Rima de Amor

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A humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um sacrifício e do amor um pecado.

O amor pintam-no cego e com asas; cego para não ver os obstáculos; com asas para os transpor.

Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra.

Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe.

No amor todos os caminhos acabam de forma igual - desilusão.

É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações.

Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.

Na sua primeira paixão, a mulher ama o seu amante; em todas as outras, do que ela gosta é do amor.

Lord Byron
BYRON, L. Canto III (1821)

A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado.

O amor é a única paixão que não admite nem passado nem futuro.

A amizade da mulher para com o homem é um beco sem saída, para o qual a empurrou o engano no amor.

Crônica de um amor anunciado

Toda pessoa apaixonada é um publicitário em potencial. Não anuncia cigarros, hidratantes ou máquinas de lavar, mas anuncia seu amor, como se vivê-lo em segredo diminuísse sua intensidade.

O hábito começa na escola. O caderno abarrotado de regras gramaticais, fórmulas matemáticas e lições de geografia, e lá, na última página, centenas de corações desenhados com caneta vermelha. Parece aula de ciências, mas é introdução à publicidade. Em breve se estará desenhando corações em árvores, escrevendo atrás da porta do banheiro e grafitando a parede do corredor: Suzana ama João.

A partir de uma certa idade, a veia publicitária vai tornando-se mais discreta. Já não anunciamos nossa paixão em muros e bancos de jardim. Dispensa-se a mídia de massa e parte-se para o telemarketing. Contamos por telefone mesmo, para um público selecionado, as últimas notícias da nossa vida afetiva. Mas alguns não resistem em seguir propagando com alarde o seu amor. Colocam anúncios de verdade no jornal, geralmente nos classificados: Kika, te amo. Beto, volta pra mim. Everaldo, não me deixe por essa loira de farmácia. Joana, foi bom pra você também?

O grau máximo de profissionalismo é atingido quando o apaixonado manda colocar sua mensagem num outdoor em frente a casa da pessoa amada. O recado é para ela, mas a cidade inteira fica sabendo que alguém está tentando recuperar seu amor. Em grau menor de assiduidade, há casos em que apaixonados mandam despejar de um helicóptero pétalas de rosas no endereço do namorado, ou gastam uma fortuna para que a fumaça de um avião desenhe as iniciais do casal no céu. A criatividade dos amantes é infinita.

O amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lo público. É a nossa vitória contra a solidão. Assim como as torcidas de futebol comemoram seus títulos com buzinaços, foguetório e cantorias, queremos também alardear nossa conquista pessoal, dividir a alegria de ter alguém que faz nosso coração bater mais forte. É por isso que, mesmo não sendo adepta do estardalhaço, me consterno por aqueles que amam escondido, amam em silêncio, amam clandestinamente. Mesmo que funcione como fetiche, priva o prazer de ter um amor compartilhado.

O amor passa, a amizade volta, mesmo depois de ter adormecido um certo tempo.

Ainda que seja raro o verdadeiro amor, é no entanto menos raro que a verdadeira amizade.

O amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique.

No homem há mais amor-próprio do que amor; na mulher, pelo contrário, há mais amor do que amor-próprio.

O amor de mãe é o combustível que capacita um ser humano comum a fazer o impossível.

Renunciar ao amor parecia-me tão insensato como desinteressarmo-nos da saúde porque acreditamos na eternidade.

Amor são duas solidões protegendo-se uma à outra.

Você, o seu ser, tanto quanto qualquer pessoa em todo o universo, merece o seu amor e sua afeição.

Sharon Salzberg
Lovingkindness: The Revolutionary Art of Happiness (1995).

Nota: O pensamento costuma ser atribuído a Buda, mas parece ser uma interpretação da autora a partir de um pensamento de Buda.

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