Ruth Rocha Amor
A partida física é apenas uma mudança de rota confundida com a morte.
Morremos quando deixamos de acreditar em tudo aquilo que é necessário para manter e a obter a paz.
O amor que portamos é aquilo que nos leva a iluminar onde for preciso e a única comunhão com a eternidade.
Os verdadeiros mortos são aqueles que acreditam na guerra.
Deus Forte, Santo e Imortal permaneça conosco e com
todos aqueles que amamos
onde quer que eles se encontrem.
Porque creio que o amor ensinado por Ele sempre será mais forte do que a morte.
"Olhando para a cruz percebo que por mais difícil que seja a situação, quem ama não desce do seu compromisso."
Fênix
Assim como Hesíodo
testemunhei,
a bela ave renascer
das próprias cinzas que sobraram de si.
A mais forte e misteriosa,
Fênix.
A cada morte mais vida ela adquiriu.
Ela é como o amor
Fogo incendiário
que até morre, mas nunca acaba.
Sempre ressurge.
E o fogo que a tudo prova,
a purificou das memórias
das cinzas.
E como poesia,
renasceu.”
Ame com calma, Soletre seus gestos, prolongue a intensidade dos atos.
Aumente as pausas, para que o outro perceba seu encantamento.
"Você é a única imagem de Deus que o outro verá!
A divindade é um atributo presente em cada um de nós, ela se manifesta através do amor. Só posso me tornar verdadeiramente humano quando me torno divino; quando amo. Quanto mais divino me torno, mais humano me pareço. Assim, ao dar um passo na direção do outro, dou dois passos em direção a mim."
Estigma
"As pessoas mudam,
memórias não, por isso
todos se apegam as lembranças.
Daí a importância da
cautela, do zelo, do
respeito e dos atos de amor.
Quem você foi e o que
fez é mais poderoso do
que, quem se tornou."
"Namorar é vencer a transitoriedade do ter, imposta pela paixão, transformando toda experiência física em formas de linguagem.
É transformar a voz do outro em letra, a fala em verso, o carinho em verbo, para assim torna-lo presente, mesmo longe, sempre quando for recontado. Por isso cada casal cria seu próprio vocabulário, para conjugar o outro em todos os tempos verbais. No namoro é onde acontece a gestação de uma história de amor!"
"Feliz é aquele que encontrou alguém
que fala coisas bonitas, mesmo dormindo.
Certas pessoas são o próprio poema."
Amar é apostar na lagarta, ainda que ela esteja em sua fase de destruição.
Amar é acreditar na metamorfose do ser.
"Que a dor, quando chegar, o encontre acompanhado com alguém que enxugue suas lágrimas, com os lábios."
Amar o próximo
“Em suma, mesmo que não a assumamos, existe uma cadeia cíclica que quando rompida faz com que a vida perca sentido de potência. A vida serve para servir.”
“Todo amante é insaciável, pois mesmo quando utiliza o toque é barrado pelas paredes do corpo, nunca atingindo assim seu real objetivo; a alma do ser amado.”
Meu mar doce,
represa-la?
Não posso.
És livre mar...
Navegantes?
Só os que permitiu,
mas
não há ainda quem
o desbrave.
És livre mar,
de
ondas curvilíneas,
poente de toda luz.
Povoa a mente dos homens,
morada do desejo.
És livre mar,
a ti, tenho
apenas
um pedido.
Afoga-me.
Antes de julgar ame primeiro, pois ninguém pode dar o que nunca recebeu. As vezes falta ao outro o amor com que amar.
Três de novembro
No mês em que a primavera se despede,
e o sol, mais manso, faz-se presente,
floresciam dias de ouro e espera,
prenúncio de encontros, docemente.
Foi na estação de brisa e lume,
quando as folhas murmuram segredos,
que nos achamos sem alarde,
em cores tênues, sem medos.
Caminhavas já em meus sonhos,
estrada traçada em silêncio,
onde o murmúrio do vento sussurra
o amor que arde em denso, intenso.
O mundo, em sua dança vasta,
girou em círculos de espera,
até que em ti se fez acalanto,
porto certo, luz sincera.
Achei-te na dobra do tempo,
onde o aleatório se curva à sina.
Outros conheci por ócio e acaso;
a ti, encontrei porque eras divina.
Outros, passos soltos, vento;
tu, raiz, urgência, beijo,
entre ecos e risos, enfim,
vi que ao teu lado me pertenço.
Feliz Natal!
Natal é renascimento...
é uma nova oportunidade de ser.
É mais significado que festa.
É ver sacralidade na rotina de um jantar.
É memória que volta ao presente:
os passos do avô, a voz da mãe,
as mãos entrelaçadas ao redor da mesa
e a fé que se estende além do tempo.
É o convite para acolher o estranho,
para enxergar o outro com olhos de amor.
Natal é verbo que se faz atitude:
é ser Deus no abraço de quem estende a mão.
É convite para que sejamos neste dia,
como o menino em seu berço singelo:
pequenos na matéria, grandes no afeto,
humanos no gesto, divinos na entrega.
É quando Deus se limitou a um só lugar.
É prova que o finito pode conter um infinito.
É sentir Deus em um menino.
É repartir esse Deus em fatias de pão.
Natal é época de se repartir e sempre sobrar.