Quem Gosta de Ouvir Nao quer Falar

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As lágrimas dos velhos são tão terríveis como as das crianças são naturais.

O sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordados.

Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas.

É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos.

Mudai os tempos, os lugares, as opiniões e circunstâncias, e os grandes heróis se tornarão pequenos e insignificantes homens.

O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.

Quando se destrói um velho preconceito, sente-se a necessidade duma nova virtude.

A maioria dos homens é mais capaz de grandes ações do que de boas.

Aqueles que gastam mal o seu tempo são os primeiros a queixar-se da sua brevidade.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Antologia Breve, 1972

Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.

Mário de Andrade

Nota: Carta a Manuel Bandeira a 8 de novembro de 1924

Os prazeres do pensamento são remédios contra as feridas do coração.

Mesmo à mulher mais faladora, o amor ensina a calar.

O talento é um título de responsabilidade.

Quanto maior é a sua sabedoria mais os homens se afastam da felicidade.

A história é émula do tempo, repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.

Talvez o amor seja apenas o reconhecimento do prazer.

Nunca um marido será vingado tão bem como pelo amante da sua mulher.

Mãe

Mãe - que adormente este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir, meio partido...

Que me leve consigo, adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...

Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,

Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!

A verdadeira inteligência consiste em dar valor à dos outros.