Poesias de Tristeza Pois Perdi meu Avo
Sob a sombra do teu sorriso habitei
Foi minha moradia, meu refúgio, o meu mundo.
Foi...
Aos poucos este mundo foi se fechando para mim, e abrindo-se por completo para ela.
Mas, ela é uma peregrina.
Por que com tantos mundos para visitar ela se prenderia ao seu?
Tantas portas abertas, tantos lugares a serem visitados...
Sim, o teu mundo foi desprezado.
Hoje, vejo de longe desmoronar-se, pois já não tem alguém para cuidar e ser suporte.
E dói… dói ver que não posso salvar aquilo que um dia já me pertenceu.
Mas querido,
prometo-te que quando tu não tiveres onde habitar, na sombra do meu sorriso acolherei-te
Amigos...
Sei que alguns são somente curiosos.
Sei que alguns riem das nossas dificuldades e lutas.
Sei que outros, se alegram com a nossa alegria e choram com as nossas tristezas.
Sei que alguns sempre estarão por perto, mesmo longe, e lembram de nós até em suas orações.
Isso tudo faz parte, precisamos aprender a conviver com todos, mas prezar e priorizar aqueles que são amigos em qualquer situação.
Por esses verdadeiros, minha gratidão e preces para que Deus lhes dê 100 vezes mais do que têm feito por mim, mesmo que seja apenas uma palavra de encorajamento ou de carinho.
Quem tem amigos, nunca está sozinho!
Eu tenho um Deus tão genial que me deu vocês!
Obrigada, amigos!
"E depois que Jó intercedeu pelos seus amigos, o SENHOR o tornou novamente próspero e lhe concedeu em dobro tudo o que possuía antes."
Jó 42:10
E toma cuidado, pois, se não conservares essas amizades, será bem difícil conquistares outras semelhantes no futuro; amizades, quero dizer, fora da classe à qual pertences: e assim viverás numa única classe, e o homem que frequenta uma única classe social é como o estudioso que lê apenas um livro.
Não creio que haja coisa pior no mundo do que a leviandade, pois os homens levianos são instrumentos prontos a tomar qualquer partido, por mais infame, perigoso e pernicioso que seja; sendo assim, é melhor fugir deles como se foge do fogo.
A boa sorte dos homens é muitas vezes o maior inimigo que possam ter, pois frequentemente os transforma em seres maus, levianos, insolentes. Porém, é mais difícil para um homem resistir a ela do que às adversidades.
Quase sempre me vi tratado de menino velho, o que me consola, pois creio que é o melhor caminho para chegar a velho menino.
Quando se vê o estilo natural (do escritor), é-se assombrado e arrebatado, pois esperava-se ver um autor e encontra-se um homem.
Não gastes contando com os ganhos futuros, pois muitas vezes eles faltam-te ou são menores do que o esperado.
O trabalho qualificado implica de certo modo um elemento de capital pois a educação e a formação exigem recursos.
Deveria existir uma pitada de diletantismo na crítica. Pois o diletante é um entusiasta que ainda não se acomodou e não está preso aos hábitos.
O sufrágio universal, a mais monstruosa e a mais iníqua das tiranias, pois a força do número é a mais brutal das forças, não tendo ao seu lado nem a audácia, nem o talento.
Casa da Vovó
Minha avó era exatamente o que se esperam de uma avó, bem tradicional. Cabelos totalmente brancos, ancas largas e usava avental. A casa dela tinha tudo o que não tinha na minha casa, nem nas casas das minhas tias, sei lá, era só um lote típico da grande BHte dos anos setenta. Trezentos e sessenta metros de área, mas tinha tanta árvore frutífera que parecia uma chácara fincada na Cidade Industrial. Manga Ubá, cana, figo, uva, abacate, pitanga, limão, laranja, frutas e mais frutas que davam o ano inteiro. Cada fruta em seu tempo próprio faziam o lote ser um paraíso para mim, meus irmãos e meus primos.
Minha avó jamais brigava conosco quando nossos brinquedos eram suas coleções de moedas antigas, ou os trotes ao telefone que só lá tinha. Quando eu estava lá sozinho, brincava com os cães do meu tio ou me estirava no sofá que parecia tão gigante na frente da TV. O café da minha tia... Humm que delícia de café!
Minha mãe se tornou avó como minha avó. Cabelos brancos, ancas largas e eventualmente um avental. Um "fubá suado" como nunca mais experimentei. Ver meus filhos e meus sobrinhos brincando pela casa, subindo na laje, descendo o morrinho do portão, voltando em bando para comer o bolinho de chuva com recheio especial... Ontem fez um mês que elas se reencontraram na casa nova...
Resistência
Ouvi do meu pai que a minha avó benzia
e o meu avô dançava
o bambelô na praia, e batia palmas
com as mãos encovadas
ao coco improvisado,
ritmando as paixões
na alma da gente.
Ouvi do meu pai que o meu avô cantava
as noites de lua, e contava histórias
de alegrar a gente e as três Marias.
Meu avô contava:
a nossa África será sempre uma menina.
Meu pai dizia:
ô lapa de caboclo é esse Brasil, menino!
