhecer a própria relevância mesmo quando se é preterido na ordem das urgências.”
“Há grandeza em ser pilar oculto: sustentar sem aparecer, ser base sem palco, ser necessário sem urgência.”
“Nem todo brilho está na luz direta. Ser essencial no silêncio e penumbra é virtude dos que já compreenderam seu papel.”
“Desfaço, pouco a pouco, os grilhões da vaidade e caminho descalço entre as sendas das ideias e os templos dos ideais.”
”Cada vez mais, percebo que a vaidade me prendia. Hoje, penso com mais liberdade entre ideias que nascem e ideais que persistem.”
”Algumas conquistas exigem que você se perca, e algumas renúncias lhe asseguram que se reencontre.”
“Em certas conquistas, perco pedaços de mim. Em algumas renúncias, reencontro o que deixei pelo caminho.”
“Pessoas noturnas carregam a estranha característica do ‘demais’: pensar demais, questionar demais, sofrer demais e interagir de menos.”
”A noite acolhe os que sentem demais, pensam demais e falam de menos. São criaturas do silêncio e da densidade.”
“O lucro guiava tudo, mesmo que à custa da vida. Agora, começa a fazer sentido perguntar: vale a pena?”
“Antes, o limite praticado era justamente a ausência de limites, pois o objetivo maior era apenas o acúmulo de bens. Hoje, os valores que orientam a relação entre custo e benefício de acumular bens versus preservar o bem-estar nos levam à ponderação.”
