Ruth Rocha Amor
Venha aqui e segure as chances com as mesmas mãos que você deu seu coração.
Pelo monitor eu vejo você congelada só para mim, ao mesmo tempo para todo o resto. Pelo monitor eu vejo a mim congelada só para ti, ao mesmo tempo em que respiro devagar para não estragar a chance de uma nova foto.
QQ. (:
Quando você estiver triste
Quero ser a alegria pra fazer você sorrir
Quando você chorar
Quero lhe dar meus braços confortáveis para te consolar
Quando você sentir frio
Quero ser o seu sol pra te esquentar
Quando você se sentir sozinha
Quero ser aquele que fará com você um par
Quando te faltar amor
Quero poder compartilhar todo meu amor com você
Quando se sentir insegura
Quero que saiba que continuo segurando suas mãos
Quando você achar que é o fim
Quero ser o teu recomeço
Quando você achar que a vida não vale a pena
Quero que você saiba que eu amo você
♥
Queria ser uma borboleta.
Azul céu, rosa e violeta.
Livre, leve, solta
Vaguear devagar
fantasiar
devanear
voar, voar, voar
Sem nada com que me preocupar.
Sair por aí
Borboleteando
Flutuando
Vivendo
Sem precisar sair correndo
Com verdade
Com intensidade
Dia após dia…
Ser meu própio guia.
Saudades do meu tempo de criança. Que a única dor, seria dor de barriga. Que as lágrimas, seriam de manha. Que o amor, seria apenas minha mãe. Que o temor, seria do bicho papão. Não havia nada com que me preocupar, apenas brincava, comia e dormia. Mas criança é boba, quer crescer, e não sabe que crescer dói. Que as dores são inúmeras. Que as lágrimas não secam. Que o amor… Amor? Que amor? vamos falar então de temor. Temor do amor, do futuro, dos pensamentos, das dúvidas, de si própio. As responsabilidades cosomem. O tempo destrói. O silêncio corrói. O que há de atrativo em crescer? Bom mesmo é ser criança. Porque criança, tem esperança.
Beijos, desejos
alucinações e paixões
meu corpo é como pimenta
que esquenta
que arde
que queima
desejando teu corpo
pesando sobre o meu
Tudo que quero agora
é um beijo seu.
Vais me pertencer
vais me ter
e vais ser o homem
mais feliz do mundo.
Quero tirar teu sossego, fazer teu corpo estremecer, enlouquecer, de tanto prazer. Vais sentir o meu calor e com tanto fervor vais implorar por mais. Eu não vou te deixar em paz, vou te fazer cair em meus encantos, e por todos os cantos vias lembrar de nós dois. E toda vez que lembrares, será como a primeira vez. Vou ganhar esse jogo, e teu corpo vai queimar feito fogo. Não adianta dizer que não, você já está na minha mão.
Hoje eu não quero nada. Nem beijos nem abraços.
Quero apenas ficar sozinha, curtir minha dor e materializá-la em versos.
Versos sem cor, sem brilho, porque é assim que estou agora.
Tudo que era estampado, agora está desbotado
tudo acabou, tudo se foi
Minhas poesias mudaram de cor
agora está tudo tão cinza, tão sombrio
porque deixastes minha vida nesse vazio?
Você me tira do sério com este mistério descrito em teus olhos. Com esse teu jeito me deixa dengosa, maliciosa, sedenta por teus lábios que me esquentam e me fazem sonhar. Sonhar que o amor pode acontecer e enfim permanecer entrelaçados por todo viver. Cuida de mim que eu cuido de você, eu te prometo meus melhores beijos, meus melhores abraços, meus melhores amassos. Rente à sua pele minha respiração vai sempre estar pra te conquistar e te fazer me desejar ser tua mulher pro que der e vier. Você me fez sorrir novamente e eu simplesmente adoro ficar com você, e de forma alguma eu quero te perder.
Relacionamentos são assim, uma hora você adora, em outra você odeia, mas eu só sei de uma coisa: que eu quero que esteja longe de mim o estar longe dele, porque eu choro, me desespero e me pergunto se as perguntas estão certas, mas eu amo, sonho, supero, aprendo, enfim, eu vivo!
