Posias de Amor Querido
Ah! Se todos entendessem,
que a alma transmuta e a morte vence.
Teriam o amor como pertence...
Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
O amor tem vária faceta
Ao fraco, é assustador
No caminho, diversa seta
Ao apaixonado, factível amor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
INSPIRAÇÃO
Há no amor um ato de explosão
“big bang” de corpos, olhar aflito
em um êxtase de pura inspiração
de duas almas em um único rito
Um conto de luz, força e surpresa
do desejo num vário suspiro aflito
escoando pelos beijos em pureza
onde do coração urge audaz grito
É o mistério dos devotos amantes
revelados nos versos em teimosia
o qual tem laços em cada abraço
De encontros e fidelidade soluçastes
que traz pra vida, sentido e harmonia
de elos da paixão, num passo a passo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
RESPOSTAS NO AMOR
Amo... vejo envasado em nobre sentimento
Todo o meu ser em fulgor, a alma em união
Contempla-me a glória, inteireza na emoção
Ame! - E deixe o mal com o seu sofrimento!
Sofro... quando me encontro em desilusão
De espinhos, arranhão, então fique atento
O desdém que humilha, não há argumento
Pois, o contento, se deixa levar pela paixão
Se tem irrisão, perdoe, o perdão é prece
Árduo é o caminho, e perverso a injúria
E ter um bom alívio é o que se esquece
Amor... amar... amo, trova dum profeta
Ao coração enriquece, sem ser luxúria
A eterna inspiração do ser, de ser poeta!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
QUEIRA
Olha-me! O teu amor sincero, venerando
Entra-me o peito, como uma doce razão
De brando e suave, sentimento, entrando
No meu viver, fazendo laços no coração
Fale-me! Só de amor e de amor, quando
Falas, deixando cálidos tino na emoção
E aos toques, carícias, no tocar radiando
O bem nobre que só traz pródiga afeição
Olhe-me! Fale-me então! Multiplicando
Sempre, sempre com ternura galanteia
Agora, agora com o cuidado que cintila
E enquanto me flamejas de ti, forjando
Em seu fulgor, o sabor da carícia cheia
Queira! o cortês amor que d’alma destila
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Palavras
Conjunto de sons articulados
Quando de gestos de amor
Ao coração tem significados
Quando de brilho no olhar
Ao espírito vem acariciar
Quando redige sorriso
Aquece a alma, tira o griso
Quando repleta de emoção
Denota histórias de paixão
Quando de lágrima furtiva
Vem da operação acusativa
Quando sem sensibilidade
Ao medo traz autoridade
Quando nos da liberdade
Dá asas, sonhos, finalidade
Sempre expressando a nós
Diversidade. Desatando os nos
Que deixa o nosso viver calado
Aí então grifa elocução ao fado...
Palavras, sentimento ortografado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
DESTERRO
Já do amor findo? Chega! Na tristura sou exilado
Irei, trôpego, embriagado, no amor assim sozinho
O silêncio em coro, nas rosas também há espinho
Choro, angústia, no cerrado, vazio no peito calado
Neste amor, como num sonho, sonho sonhado
Sorrisos, as alegrias espelhadas pelo caminho
Serão guardadas nas lembranças com carinho
Como quem guarda o tesouro um dia achado
Adeus, generoso afeto, prazer do meu desejo!
O mar onde navegou sonegados antigos idílios
Berço onde a quimera desenhou cada beijo!
Adeus! Esta partição, há de pesar-me tanto
Como quem na solidão suplica por auxílios
Jogado num canto, encharcado de pranto...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18/07/2019, 05’05’
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO SEM AMOR
Meu amor pouco ao meu alcance
Nas nuances até hoje em segredo
Não tive uma chance, pouca chance
Dele, surpresa, desilusão e tal medo
Meu amor, o olhar foi de relance
Na vida o desencontro foi enredo
Andou por andar, nenhum elance
Confiando no amor pra amar, ledo!
Pedinte viver, atravessou sem ter
A glória de um amor para amar
Passou por passar, pobre viver!
