Porque hoje e Sabado Vinicius de Moraes

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⁠A Dança da Felicidade

Na vida, a felicidade se apresenta de diversas formas, como uma dança que nos envolve e nos faz sentir vivos. É como se cada momento de alegria fosse um passo nessa coreografia da existência, onde os sorrisos são os movimentos que embalam nossos dias.

A felicidade pode ser encontrada nas pequenas coisas: no calor do sol acariciando a pele em uma manhã tranquila, no abraço apertado de um amigo querido, ou no sabor do café quente em uma tarde chuvosa. São esses instantes simples que nos lembram que a felicidade está sempre ao nosso redor, esperando para ser notada e apreciada.

Mas a felicidade também pode ser desafiadora. Às vezes, ela se esconde por trás das nuvens escuras da tristeza e da incerteza, exigindo de nós coragem e perseverança para dançar mesmo nos momentos difíceis. É nesses momentos de superação que descobrimos a verdadeira força da nossa alma e a capacidade de encontrar alegria mesmo nas adversidades.

Assim, a felicidade se revela como uma jornada interior, um constante equilíbrio entre os altos e baixos da vida. Cabe a nós aprender a dançar essa dança com leveza no coração e gratidão pela oportunidade de experimentar cada passo desse magnífico espetáculo chamado existência.

Que possamos dançar a dança da felicidade com graciosidade e sabedoria, celebrando cada momento como uma dádiva preciosa que enriquece nossa alma e ilumina nosso caminho.

Inserida por DanielviniciusMoraes

⁠"Amor mentiroso"

Em meio ao eco das promessas vazias,
Meu coração se desfaz em pedaços frios.
Palavras falsas que ecoam como lamentos,
Despedaçando a confiança em mil tormentos.

Um amor que se revelou como ilusão,
Deixando minha alma em desolação.
A dor cortante de uma traição ardilosa,
Deixa cicatrizes na minha alma amorosa.

O peso da mentira é como um fardo pesado,
Que dilacera a esperança em pedaços rasgados.
Meu coração partido clama por cura e alívio,
Enquanto tento recompor o que restou do meu cílio.

Mas no meio da escuridão, um raio de luz surge,
A promessa de dias melhores, a esperança que urge.
Pois mesmo com o coração partido e cansado,
Ainda há espaço para um novo amor verdadeiro e honrado.

Inserida por DanielviniciusMoraes

⁠Para se fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza.

Inserida por GabrielSerafa

⁠A maior solidão é do ser que não ama.

Vinicius de Moraes
Para viver um grande amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Nota: Trecho do texto Da solidão.

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Inserida por CarlosPedro3000

Eu ficarei só, como os veleiros nos portos silenciosos. [...] E todas as lamentações do mar, do vento, das aves, do céu, das estrelas, serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicius de Moraes

Nota: Trecho da música Ausência.

Inserida por tentei

Os maiores vêm a frente
trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Trecho do poema A arca de Noé.

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Inserida por viviane_1

Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus
Dorme, meu pai sem cuidado
Dorme, que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Trecho do poema O filho que eu quero ter.

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Inserida por viviane_1

⁠Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão.

Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim e você
Vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão.

Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
Também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema Menininha.

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Inserida por viviane_1

⁠Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac...

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema O relógio.

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Inserida por viviane_1

⁠Corujinha, corujinha
Que peninha de você
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando, não sei o quê.

O seu canto de repente
Faz a gente estremecer
corujinha, pobrezinha
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah! coitadinha
Que feinha que é você.

Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder.

Hoje em dia andas vaidosa
Orgulhosa como quê
Toda noite tua carinha
Aparece na TV.

Corujinha coitadinha
Que feinha que é você!

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema A corujinha.

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Inserida por viviane_1

⁠As coisas devem ser bem grandes
Pra formiga pequenininha
A rosa, um lindo palácio
E o espinho, uma espada fina.

A gota d'água, um manso lago
O pingo de chuva, um mar
Onde um pauzinho boiando
É navio a navegar.

O bico de pão, o Corcovado
O grilo, um rinoceronte
Uns grãos de sal derramados,
Ovelhinhas pelo monte.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema A formiga.

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Inserida por viviane_1

⁠Não teve flores
Não teve velas
Não teve missa
Caixão também...
Foi enterrado
Junto à maré
Por operários
Mesmos do trem...

A flor de orvalho
Pendeu da nuvem
E pelo chão
Despetalou...
O céu ergueu
A hóstia do sol
E o mar em ondas
Se ajoelhou...

Cortejo lindo
Maior não houve
Do que o da morte
Desse amiguinho:
Iam vestidas
Com a lã das nuvens
Todas as almas
Dos carneirinhos!

Os gaturamos
Trinaram hinos
No altar esplêndido
Da madrugada;
E o vento brando
Desfeito em rimas
Foi badalando
Pelas estradas!

