Ruth Rocha Amor
PENSO
Prá mim falar é encostar os olhos
E esquecer e durar o tempo do escuro
Mas ninguém pode fazer no tempo
A escuridão, porque a claridade
Se persiste o dia
Ela dissimula os lados de entrar.
E os enigmas da coexistência com coisas adversas
Não são relevados nem na sombra nem na clareza
Cabe na imaginação a pressuposição
E concluo por pensar na anti luz.
No reflexo dos preferidos por mim, os próprios olhos
E não consigo pensar em nada.
Porque a luz são adequados os pensamentos.
E deslembrar é uma claridade que nos distrai
O sol se presta no escuro a atrapalhar visões
As inferências a que podia se chegar.
A sol a cada dia se desengana, como eu
Por não saber do que fazer
E isto é comum nos dias de claridade.
Luzes se adéquam à noite
E penso e esqueço no mesmo tempo
Da intensa máxima verdadeira.
A luz não refaz verdadeira aquilo
Que distinguimos muito bem na noite.
Aprender a não sentir pena de si, por ser solitário, é consequentemente encontrar varias formas de sorrir. Você ainda pode seguir acreditando fielmente que um dia a pessoa certa irá bater a sua porta, mas não duvide que a felicidade vem de dentro para fora. Ninguém vai te fazer feliz. Nascemos sozinhos (não é bom ser sozinho), mas morreremos sozinhos.
NOSSAS PARTES IGUAIS
O teu olhar previne o levado da procela
E adianta o tempo bom e serenando
Flamejando, os teus olhos são duas velas
As duas como uma consagração ao santo amado.
Teu coração tem um batimento que é do meu
E o meu no imprevisto faz de papel o teu
Idealizo o que falta desta, que ainda não se deu
Se já nos nossos abraços e velos beijos meus.
O teu colo é o lugar mais quente e plumoso
Que ao meu descanso depois das aventuras
De amor e sonho, quando o gesto é faltoso
Me chama teu coração, do meu delicioso.
O meu olhar são duas paredes limpas ao brilho
Que ao meu não faz, não se permite assim
Ser só o que reflete da tua luz, fogo do dia
Da minha face larga, uma tela de linho.
Abre todas as portas e que dá para toda entrada
E que se propaguem na minha alma o que já houve
O teu cantar que é pra Deus, tão delicado
Abrange a tua boca e em tudo a minha cala.
Meus olhos não te dão abrigo
Não, não, eu quero os teus
E assim não me davas, assim não farias
Por ti, por mim, teus olhos são meus.
Estes remédios, dessas partes tuas
O teu olhar que na noite brilha de se encantar.
O teu colo que amortece a mim da luta
Não que tenha vencido, nem que tenha lutado.
O teu beijo de todos os gostos que já provei
Tem um dele que nem fruta lá de longe
Me arremete ao céu parecido com o céu
E de ter o teu corpo e me aliviei
Bem no meio de mim, sândalo marrom.
PRESO
Como eu poderia ter-me em minha boca
Para o beijo e para o verbo,
Se o sabor de tudo isso sentido
Continua a ser detrás,
Daquele tempo que não se parte.
E para atender estes teus olhos
Cor da clara noite, lanternas acesas.
Como posso? Dos meus olhos
Deixei lá atrás nas encostas de orvalho
No vidro límpido que debaixo dele
Viajam peixinhos graçapés
Que por minhas mãos nunca consegui prender.
Um só sequer. Apenas um para tê-lo em casa
Já numa arca de embalagem
Transparente pressenti-lo de perto
Em carícias por ele pelo lado de fora.
A minha boca ficou no desejo da manga rosa
Dos cajus no seu tempo, onde experimento
Qual o mais doce ou qual o mais acre.
Salvo meu beijo, que não o dei,
Na forma de toda a ansiedade
Na menininha irrequieta e tímida
Por minha vontade que não se expressava.