Aí de mim, na sina de encontrar
Nem digas, ó implacável haver
Nem sorriso, gesto, pra poetar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06 de setembro de 2019
Cerrado goiano
SONETO DIFERENTE
Pois quero parir a um soneto
Sangrado do amor adjacente
Que seja preciso e reluzente
E vire insígnia no meu projeto
Terá que vir do sol poente
De verso livre e irrequieto
Num abstrato tão concreto
Que me doe integralmente
Em cada tom, infinito teto
De textura tão irreverente
Que nunca vire obsoleto
E de tão querer o diferente
A mesmice torna decreto
E o soneto, repetido objeto
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
andeja
minha poesia é onde vou
um aconchego, um amor
aí eu finjo que ali estou
uns devaneios ao dispor
então rumo pra outro voo
minha poesia é sertaneja
come perna de cachorro
sem parada, assim seja!
vai, sobe e desce morro
e outro acaso nem planeja
andeja!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, 16 de outubro
Cerrado goiano
degustação
eu preciso
de um amor igual poema
que surpreenda
sem teorema
ou emenda
eu preciso de poesia
na paixão
sem o substantivo arrelia
das quizilas do coração
todos na mesma rima
no mesmo pensamento
palavras e enzima
redigindo momento
que narre segredos
desalinho,
inconfessáveis
e aprecie vinho
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2016
Cerrado goiano
carão
quem quer só aparência, e não essência,
terá no amor conveniência, e na vida
reticência...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO DO VERBO POETAR
Da oração inspiração o verbo poetar
conjuga-se com amor, dor, ínclito
uma flexão enunciada do espírito
um evocar eclodindo de um versar
Vem primeiro o dito pelo não dito
pra no manuscrito ter ato de criar
o invisível em tangível no lapidar
e o sendo se ordenando em rito
Nesta norma gramatical vem amar
numa proposição avessa, um delito
também enumerado, sofrer, chorar
E assim, na conjugação do inédito
une-se sentimento e muito idear...
O verbo poetar vai além do infinito
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano
SONETO DE UM AMOR EXCÊNTRICO
Estranho amor este que hoje eu sinto
a saudade incorporou a coisa amada
acorda comigo depois de ser sonhada
e de mãos dadas paira pelo ressinto
E quando lembro, a alma fica apertada
o coração acelera triste num instinto
que não sossega nada o que pressinto
e as tais lembranças põe-se na risada
Carrasco este amor meu, já extinto
me lança aos desejos sem morada
me fere com o passado tão faminto
E numa paixão delirante de um nada
me faz poetar pra este amor destinto
num acorde de excêntrica doce toada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de junho, 2016
Cerrado goiano
oferendas
dê flores ao amor
beije e abrace
ao amador, rondas
não use disfarce
-pule sete ondas!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2019
Cerrado goiano
química
falar de amor
é tão especial
é tão boreal
é tato, afago, beijo, n'alma teor...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO SEM SORTE
Amor, quantos espinhos há na tua haste
Arranhando a solidão aqui no meu peito
Errante nos sóis e chuvas, sem ser eleito
Entre estações sós, num triste contraste
Saudades passam, e não passa o efeito
Porém, tu e eu, amor, no mesmo engaste
O fado faz que a desventura nos arraste
Por outonos, num desfolhamento do leito
Pensar que custa tanto, tanto desgaste
Quando poderia ser diferente, ser feito
Com companhia, desde que chegaste
Mas tu e eu simplesmente sem preceito
Ali onde o passado no remorso choraste
Semeamos a sorte sem nenhum proveito
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2016
Cerrado goiano
SONETO TRANSVERSO
Nosso amor, é amor que não conheço
Teve começo nas quimeras do coração
Tal qual numa quadrilha de São João
Que no luar, o enredo nele foi expresso
Sem bilhete, ou ao violão uma canção
O nosso amor no rumo foi perverso
Sem adeus e, nem o perdão confesso
As palavras na palavra ficaram um não
Se choro aqui no soneto transverso
Choras aí na distância da separação
Assim, na saudade, tudo é submerso
É um vazio tão cheio de imensidão
Que não posso negar, este vil verso
Ainda cego da mais vesana paixão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 14 de 2017
05'30"
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR AO PRÓXIMO
De tanto variar no amor, não mais julgo
Sem nenhum julgamento, sem opinião
Rotular os bons e maus, não é exatidão
Somente o roteiro de quem quer indulto
As fraquezas e virtudes apenas as são
Se não... é quem quer grassar tumulto
Espelhando suas críticas do ser oculto
E se desenrugando em tola conclusão
Então, no ter harmonia deixei o insulto
Desenformei toda a minha limitação
Tentando no falível não ter berro inulto
E na aceitação, olhei com o coração
Em injustiçar, me despi do seu volto
Assim, no amor ao próximo, fui irmão...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
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