Porque hoje e Sabado Vinicius de Moraes

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"Fofo seria se você tivesse aqui do meu lado pra gente se amar e ser felizes juntos"

Inserida por anderson396

RIVAL

O papai sempre gostava de dizer que “doido não tem juízo.” Eu, já digo que tem sim: apenas, em muitos momentos, “lhes faltam alguns parafusos.”

Há muitas histórias envolvendo esses personagens, com sofrimento mental; nas cidades grandes e pequenas, nesse mundão sem fim. Muitas delas, tristes; outras, engraçadas... Outras, nem tanto.

Em Campos Belos, conheci Rival; forte, de estatura mediana, usava cabelos longos, que nunca viam água. Ainda não totalmente brancos, afinal de contas ele só tinha cinqüenta anos; com uma pequena margem de erro, para mais ou para menos. E, uma imensa barba fechada.

Andava calmamente pelas ruas da cidade, sempre mastigando alguma coisa que a gente não sabia o que era. Andava e parava, ao longo de qualquer percurso que viesse a fazer.

Nessas paradas que fazia, geralmente eram para observar algo que lhes chamava à atenção; e sempre tinha uma coisa ou outra. Olhava os mínimos detalhes de tudo, com muito critério. - Como se tivesse mesmo fazendo uma vistoria minuciosa. E, em muitos casos, parecia discordar de algumas irregularidades que via: ao coçar, e balançar a cabeça negativamente, quando o objeto da observação não atendesse suas expectativas.

Morava num quartinho isolado na residência de um parente de primeiro grau, na Rua Sete de Setembro, próximo do açougue do Juá.

No final dos anos setenta e início dos anos oitenta, houve uma exploração de Aroeira muito intensa na região. Tempos depois, eu soube que a aroeira fora extinta no Nordeste goiano.

Paulo (in memoriam), o genro do Seu Farina (o italiano do Restaurante), trabalhava no transporte e comercialização dessa nobre madeira; e geralmente o fazia no Sul do Estado de Goiás; Minas Gerais e São Paulo. Em forma de mourões e laxas, muito usados em currais e cercas; pela sua potencial resistência em se decompor, na natureza.

Um belo dia...

Como de costume, Rival, subiu a Rua BH Foreman, atravessou a Av. Desembargador Rivadávia, e chegou ao calçadão em frente à Prefeitura Municipal.

Parou, e colocou a mão direita atrás da orelha, em forma de concha, para ouvir melhor o sino repicando a sua frente, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Era o sacristão chamando os fiéis, para a “encomendação de um corpo.”

O curioso é que, naquele dia, ele não atendeu o apelo religioso, apesar de nunca ter perdido um enterro na cidade (tinha essa boa fama); mas, aproximou-se da Paróquia, e tomou a benção ao Seu Vigário, que estava posicionado à frente do Templo, recebendo o povo, para a cerimônia fúnebre.

Riscou o dedo polegar direito na testa, três vezes, e inclinou-se levemente para frente, em sinal de respeito ao Pároco, ao Santuário e ao falecido. Beijou um enorme crucifixo metálico, preso num cordão feito de argolas, de lacres de latinhas de alumínio; confeccionados artesanalmente, pelos presos da cadeia púbica local;

Olhava ao longe, o esquife num ataúde com a Bandeira do Brasil sobre ele, próximo ao altar; era um filho ilustre que havia “partido antes do combinado.”

Rogou a Deus por ele em silêncio, estendendo as mãos unidas,uma a outra, e levantadas verticalmente, rumo ao céus.

Deu as costas ao Reverendo, sem se despedir, e desceu a Rua do Comércio, enxugando com a manga da camisa, algumas lágrimas que insistiam em descer, lentamente dos seus olhos castanhos, se escondendo no emaranhado de sua barba; resultante do impacto da perda irreparável. – O Pároco lhe dissera o nome do falecido anteriormente.

Teve fome...

Já era meio dia e ele ainda não havia forrado o estomago.
Entrou na padaria de Zé Padeiro. Pediu um lanche, sem dinheiro. – “Não preciso de dinheiro: tudo o que vocês vêem, são meus...” deixava isso bem claro nas poucas conversas que tinha com as pessoas,digamos,normais.

A atendente lhe deu um pão dormido, sem manteiga mesmo - como sempre o fazia, e um café num copo descartável.