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema A morte de meu carneirinho.

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Inserida por viviane_1

O caminho para a distância

Alma que sofres pavorosamente
A dor de seres privilegiada
Abandona o teu pranto, sê contente
Antes que o horror da solidão te invada.

Deixa que a vida te possua ardente
Ó alma supremamente desgraçada.
Abandona, águia, a inóspita morada
Vem rastejar no chão como a serpente.

De que te vale o espaço se te cansa?
Quanto mais sobes mais o espaço avança...
Desce ao chão, águia audaz, que a noite é fria.

Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste
O mundo é bom, o espaço é muito triste...
Talvez tu possas ser feliz um dia.

Inserida por henrique_henrique

Bom dia, tristeza
(com música de Adoniran Barbosa)

Bom dia, tristeza
Que tarde, tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De tanto tempo
Longe de você

Se chegue, tristeza
Se sente comigo
Aqui, nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar

Inserida por lilly_carvalho

Os acrobatas

Tensos
Pela corda luminosa
Que pende invisível
E cujos nós são astros
Queimando nas mãos
Subamos à tona
Do grande mar de estrelas
Onde dorme a noite
Subamos!

Inserida por IsraelSoler

Invocação à mulher única

Tu, pássaro – mulher de leite! Tu que carregas as lívidas glândulas do amor acima do sexo infinito
Tu, que perpetuas o desespero humano – alma desolada da noite sobre o frio das águas – tu
Tédio escuro, mal da vida – fonte! jamais... jamais... (que o poema receba as minhas lágrimas!...)
Dei-te um mistério: um ídolo, uma catedral, uma prece são menos reais que três partes sangrentas do meu coração em martírio
E hoje meu corpo nu estilhaça os espelhos e o mal está em mim e a minha carne é aguda
E eu trago crucificadas mil mulheres cuja santidade dependeria apenas de um gesto teu sobre o espaço em harmonia.
Pobre eu! sinto-me tão tu mesma, meu belo cisne, minha bela, bela garça, fêmea
Feita de diamantes e cuja postura lembra um templo adormecido numa velha madrugada de lua...
A minha ascendência de heróis: assassinos, ladrões, estupradores, onanistas – negações do bem: o Antigo Testamento! – a minha descendência
De poetas: puros, selvagens, líricos, inocentes: O Novo Testamento afirmações do bem: dúvida
(Dúvida mais fácil que a fé, mais transigente que a esperança, mais oporturna que a caridade
Dúvida, madrasta do gênio) – tudo, tudo se esboroa ante a visão do teu ventre púbere, alma do Pai, coração do Filho, carne do Santo Espírito, amém!
Tu, criança! cujo olhar faz crescer os brotos dos sulcos da terra – perpetuação do êxtase
Criatura, mais que nenhuma outra, porque nasceste fecundada pelos astros – mulher! tu que deitas o teu sangue
Quando os lobos uivam e as sereias desacordadas se amontoam pelas praias – mulher!
Mulher que eu amo, criança que amo, ser ignorado, essência perdida num ar de inverno.
Não me deixes morrer!... eu, homem – fruto da terra – eu, homem – fruto da carne
Eu que carrego o peso da tara e me rejubilo, eu que carrego os sinos do sêmen que se rejubilam à carne
Eu que sou um grito perdido no primeiro vazio à procura de um Deus que é o vazio ele mesmo!
Não me deixes partir... – as viagens remontam à vida!... e por que eu partiria se és a vida, se há em ti a viagem muito pura
A viagem do amor que não volta, a que me faz sonhar do mais fundo da minha poesia
Com uma grande extensão de corpo e alma – uma montanha imensa e desdobrada – por onde eu iria caminhando
Até o âmago e iria e beberia da fonte mais doce e me enlanguesceria e dormiria eternamente como uma múmia egípcia
No invólucro da Natureza que és tu mesma, coberto da tua pele que é a minha própria – oh mulher, espécie adorável da poesia eterna!


Rio de Janeiro, 1938
in Novos Poemas
in Antologia Poética
in Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"

Inserida por derly58

O POETA

A vida do poeta tem um ritmo diferente
É um contínuo de dor angustiante.
O poeta é um destinado do sofrimento
Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza
E sua alma é uma parcela do infinito distante
O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.

Ele é o eterno errante dos caminhos
Que vai, pisando a terra e olhando o céu
Preso pelos extremos intangíveis
Clareando como um raio de sol a paisagem da vida...

Inserida por PriAnjoCaido

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor.