E até o beijo da minha boca
Ficou solidificado, nos lastros das árvores.
Nas mãos dos meus pais, dos meus avós
E de meus padrinhos, na santa devoção
De estar beijando também outro pai.
De onde tirarei de mim para te ofertar
Por este amor sentindo em mim
E que há em mim somado
Ao que deixei do que eu era todo
Retidos no azedume das frutas ruins
De ternuras que foram desta maneira
Tocados pelos meus olhos,
Entretidos nos corpos de seda
Das afeições, caminhos, não resolvidas
Mas que em mim, detidos
Repassam a mim as fragrâncias e o desejo
Que preteri, em vez de fazê-lo.
Pegar minha baladeira e sair
Depois de uma chuva de inverno.
TRINDADE
Meu Deus, se Vos ofendi foi por não saber
Que o mundo e todas as suas quantidades
Foi tudo criado por suas mãos profícuas
E sem saber que o Verbo era a citação
Do homem, vosso Filho
Purificado, amor que vim a saber
No tempo em que me permitistes vê-lo.
Esse homem é a razão de tudo
Até dos sacrifícios que fiz sem notar.
Ele e eu agora temos uma intimidade santa
Afeição do tempo da morte
Do filho amado e merecedor do amor dEle.
Por todas as estações de quedas o tropeços
Não sabia que me sagrando por Ele
O aceitando dividindo comigo
O amor que dividiria com todos igualmente
No meu rosto comum, até aí.
Me soltei dos comandos de mim mesmo
E implorar que de Vós tudo caminhasse.
Meu Deus foi necessário punir alguns
Para saber que o perdão é que é a gesto
Beijá-lo será a negativa da distância.
Citá-Lo em seus pedidos, em tudo a nós
É a única ação verdadeira, igualmente depois de tudo.
Pai, a quem eu careço depressa chamar de Pai?
A Vós, o mentor dividido, pelas entradas do céu.
A ELE, canonizador, descobridor dos puros.
Em suas locas, no jejum de pão e água.
Mas não paira dúvidas agora em meu juízo
É o Próprio Deus, o próprio Pai, que ao Mesmo Filho
Provedor de nossas vidas.
Me resta falar com glória!
Orar o Vosso perdão.
Eu quero ter uma mulher
Uma só, que me entretenha em seu olhar
Que me adoeça em vê-la
Por seus carinhos quando estou assim
Das minhas tristezas escolhas
O tanto que pode me ajudar
Dividindo tempo, amor, sem contá-lo.
Sendo no seu cuidados a falar por mim
Fazendo o trabalho em ouvir amigos
Que venham nos visitar
E servi-los café a esses que se citam meus irmãos
Que cheguem em nossa casa.
Uns por Deus, outros pelo café com bolo.
Eu quero uma mulher
Com quem eu possa de gestos baixinhos
Pensar nas bondosas partes de cada dia
E nos sugerirmos planos,
Mesmo aquele que malogrem ainda no preparar..
E sempre sabendo que é Deus, por tudo
A quem confiamos tudo nosso.
Eu quero uma mulher
Que me dê na boca beijos saborosos
Que cuide como um pastor no ensinos
De comer e beber do seu leite
Todos ainda necessitando dos afagos dessa mulher.
Quero uma mulher que me ame
Como eu venha a amá-la
Que quando tropeçar em algo solto no assoalho
Que caia dentro dos meus braços.
Quero uma mulher para minha outra vida
E que ela seja em tudo igual a ti
Mas não vos apressais Jesus Cristo
Eu ainda tenho a minha
Desses jeitos iguais aos que Vos falei.
Eu estou findando um poema e quero
Que quem o leia, decida por Vos pedir
É só no caso apenas no caso em que Vós decida
E na de outros, e que estes
Tenham o prazer de usufruir desta mulher precisa.
