Questão
'A volúpia é uma menina rebelde, em que faço questão de dominar sua mente, submeter seu corpo e domar sua alma'. (Luscious Marcius Wercingetórix).
O perdão nasce com a decisão de não se "renovar" a questão. Quando Jacó e Esaú se encontram frente a frente, nenhum dos dois tocaram no assunto que os separou.
UM POUCO DE MIM
Certa ocasião escrevi sobre a morte e reportei que a mesma era uma questão de opção. Na mesma senda, nossa vida também é repleta de oportunidades. Hoje, dia que para mim é como qualquer outro, apesar de estar encerrando mais um de tantos ciclos, reflito o que consegui conquistar e, sem qualquer sombra de dúvidas, primeiramente, a dignidade de estabelecer objetivos: escolares, familiares, fraternais, amorosos, de trabalho, projetos, enfim, aquilo que dependa de mim. Não me entendam como uma “mônada” isolada, que se julga capaz de conquistar o universo tateando sozinho na sua escuridão. Bem certo de que a solidão nos remete à reflexão, entretanto, as ações que mais nos permitem a evolução são aquelas que envolvem objetivos e ensinamentos coletivos. Apesar de ter o rótulo do filho mais folgado, nem sempre as coisas foram fáceis, ao que agradeço às orientações deixadas por meus pais, exemplos de superação, sonhos e realizações. Comparadas às provações que a vida lhes apresentou, deveria dizer que não tive sequer um grão de areia como obstáculo, em face do deserto pelo qual os mesmos tiveram que superar. Para tanto, família, trabalho, obstinação e amor, auxiliaram a matar a sede para a travessia. Aliás, quem caminha sedento e, a conta-gotas, com paciência e obstinação, vai buscando energias para chegar ao oásis, bem sabe que este é um caminho sem fim. Ao longo desse intervalo terreno, muitas situações inusitadas já passei. Várias “picadas” foram abertas nesse andar, muitas, deixando “grosseiras” provocadas por alguma aroeira no caminho. “Enxertos” desafiando as relações da própria natureza, como dar uma mãe (“Vaca Chaleira”) a um terneiro órfão (Takamanakira). Outro dia conto mais sobre isso, com detalhes. A tarefa diária, antes do “colégio”, não era lá das mais admiradas para um guri de parcos anos de idade – nem se fale nos dias de geada -, contudo, ao mesmo tempo, mostrava avanços inexplicáveis naquela relação que nasceu resistente, usando-se, inicialmente, a força de “acessórios” como cordas (sogas), maneias e palanques, até que um simples acompanhar daquele ritual mágico, se transformava em uma bela cena de total adaptação e, porque não dizer, evolução.
Afinal evolução de quem?
Nesse caminho vi nascer flores dos braços de minha mãe que, a malho, ferro e fogo, cortava e moldava arranjos que, mais tarde, eu via desfilar em bailes nas cabeças e vestidos de muitas “moçoilas” de minha geração. De alguma forma, eram “essas flores” que garantiam a minha presença em alguns desses eventos festivos. Muitas outras flores e projetos vi enfeitarem a vida dessa “jardineira”, o que daria um livro que não me atrevo a, sequer, principiar. O meu pai, por sua vez, altivo, nunca, jamais, me deixou sem amparo nos momentos mais difíceis que a adolescência insistia em “me aprontar”, mesmo acidentes que envolviam alguma “remontagem” material. Sabe-se lá se eu teria ou terei com meus filhos a mesma tolerância. Caso eu falhe, certamente, não estarei seguindo as diretrizes que me foram confiadas.
Seguimos lutando para vencer cada obstáculo!
Aos meus amados irmãos, agradeço a conjunção de esforços, de todas as formas: física, espiritual, material, emocional etc. Até mesmo às acaloradas brigas, onde sempre levava a pior, pois os “cascudos” vinham em cascata, dos maiores até o menor - no caso - eu mesmo! Aprendi muito e, como já ouvi dizer, vivi na “folga” em relação a muitos percalços ou carências que talvez tenham tido mais do que eu. De qualquer sorte, mais “liso” ou não, tenho a convicção de que fui “curtido” nessa santa troca de cumplicidade, desde as “pescarias” capitaneadas pelo pai, onde eram transformadas em “engenharias de aramados” que acabaram “tramando” homens de verdade! Obrigado a todos vocês: Pai, Mãe e meus Irmãos!
