Poesia Agua de Mario Quintana

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⁠se eu fechar os olhos
pelo instante breve
talvez o instante perdure
porque a escuridão é
uma luz por instruir.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "a instrução da luz")

Inserida por PoesiaPRM

⁠uma flecha que anoitecesse no tempo
lugar, pedaço de terra, erva ou árvore
uma flecha que resistisse implacável
à biologia de uma meia volta de Úrano

sem a subtracção de uma soma
este lugar contém o mesmo
azul celeste sem ser galáctico
poalha invisível sem ser cósmico

é este o lugar onde renascem
os primeiros homens órfãos
do destino sem distinguirem
a mortalidade do seu tempo

densos e altos e firmes poentes
ave, voo pleno ou plano boreal
desvelam frondosos sobre a água
o misticismo das sereias mudas

ninguém as vê plantando os peixes
ninguém as vê caminhando sobre o céu
ninguém as vê contando as pedras
e os peixes voam no céu como pedras.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "os peixes voam no céu como pedras")

Inserida por PoesiaPRM

⁠nas asas cegas
a traça sonda

sobre a luz da vela

a misteriosa beleza
o lúgubre destino

a sua morte inesperada.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "nas asas cegas")

Inserida por PoesiaPRM

⁠ancestral aranha que mascaras
balaustradas, capitólios e olimpos

sigiloso movimento trespassando
o invisível lugar de visível vazio

aroma metálico ou apurado gume
na distracção sonora do sono

afinal, de quantos rituais e cantos
ou milenares hecatombes aladas
se fazem as arestas criminosas
onde jazem brancas e indefesas
as mil e uma esvoaçantes criaturas
que encontraram na sedutora luz
o seu destino ébrio de inocência?

(Pedro Rodrigues de Menezes, "ancestral sibila")

Inserida por PoesiaPRM

⁠é olhando para todas as mães
com as suas vaginas derrotadas
e os ventres espiando a cicatriz
que me adormecem os olhos
perante a mão cega e grotesca
somos incapazes de vir ao mundo
sem ensanguentar o mundo inteiro
sem arrancar dormitando ainda
sendo ainda esse sonho por gerar
pedaços vivos da carne e do sonho
criaturas invariantes e futuras
condenações a estourar hediondez.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "hediondez maternal")

Inserida por PoesiaPRM

⁠o corpo pairando
suspenso nu
fantasma sem cor
com forma de fantasma
candura obliterada
interrupção incomum
cadáver assombroso
terra inclinada na chuva
um poeta sobre uma poça
milenar
o sangue coagulando todo
vertical

a veia míope tocando o
horizonte

a vírgula expansiva da sua artéria
cavernosa

os pés, uma chaga infernal do
caminho

as mãos, um claustro negro de
silêncio

o poeta salta
o poeta corre
o poeta também ri
mas o poeta está morto.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "o poeta, o poema e o fantasma")

Inserida por PoesiaPRM

⁠JEITINHO MALANDRO
Esse jeitinho malandro de me conquistar
esse jeitinho dengoso de me possuir
Essa carinha de anjo me entorna a cabeça
Fica fazendo charminho, não me deixa dormir
E eu fico fora do mundo, não sei o que fazer
Escreve versos de amor para te agradar
Não sei se é fantasia tudo isso que sinto
É esse jeitinho malandro de me conquistar
Te escrevo dos pés à cabeça e te pinto no avesso
Leio o teu pensamento prá frente e prá trás
Te faço dormir no meu colo mordendo teu queixo
E esse jeitinho malandro me pede arrevesso !