Pois todas as mulheres têm o olhar angelical
Pode ser que não seja uma santa
E ser uma mesa posta
Que grite na hora que almoço tiver na mesa
COMO NEGAR
Como negar o poema
Se só uma página rabisquei hoje
E na folha que o escrevi
Eu deixei marcado com a caneta
Que o escrevi, com preguiça
Como teria não sido eu
Se os versos impressos
Não fluem na, como na alegria de outros?
Basta que se ponha bem perto
A lupa do maior tamanho
E verão minhas impressões digitais.
Como dizer que foi outro quem o fez?
Se a vida que se relata é a minha.
Se o amor que foi embora
Era o meu.
Se a tristeza que se aproxima
É toda minha.
Se a individualidades são da minha pessoa
Se os lamentos são do meu costume?
Se ele saiu assimétrico, sem rimas
Como só eu faço
Se o alívio de terminá-lo
Está impresso no meu rosto.
Prá que confirmar o que não gosto.
NAQUELE ONTEM
Um dia
Dos dias da minha infância
Eu desmontei a fechadura do quarto de meus pais.
Naquela noite, já de noite,
Eles dormiram de costas um para o outro
Naquela noite não houve a luta
Não teve coberto nem cobertor
Ninguém fatigou-se
Porque a fechadura desmontada
Estava comigo, na minha rede.
Uma noite,
Nessa noite eu não dormi
Contando, por minhas mãos no escuro
Pelo contato dentro de minha rede
O quanto eu encontrei
Da máquina daquela fechadura desmontada
E contava:
Um revólver
Uma mola propulsora
Que esparzia longe a pinguela
O pino que ficava no meio
Uma carrapeta que dançava
Uma chave que passava solta
No buraco dela entrar
De qualquer distância, para o alvo.
Eu me armei até os dentes!
E planejava a guerra já para a manhã, mais cedo
Contra os calangos, os preás, os galos do terreiro
A pessoa do meu amigo,
Os pássaros que me avocavam do alto
Das frondes cheias.
O LEITO DA ESTRADA
A curva da encosta de barro e grama
É quem contorna o rio.
E o rio fica e as suas margens
Abraçam, num movimento alto e leve
A distância de todos os dias
Suas beiradas quem invadem os caminhos.
Os peixes andam pelas encostas e no areial distante
Nos vales lisos que superam o rio.
Eu entro no rio e atesto o seu estado de inércia
E fico horas, dias, nas mesmas águas
Vendo mudarem as estações
A razão do florescimento e de lugares ermos
O rio se solidifica na demência dele
E os arvoredos vão lentamente passando.
O rio fica onde está e as margens
Mergulham no oceano de sede eterna
E o mar transborda
E as estradas secam
Os peixes que não se misturam
Agarram-se à água
Enquanto garranchos e areia e
E raízes, esteios, pedras se mostram,
No derramamento das paisagens..
Além de quem
Na perturbação do que cumpre a natureza
Que avança para se renovar
Assim tão modificadora e veloz.
PRESO
Como eu poderia ter-e em minha boca
Para o beijo e para o verbo,
Se o sabor de tudo isso sentido
Continua a ser detrás,
Daquele tempo que não se parte.
E para atender estes teus olhos
Cor da clara noite, lanternas acesas.
Como posso? Dos meus olhos
Deixados lá, nas encostas de orvalho
No vidro límpido que debaixo dele
Viajam peixinhos graçapés.
A minha boca ficou no desejo
Das frutas doces de eterno gosto.
Salvo meu beijo, que não o dei,
Na menininha irrequieta e tímida
Na forma de nuita ansiedade,
Por minha vontade que não se expressava.
E até o beijo da minha boca
Ficou solidificado, nos lastros das árvores.
Nas mãos dos meus pais, dos meus avós
E de meus padrinhos, na santa devoção
De estar beijando também outro pai.