A lição disso tudo: “cultura”! Tanto a do cultivo da terra quanto do campo das letras; em ambas a arte da semeadura, da plantação, do cuidado, do controle das pragas e das rezas elevadas ao alto.
Graças aos exemplos que tive, sempre traduzo cultura como forma de comunicação, não só através de um modo eloquente e rebuscado, mas aquele em que se adapta ao meio onde estejamos, permitindo que haja entendimento: desde um diálogo com um heroico peão de estância, até o mais refinado desembargador em algum tribunal desse país.
Com essa “grande bagagem”, tive o alicerce seguro para sair de casa aos 14 anos, morar “sozinho” com meus irmãos, saindo dos braços de um lar, buscando um horizonte que dependesse somente de mim. Saído de uma escola onde a religiosidade era o mote central para a realidade de uma escola pública que, logo em seguida, emendei com o sonho de uma faculdade de direito, também pública.
Os amigos: onde teriam estado? Em tudo que me move! Os verdadeiros! Os de ocasião, nem os contaria!
Claro que nominá-los seria um desrespeito! Entretanto, a força motivadora desse laço extenso e infinito que se chama amizade é uma das insuperáveis demonstrações da presença de um Ente Supremo.
O mais incrível de tudo isso é que olho para as décadas que passaram e tenho a alegria de registrar que muitos amigos, de longa data, permanecem no meu convívio diário, que distância ou tempo nenhum separam. Outros tantos, agregaram-se nesse rol com uma intensidade que os coloca como partícipes das amizades que parecem transpor nossa própria existência terrena.
Até mesmo aqueles que partiram para o oriente eterno, tenho sempre vivas as lembranças boas e até passagens tragicômicas, que me fazem rir da vida quando ela nos apronta!
Acadêmicos, colegas de aula, colegas de especialização, de mestrado, colegas de trabalho etc. Nossos rastros ficaram vivos em cada lugar que passamos.
Aqueles que, eventualmente, não consegui agradar, tenham em mente que nunca tive como desiderato de vida fragilizar a vida dos outros, nem mesmo em pensamento.
Toda discussão que envolve rotular as pessoas procuro passar ao longe, pois sou adepto da discussão de ideias e não de preconceitos!
Porém, na lição de Confúcio, em os Anacletos, um aprendiz indagava ao mestre: uma injúria se paga com uma boa ação? Ao que o mestre respondeu: uma injúria se paga com retidão, afinal, com o que se pagaria, então, uma boa ação?
Nesse contexto, faço breve conexão sobre o perdão, que é algo salutar, em certa medida. Todavia, o perdão reiterado pode significar conivência, acabando por ceifar uma oportunidade daquele que necessita alguma evolução.
Aos meus filhos, não vou dedicar muito do que aqui escrevo, pois espero registrar a cada dia minha gratidão em gestos de amor e de carinho, que nos fortalecem para seguir empreendendo nessa aplicação Divina, cuja rentabilidade pode não dar inveja aos economistas mas me tornam uma pessoa repleta e muito rica: riquíssima!
Enfim, já plantei árvores, já escrevi livros e tenho meus amados filhos!
Com franqueza e escusas pelo lugar comum, minha maior ambição é a velha máxima popular de continuar agregando vida aos anos e não anos à vida!
Certa ocasião, em algum tempo dessas “décadas”, escrevi:
“Meu único amor
é amar ter muitos amores
este é o meu jeito de ser
‘eta’ jeitinho danado
me arrumou mais você”.
Clamo que não me entendam mal sobre o sentido de amor acima referido, pois deve ser entendido na plenitude que o amor merece.
Faz tempo que escutamos - e acreditamos - em “tempos modernos”, bem decifrados pelo poeta Lulu Santos. Contudo, se faz necessário impulsionar, na realidade, “um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não...”.
Assim, com o “tempo voando e escorrendo pelas mãos”, vou encerrando esse pensar comigo mesmo, que ouso dividir com todos que me acompanham ao longo desses anos.
Espero, sinceramente, tenham servido para abrandar as arestas e imperfeições que tenho, nessa luta diuturna para tentar mitigá-las, para me tornar, cada vez mais, digno de conviver com pessoas tão especiais como vocês.