Inserida por touchegrs

⁠MEU DIÁRIO DE BORDO

Bença, Mãinha!
O mar continua com ondas.
Mas foram elas que criaram o surfista.
Maior onda!
É... O choro só durou até esta noite,
Hoje estou alegre.
Sem o sorriso no rosto.
Mas com à alma feliz.
Eu não estou conseguindo respirar direito... senhor!
Não prestei atenção na aula de história,
Agora estou aqui com várias coisas na memória.
Eu aprendi a escutar ouvindo o livro.
Mas ninguém quer lê minha Poesia Marginal.
Mas às ideias do Presidente borçal, vários estão engulindo.
Senhor, sou trabalhador!
Deixa meu cavalo andar.
Pra minha preta, não tirarei ele nunca da chuva.
Eu descobri que amar é um ato de revolução!
Estou navegando, sem vela numa escuridão.
Eu creio que meu Salvador não soltará minha mão.
Minha âncora está no verso livre,
Na poesia concreta, no poema líquido,
Como dizia o filósofo... As vezes, me chamam de poeta.
Eu não dependo da Academia de Letras
Para ser lido.
Ela quem precisa de mim para não ficar esquecida.
Saí da caixinha, não sou mais uma tala de fósforo.
Aí, Platão, para Caverna não volto nunca mais!
Agora só ouço o Racionais!
"Ratatatá";
Vou pegar um trem, e para Santo Amaro vou voltar.
Não sou professor mas todos os dias estou ensinando os racistas.
Eu já disse também que não sou escritor, sou teimoso! Só faço poesia, tem pessoas que gostam.
Eu estou vivendo como um rico: comprando livro.
E a vida? Vou namorando-a!
Sei que ela é um sopro, no entanto,
estou assobiando ela...
Estou igual o Michelangelo:
Tentando tocar meu dedo no de Deus.
Amém!

Inserida por Machadodejesus

⁠MINHA OUTRA METADE

Você veio como chuva de verão;
Me surpreendeu, encheu meus olhos de lágrimas e encharcou o meu coração de amor. De repente você foi crescendo...
E o berço já não mais lhe coube. Mas nos meus braços você ainda cabe. Assim como Deus tirou Eva da costela de Adão; você foi tirado de mim: minha outra metade. Como água; você ocupa cada espaço daqui de casa, e vai ocupando do meu peito também. Quando vejo já é noite, e você está dormindo. Nem parece aquela criança agitada de durante o dia. Você é o sonho de Deus, e eu passei a sonha-lo também.
Enquanto o mundo está se acabando lá fora, você dorme como se nada estivesse acontecendo.
Você foi crescendo e o tempo da vida foi tirando você de mim. Logo ficarei velha e voltarei a ser uma criança como tu também. E você cuidará de mim. O tempo é danado: a cada dia vai esculpindo na minha faça rugas, deixando meu cabelo da cor das nuvens. Meus olhos um dia já não mais verá você tão bem. Mas imaginarei teu sorriso gostoso sem nenhum dente...
Eu sentirei teu toque, teu cheiro, o cheiro da minha criança linda. Quero sempre ter meu rosto molhado com teu beijo...

Inserida por Machadodejesus

⁠Causa confusão mental
atrofia a razão
de efeito devastador
falo com autoridade
sei que para muitos é droga
mas para outros tantos
apenas amor...

Inserida por OscarKlemz

⁠Soneto do desejo

Às linhas azuis a quem escrevo
desejo uma curta vida de aventuras
desejo o medo de não temer as alturas
desejo o desejo de ser imatura

Desejo que reveja a assinatura
desejo que misture sua loucura
desejo que mate e descubra a cura
desejo que releia as escrituras

Desejo paz a pele escura
desejo vida a quem é pura
desejo fruta que esteja madura

Desejo mais de mais cultura
desejo curvas as esculturas
desejo amor a esta jura

Inserida por Paiva

⁠[A nossos filhos]
talvez seja mais importante
mostrar que há
força na fragilidade
do que supor que há
fragilidade
na [pretensão] de se forçar.

Inserida por diego_souza_paiva

⁠CAETANIANDO.

O sol não nasce em Santo Amaro
Sem que o poeta Caetano
esteja com os versos cantando;
Poesia com samba de roda, meu caro.

Dança criança, velho e a moça morena.
Com isso faz o lindo recôncavo baiano se alegrar.
O tempo é um deus generoso que deixará
Caetano Veloso como um eterno poema.

A ditadura tentou lhe ditar,
Mas Caetano nunca andou só.
Ele é protegido pela força do orixá.
E abençoado pela reza de de Dona Canô.

Caetano é uma ladainha.
Sua amizade com Gil,
É como o berimbau e o capoeirista;
Que a capoeira da vida os uniu.