- “Capricha senhora!... É para dois tomar.” A moça colocou mais um pouquinho.
E ficou sem entender: pois não o viu acompanhado de mais ninguém!...

Ao retornar a sua casa, pelas mesmas pisadas, parou diante do caminhão em que Paulo trabalhava; que estava encostado junto ao meio fio, logo à frente; e conversava seriamente com ele. Sim! Com o caminhão.
Que estava cheio de laxas de Aroeira. Com uma ponta de eixo quebrado. Na porta do Armazém de Seu Natã.

O proprietário do caminhão, já havia pedido ao papai que desse uma olhada no mesmo; pois, teria que se deslocar até a Capital Federal, para comprar a referida peça. Pois não a encontrava na região, para repô-la.

Ainda que as faculdades mentais de Rival não funcionasse cem por cento; ele tinha um coração piedoso. Com certeza, aquilo era um Reflexo da criação que recebera de seus pais. Que por sua vez, eram pessoas muito religiosas e bondosas.

O sol estava a pino e não havia uma nuvem sequer, nos céus, para atenuar a sua intensidade.

Rival, por sua vez, continuava parado em frente ao caminhão, dando andamento na prosa...

Depois de ter observado por muito tempo aquela situação; de todos os ângulos possíveis. Continuava olhando, olhando,olhando... E, balançava a cabeça de um lado para o outro. Como quem não concordando com aquela situação.

E conversava baixinho, de maneira que só o caminhão ouvia:
- “Isso que estão fazendo com você é um absurdo, é uma desumanidade muito grande! Como é que pode tanto descaso, com um ser tão indefeso!”...

Falava com sigo mesmo:
- “Coitadinho!... quanta judiação!... Quanto tempo sem comer e sem beber; já cheirando mal, e cheio de poeira, com esse calor tremendo que está fazendo, não pôde até agora, tomar um banho para refrescar; como tem sofrido!”...

“Não tenho mais tempo a perder: tenho mesmo de fazer alguma coisa.” Pensava ele.

E, lhe sobreveio uma iluminura, procedente do seu coração grandioso: então, deu o seu lanche para o caminhão comer.
Antes de despedir-se, balbuciou quase imperceptivelmente, algumas palavras:
- “Tenha um bom apetite! Voltarei amanhã para ti ver.” E, foi-se embora balançando a cabeça, desaprovando aquele estado de coisas.

Repetiu o gesto de alimentá-lo, durante mais de quinze dias.

Todos os dias, sempre nos mesmos horários, ele deixava próximo à placa, um pão e um cafezinho, para o aquele pobre e faminto caminhão, alimentar-se; porque a “fome é negra”.

- 13.04.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

QUEM NÃO AMA O MEIO AMBIENTE E NÃO INTERFERE POSITIVAMENTE EM SEU FAVOR: NÃO TEM RAZÃO, AUTORIDADE, NEM MORAL SUFICIENTE PARA DEFENDER O PREGAR,QUALQUER OUTRO TIPO DE AMOR.

- (04.2014).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

MEUS POEMAS

Meu primeiro poema foi tão fraquinho:
sem harmonia, sem coerência...
Apesar de feito, com muito carinho,
era infantil, e sem consistência...
E, como João – graveto fazia meu ninho.

Meu primeiro poema não levava jeito.
Ainda hoje tropeço no tecer...
Mesmo vindo do peito,
e da alma; as duras lavras.
A nenhum leitor agradava:
por não ligar nada com nada.

Meu primeiro poema,
não teve graça alguma.
E fora, para alguns,
um grande insucesso.
Para outros, apenas, mais um;
para maioria, um retrocesso.

Meu primeiro poema
falava de amor;
um tema tão explorado,
em que, os namorados,
não mais se amam, só ficam...
Não sabem, definir esse sentimento.

Meu segundo poema,
já foi mais convincente;
assim como a graça do pirilampo,
no frescor da noite e dos ventos;
foi como a imponência e a beleza da ema,
solta no campo.

Meu último poema foi o mais lindo!
E o mais brilhante poema, que já fiz.
Desafio alguém, a fazer outro igual!
Ao tecê-lo, desprendi tanta ternura e esmero,
que não vi outro, tal qual.

Foi uma obra prima, a mais valiosa das artes!
Caprichei demais, até, principalmente nos arremates,
E com a candura de um bom filho, o dediquei à pessoa mais importante
Do mundo pra mim: obrigado mamãe por ser e ter inspirado a minha mais bela poesia!
E por ser, mais preciosa do que o diamante.

