Ruth Rocha Amor
Carolina.
Quero morrer de amor contigo,
Isso mesmo,
Morrer de amor,
Depois de uma vida tão linda,
Só de pensar,
Um frio na espinha,
Borboletas no estômago,
Histórias,
Tempo da juventude,
Nós duas bem velhinhas,
Deitadas numa esteira ao entardecer,
Sorriso implantado ou banguela,
Não importa,
Amor de alma quero,
Ultrapassa qualquer barreira,
Transpassa,
Quero ser sua calmaria,
Enquanto você,
É vento tempestuoso,
Quero ser teu sol,
Teu abrigo,
Aquele dia de domingo que se torce para jamais findar,
Infinda,
Comigo,
Fica?
Seus olhos claros disfarção,
Tanto o transtorno,
Quanto no amor,
Seus olhos claros disfarção,
Quase uma ameaça,
Um segredo,
Uma dor,
Seus olhos claros disfarção,
Os estilhaços de cacos de vidro,
Em formato...
Palavras,
Rasgadas,
Aniquilam,
Pé do ouvido,
Sangue...
Seus olhos claros disfarção.
O amor é como a dor,
Tatuagem,
Marca o peito,
Pinta a alma,
Branco, preto ou colorido,
Entre sombras e nuances,
Infinito,
Visceral,
Não se apaga,
Coisa de pele,
Fica,
Machuca,
Fere,
Cicatriz.
Eu nunca fui cilada,
Só nunca fui amada,
Por isso, acordava com você na madrugada,
O seu amor,
De cara me salvou,
Me rompeu,
Em mim extravasou,
E de repente pôs em mim tanto terror,
Botou minha vida num liquidificador,
Eu não estava errada,
Só nunca fui amada,
Por isso, acordava com você na madrugada,
Eu não desisti,
Só não consegui,
Por cima dos meus princípios se esvair,
Fugi,
Cansei,
Eu já te falei,
Nem só de amor sobrevive minha lei,
Eu não estava errada,
Só nunca fui amada,
Por isso, acordava com você na madrugada.
Me desculpe você era minha gata,
Eu sei,
Só lamento,
Eu te avisei que haveria rompimento.
Eu amo,
Mas,
Como ama o Amor?
Do tipo sem dor?
Descubro agora,
O que é ser feliz?
Se não entender aquilo que me faz assim?
Todos as nuances,
Os aromas,
Até mesmo os hematomas da vida,
Sabores,
Dores,
Amores,
Histórias,
Explodem...
Dentro de mim,
Aprendizado,
Crescimento,
Esse é meu alento.
Charadas em letras,
Codinomes,
Borboletas,
Sinais de um Amor criptográfico,
A resistência existe,
Ultrapassa o prazer,
De te ter,
Mas, não poder,
Segundo a lei dos outros,
Jogando a culpa em si mesmo,
Sem ter,
Só de ser,
Simples de entender.
Desesperadamente,
Sem fim.
Eu sou o Amor,
Ou seria somente Dor?
Ou o Amor é isso?
Alma nua,
Vontade de sair correndo na rua,
Uma saudade crua,
Dura,
A lágrima nos olhos,
A distância que mata,
Aos poucos,
Sádica,
Caótica,
Cruel,
Doce amar?
Entre o Céu e o Fel,
Em paixão me localizo,
Ternura ou loucura?
Me acho,
Encaixo e desencaixo,
Arregaço,
Esse coração de esculacho,
Ladeira abaixo,
Não sossega o facho,
Acende e queima,
De volta a fogueira ...
E nem é São João.
O que eu mais temia aconteceu...
Fodeu,
O amor apareceu,
De novo,
Frondoso,
Charmoso,
Tirou seu chapéu,
Com todo seu véu,
Ao chão,
Me leva ao céu,
Me entrego,
Em laço,
Mais um traço,
Do medo,
Desmoronamento,
Enquanto o sino da igreja toca,
Se desloca o sono,
Os sonhos,
Eu quebro os pratos,
Grego,
Louça,
A Louca,
Era meu coração.