Obrigado a todos, TODOS MESMO, que me permitiram refletir para um sentido e para um sentimento, que ele seja: EVOLUÇÃO!
Alfredo Bochi Brum
Quanto à questão da pregação... O perigo está em ficar preso ou às anotações próprias ou ao que foi preparado, e esquecer a “liberdade do Espírito”.
"Dizem que para ser menino é uma questão de nascimento, ser um homem é uma questão de idade...Mas ser um cavalheiro é uma questão de escolha."
☆Haredita Angel
Casar ou não casar; eis a questão:
NÃO vos CASEIS por casar,
Caso em vós não haja AMOR; ou sofrereis grande dor!... É mui melhor livre estar, pró AMAD@ procurar!
É uma questão de simplesmente sentir (Chopin - Nocturne op.9 No.2)
Abraça-me forte, sinta os batimentos.
Escute a cada vibrato ecoado.
Enquanto eu sinto o teu peito
Destrinchando cada sentimento teu,
Até torna-los algo simples para ti.
Credulamente quero teus cachos envolvendo
Minhas mãos sobre tua nuca.
Teu cheiro consubstanciado ao meu,
Sentindo nossa melodia ser a mais afinada.
Busco a intensidade que exala sobre tua áurea
Sem desapegar das tuas várias vertentes.
Quero integrar meus lábios aos teus e,
Assim, fazer-te o mundo girar.
É uma questão de simplesmente sentir,
Sendo algo tão inconstante
Quanto o próprio amor,
Quando minutos se tornam anos contigo.
Ser idoso, é uma questão de idade... Ser velho é uma questão de espírito...
Ósculos e amplexos,
Marcial
O QUE É SER SIMPLESMENTE IDOSO
Marcial Salaverry
Algo que se comenta muito, é sobre o que vem a ser a chamada "idosidade", ou simplesmente a velhice. Posso dizer com alguma segurança, que a verdadeira velhice está no espírito das pessoas, que simplesmente se entregam à passagem do tempo, esquecendo-se de que seu espírito pode permanecer jovem, apesar da carcaça envelhecer.
Conheço velhos com 40 anos, e jovens com 80. Cada qual com uma maneira diferente de encarar a vida. Vejam como podem ser identificados e enquadrados os diferentes espécimens:
Ser idoso é ter idade, pois não se pode deter a passagem do tempo, mas o avançar do tempo, não justifica uma eventual perda da alegria de viver. Não podemos e nem devemos perder nossa jovialidade. Afinal, se ainda estamos vivos, já é algo para ser comemorado.
A idade pode trazer um certo desgaste para nossa matéria, mas não justifica que deixemos nosso espírito se desgastar, ou abater por causa disso. Basta que aceitemos as consequências que a idade pode nos causar, e adaptarmo-nos a elas, vivendo com elas, e não apesar delas.
Quando temos algum objetivo, algo que desejamos fazer, não devemos perder tempo (mais ainda), nos indagando se vai valer a pena, devido ao tempo de vida que ainda nos poderá restar, ou nos negarmos a algum novo projeto, escudando-nos no fator etário. Devemos procurar desenvolver nossos projetos, talvez ainda com mais garra do que quando éramos jovens, ainda mais se considerarmos que nos resta menos tempo agora...
É tão bom sonhar, e não apenas quando dormimos. Sente-se velho aquele que desiste de seus sonhos, e se entrega simplesmente ao sono...
A idade não impede que sempre queiramos aprender mais alguma coisa. Sente-se um velho alquebrado, aquele que desiste de tudo, e apenas deseja ver o tempo passar, dedicando-se somente a atividades "próprias para velhos". Aliás, o que são "atividades próprias para velhos"? Será que apenas jogar dominó, e conversar lembrando o que fez quando jovem?
Melhor é descobrir o que são "atividades para idosos", ou seja, é aquilo que gostamos mais de fazer...
Temos na verdade, algo para ensinar, algo que nossa vivência nos trouxe, e que podemos repassar para os mais jovens. E isso é muito importante, desde que saibamos repassar nossos conhecimentos, a quem os queira absorver.
O que de melhor nos traz a idade, é a capacidade de saber amar, que não pode ser jamais perdida.
Amar algum amor, amar quem nos cerca, amar a Natureza, amar a Deus, enfim, AMAR. Ficamos velhos, se perdemos a capacidade de amar, e apenas sentimos ciúme, tristezas, lembranças.