- 14.04.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

UM POUCO DO QUE SOU

Sou a água do coco, o doce da cocada.
Do corpo, a água de cheiro.
Morro na praia, todos os dias, depois de molhar teu corpo inteiro.
Sou a poça nas estradas, e da criançada, o poço;
sou o suor do teu rosto, a chuva, a enxurrada.
Sou o sereno da madrugada, o orvalho,
e as lágrimas dos teus olhos.

Sou a esperança dos idosos,
e a doce alegria das crianças,
sou o fiel da balança,
o ouro da torneira.

Sou o “direito”, o amor perfeito
que brota do chão,
que desce do céu;
sou bombeada,também, pelo coração.

Sou um devoto em súplicas,
estou no pássaro que voa,
sou a vida na Terra, acontecendo.

Sou uma célula pulsando em cada canto.

Estou na presa fugindo; e na ave de rapina.
Sou a fonte brotando,
água cristalina,
Juntinho dos buritis;
pra não me estender muito, sou de todos os lugares: do Planalto Central,
da Serra da Mesa, da Moeda, da Canastra...
Da Serra Geral.
Sou das veredas do Guimarães Rosa, da Serra do Curral,
do Pantanal...

sou de Minas Gerais,sou Universal:
sou vista até em Marte.

Por fim, sou a justiça qual rio a correr,
que não pode secar;
sou a vida escoando
procurando o mar.

-24.04.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

AMIGOS DE SEMPRE

“Quem tem muitos amigos pode congratular-se, há amigos mais chegados do que um irmão”.

Os amigos de infância, sem dúvida, marcam nossa vida, para sempre. Porque temos por eles um “quê” a mais.

Perdoem-me os demais amigos que vieram depois! Mas, não fiquem tristes, nem por isso, sois menos importantes.

Vivendo há muitos anos na terra das Alterosas, isolei-me de muito, dos ternos amigos de Campos Belos.

Quando retorno à minha região de origem, ainda encontro-me, com alguns “amigos de sempre”; mas outros, infelizmente não.

E, aqueles que não os veremos jamais:

por já terem ido para o outro lado da vida. Olha que já perdi muita gente boa, da cidade que me viu crescer. Mas, paciência, isso faz parte do ciclo natural das coisas.

Dizem que eu também estou na fila... Eu nem sabia disso. Se for verdade, espero ser o último.

Sou muito gregário. Adoro manter e fazer novas amizades a cada dia. Para ir repondo na medida do possível, as perdas irreparáveis, desses seres iluminados que, nos vão deixando, ao longo do tempo.

Cada amigo de minha terra, que parte para a eternidade, é um baque inquietante que sinto, dentro do meu já, tão sôfrego coração. E, somente com o tempo me sinto mais aliviado um pouco.

Outro dia, ao acessar o blog do jornalista Dinomar Miranda – faço isso todos os dias. Essa plataforma é um espaço de grande utilidade, não somente para o povo da região do Nordeste de Goiás. Sua importância transpõe fronteiras. - E, ao deparar-me, no topo da página, com a foto e a noticia da morte trágica do Jacinto da Costa Madureira, filho de Estevam e Iram, não pude me conter: chorei muito!... De maneira tal, que os transeuntes que passavam na rua, ouviam o meu lamento.

No último retorno ao meu reduto familiar, agarrei-me a oportunidade de rever um grande amigo de infância, que há mais de 37 anos não a via. – O Claudionor, filho de Chico Pedro, um dos primeiros pedreiros profissionais da cidade; que construíra uma das lojas de papai na Rua do Comércio, e um dos primeiros atletas do famoso e memorável time de futebol amador da cidade, o Campos Belos Futebol Clube (CBFC).

Num domingo à noite, um dia antes do meu regresso a Minas Gerais, Adão, seu irmão, me ligou para avisar-me, que o dito amigo das antigas,estava na cidade.

Nem jantei direito, e corri para vê-lo. Afinal de contas era uma oportunidade única de matar uma grande saudade.

Alegramo-nos bastante nesse encontro!...

Mas, não foi possível por toda a conversa em dia, em tão pouco tempo; nem bem começamos a parlamentarmos, fomos interrompidos por um telefonema inesperado: era o vice- prefeito municipal, diretor e radialista de uma Rádio Comunitária local, Zé Cândido Cardoso, outro amigo nosso, de infância.

