Ruth Rocha Amor
Nunca mais ACREDITO no amor, desde o dia em que apressada em marcha ré fui chorando o adeus. Aquele adeus que não pôde dizer parada olhando o seu rosto.
POR ELE
Por ele não quero sentir amor e nem ódio, não quero ser juíza, promotora sequer defensora desses dois impostores.
Por ele não quero sentir paz e nem guerra, não levanto bandeira branca como perdedora e nem bandeira vermelha em regulamento interno confidenciado.
Por ele não há mais lágrimas e nem sorrisos, as lágrimas em estado gasoso suspensas no diário dos sonhos se negam ao processo neste rosto fechado que se esconde no negrume da noite.
Por ele não quero o ontem nem o amanhã, preferiria o hoje com a liberdade de não lembrar aquelas paisagens, momentos e legendas que permitir acontecer. Quero o hoje de graca, sem preço algum para desmontar os castelos que criei fundamentado num amor que se foi sem explicação. Queria hoje anular os planos que fiz para o amanhã, aventuras desenhadas na linha mais rara do horizonte em fantasias de prosa e verso. Hoje quero me achar, me amar e flutuar isenta daquele prefácio e desse tédio que não sei decifrar.
UM AMOR QUE SOBRESSAI
No outono é ventania, levanta as folhas e desnuda o improvável, seu gemido é uma canção que faz bailar a emoção e sobressai.
No inverno é esperança da mais atrevida e ácida, meu pé de hortelã em concorrência cobre-se de puro ardor, vendo meus olhos prostrados na estrada esperando seu retorno sem sucesso. Meu lábios no frio rachados em dor, eleva-me a ilusão de viajar no peito seu e sobressai.
Na primavera a fragrância das flores desce com o amor deslizando no rio cego da noite, segue a risca a correnteza transborda de desejo o coração e sobressai.
No verão entre os pingos pesados da chuva o amor chora e ninguém ver, na noite de lua prateada sonha, debaixo do pisca pisca estelar que torce incansavelmente para que, num dia de praia e sol, ouriço e arraia, vencida a guerra em posse de medalha, o amor não mais sobressaía será coroado.
Que a brisa suave da noite acaricie suas portas, e entre os dedos do amor passem toda esperança de um novo amanhecer, carregando em suas asas os raios de um sol dourado colorindo aos teus olhos a canção da vida.
Foi ilário só agora perceber que aquilo era um amor platônico crônico, uma ilusão em decomposição, um buraco negro sem estrelas em segredo.
Colibri vem provar meu pólen mel, exposto a te esperar, no sol e no luar, ousada flor implora amor debaixo do céu
Estávamos nas nuvens e para nós as estrelas piscavam ritmadas ao nosso amor. Foi você me levou às nuvens, me fez amar astronomia, mas você era apenas visitante desses espaços, você descia sempre, enquanto eu explorava e avançava. Até que um dia você desceu tanto que não pôde mais voltar. Te espero na mesma dimensão, anseio ouvi sua voz rouca de noite a dizer palavras maior que todo esse caos que você criou, quero gestos mais lindos que as minhas descobertas. Vem! sobe outra vez, vamos viver aquela história que nós nunca demos um NOME.
E se o amanhã chegar, que eu me envergonhe desse amor choxo de hoje e possa amar com um amor mais solidificado.
Guardei os segredos da manhã, a musa inoscente á revelá-se. O amor chega em nau longínqua, arrasta tarde adentro sentimentos fugitivos que des culpado procura a escuridão da noite fecha os olhos a neutralizá-se.
Não podem prender o amor!!!
Se condensa no ar.
Acena pra fora.
Tem asas por dentro.
O melhor a fazer é deixá-lo ir, quando tomar impulso.Visto que nenhuma corrente pode sustê-lo, e permitir que fique espontaneamente, para que na vida misture as cores e defina os sentidos.
O respeito á natureza é patriarca, é carro chefe, é amor singular que protagoniza a vida. Sem ele não não existe outros respeitos.
Cada novo dia é um recomeço efêmero para quem ama.
Porque no amor não existe exatas...
Somente indefinidos
_____Leonice Santos
*Teu amor foi um tiro no escuro...
*Meteorito luzindo minha atmosfera...
*Venceu pelo impacto da emboscada...
*E pelo descuido de mim
A caça:
Eu leoa sem alcatéia, sem estratégia, mirei-te na emboscada, neste amor campestre, embrenha-me em ti, a quilômetros de mim.
O problema de envelhecer é saber que não podemos mais ser o primeiro amor de alguém.
Mas ainda podemos ser o último.
Alguns dizem que, no amor, é melhor ser o último do que o primeiro.
E talvez seja mesmo.
Afinal… o meu último amor continua sendo o meu primeiro.
O dia em que meus olhos primeiro se abriram
foi também o que meu coração se encheu de seu amor
que longínquo e as vezes turbulento
nunca me trouxe dor
Crescendo como um girassol
minha vida seria incompleta se sem sua presença
eu acordasse em manhãs de sol
Mãe e pai eu vos agradeço então
pela pessoa que preenche meu coração,
repleta de razão minha vida é
na presença de um irmão.
O Amor que Permanece
Amar quando tudo vai bem é simples. Quando os dias são iluminados, as risadas vêm fácil e as palavras fluem sem esforço, o amor parece leve, quase natural. Nos momentos de festa, nas viagens inesquecíveis e nas celebrações, amar é um prazer espontâneo. Mas e quando os dias se tornam nublados? Quando o outro se perde dentro de si mesmo? Quando as palavras machucam mais do que acolhem, e os silêncios gritam mais alto do que qualquer conversa?
É nesses momentos que o amor se revela. O amor verdadeiro não se prova na euforia, mas na tempestade. Ele não depende da reciprocidade imediata nem da perfeição do outro. Ele escolhe ficar quando a razão diz para partir. Ele entende quando o outro não consegue se entender. Ele permanece mesmo quando não há nada para oferecer além da própria presença.
O amor real não exige dias ensolarados para existir. Ele floresce nas noites mais escuras, cresce nos terrenos mais áridos e resiste ao vento forte das dificuldades. Ele não se abala diante das imperfeições do outro, mas as abraça. Ele não desiste quando o caminho se torna incerto, mas caminha junto, mesmo sem enxergar o destino.
Porque amar de verdade não é sobre ter sempre borboletas no estômago. É sobre ter raízes profundas. É sobre ser abrigo, ser paciência, ser fortaleza. O amor que resiste ao tempo e às dores é aquele que não se esgota na dificuldade, mas se fortalece nela. É aquele que cuida, que suporta, que permanece.
Porque amar, no fim das contas, não é apenas sobre sentir. Amar é decidir. Decidir ficar, decidir compreender, decidir lutar, mesmo quando tudo parece dizer o contrário. Esse é o amor que vale a pena. Esse é o amor que transforma. Esse é o amor que, acima de tudo, permanece.