De onde tirarei de mim para te entregar
Por este amor sentindo em mim
E que há em mim somado
Ao que deixei do que eu era todo
Retidos de ternuras
Que foram desta maneiras
Tocados pelos meus olhos,
Entretidos nos corpos de seda
Das afeições, caminhos, não resolvidas
Mas que em mim, detidos
Repassam a mim as fragrâncias e o desejo
Que preteri, em vez de fazê-lo.
Pegar minha baladeira e sair
Depois de uma chuva de inverno.
Minha vontade é chorar, chorar, chorar até que a dor e o choro não tenham mais tanta importância assim. E nem você.
Contradição
Eu volto pra casa chorando, vou dormir chorando e acordo com a imensa tristeza de tanto pensar em você. Eu que não queria que ninguém mais fosse embora, agora só me sinto fraca por quebrar a promessa de nunca mais chorar por alguém. Minha vontade agora é dormir e não acordar pra essa realidade que frequentemente me assusta.
Tanto choro guardado gritando dentro de mim, e parece que a cada dia vai saindo com a água do chuveiro junto com a sujeira e todo o resto, mas continua aqui, gritando. E dói, porque parece que não vai passar, e dói, porque você nunca esteve aqui.
É triste ter que passar por você e fingir que não sinto mais nada. E ainda que seja sem resultado, venho te matando todos os dias da minha vida. Mas eu tenho vivido de conversas, momentos e sorrisos que nunca aconteceram.
Eu não quero que você leia esse texto, porque eu não quero que você me ache boba e patética, pois é exatamente isso que você acharia, porque enquanto eu estou desmoronando por você, a sua vida tem sido um verdadeiro conto de fadas com a sua princesinha de 15 anos de idade.
Ultimamente tenho respirado fundo, é isso que eu realmente venho fazendo, respirado fundo e tentando ser forte. Porque quando se vive de verdade nada é fácil, e se não tem sido fácil até agora é porque eu estou vivendo, de cara exposta para o mundo, quebrando as minhas pernas, me jogando em rios que eu não sei nadar, errando pra entender que não fazer nada tornam as coisas muito mais chatas e entediantes.
Ontem me peguei pensando que, apesar de todos apesares, eu nunca quero deixar de sentir. Meu Deus, que apesar de todas as minhas dores, o Senhor me permita o mais belo dos milagres: Acreditar.
Minha vontade ainda é chorar, chorar, chorar até que a dor e o choro não tenham mais tanta importância assim. E nem você. E como eu sou contraditória, e meu orgulho já não tem mais tanto poder sobre mim, eu fico se você me pedir e pra sempre se você quiser.
Saudades do futuro que não vivemos. Saudades de ti.
Mas o que mais dói de toda esta saudade é saber que de tudo que eu sinto saudades poderá estar destinado para outro alguém. outro alguém que já odeio antes de existir, outro alguém que não terá a mesma saudade que eu sinto, porque não serei eu.
Homens pra mim devem ser como um bom vinho.
Me fazer perder os sentidos, me levando a loucura.mas que não me dê dor de cabeça no dia seguinte.
Amar-te é fácil difícil é entender a dimensão que isso tudo tomou
O quanto rápido e avassalador esse paixão foi, alias qual é a paixão que não é assim? Qual é a graça disso tudo, se for mórbido e pouco aproveitado? Aquele que não tem um “eu te amo” ou um abraço forte e confortante. Qual é a graça disso tudo se não for com você. se não for por você ?
OI, eu só passei pra saber se você está bem Só quero te lembrar o quanto você foi e é importante na minha vida. Quantas aventuras nós vivemos quantos momentos bons e ruins nós tivemos. O quanto é bom saber que tenho um irmão que sempre vou contar seja para andar ao meu lado ou me levantar quando eu cair. Nossa amizade fica mais forte a cada dia eu quero poder contar aos meus filhos como é importante ter um bom amigo eu espero que ele tenha, pois quero que ele sinta como é sonhar em dobro, amar em dobro e perdoar em dobro, pois quando se é amigo você passa a ter duas vidas.