Inserida por Crobalv

TRÊS RESPOSTAS EM FACE DE DEUS!
Sim, vós sois (eu deveria ajoelhar dizendo os vossos nomes!)
E sem vós quem se mataria no presságio de alguma madrugada?
À vossa mesa irei murchando para que o vosso vinho vá bebendo
De minha poesia farei música para que não mais vos firam os seus acentos dolorosos
Livres as mãos e serei Tântalo - mas o suplício da sede vós o vereis apenas nos meus olhos
Que adormeceram nas visões das auroras geladas onde o sol de sangue não caminha…

E vós!... (Oh, o fervor de dizer os vossos nomes angustiados!)
Deixai correr o vosso sangue eterno sobre as minhas lágrimas de ouro!
Vós sois o espírito, a alma, a inteligência das coisas criadas
E a vós eu não rirei - rir é atormentar a tragédia interior que ama o silêncio
Convosco e contra vós eu vagarei em todos os desertos
E a mesma águia se alimentará das nossas entranhas tormentosas.

E vós, serenos anjos... (eu deveria morrer dizendo os vossos nomesl)
Vós cujos pequenos seios se iluminavam misteriosamente à minha presença silenciosa!
Vossa lembrança é como a vida que não abandona o espírito no sono
Vós fostes para mim o grande encontro…
E vós também, ó árvores de desejo! Vós, a jetatura de Deus enlouquecido
Vós sereis o demônio em todas as idades.

Inserida por anapaolavichiett

A ARTE DE SER VELHO
É curioso como, com o avançar dos anos e o aproximar da morte, vão os homens fechando portas atrás de si, numa espécie de pudor de que o vejam enfrentar a velhice que se aproxima. Pelo menos entre nós, latinos da América, e sobretudo, do Brasil. E talvez seja melhor assim; pois se esse sentimento nos subtrai em vida, no sentido de seu aproveitamento no tempo, evita-nos incorrer em desfrutes de que não está isenta, por exemplo, a ancianidade entre alguns povos europeus e de alhures.

Não estou querendo dizer com isso que todos os nossos velhinhos sejam nenhuma flor que se cheire. Temo-los tão pilantras como não importa onde, e com a agravante de praticarem seus malfeitos com menos ingenuidade. Mas, como coletividade, não há dúvida que os velhinhos brasileiros têm mais compostura que a maioria da velhorra internacional (tirante, é claro, a China), embora entreguem mais depressa a rapadura.

Talvez nem seja compostura; talvez seja esse pudor de que falávamos acima, de se mostrarem em sua decadência, misturado ao muito freqüente sentimento de não terem aproveitado os verdes anos como deveriam. Seja como for, aqui no Brasil os velhos se retraem daqueles seus semelhantes que, como se poderia dizer, têm a faca e o queijo nas mãos. Em reuniões e lugares públicos não têm sido poucas as vezes em que já surpreendi olhares de velhos para moços que se poderiam traduzir mais ou menos assim: "Desgraçado! Aproveita enquanto é tempo porque não demora muito vais ficar assim como eu, um velho, e nenhuma dessas boas olhará mais sequer para o teu lado..."
Isso, aqui no Brasil, é fácil sentir nas boates, com exceção de São Paulo, onde alguns cocorocas ainda arriscam seu pezinho na pista, de cara cheia e sem ligar ao enfarte. No Rio é bem menos comum, e no geral, em mesa de velho não senta broto, pois, conforme reza a máxima popular, quem gosta de velho é reumatismo. O que me parece, de certo modo, cruel. Mas, o que se vai fazer?

Assim é a mocidade- ínscia, cruel e gulosa em seus apetites. Como aliás, muito bem diz também a sabedoria do povo: homem velho e mulher nova, ou chifre ou cova.

Na Europa, felizmente para a classe, a cantiga soa diferente. Aliás, nos Estados Unidos dá-se, de certo modo, o mesmo. É verdade que no caso dos Estados Unidos a felicidade dos velhos é conseguida um pouco à base da vigarista; mas na Europa não. Na Europa vêem-se meninas lindas nas boates dançando cheek to cheek com verdadeiros macróbios, e de olhinho fechado e tudo. Enquanto que nos Estados Unidos eu creio que seja mais... cheek to cheek. Lembro-me que em Paris, no Club St. Florentin, onde eu ia bastante, havia na pista um velhinho sempre com meninas diferentes. O "matusa" enfrentava qualquer parada, do rock ao chá-chá-chá e dançava o fino, com todos os extravagantes passinhos com que os gauleses enfeitam as danças do Caribe, sem falar no nosso samba. Um dia, um rapazinho folgado veio convidar a menina do velhinho para dançar e sabem o que ela disse? - isso mesmo que vocês estão pensando e mais toda essa coisa. E enquanto isso, o velhinho de pé, o peito inchado, pronto para sair na física.

Eu achei a cena uma graça só, mas não sei se teria sentido o mesmo aqui no Brasil, se ela se tivesse passado no Sacha's com algum parente meu. Porque, no fundo, nós queremos os nossos velhinhos em casa, em sua cadeira de balanço, lendo Michel Zevaco ou pensando na morte próxima, como fazia meu avô. Velhinho saliente é muito bom, muito bom, mas de avô dos outros. Nosso, não.

Inserida por carlosmachado67

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