Psicologia da Educação
“Livro”
[...] Vestiu-se com as suas asas de capa dura e repleto de novos conhecimentos saiu por aí, voando apressado pela imensidão daquele livro, página por página, até se sentir livre.
E se faltar feijão, a gente come os livros...
"Não esquenta, por que se faltar feijão, a gente come os livros e se farta de conhecimento. Com o cérebro plástico e a mente cheia de possibilidades, serão tempos sombrios para os oportunistas de plantão que vivem de explorar a inocência e a ignorância do povo mais humilde. Vai ser cada vai se ferrar diferente, que vai dar gosto de ver a cara de espanto deles".
A Revolução dorme na Periferia
Revolução nasceu na periferia, magrela e desdentada mal podia chorar. Não teve forças pra mamar pela primeira vez no peito murcho e já quase seco de sua (ama de leite), vizinha de parede, que havia parido alguns meses antes uma dupla de desajustados (como fez saber alguns anos depois a escola). Ela, Revolução, cresceu em uma rua de terra agitada no bairro mais violento da Zona Norte, onde até o medo tinha medo de estar. Lá não tinha nada (parques, praças, quadras, ruas asfaltadas, essas coisas), mas também não tinha nada de mais, era um lugar comum, feito qualquer um, feito outro lugar qualquer. Era lugar onde se podia encontrar a mais variada gente, onde a alegria vivia cercando as pessoas e a vida pulsava em uma intensidade diferente.
De fato, lá tudo era mais intenso! Os sorrisos, o choro, o cheiro de frango frito, a catinga da cachaça no hálito seco e duro dos bêbados quase mortos caídos na calçada de qualquer jeito e o cheiro da erva, da pedra e da dor que ecoava da tristeza dos olhos da mãe resoluta, sem saber o que fazer diante do excesso que a intensidade do lugar propiciava. Lá democracia era na (b) fala de quem pudesse se impor e, o silêncio, a primeira lição aprendida já ao nascer. Lá buraco era buraco mesmo, fundo, bem fundo! E cavava-se até não ter mais como continuar e quando o buraco já estava mudo, criando impossibilidade de se continuar, cavava-se ainda um pouco mais até o fundo escondido abaixo do fundo que existia no buraco, antes desse se tornar cova. O que não era incomum!
De Revolução só se sabe os sonhos que contava baixinho ao pé dos ouvidos da professora, única pessoa que ela confiou até hoje. Uma senhorinha bem velha, com hábitos estranhos e vestes (alternativas), que contava com orgulho ter pegado em arma nos tempos de escola, durante o período da ditadura militar, onde se reunia com suas colegas durante a noite dentro de uma manilha abandonada na Rua Um (primeira rua a ser pavimentada no bairro), e lá tramavam subversivamente contra os desmandos do governo golpista. Revolução lembra-se dos limões que chupava pra matar a fome e do nó nas tripas que sentia sem poder gritar, lembrava-se dos amigos e amigas que morreram mudos e também dos que conseguiram a liberdade, ainda com pouca idade, na mão de algum salafrário abusador. Revolução reconhecia naquela senhorinha a sua única saída, se espelhava nela e em sua filosofia de vida; a Educação tanto falada pela professora tornou-se seu hino da mudança, sua única esperança de evoluir, já que tudo ali parecia fadado a murchar. As manchas brancas e a pele áspera de Revolução eram dos vermes e das lombrigas adquiridas no contato com a água podre que corria sob sua casa. Revolução cresceu faminta, lambendo os beiços enquanto assistia o frango rodar na ilha de assar exposta no passeio da padaria de seu bairro, onde aprendeu desde muito cedo a se virar. Aos treze anos, Revolução se perguntava por quem todos ali morriam? E perguntava-se também, porque morriam tantos ali todos os dias? Revolução era feliz, apesar de tudo! Talvez procurasse algo, talvez não soubesse ainda o quê, tateando sempre no escuro era mesmo difícil de saber.
Revolução já dava sinais de cansaço e andava meio sonolenta nas aulas, já não se importava com as revoltas nas ruas, nem se revoltava com as incursões da polícia na favela, nem com a iminência da morte de seus amigos subindo e descendo vidrado(s) feito soldados, nos becos e nas vielas, nem com o cheiro de pó e pólvora que impregnavam as suas narinas e oprimiam seus olhos. Revolução incrédula olhava pela janela e sem poder acreditar via a vida diferente. Mas não sabia explicar o que estava vendo ou sentindo! De repente, tudo que foi sempre torto parecia ter se endireitado, parecendo fazer algum sentido. Revolução sentia as juntas doerem e parecia ter os sentidos alterados, as pernas reclamavam o peso de seu corpo e os enjoos e náuseas acentuavam. Já sem paciência, Revolução curvou seu corpo franzino e em meio ao sangue que jorrava angustiante por entre as suas pernas juvenis, pariu gêmeos. Caída no chão da cozinha e sozinha no barraco, nem lamentar podia. E se lhe perguntassem quem era o pai... O que ela diria!