E coro entoava:
_ dançamos a dor
tecemos o encanto
de índios e negros
da nossa gente
Coisas de Vovô!
Eu sou aquele tipo de avô, que esquece do mundo, não dimensiona bem as suas responsabilidades e que fica totalmente surdo às broncas dos filhos e da esposa.
Interajo as minhas emoções, e raciocino como se tivesse a mesma idade minhas netas.
Aprendi que para ser feliz, a gente precisa sair do lugar. E hoje,o meu melhor lugar é aonde estão as minhas netas.
( Nino Carneiro)
OS PRATOS DE VOVÓ
A minha avó guardava, com alegria,
muitos pratos, lindíssimos, de louça
que ganhou de presente, quando moça,
e que esperava usar – quem sabe? – um dia.
Mas a vida passando tão insossa
e nada de importante acontecia
e ninguém pra jantar aparecia
que compensasse abrir o guarda-louça.
Vovó morreu. Dos pratos coloridos
que hoje estão quebrados e perdidos
ela jamais usou sequer um só.
Assim também meus sonhos, tão guardados,
terão, por nunca serem realizados,
o mesmo fim dos pratos de vovó.
Até aos 24 Anos -
Nasci póstumo!
Neto de Alguém…
Avô de mim mesmo…
Filho de Ninguém ...
E de onde vim?!
De parte incerta
- por certo! -
Vivi póstumo na Vida,
tão póstumo,
que da Vida me perdi ...
E o que de mim fiz?!
Alguém que longe,
de tão longe
chegou a Si!
Profunda sintonia,
estranha contradição...
Mui mal me senti ...
Aqui e ali ...
Sem Coração!
Aquém-de-mim !
Num Universo sem fim ...
Meu triste e pobre Universo!
Sem verso, nem reverso,
fui Poeta, Solidão, Fado e Asceta,
intima Espiral de profunda comunhão!
Foi com meu avô que aprendi a contar histórias.
Ele me ensinou muitas coisas:
Me deu esperança e desejo.
Me disse que a vida não era para ser justa e sim vivida.
Preparou-me, com lições sobre o mundo,
Permitiu a distinção entre o bem e o mal...
E vovô foi quem sempre escutou todos os meus sonhos.
Aquele que, na minha infância, por ter tempo e paciência, falava realmente comigo.
E nos falávamos sempre em um dia sim e em outro também, mesmo que o ânimo não lhe fosse favorável...
Vovô falava e eu aprendia. Eu falava e ele me ouvia...!
Assim, nunca ficamos sem palavras ou histórias para contar um para o outro...
Em verdade, sem ele, não sei quem ou o que EU seria!
Mas de uma coisa eu tenho certeza:
Eu não seria EU...!
Pois meu avô, sempre foi meu melhor amigo
meu guia, meu herói, meu orgulho.
E sabia que nada neste mundo, nem mesmo a vida ou a morte, poderia nos separar.
Seus conselhos permanecem irretocáveis e me permitem saber sobre as coisas certas, sejam elas a fazer ou a dizer!
Vovô fez o melhor e foi o melhor que poderia ser.
Seu legado será eterno em minha vida.
Ele foi um modelo.
O meu modelo...!
Tou sentado a porta de casa
E vejo os netos que queríamos a brincar
Chamam-me avô como tínhamos imaginado
Os girassóis que sempre gostaste estão lindos
E até agora nem uma única doença me afeta
Meu coração continua poeta
E passo os dias a jogar ao dominó com os vizinhos, tal como tínhamos planeado em jovens
Tantos planos que foram concretizados
Como o sonho de nos casamos
E nem um do outro fomos convidados
A casa da minha avó.
Casa simples num bairro operário, muro baixo, porta de duas folhas e nela meu avô olhando para as nuvens e prevendo chuva, homem alto e forte, óculos grosso ,emoldurando os olhos azuis. sala com cortinas de chita coloridas, rádio em alto volume tocando uma moda de viola ou futebol. Minha avó na cozinha, sempre agitada e ranzinza, coitada ,nunca foi de carinhos ,talvez porque não sabia. O carinho dela era fazer o que comer ,uma polenta fresquinha, ou um doce de laranja. Meu lugar preferido era o quarto da tia, uma colcha de retalhos sobre a cama ,e uma pilha de fotonovelas e gibis. Foi ali que aprendi a ler e a viajar ,foram muitas e muitas horas por dia naquele quarto .Lá fora ,no quintal, um quarador de grama ,roupas colocadas ali para branquear ao sol, laranjeiras lima ,baia e cavalo ,um pé de uvaia carregadinho. Lugar de brincar com a irmã e primos. Mas minha lembrança mais querida era o jardim da tia. Esporinhas rosas, brancas e azuis, margaridas , flores amarelas .Um pinheiro (faia)que dava umas bolinhas espinhudinhas. Mas o cheiro e a beleza do manacá ,são das minhas lembranças aquilo que mais me emocionam.Saudades.
a minha avó repete:
o tempo cura a ferida
mas não cura a cicatriz
e nenhum outro poema
de nenhum outro poeta
me falou tão alto ao ouvido
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