Rita frases
Inconsistência
Ficará a lembrança
Sem alarde
Apenas saudade
A alma aquieta-se
Num apelo de paz
Porque não vingou?
Não foi por falta de amor
Foi o tempo que não deixou
Trazer as respostas
Onde o respeito
Foi o nosso desfecho.
Rita Eduardo
Outonando
Hoje sou árvore morta
Despida do tempo que não vingou
Revolta ao vento
Dissipando os resquícios do que ficou.
Minha estação requer recolhimento
transpor um novo momento
em todo contínuo tempo
há esperança de florestamento
em cada folha que ao chão deitou...
Em cada flor que sorri o dia
Vejo a vida renascida
No oralho que desliza
Seiva a terra agradecida
Para um novo efluir.
Rita Eduardo
As palavras guardadas
nunca ditas
Caem folha a folha
secas no meu sentir
e voam ao vento
para ocupar outros espaços
Invernando
Descem ao chão
musgo de esperas
do tempo exato
a serem proferidas
numa nova estação.
Rita Eduardo
Arrebol
O dia pede descanso
deitando a noite
Num arrebol que memoriza
as lembranças fustigadas
O tempo que se perdeu
nos becos da saudade
O silêncio me limita
a distância inatingida
Teu nome não mais compondo
a poesia do meu sonho
Desfazendo o sentimento
Nas asas do tempo.
Incompletude
Olhar fora não te ver inserido.
Olhar dentro e te ter contido.
Enfrentar as horas em vãs esperas.
Adormecer sem suas esmeras.
Amanhecer e descobrir que eram só quimeras.
Rita Eduardo
Amo muita gente
Mas você é divergente
É a pura energia em que em mim habita
Sol que me alimenta
Adubo que me seiva
Raiz que me sustenta
Atmosfera que me mantém
Florescência permanente
Em ti me transpareço
E minha essência se traduz.
Desperta-me a leveza no silêncio interno.
Onde cubro azul a imensidão dos dias nublos.
Em ti sentir assim profundo,
eu repouso a minha paz.
Alvorecer
Como um Sol,
despertas minha vontade de
alvorecer.
Perfumando a vida
em um novo florescer.
Despertas minha vontade de apassarinhar.
Cantando o dia
a vontade de te amar...
Vertigem
Vontade insana de permanecer ao relento
Onde o sentimento se desnuda,
acolhendo a solidão.
Plácido querer
Vertiginosa paixão
Da noite fria,
que se fez verão.
Estiagem
A terra sedenta e exaurida
Convidava a chuva para um beijo.
Precisava acolher
Para um novo florescer.
Nada a fazer
Apenas esperar,
a borboleta voltar...
Ela sempre volta!
Nuvens
Quando nuvens densas
encobriram os meu dia,
faltava-me o teu encanto,
aflei ao vento um suplício de acalanto.
Refiz o caminho...
buscando a energia perdida,
encontrei a luz
que julgava vir de ti;
em mim.
O sol brilhou !
Voo no vão
Avisto a flor em vão
sonhando que fosse minha
na ânsia de saquear o néctar
descansar as asas
das desditas dessa vida.
Nas horas torturantes
mais um dia que se finda,
minhas asas já tão frias...
meu desejo é quase oração
fecho os olhos e o sonho é vão...
Amor Contido
A zona de conforto que me protege da distância dos seus olhos e me mantém no seu abrigo,
permite que respire macio.
Onde a alma se agasalha
nas trocas transbordando de afeto,
o mundo todo cabe... só em ti, me basto.
Depois que passei pelo breu do casulo, o sol brilhou.
Sequei minhas asas na doce melodia do vento.
Buscando um novo alento,a flor amparou.
Não temo o espinho
Tenho a leveza de ser borboleta.
E a certeza de que num breve existir,
Determino a minha essência.
Comunhão
Como uma luz que me guia
Ao recôndito da paz
Tudo se transforma em prece
quando em mim te encontro...
Inspirando teu nome.
Expirando saudade.
Na pausa a Deus professo
que se mantenha o nosso enlace.
Encruzilhada
Tão perene existir...
perfeito intrínseco sentir.
quando te penso...
no primeiro e último momento.
Saber que estamos juntos,
no pensamento.
Separados pela encruzilhada do tempo
Exato !
das mão que não se tocam.
Clara luz que irrompe o dia.
Louvo a paz que me domina.
No recôndito querer que transpasse a física.
Que em teu ser se faça a simetria.