E o mundo sempre gira sem o perdão,
Ou vai dizer que não?
Mas, o que se faz quando não há de que?
Nem um porque?
Mas, a culpa vem como um carrasco de morte,
Na sentença,
A presença que se esvai,
Correu,
Sem alimento evaneceu,
Estranha,
Estranho,
Faz anos.
Sair desse ciclo,
Pico,
Entre amor e temor.
Já tentei mudar,
Mas, não dá...
Dá...
Coração que tende a falhar.
Não existe amor sob imposição,
A liberdade é a maior demonstração de afeto que se pode ter.
A sua projeção não vai criar outra maneira no outro, só vai prejudicar a você mesmo e a ele.
Se você ama o passarinho...
Então, deixe voar...
E se de bom grado ao ninho voltar,
Ah que prazer será!
Admirando sua beleza,
Seu vôo alto,
Seu canto livre.
Sei que voa passarinho...
Volta pro meu ninho que eu vou te ninar.
O Amor entre Câncer e Escorpião?
Quem vai dizer que não?
Nunca vi tão certeiro,
Embora muitos pensem ser ligeiro,
Não passa com pressa,
Ligação de carne com alma,
Transmissão de pensamento,
Em todas as nuances,
Sem lamento,
Embora seja um tormento a distância,
E a discrepância,
Dos fatos,
Gostaríamos dos atos,
Da pele,
Do gosto,
Do suor,
Das águas que rolam dos signos de água,
Hora pelos olhos,
Hora pelos poros,
Arrepiados de prazer,
Em sua menção.
Creio que em ti também há concepção,
Dos desejos proibidos,
Dos momentos não vividos,
Dos espumantes nunca estourados em comemoração...
Hoje não,
Mas, o seu está guardado,
Sob as Lias,
Um Sur Lie,
Com as leveduras que ainda postumas,
Protegem nosso vinho,
De guarda,
Indestrutível,
Imune ao tempo,
Nós.
O Amor existe,
Ainda que na distância,
Ainda que em segredo,
Nada pode conter um encontro de almas.
Paulínia, 13 de maio de 2023.
3:11
Os caminhos do Amor são engraçados,
Não é mesmo?
Sabe quando tu acorda de madrugada na beirinha de uma cama de solteiro,
Braço dormindo,
Coração desperto,
Nesse abraço apertado,
Forte,
Como segura minha mão,
Mas, saio,
Desenlio desse laço,
Um presente bem dado por esse Universo,
Transformo em verso,
Transmuta em Amor,
Pouco à pouco,
Doses homeopaticas,
É o que sinto te vendo dormir,
Rosto perfeito,
Até seu respirar vira som,
Música de disco...
O que mais gosto de escutar,
O lugar preferido que gosto de estar,
Espremida numa cama de solteiro ou de casal,
Na rua,
No rolê,
Sozinhas ou com os amigos,
Você é meu lugar favorito.
Alguém me dê um para-raio,
Pra evitar o amor?
É só dizer.
Entre Câncer e Escorpião,
Ah, não.
A gente se entende,
Se surpreende,
Se arrependa também.
Mas, nessa construção,
Sem falar não,
As bruxas se entendem,
Se rasgam,
Se lambem,
Introduzem e reverberam.
Até quando?
Viverei num amor de migalhas?
Terei que entregar meus amores em outros braços,
Outros corres,
E assim também corro de mim,
Na ilusão de alguém que não amo,
Inutilmente tento fugir da dor,
Mas, se alastra no peito,
No pensamento,
No desespero,
De querer tu amorosamente só pra mim.