Caetano é filho da terra sagrada,
Que é filha da mãe África.
Que a pariu no fundo do navio.
A Bahia é a poesia
e Caetano Veloso é o poeta que a canta com muita alegria.

Inserida por Machadodejesus

⁠Sobre Mãinha escrevi: SOMOS UM
Meu olhar é o dela.
Meu cabelo crespo é o dela.
Meus lábios carnudos é o dela.
Até meu sorriso!
A cor da pele é dela.
O nariz esparramado é
o dela.
O rosto, é o dela.

Se tivermos distantes, a alma não se desconecta;
Somos uma alma, só dividida em dos corpos.
Nem a morte pode nos separar.
Pois até depois de mortos, a vida faz questão de nos juntar.
Somos a beleza do continente africano;
Eu sou seu poeta,
E ela, meu poema que declamo.
Mãe é um pedaço de Deus:
Porque é uma vida que gera outra vida!


Fragmentos do meu livro: Dom Amaro.

Inserida por Machadodejesus

O Pintor de poesias

Assemelha-se o poeta,
A um jeitoso pintor,
Que após desenhar a reta,
Faz um quadro de valor.

Enquanto o dotado artista
Pinta as cores de uma flor,
O hábil e audaz lirista
Acha a alegria na dor.

Imagens a tinta escreve
E a palavra pinta rima;
Mesmo um feito muito breve
Torna-se única obra-prima.

Risca, pincela, sombreia
Às letras mortas, aviva.
Zela, contenta, anima
Ao bom descanso convida.

Pensa, avalia, medita,
Às cores mortas, alegra.
Rima, argumenta, versa
À bela arte invita.

É o pintor de poesias
E o poeta de afrescos.
O feitor das alegrias
E dos autos principescos.

Vinde à agradável arte
Do espírito eloquente.
E pintai seu estandarte
Adornado belamente.

Inserida por jonathan_ferreira_4

⁠Não dou ao destino o crédito
sobre os caminhos que segui
e as coisas que alcancei
Mas foi o acaso que me guiou
à sorte de esbarrar na tua boca.

Inserida por leticiadequeiroz

⁠Você me ditou aquele poema em sonho
Suas palavras, não minhas
Se te doem, saiba que são suas
Colha os espinhos que plantou em mim
Eu floresci em meio ao seu cemitério de sentimentos
E doeu, viu?
Mas olha eu aqui,
intacta

Exceto pelas palavras.

Inserida por leticiadequeiroz

⁠MINHA CIDADE: SANTA BÁRBARA

Existe uma cidade
No interior da Bahia,
Onde o sol nasce sobre uma Igreja Matriz.
E se põe sobre a belíssima praça Fonte Luminosa;
É tão poético; é como se um poeta estivesse escrevendo uma poesia...
Seu jardim compõe o belo Cartão Postal.
Onde os passarinhos no topo das belas árvores cantam canções de alegrias.
Onde as moças recebem flores colhidas do seu jardim.
Onde os velhos contam histórias sentados nos bancos antigos de madeira.
Onde as crianças no anoitecer jogam capoeira.
Terra linda no sertão;
És minha cidade do requeijão.
Linda, linda: és minha cidade.
Glorifico-a! Descrevo-a!
Se fosse de pintá-la numa tela, tinha que ter vários Picasso.
Pois, sua beleza não caberia em um só quandro.
Suas escadas nos levam a esse encanto que é!
Nossa Santa Bárbara.
Nossa Pacatu.
Que cavalga sobre muito amor e fé.

Inserida por Machadodejesus

⁠o amor tem a grandeza de jamais ser igual da mesma forma que nunca atravessamos o mesmo rio duas vezes
pode-se amar várias vezes e o amor será sempre original e único

Inserida por Pccmagdalena

⁠Ao longo do tempo, fui plantando sonhos e me esquecendo do feijão.
Assim, fiquei aí pela vida, semeando utopias e colhendo solidão.
Descobri-me enfim, um adicto da poesia, injetando-a diariamente em minha veia e hoje, embora possa, por vezes, estar de estomago vazio, minha alma permanece cheia.

Inserida por wiliam_oliveira

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