Pelo pisado do pé
Ninguém diz:
É negro é branco
A pele dista
Mas é só um manto.
O branco tem no olho um preto
No do preto tem um branco
A pele dista
Mas é só um manto.
TEIA
Escolho ao acaso uma folha branca
Mas que podia ser verde, ou de outra cor.
A intenção é escrever o poema
E que ele saia nítido como esta cor oportuna.
E escrevo, faço intercalações,
Faço a palavra que mais se adequou, distante,
E ponho um risco ligando-a ao nome.
Comecei por chamar saudade
Mas vi que o sentimento era outro,
E o nome obrigado teria
Que não se chamar saudade.
No meio da página a poesia quase enfeite,
Derramo café e espero secarem as idéias.
Ponho um preposto, entre o sentido e o fim,
E pra quem vem lendo de lá,
A alfândega perde o pedágio
E a poesia ganha outro ditame.
O lápis por descontrole pára.
E a poesia silenciou, quando afluíam
As falas, as almas, os encostos.
Aí me deito delgado, de cara pra cima,
E do teto a aranha tece sua nova roupagem,
O acabamento impecável
Que, se lembrasse, usaria na poesia.
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naeno* com reservas
"Choro de flauta, de bandolim, choro de olho, dentro de mim.
A lua brilha tão distante, meu amor. A lua toca o coração de um tocador"
DEUS
Deus o ser invisível que se põe entre nós e os nossos olhos
Uma nascente borbulhante que levanta a areia da profundidade
Um silêncio que se ouve com a quietude do coração
Olhos atentos que nos conta um a um na escuridão
Que a todos se revela pela bonificação de acréscimo do seu amor
Um rebento que chora ao ver-Se sair de suas próprias entranhas
E que em nós se acomoda calmamente, comendo e dormindo
Dos mesmos hábitos dos quais já somos costumeiros fazer.
Deus que se perpetua a cada momento, desses momentos começos,
E que não se finda, mas que se renova todos os dias, nas manhãs
Que ele mesmo traz com o zelo por haver criado.
Deus que na sua magnitude, infinitude, criou um fim imprevisível,
Que a nenhum cabe conhecer. Só o começo, só o meio.
Porque o fim, disto de Deus, foi criar-nos uma perfeita obra
Na complexidade de seres humanos. Amados por Ele incondicional.
Deus, que torna-nos infinitos, porque, em viver e morrer
Somos cativos dos seus olhos,
Que viver não é morrer, mas consubstanciar-se Nele,
E de uma entrega, quase sempre dificultosa, por não sermos
De sua mesma matéria. Relutamos às vezes acreditar Nele
Que vemos, sem precisar dormir para sonhar. Porque Deus
Não é sonho que se conte. E se alguém pensou assim.
Verdadeiramente O viu, e em vendo-O, voltou confuso
Da procura. Que pode ser longa, demorada e curta,
Porque Ele depende de nossa fé, de nosso acreditar dormindo.
E enquanto dormimos Deus, vela nosso sonho
Com o zelo do artista que aprecia as minúcias agora percebidas,
Na obra que criou. E que quanto mais olha mais fica orgulhoso.
Deus é assim, um presente que se abre todo dia e não se amontoa
Sobre nossa cama, porque a cada dia só temos um, o mesmo,
Deus inigualável, Deus inavaliável, Deus que se dá mais!..
Muito mais, distando consideravelmente, do que recebe de nós.
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naeno*comreserva
RUAS AFLUENTES
Ruas da minha cidade
São para elas que o rio acena
Em suas passagens tortas
Procissão dentro da caatinga
Cheio de água, de saudade
Pois sabe que a cada ponto
A volta se é mais improvável
E sua espera é certeza.
Do mar de outras cidades
Que não acena às suas ruas
Molha as suas encostas,
E nunca foi passageiro
Sempre ele vai, ele volta.
Um tubarão de espreita
Que engole o rio, sem pena
O rio que deixou saudades
Que à borda dele passaram.
Rio de minha cidade
Para ele as ruas acenam
Em pontos tão esperados
Que um gesto dista do outro
Que passa afogado em saudade.
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Naeno* com reservas
"Sou o que se pode chamar um nome. Indescritível. Um baixo retrato. Um pai, um filho, um espírito. Nunca um santo."