O amor está no ar,
Meu amor está no mar,
Sereia que fez meu coração balançar,
Um encontro como uma reviravolta de maré,
Me pegou da cabeça aos pés,
Calafrios, arrepios,
Prazer,
Em conhecer,
Em estar,
Arrepia a pele, os pelos, os cabelos,
Quero ser uma só contigo,
Eu sou ninho, quero ser seu abrigo,
Sereia,
Meu coração agora permeia,
Escutei teu canto,
Meu encanto,
Em tua partida o pranto,
Mas, a certeza do reencontro.
Nasci daquele ventre que hoje me aprisiona,
Sou teu sangue e não propriedade,
Isso não é amor, é controle,
Sou ser humano,
Não marionete,
Eu te falo sobre os segredos do Universo,
Te falo, sobre tudo que aprendi e desaprendi,
Através de dor, culpa, medo, erros,
Esses que mesmo cega enxergo de alma,
Mas, tu não vê os seus,
Se acomoda ao dizer que assim viveu,
50 anos,
Mas, ainda não aprendeu que a vida é sobre evolução,
Sem calma luto contra meus instintos,
Terapia, pra curar o karma,
O sofrimento faz parte,
A fé que você me impõe,
Entope meu estômago e garganta,
O Jesus que conheço não é mercadoria barata para que tu me empurre.
Grata sou,
Mas, só o exterior não me basta,
Hoje sou filha, em outras vidas, talvez fui sua mãe,
O respeito deve imperar,
O tempo é segredo,
Assim como a vida,
Por isso não mato nem os insetos,
Mas, você não está preparada para essa conversa né...
Mãe.
Um engasgo,
Assim como o pai,
Que não me procura,
Não me vê e não quer atrapalhar,
Visto que a ausência já é atrapalho.
Por isso, hoje esse desabafo,
De pai e mãe, porque segundo eles,
Ninguém mais me ama,
Tornaram o próprio amor genitor,
De acidente...
Mas, não deixam de ser genitores...
Em ódio entre si,
E me reverberam dizendo que ninguém me ama como vocês...
Mas, vocês mesmo não se amam.
Não posso dizer que não acredito em amor à primeira vista,
Te amo inexplicavelmente desde a primeira vez que te vi,
Descendo daquele Uber,
Teus olhos grandes, castanhos, penetrantes,
Teu sorriso, ah! Esse sorriso faz clarear os dias mais difíceis,
Foi prefácio,
Pode ser não, nessa vida, mas, o Universo diz sim,
Em outra, talvez em outro, quando se fala em momento,
Ampulheta, o tempo foi cruel comigo, contigo,
Assim como a distância, lembra?
Estrela Cadente, Estrela do Mar,
Eclipse Solar,
Essa é nossa metáfora,
Reencontros Estelares,
Cósmicos,
Intensos como o Big Bang,
Capaz de criar outros mundos,
E nesse vivemos profundamente,
A pena, eu ser Estrela Cadente,
Realizado desejo,
A quem irei clamar?
Se pudesse me fazer um pedido,
Gostaria do teu peito fazer abrigo,
Pediria que na morte,
Meu céu fosse a sorte,
Dos nossos dias,
Poucos,
Mas, com tanta alegria,
Que escolheria,
Como San Junípero em Black Mirror,
Revivendo o estar contigo,
Um curto período de tempo,
O mais prazeroso momento,
Ampulheta,
Infinda.
Sem mais argumentos.
Prelúdio?
Canta junto amor, esta canção;
Prefácio amor?
Mas, o livro é de quem?
Por bem ou por mal?
Briga de Ego,
Credo,
Essa foi fatal,
Você acha que é a tal,
Eu também,
Tudo bem,
O que importa é gostar de alguém...
Por que não?
Se o sim é o experimento da vida?
Ainda que seja dura a partida,
Às vezes até tem torcida,
A troco de que,
Segura logo esse buquê,
Se não der certo separa...
Com que cara?
A mesma de sempre,
Se diz inocente,
Sem se preocupar como o outro se sente,
Mente,
Pra si,
Pra mim
Para entorno,
Então, torno,
De só me adorno,
Com semblante de saudade,
Da vontade,
Do que, era mais uma vez...
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