Não parava de conversar e nem o crédito do seu celular, acabava; e quando soube que eu estava agarrado de prosa com Claudionor, aí pronto:

fomos intimados por ele, na mesma hora, a comparecer à sua residência, sob o risco de não alcançar, em seu tribunal, o perdão devido, caso não o atendêssemos.

E, como não se convence uma autoridade constituída, muito facilmente...

Restou-nos, naquela mesma noite, acatar as ordens dadas. Apesar das horas avançadas – já eram quase vinte e três horas.

Para a minha surpresa, fomos recebidos com as honrarias de Chefe de Estado. Como fazem verdadeiros líderes, com seus ilustres convidados.

Ainda se recuperava de um delicado problema de saúde, e se mostrava muito otimista com a vida e seus meandros.

Falou-nos de sua atuação na política local, e sobre seus projetos para o bem comum de todos, da comunidade em que vive e atua.

Demonstrou muita sensibilidade com a cultura literária local: ao relatar-me que lera no ar, em seu programa “Manhã Sertaneja”, na Rádio, um dos meus artigos jornalísticos “O pôr do Sol em Campos Belos”, publicado no Jornal O Vetor de Roberto Naborfasan, veiculado em 03.06.2015.

E, ao colocar alguns livros de escritores da cidade e região, sobre uma mesa imensa na varanda de sua casa; discorreu sobre o conteúdo de cada um, que incluem relatos inéditos, sobre a rica história de Campos Belos - GO.

E, concluiu o fechamento da prosa, desta vez, nos convidando a estarmos no seu programa na Rádio Atividade FM, 87,9 às sete horas da manhã do dia seguinte.

Mais uma vez, não pudemos deixar de comparecer... Apesar de tentar me esquivar: com a alegação de não ter preparado, previamente, algo especial para ser discorrido no evento.

Na Rádio, falamos um pouco sobre a nossa infância, na terrinha; e falei também sobre a minha trajetória de vida; incluindo, Formação Acadêmica, e Produções Literárias.

Para não fugir a regra das boas relações: o presenteei com duas Antologias em que sou um dos autores: “ANELCA em Prosa e Verso”, 8° Edição 2014, da Academia Nevense de Letras Ciências e Artes; e “ALB Em Prosa e Verso” 1° Edição 2014, da Academia de Letras do Brasil (ALB-MG/RMBH).

E, como os diletos ouvintes, desta tão conceituada Rádio, não poderiam ficar de fora, disponibilizei também, dois exemplares das obras acima, mencionadas; para serem sorteados a eles.

Viajei feliz da vida, de volta, ao reduto dos mineiros; com as energias renovadas, pelo reencontro com os velhos amigos.

Continuo cada vez mais convicto, de que, o lugar dos “os amigos de sempre” é mesmo “do lado esquerdo do peito” como diz um dos cantores, que iniciou sua trajetória musical no Clube da Esquina.

Ainda é tempo de plantar a alegria, a amizade, a fraternidade; pois, o maior patrimônio de uma cidade é mesmo o ser humano. E os amigos que nela conquistarmos.

-16.04.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

UMA FORMIGUINHA EM ADÉLIA

Siga seu caminho formiguinha...
Juro que não o importunarei um só instante!
Mas, veja bem por onde anda!
Desça do degrau da fama tão somente,
pois esse universo de poesia ,
e esse doce verso, que pisa, é de uma sensível Poeta.
Reveja seu trajeto, amiguinha:
não vistes que esse casaco claro estampado de flores,
que pusestes os pés,
é de Adélia?!

- 14.05.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

A PALAVRA É UM ALIMENTO

As palavras devem ser comidas sem muita pressa, como um alimento – integral ou não, à medida do nosso paladar e desejo.
Levando-se em conta as leis vigentes do bom senso, ou da alimentação: qualidade, quantidade, harmonia...
Se preferir, tire o miolo das palavras e ponha um recheio; como se faz com um pão a ser ingerido.
O complemento deve ser gostoso e ao gosto do cliente, algo saudável que lhes dê o prazer em degustá-lo;
Para que supra de energia qualitativa e vital ao homem interior, existencial em cada um de nós, seres humanos.