Os dois filhos de Revolução foram criados pela professora e cresceram e viveram até a vida adulta e, apesar da culpa, todos entenderam a importância da luta daquela mulher. Filhos (bem sucedidos) da Revolução nasceram do ventre estreito de sua genitora, mirrados, sem esperança e famintos, foram acolhidos pela professora; e apesar do karma em seus (DNA’s) cresceram argutos, espertos, astutos e hoje lutam pra que outros também possam revolucionar. Lutam para que outros vivam, para que outros não se calem, nem sejam silenciados. E se hoje vivem, é para servir de exemplo, ser espelho da Revolução que na periferia ocorreu... Preta, catadora de lixo e guerreira que nos pariu e morreu. Revolucionária do dia a dia que viveu e morreu um dia de cada vez, que cresceu ouvindo a professorinha dizendo que quem luta e não se cala, cala a fala de muitos e muda a forma que o mundo conforma quando distribui a sorte e desenforma a forma que o deus dos brancos escolheu. Cresceu ouvindo a professorinha dizendo que: - “Quando a periferia tomar consciência de sua importância para a sociedade verá, nesse dia, o desencadeamento da maior revolução da história do Brasil”. E de tanto ouvir a professora falar moveu seu mundo e mudou o rumo de tudo, revolucionando o rumo que a vida preestabeleceu, seguiu em frente orgulhosa enquanto o futuro moldava o presente de toda aquela gente que o passado estranhamente esqueceu. Hoje dorme na memória revolucionária da periferia que na história dos livros ninguém leu.
Mães são paradoxais, mas incríveis!
É fato que toda mulher possui o instinto materno, mas nem todas nasceram com o dom de transformar um ser pequenino em adulto bem resolvido.
Algumas, cientes disso, usam frases de impacto que, de uma forma ou de outra, formam cidadãos de bem. Algumas delas já foram usadas por mães que nunca precisaram usar da palmada, mas sempre olharam no fundo dos olhos dos filhos, todos os dias:
Filho abusado: “Vem gritando que eu piso em seu pescoço”.
Filho que sofreu bullyng: “É bom pra você aprender a largar de ser besta”.
Filho que tirou nota baixa: “Toma esses livros. De agora em diante vai ter que fazer tarefa sozinho! Até que suas notas estejam acima de 8,0, não toca em nada eletrônico”.
Filho bolha: “Se eu receber outra reclamação de sua professora eu te arrebento”.
Filho ladrão: “Vá devolver essa caneta ao seu colega agora, senão eu quebro em sua cara”.
Filho mentiroso: “Mente que eu arranco sua língua”.
Filho birrento (na rua): “Filhinho, vamos ali, perto daquela árvore, cheia de varinhas, que vou te mostrar uma surpresa”.
Filho do quarto bagunçado: “Agora que joguei tudo no chão....arrume, que daqui a pouco eu volto, senão vou jogar no lixo tudo o que eu encontrar fora de lugar”.
Filho carente: “Dá aqui um abraço de 10 minutos”.
Filho barbado: “Tá pensando que eu vou te sustentar a vida inteira? Pode cuidar de arrumar outra teta!”.
Filho desastrado: “Quebrou de novo? Chega! O próximo vou arrancar de seu couro! Quando você trabalhar vai aprender a valorizar suas coisas”.
Filho ateu: “Fique à vontade. Quando precisar de proteção espiritual, ore para Karl Marx que ele te protege!”.
Filho doente: “Mamãe está aqui. Daqui a pouco você estará bem melhor! O que mesmo que aprontou desta vez?”.
Filho que reclama do pai: “Ih! Precisava ver os outros que conheci antes dele!”
Filho que ainda não passou em concurso: “Por que atendeu minha ligação se ainda não teve aprovação?”
Filho que teve sucesso: “Fez sua obrigação”.
Filho que tem filho: “Encoste a mão em meu neto que te acabo, menino! E completa: Venha cá meu netinho, vovó protege você!”
Mãe é Mãe... complicado, mas é quem nos ama de verdade.
Se você plantar uma semente hoje no seu quintal,no dia seguinte, ainda não haverá uma árvore grande e bonita.
Os investimentos não são diferentes, o longo prazo possibilita que você desfrute de uma árvore no futuro, a árvore da liberdade financeira,mas para isso é necessário tempo!
Imprevistos - Corona Vírus
Teve um dia...
