Que Saudades eu tenho da Aurora da minha Vida
Tenho dito tantas vezes, quanto sofro sem sofrer, que me canso dos revezes, que sonho só para os não ter.
E tenho, vos asseguro, tudo o mais que faz de mim uma mulher às vezes viva, às vezes objeto.
Agora me tornarei uma pessoa daquelas que se cuidam para não se envolver. Já tenho um passado, tenho tanta história.
Tenho aprendido coisas que ainda estão vagas dentro de mim, mal comecei a elaborá-las. São coisas mais adultas, acho. Tem sido bom.
O que aprendi, já esqueci, mas tenho a certeza de que de algum modo ficou em mim.
Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.
Tenho vontade de te chamar de idiota, porque é isso que você é. Está me perdendo e não percebeu ainda.
Tenho um amigo que foi preso, acusado de corrupção.
Como cidadão, tenho de reprová-lo.
Como amigo, não posso deixar de estender-lhe a mão...
Quando penso nas cartas da paciência de Frode, tenho a impressão de que o equilíbrio da natureza desapareceu por completo.
(...) Atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos, começa a passar.(...) “Tenho uma boa taça. Quero compartilhá-la com você”. Estende as mãos para a frente, como se fosse tocar o rosto de alguém. Mas você está sozinho, e isso não chega a doer, nem é triste. Então você abre a janela para o ar muito limpo, depois da chuva. Você respira fundo. Quase sorri, o ar tão leve: blue.
Tenho certeza absoluta de que um curinga continua perambulando pelo mundo. Ele se encarregará de não permitir que o mundo se acomode. A qualquer momento, e em qualquer parte, pode aparecer um pequeno bobo da corte usando um barrete e uma roupa cheia de guizos tilintantes. Ele nos olhará nos olhos e nos perguntará: "Quem somos? De onde viemos?"
Claro que sobrou um carinho, uma amizade, uma graça. O mesmo que tenho pelo resto da humanidade que julgo digno de alguns minutos do meu tempo. Mas tudo aquilo, meu Deus, tudo aquilo que era maior do que eu mesma, maior do que o mundo, que me soterrava, que me transportava pra outra realidade, que fazia meu corpo inteiro doer tanto de tanto sangue inchado que passava por ele, tudo aquilo, nossa, acabou. Já era.
– Por que pregar susto na gente, Berrito desgraçado? Tu bem sabe que tenho o coração fraco, o médico recomendou que eu não me aborrecesse. Cada idéia tu tem, como posso viver sem tu, homem com parte com o tinhoso? Tou acostumada com tu, com as coisas malucas que tu diz, tua velhice sabida, teu jeito tão sem jeito, teu gosto de bondade. Por que tu me fez isso hoje? – e tomava da cabeça ferida na peleja, beijava-lhe os olhos de malícia.
Quando finalmente resolvo meu problema de torcicolo, não tenho mais nenhuma vontade de olhar pro lado.
Para mim, o amor é poá. Tenho certeza que você sabe o que é poá. Escolha uma cor. Lilás, pode ser? Então, o fundo é lilás e as bolinhas são brancas. Poá, lilás e branco. Que bonito, que delicado. O amor é o fundo, o lilás. Cada bolinha é uma palavra: convivência, companheirismo, afeto, delicadeza, respeito, paciência, admiração, carinho, tesão, intimidade, amizade, lealdade, sinceridade, fidelidade, e por aí vai. Cada um tem o seu amor, sua forma de amar, seu amor poá.
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