- 24.05.15

Inserida por NemilsonVdeMoraes

O HOMEM SEM DEUS...

O homem sem Deus no mundo, é um mendigo errante, vivendo de léu em léu; sem rumo. Ferido e cheirando mal (18.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

TODOS NÓS PODEMOS BRILHAR

O brilho do outro não deve doer na gente: todos nós, podemos brilhar com a luz que recebemos.A intensidade da nossa luminosidade dependerá da potência que dispusermos (19.02,17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

O erro é um rabinho tão pequeno que não dá pra ser visto na gente. Mas, nos outros é tão grande que salta aos olhos até de um cego (20.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

POBRE CÃO!...

CRÔNICA

Não estava nas ruas por acaso...provavelmente alguém o abandonou.
Quando apenas procurava um cantinho pra se esconder e amargar seu sofrimento.
Não muito côrtes,o ordenei que saísse do meu recinto comercial - quando o adentrou no mesmo - raiando com ele severamente; devido ao horrível odor que exalava de uma bicheira, em uma de suas patinhas traseiras.Mas, de imediato, tive que rever o meu gesto: por achar deselegante a maneira como dei aquela ordem imperativa de sua retirada do local.
Com certeza naquele dia já ouvira tantas vezes o mesmo "não" de forma “Sai pra lá cachorro...!” ou pauladas, e pedradas...
Do lado de fora da loja, tentei retificar o meu grave erro, estalei os dedos e o chamei para junto de mim. Eu já desejava contar com sua amizade.Mas ele, arredio, não esboçou nenhum sinal de receptividade ou alegria.
Os bichos também têm sentimentos como a gente... Ficam para baixo, tristes,quando perdem a confiança,a saúde e o desencanto com as pessoas e com a vida.
Eu precisava fazer alguma coisa por ele, além de um olhar de piedade. Dei-lhe um pão; pelo menos assim amenizaria um pouco a dor da fome.
Mas a doença tira o apetite.Sem ânimo até pra comer, somente degustou alguns poucos nacos do alimento.
Dou o maior valor nas ONGs que cuidam desses animais: as pessoas destas instituições têm um espírito enorme e iluminado.
Duas moças passaram nas proximidades,no momento; com as mãos no nariz, disseram em coro: “sai pra lá cachorro!...” Não gostei de ouvir aquilo.
E lembrei-me de buscar um gole d’água para o bichinho... Mas,demorando achar uma vasilha adequada, ao retornar a ele, não mais o vi... E, talvez nunca mais o verei. Por isso, se pudermos fazer o "bem" não devemos demorar muito.
Pobre cão!...Se pudesse falar... pediria um socorro imediato para os seus males.Se tivesse sadio e bem tratado, bonito. Cairia na graça de todos e não sairia do braços,do sofá...da cama. E Não lhe faltaria carinho e amor; mas debilitado daquele jeito, todos o repudiavam e o enxotavam. Até eu vacilei quanto a isso,conforme relato já feito.
E ainda têm pessoa que dizem: "vida boa é de cachorro." Bom seria se pudéssemos viver um "dia de cão" abandonado e doente. Quem sabe assim daríamos mais valor ao nosso‘melhor amigo’ (21.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

CAMPOS BELOS (III )