Temos que considerar que a cada dia nossa vida recomeça, então ele pode ser o primeiro daqueles que ainda nos restam, e poderemos fazer planos para os demais. Não vamos julgar que ele pode ser o último, ainda que possa mesmo sê-lo. Mas sempre vamos viver pensando no futuro, e vivendo o presente. Velhos ficam apenas lembrando do passado...
Devemos sempre saber fitar a linha do horizonte, tentando descobrir nossos limites, lá, onde o sol pode iluminar nossa esperança no futuro, e não apenas nos voltarmos para o passado que afinal, embora possa ter sido de glórias, já passou. Ter lembranças gostosas é uma coisa, apenas viver delas é outra...
Temos que ter uma vida bem ativa, praticando algum esporte, ou praticando atividades intelectuais, ou ambas, que é para poder sempre curtir adequada e prazerosamente o tempo que ainda temos de vida, e não ficarmos lamentando o que já fomos, sentindo que a morte se aproxima. Ela vem de qualquer jeito, mas não precisamos chamá-la. Ela conhece o caminho, e saberá quando chegar. Deixe que ela mesma saiba hora e local...
As rugas também diferenciam velhos de idosos. Enquanto os idosos tem suas rugas marcadas pelo sorriso, pela alegria de viver, os velhos as tem marcadas pela amargura que marca seus dias.
Para finalizar, uma frase de meu guru L'Inconnu:
"Idoso e velho podem ter a mesma idade no cartório, mas têm idades diferentes no coração."
Linda e definitiva esta mensagem... e com ela no coração, desejo a todos UM LINDO DIA.
Saber ser idoso,
É saber como é gostoso
Ter e curtir um amor...
Existe sempre alguém que é certo para determinada pessoa. É só uma questão de continuar procurando até você achá-lo. (...) No fim você conseguirá o que quer. (...) E deixe que eu diga uma coisa, vale a pena.
Quem encontra, na verdade, é quem se perde. A questão é: encontrar o perdido ou se perder com o encontrado?
O esporte também responde a essa questão de probabilidade quantos jogos tanto quantas tentativas podem ou não obterem a vitoria.....
Chão firme e a corda bamba.
• A questão do verbo "confiar"
1. A questão não é eu confiar em você, e sim a questão de você não confiar em si próprio. Eu estou firme como uma rocha e segura do que quero fazer e segura do que sinto. Eu tenho um conteúdo a lhe oferecer que é a minha confiança, mas você está instável, insegura e incapaz de confiar em si próprio e por tanto se ponhe a dúvida de não conseguir fazer o certo e toda e cada oportunidade que tiver você vai com toda certeza errar.
2. Imagine que eu sou um chão, firme e sólido, se você precisar pular, encontrará apoio para os seus pés, algo sólido em que vai poder pousar. Agora imagine que você é uma corda bem fina, uma corda bamba e imagine que hipotéticamente eu precise pular, o que eu vou encontrar?
• Só terei duas opções: pular e me equilibrar ao máximo o quanto puder e ainda sim cair, ou pular e cair e simplesmente cair.
• Mas, não se iluda! Eu ainda sou chão, sou sólido como uma rocha, e mesmo que eu caia sempre vou saber lidar com a imensidão de todo chão que ainda irei caminhar.
• Bruna Moraes.
Fica tudo num bornal
É uma questão de perceber
A sutileza constante
O quintal é a vida da gente
E, ao que tudo indica
Pode até parecer diferente
Mas, semente semelhante
Gera sempre
Coisa igual a todo instante
Pois a vida nunca foi
Um lugar que fica ali na frente
Não lhe importa
O quanto a gente corra
Pois o tempo não descansa
Entre um sonho e uma lembrança
É tudo imagem somente
Onde a verdade
Está sempre dentro da gente
Num lugar que nada esconde
Porque sempre
Há de chover e fazer Sol
Só o presente interessa
Fica tudo em um alforge
É uma questão de olhar
Onde a vida da gente é o quintal
Não importa nunca a nossa pressa
Coisa que o tempo não tem
Nem precisa
Que, por ser portador da verdade
Sempre há pedras no caminho
O tempo nunca tropeça
E também não pisa em espinhos.
Edson Ricardo Paiva.