Teve um dia que uma notícia inesperada surgiu;
Teve um dia que, de perto, não era mais possível demonstrar afeto;
que precisamos cuidar não só da nossa saúde, mas de toda a gente;
Teve um dia em que dúvidas e angústias apareceram;
Que ficamos sem respostas e não soubemos o que falar;
Teve um dia que tudo e todos precisaram se fechar por um tempo;
Chegou um dia em que um simples abraço a distância significou cuidado;
Que precisamos desacelerar para continuar;
Que precisamos ser resilientes;
Chegou um dia que descobrimos: o outro precisa estar bem para que nós também possamos estar bem.
Que aceitar e aprender um novo modo de ensinar se tornou
coragem e ousadia;
Que os desafios abriram espaço para uma nova forma de significar a palavra VIDA.
Vai chegar o dia em que precisaremos aprender com os mesmos professores, mas de uma forma diferente.
Que pais e educadores estarão, ainda mais, de mãos dadas pelo desenvolvimento das crianças.
Que vamos ter dúvidas de que as coisas não serão tão fáceis quanto parecem, mas que também não serão tão difíceis quanto dizem.
Que não vai ser perfeito, mas vamos construir juntos.
Vai chegar o dia...
Todos os dias estamos sujeitos a pequenos ou grandes imprevistos. Dias que mudam aquilo que estava programado e que mudam o rumo, o destino, nos deixando por vezes sem direção.
Só sabemos que esses dias já estão à nossa frente, que a mudança
aconteceu a passos rápidos, que os fatos desafiaram não só a nós mesmos, mas a toda uma comunidade.
Dias em que é preciso enfrentar os medos
que precisamos abrir mão do idealizado para o que é possível.
Dias em que vamos perceber: a casa é terreno fértil para as mais variadas formas de
Aprendizagem
E que é possível, sim, deixar o saber entrar.
Vai chegar um dia em que a palavra mais valiosa se chamará cura.
E nós, todos nós, temos certeza de que, com a força do verbo esperançar, esse dia logo chegará,
E descobriremos: que eu, você, nós, somos a cura do mundo.
Ouvir a construção do pensamento de um aluno diante de um "erro", é uma das atitudes mais generosas que um professor pode ter.
Vale a pena buscar e lutar pelos saberes.
E,inclusive, no período de escuridão onde muitos estão repousando em seus estados de inconsciência.
Inteligência não é, nem nunca foi proveniente de uma determinada classe.
É apenas uma questão de oportunidade.
Para obter mais sucesso, você precisa estar preparado para encarar os fracassos. Seja uma pessoa de sucesso, encare seus erros e aprenda com eles.
“Compreendi finalmente qual era o significado de resiliência, assistindo diuturnamente meu pai que, vez ou outra, ensinava-me sem sequer saber que o fizera.”
“Então é isso... Minha intenção precípua jamais foi constranger o Professor — se é que assim posso chamá-lo. Quiçá em uma próxima oportunidade — e, por certo, haverá tantas outras, dada o tamanho abissal de sua ignorância — prometo que vou admoestá-lo com a suavidade de um rinoceronte faminto e a sutileza de uma jubarte em dieta.”
“Não dobro os meus surrados joelhos para alguém deste Mundo. Redobro a aposta acerca da pantagruélica ignorância que insistes em não ocultar. Desdobro-me entre leitores de tela e professores de sela a fim de vencer. O dobro de empenho somado a vontade que tenho, tornam-se, a um só tempo, um esteio para que possa sonhar. Se te vestes de arreio e se alimentas de alfafa? Divirta-se! Tome sua carroça nas costas e comeces a trotar. Enquanto você relincha ao galope, meu peito se infla a reboque, assistindo a caravana passar.”
A Professora e a Bailarina
A professora e a bailarina
São duas figuras importantes
Uma delicada com as palavras
Outra com movimentos elegantes
Durante a pandemia
Nasce um sentimento conturbado
A professora é que mantém vivo
O mundo do qual estamos isolados
A distância e o pé da bailarina
Neste isolamento como doem
Mas a esperança é como o fim de um espetáculo
Onde os aplausos espantam qualquer dodói
A professora com fervor
Todos os seus alunos ela ama
Agora isolada com sua câmera
Seu coração de saudade emana
A professora e a bailarina
É uma combinação feliz
Levantando os braços e apontando
Tudo o que sabem com gestos gentis
As LIVES e os trabalhos da professora
São importantes para nossa educação
Pois juntas constroem nosso futuro
Com cultura, amor e dedicação.
(Autores: Membros da Família Vinho)
Em um país tão desigual como o nosso, onde a grande maioria dos adultos é analfabeta funcional, não podemos esperar que as famílias sejam responsáveis por ampliar o horizonte das nossas crianças. Se a escola não apresentar os mundos que existem para além dos muros das periferias, se não apresentar as diferentes profissões que existem, se não motivar o aluno, com exemplos e encorajamento, a acreditar no poder do estudo e a sonhar, é muito pouco provável que isso aconteça.
O Mecanismo cuidou para que você
estivesse muito ocupado tentando
sustentar os teus filhos,
para que o Estado os educasse.
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