Campos Belos...
Tuas imagens embelezam meus olhos e enchem minh'alma de júbilo!
Em teu perfil descarpado, em bilhões de anos,ganhou belos contornos montanhosos; que de tão formosos, alindou o lugar.
Cresceu,evoluiu e não é mais a mesma dos meus primórdios; até o visual dos Templos é outro. Ficou mais bela sem dúvida.
Surgiu gerações e gerações; gente nova, bonita, inteligente,talentosa que brilha nos mais variados seguimentos.
Com razão e com saudade dos conterrâneos, teu poeta eternizou os dizeres a baixo, numa canção:
“O tempo passa/ mais a gente acha/ um velho amigo perdido na praça/...”
Tive esse gostinho: ano passado encontrei um amigo das antigas, o Jair de seu Anjinho, na Praça da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição; havia trinta anos que não nos víamos.
Quanta alegria!...
Mas como nem tudo são flores...
“Até as serras estão mais desgastadas...” diz Edgar Muniz.
Realmente, teus relevos sofrem agressões antrópicas continuamente: pelo fogo,pelo machado... pela ignorância.
Ainda bem que a consciência do pertencimento e da 'preservação da natureza' bateu às portas e é uma realidade que já está sendo posta em prática pelas pessoas de boa vontade.
É dinâmica a tua história e a vida da tua comunidade: modificam-se, ao passar das eras... Pra melhor, imagino,porque o 'bem' é o que mais importa.
O que vive estático, não muda e nem passa, é o meu amor por você. Esse sentimento bom com relação a nós,está internalizado em mim.E só aumenta a cada dia.
Nunca deixei de mencionar-te como meu ‘referencial geoambiental’.
Daí,tenho saudade de tudo: da mamãe, dos entes queridos,dos amigos; do sol,do luar, d'uma árvore,do ar,da congregação...das cavalgadas com bandeiras... dos irmãos.
Depois que fui transferido dos teus Termos e nos anos que vivi distante; não pude ter alegria no verdadeiro sentido da palavra; porque não fui capaz de adaptar-me noutro lugar.
Como um filho ligado à mãe pelo carinho e amor, assim somos nós.
Para ti, e, “pra quem não vi,deixo o meu abraço...!" (23.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Quando deixamos de exercer com freqüência, determinada atividade, tendemos a baixar à guarda nela (25.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Não há como não ter aversão a uma pessoa que exerce um poder à margem da Lei (26.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

QUERO!...

QUERO O SILÊNCIO DA NOITE EM TERNOS AFAGOS...
QUERO A PARTIR DO TEU CONVITE,
DESFRUTAR DA PAZ DO CISNE NOS LAGOS.
QUERO PEGAR O SOL COM A MÃO,QUERO DO AMOR, O PRAZER;
DO DIA, QUERO O CLARÃO,
EM SUSSURRANTES DIZERES...
QUERO VER O TEU SORRISO PROVOCANDO O MEU,
QUERO O MEL DO PARAÍSO... SER O SEU PLEBEU.
AS AVES EXIBEM LIBERDADE E ENCANTO...
MAS, O TEU AMOR,ME FAZ AINDA MAIS LIVRE E BELO...
AO ENXUGAR O MEU PRANTO.
QUERO SENTIR OS VENTOS SOPRAREM AO NOSSO FAVOR,
ATIÇANDO AINDA MAIS A CHAMA DO DESEJO,
AQUECENDO NOSSOS CORPOS.
E PARA BEM FUNDAMENTAR NOSSOS LAÇOS AMOROSOS,
A QUERO SEMPRE JUNTO A MIM; E, NO ACONCHEGO DOS TEUS ABRAÇOS,NUMA TERNURA SEM FIM,O FOGO ASCENDER...(2014).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

VEM PRA CÁ

Vem pra cá!
Para o amor que deixou
Pois ainda sou teu
Vem pra cá!
Deixa de ser ateia(eu)
Celebra o amor
Vem pra cá!
Ainda te aguardo
Só eu te amei
Vem pra cá!
O mundo é mau
A vida é sem sal
Sozinho a viver
Vem pra cá!
Sinto a tua falta
Só penso em você (27.02.15).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

ACHAVA QUE SABIA

Tentei cantar uma doce melodia. Relendo como livro meus amores. Recitei meus paradoxos em trajetória debalde; achando que sabia versar bonito. Mas sem nexos, meus dizeres não diziam nada. Apenas versei com roupagens inadequadas em campos minados.

30.12.16

Inserida por NemilsonVdeMoraes

MUDEI MUITO...

Não tenho mais a dureza petrográfica do granito, que não pode ser riscado,de tão consistente que é.
Hoje, sou heterogêneo, maleável,poroso,... Estou mais para o calcário: permeável... Minha estrutura agora é de erodibilidade. E nesta suscetibilidade erosiva...
Não retenho o recurso que recebo; no ciclo dos minerais,vou carreando meus suprimentos vitais...
Meu grau de fraturamento é como o da rocha sedimentar que permite a infiltração da água.
Sedimentado, também sirvo de reservatório de bons fluidos que jorram de mim...
(26.02.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

CORRIGE A CRIANÇA!....

A criança, como o animal de trabalho, deveria ser amansada no tempo certo: depois de ter andado sob cuidados, olhares e o cabresto do dono.
Uma vez mansa seguirá sua trajetória sem problemas; como cidadão sabedor de seus diretos e cumpridor de seus deveres; carregando a carga que lhe for imposta (27.2.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes