Ruth Rocha Amor
" Me lembro de quando você dizia que me amava, e que ficaria comigo para sempre. Engraçado, cadê você agora?
Palavras não me derrubam. Mas se for me derrubar, que derrubem hoje, para que amanhã eu não caia outra vez.
"Gostamos tanto das crianças e dos cachorros, pois toda palavra sempre é a primeira, e nunca é tomada com indiferença ou como uma inverdade. Neste momento nos tornamos semelhantes, puros e felizes em sermos reais por um instante..."
Feliz Ano Bom
Quero praia, sol mar,
Natureza, cachoeira, banho gelado.
Quero loucura de um trânsito chato, cansaço, esgotamento, descanso.
Quero música tocando no rádio, uma vitrola, alguns discos.
Quero amigos por perto, um novo amor descoberto...Amar, amar e amar...
Quero amor fraterno, amor conexo, amor desconexo,
Confusão de sentimentos (sim, é bom!), clarear de idéias numa tarde qualquer.
Quero aulas de danças, um novo idioma, uma bússulo, um binóculo,
Aventura certeira, viagens sem programar, som do piano, gaita, violino, ballet, guittara, contra baixo,coral, tango, jazz, blues, mpb e a tão sonhada Ópera!
Quero estudar, aprender, estudar, aprender e, quem sabe, ensinar.
Quero Deus ao meu lado, lágrimas colhidas pelo trono, sorrisos de gratidão lançados.
Quero trabalho! Expectativa, projetos, desafios, conquistas,
Sentimentos de missão cumprida, novos horizontes, caminhos abertos...um adeus!
Quero no fim dizer: Valeu a pena, que venha o próximo ano!
Não ignore quem realmente você é...
pois você pode perder sua verdadeira indentidade,
seja o quer quer ser... não finja ser.
É necessário nessa vida dura que o sonho não se apague
Cabeça firme pé no chão isso sim já é milagre
Acorda cedo dorme tarde, c já sabe o que te abate
Chefe chato, trampo duro e um bando de covarde
Olhe a frente, queira mais, deixe pra trás o que te trai
Só assim verá a o amanhecer e o tempo que te invade
Arsenal de guerra pra mim é informação
E quem fala que ´não sabe’ pra mim já é cuzão!
No mundo atual é rato comendo rato
Ter amigos de verdade, isso sim é um barato
Ajude o próximo, seja mais que pra mim já basta
Do que vestir uma roupa nova mas cheia de traça
Pra fazer rap não precisei vir da favela
Pois ideia boa vem do cranio e não da viela
Atitude humildade sereninade
Vida longa aos bons, esquecimento aos covardes.
A voz é de um guerreiro e o flow me faz voar
Pra bem distante desssa treva que quer me levar
Bem na calada da noite sempre alguém pra puxar
Pra levar, pra te induzir pra te sugar
CURTA AUSÊNCIA
Ainda não passou o curto tempo
E eu já te busco pelos lugares
Com o que há de nós
O que guardamos
Nossos mantimentos
Do bem sonhar da alegria.
E não é do amor
Que semprfe sintom, agora
Quando não miro os teus olhos
Quando me vejo também nesta estória
O amor é só por ti,
São por ti todos os gestos que voltam agora
Mais demorados e cheios de agonia.
Sei da temperatura dos teus olhos
Do custo alto desta prematura lembrança.
O tempo ainda não é presente
E eu já mordo o meu lábio
Querendo tornar-me tu
Ou que sinto por ti, para ser grande
O amor, que, é, e tu me amas.
A confusão que o meu coração tenta desemaranhar
Quem saiu fostes tu
Ou terá sido eu?
Isto gera uma situação de desordem
Criada por nossas ausências,
Quando não é tempo para
Nada julgarmos
Neste andamento que ainda te vejo e mal saístes
Tenho todas as visões no tumulto de ir e vir.
A temperatura do teu lábio
Reticencioso ainda por me provocar
Antes de me abraçar com intensidade
Abocanhado pelo teu corpo
Só isto, só isto, nada mais
Nada, além disto, sou capaz.
CAROCHINHA
Quando eu era bem menino
Gostava de ouvir estórias da carochinha
De não bater pestanas,
Engraçado, como a vida se protege
Como o tempo passa
Por tantos temerosos
À vezes chegam a marcar a alma.
O medo é companhia dos animais
Quem não tem medo
Fica sem comer
E sem dizer palavra alguma.
Apenas os meninos
Por um período muito curto
Enfrentam o medo.
E renegam sua companhia,
Por que morrem de medo
E se protegem no adulto
Fitando os seus olhos e catando gestos
Preparado para correr
Se o adulto se movimenta.
Quando somos meninos mesmo
Temos medo das estórias
E não tememos a carochinha
Hoje pretendo contar
Os pousos dos animais
Ver suas peles e penas multicores
A deduzir que tenho o mesmo medo
Das estórias da carochinha!
DIA E NOITE
Passei a ter medo da noite
Não de noite
Quando não vemos os ameaçadores do dia
Quando a gente ver o que é daquele dia
Com mais acepção e precisão.
E se previne a noite
E pensamos com a luz do sol, no dia
Que não tem nada a ver com a noite
De noite temos as sombras dos sustos
E por ser igual às noite, das sombras
Nada podemos ver, na noite.
No dia o que não queremos ver
Somos forçados também a conviver
E as orações que cantamos de dia
Parece não terem o mesmo sentido
Quando o fazemos no lusco-fusco.
Resguardo-me com o meu coração de adivinho
Que a noite é um destino
E é cabido limpar os seus caminhos
Que se escondem destras das árvores
Que gritam ao mesmo tempo
Que a onça grita
De dor, parindo
De amor, que é ameaçador,
CORAGEM
Chega o tempo em que nossa coragem se perde
De nós e vira um espectro a nos afligir.
Também, que para nós corremos o medo
De nossas próprias sombras
E trememos em sentirmos a ausência
De um braço largado sobre o nosso colo
Nas noites de sono e de insônia.
Atingiremos, com sorte, o tempo em que absortos
Passamos a retocar o cosmos
Sonhando com estrelas e lua
E o vácuo infinito que nos cabe estrelas e lua
E passamos a contar aos outros
Que não temos certeza do que somos
De onde viemos e aonde andamos.
Da noite fica o sentido de que tudo abandonou-nos
E não podemos ter a noção do tamanho que somos
E que já fomos maiores nos desejos
Nos sentimentos, e no espaço que continha-nos.
Chega o tempo, para quem tem sorte,
Que parecemos trocar um abraço com a solidão.
SEQUENCIAL
Por haver já passado o ontem
E já o veio com um presente
Nada de nada quero trazer ou lembrar
Porque o inexpressível que se chama
Da onda de vento que varreu, bem apagou
Os pontos que formavam outra vida
De uma seqüência de dias e do próprio ainda
Quando andávamos brincando com o começo.
Está lá na extremidade acima
O desatino de nossa sorte
Que não fizemos ou construímos
De forma errada, nos era cobrado
A que fizéssemos certo.
E está lá no fim de baixo
O emaranhado de estopa
E a marca de muitas mãos
Circundadas por outros gestos
A forma de consultar o mundo.
Tudo apenas começou e já somos errantes
No caminho do centro
Longe do que poderíamos
Aprender com as formigas
Atrevendo-nos qualquer direção
Com os alinhavos nas mãos
E um nó de ponto cozendo nossos pés também.
RETRATO
Rasguei o retrato
Em que aparecíamos colados.
Numa parte ficou menos de mim,
Na outra ficou mais você.
De um lado fiquei sozinho
No outro você ficou sem ninguém.
Num pedaço fiquei sem um braço
No outro fiquei te abraçando
Numa parte você focou sem pescoço
Na outra ficou minha mão.
Por esse avesso de coisas
Eu me assombro
Só de perceber
Quão forte é a ligadura
Que ainda nos une.
Rasguei o retrato
Tentando separar nossas vidas
Mas a nossa dividida direção
Cruzou-se em todas as frente
E misturou-se por trás.
Faces solitárias,
Mãos resistentes
Que não se separaram...
Como um nó.
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