Ruth Rocha Amor
Sentimentos devaneiam como um veleiro à deriva no mar.
Palavras lúdicas ecoam dentro da mente como se recitasse um prologo.
Atitudes eloquentes ressaltam desejos auspiciosos de um conúbio subserviente.
Sua pele branca e macia aguça o diletantismo da paixão sobeja.
Contrito por espezinhar suas emoções, protelo paulatinamente meu amor como desabrochar das flores no inverno
“O que determina a nossa eternidade são as coisas boas que plantamos no coração das pessoas e, de alguma forma, essas coisas boas nascem, crescem e se multiplicam em outros corações.”
Noite de Fogo
Saudades do teu cheiro,
feromônio que embriaga, perfume que marca.
Do teu corpo colado ao meu,
pele na pele, sem espaço pra tempo,
sem tempo pra pensar.
Saudades do teu louco amor,
instinto e entrega,
uma explosão de mundos
que colidem em gemidos abafados.
Teu som, um mantra,
ecoando na bagunça da cama
como sinfonia do caos.
Uma louca viagem,
onde prazer e sentimento se misturam,
um universo que se expande
entre mãos trêmulas e olhos fechados.
Cada toque, uma nova descoberta,
cada suspiro, uma nova língua
que só nós sabemos falar.
Quero mais uma noite assim,
onde o infinito mora entre lençóis
e o mundo lá fora
não passa de um sonho distante.
Vem, bagunça meu corpo,
desordena minha alma,
e me faz perder a razão outra vez.
[Uma Mulher Docemente Selvagem]
Pessoas olhavam para a maquiagem na tua face
Elas sorriam enquanto olhavam teus lindos cabelos pretos
Era simplesmente tua graça docemente selvagem
Eu de jeans azul-marinho subi no palco para o dueto
E você cantou suavemente nossas músicas de escuridão
A banda estava bem com a nossa incrível apresentação
A música veio para continuar eternamente sob uma luz confortável
Eu terrivelmente estava evidentemente amável
Você cantou a noite toda, parecia que estávamos no paraíso
Pois sempre te adorei por você dignificar teu próprio estilo
Criaturas fatais emergiam das sombras cinzentas
Ansiosos para assistir a tua agradável presença
Pessoas olhavam para a maquiagem na tua face
Elas sorriam enquanto olhavam teus lindos cabelos pretos
Era simplesmente tua graça docemente selvagem
Eu de jeans azul-marinho subi no palco para o dueto
Pessoas ficavam em pé em suas cadeiras para criarem seus pontos de vista
E você cantou suavemente nossas músicas de escuridão
Como eu suspirei quando me perguntaram se eu sabia teu nome
Ôoh, sim
❤🌹
Para tudo nesta vida há um propósito, um tempo determinado por Deus. Cada prova e cada luta que enfrentamos aqui é um processo de aperfeiçoamento. Assim como o ouro precisa ser derretido na forja e depois martelado repetidas vezes até alcançar a forma desejada pelo ferreiro, nós também passamos por fases de transformação.
No entanto, Deus, o maior Artífice do universo, não escolheu o ouro nem a prata — Ele escolheu o barro, o mais simples e comum dos materiais, para realizar Sua obra-prima. E mais do que isso: diferentemente do ferreiro, Deus não queima nem golpeia o homem com dureza. Ele nos prova por meio das adversidades, sim, mas também nos promete Sua presença no dia da nossa maior angústia.
Esse é o verdadeiro amor: o amor daquele que se entregou por nós, simples barro, para nos tornar vasos de honra em suas mãos.
Linha Tênue
Sou do 93, tu do 92,
um abismo entre os dígitos,
mas no eco da noite, tua ausência soa.
Espero.
Pelo toque frio do telefone,
pela faísca da notificação.
Mas não vem.
Só o silêncio, que sussurra teu nome
como uma praga ou uma prece.
E eu me perco,
na paranoia dos teus sinais invisíveis,
na ilusão de que teus olhos
passeiam por minhas mensagens apagadas.
Romance ou delírio?
Eu já não sei.
Os teus sussurros habitam as paredes do meu quarto,
teu cheiro, um espectro entre os lençóis.
Cada vibração no bolso é um coração que para.
Cada número desconhecido, tua sombra que escapa.
Serás real, ou fruto da febre?
Diz-me, és mulher ou miragem?
Meu amor é uma fogueira que devora,
minha sanidade, uma chama que dança.
Do 93 ao 92,
não há distância maior que o medo,
nem paranoia mais doce
que esperar por aquilo que talvez nunca venha.
Coração de Terra Santa
No campo manso e calado,
repousa um coração,
cercado por velha cerca,
feita de negação.
Dentro, um lago dorme em paz,
flores nascem sem rumor,
árvores falam com o vento
segredos do interior.
Fora, olhares se acumulam,
pedem passo, mas não vão,
pois ali diz o aviso:
“Proibido, irmão, entrar não”.
É terra que ninguém pisa,
nem por amor, nem por dor.
O peito guarda o que é só seu,
semente, sonho e ardor.
Quem vê de fora não sabe,
o que pulsa sem mostrar,
coração é chão sagrado —
só o dono pode pisar.