Quando a Gente se Encontrou
Medo de Tudo
"Tenho visto tanta gente com medo
Medo de amar
Medo de se arriscar
Medo de dizer: te amo.
Medo de sair a rua
Medo de uma guerra nuclear
Medo de a água doce acabar
Medo de usar o orkut
Medo de perder o emprego
Tanto medo, que eu chego a pensar:
O que vale mais?Esquecer o medo e viver, ou se esconder de tudo e padecer, como se o mal que tanto temes, já tivesse lhe tirado, todo o prazer de viver?" (J.Ruy)
Porque a vida é assim: Um pouco a gente ri,
um pouco a gente chora. Um pouco a gente canta,
um pouco a gente dança e um muito a gente luta.
um pouco a gente se encanta e um muito a
gente se desencanta. Um pouco a gente anda,
um pouco a gente corre, um pouco a gente voa.
Um pouco a gente confia, um pouco a gente duvida,
um tanto a gente busca e um pouco a gente encontra.
E um muito a gente ama.
Que gente esta, cuja alma está inteiramente amarrada à etiqueta, aplicando, durante anos, todos os seus pensamentos e esforços a manter-se rigidamente à mesa! E não fazem isso porque nada mais tenham em que ocupar-se; ao contrário, o trabalho acumula-se precisamente porque um mundo de dificuldadezinhas impede a marcha dos negócios sérios.
E a gente olha pra trás e vê o quanto as pessoas mudaram. O quanto as coisas mudaram também. E a gente acaba chegando à conclusão de que tudo acontece da forma que têm que acontecer. E nada pode mudar isso. E a gente vê também que só ficou ao nosso lado quem realmente tinha que ficar. Quem realmente se importa. Os que ficaram lá atrás. Paciência né. A gente tem mais é que viver. Sorrir. Jogar fora tudo aquilo que nos atrasa. A vida não espera por ninguém. Ela continua.
A gente dá o que tem pra dar. Quem tem ódio distribui ódio, quem tem amor realiza o milagre da multiplicação.
Barrow-on-Furness
I
Sou vil, sou reles, como toda a gente
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo c leio.
Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
— Acaba lá com isso, ó coração!
II
Deuses, forças, almas de ciência ou fé,
Eh! Tanta explicação que nada explica!
Estou sentado no cais, numa barrica,
E não compreendo mais do que de pé.
Por que o havia de compreender?
Pois sim, mas também por que o não havia?
Águia do rio, correndo suja e fria,
Eu passo como tu, sem mais valer...
Ó universo, novelo emaranhado,
Que paciência de dedos de quem pensa
Em outras cousa te põe separado?
Deixa de ser novelo o que nos fica...
A que brincar? Ao amor?, à indif'rença?
Por mim, só me levanto da barrica.
III
Corre, raio de rio, e leva ao mar
A minha indiferença subjetiva!
Qual "leva ao mar"! Tua presença esquiva
Que tem comigo e com o meu pensar?
Lesma de sorte! Vivo a cavalgar
A sombra de um jumento. A vida viva
Vive a dar nomes ao que não se ativa,
Morre a pôr etiquetas ao grande ar...
Escancarado Furness, mais três dias
Te, aturarei, pobre engenheiro preso
A sucessibilíssimas vistorias...
Depois, ir-me-ei embora, eu e o desprezo
(E tu irás do mesmo modo que ias),
Qualquer, na gare, de cigarro aceso...
IV
Conclusão a sucata! ... Fiz o cálculo,
Saiu-me certo, fui elogiado...
Meu coração é um enorme estrado
Onde se expõe um pequeno animálculo
A microscópio de desilusões
Findei, prolixo nas minúcias fúteis...
Minhas conclusões Dráticas, inúteis...
Minhas conclusões teóricas, confusões...
Que teorias há para quem sente
o cérebro quebrar-se, como um dente
Dum pente de mendigo que emigrou?
Fecho o caderno dos apontamentos
E faço riscos moles e cinzentos
Nas costas do envelope do que sou ...
V
Há quanto tempo, Portugal, há quanto
Vivemos separados! Ah, mas a alma,
Esta alma incerta, nunca forte ou calma,
Não se distrai de ti, nem bem nem tanto.
Sonho, histérico oculto, um vão recanto...
O rio Furness, que é o que aqui banha,
Só ironicamente me acompanha,
Que estou parado e ele correndo tanto ...
Tanto? Sim, tanto relativamente...
Arre, acabemos com as distinções,
As subtilezas, o interstício, o entre,
A metafísica das sensações —
Acabemos com isto e tudo mais ...
Ah, que ânsia humana de ser rio ou cais!
"Acho q fui eu q, muitas e muitas vezes, inventei o amor... Pq a gente sempre vai enxergar o q quiser enxergar se estiver com vontade né?"
"Acho q no fundo a gente gosta das pessoas, mas acho q gosta também da narrativa da gente q aparece quando a gente vivencia as relações."
"O amor é espontâneo. A gente dá o que há de melhor dentro da gente e confia que vai ser amado de volta."
"Às vezes a gente precisa queimar pra saber q o fogo queima. Se isso é infelicidade ou revelação, vai saber... não depende de vc?"
Mulher nenhuma gosta de homem que se arrasta. A gente quer no mínimo um igual. Não alguém em que possa pisar
"A gente pode! E se isso afastar alguém da gente, acreditem, é porque ele não valia a pena mesmo. E pronto."
"A gente caí, levanta, dá de ombros pro motivo da queda e logo se sente pronta pra outra. Num é assim? Na hora, dói. Mas sempre sara..."
A gente fica esperando q o momento de felicidade definitiva aconteça. Isso é bobagem... São as pequenas coisas, os pequenos gestos. Sempre.
