Poemas Vinicius de Moraes Patria minha
TENHO MEDO DE VOAR (III)
Como pode?!...
Não entendo como a pessoa se anima tanto a voar,
E até a trabalhar,
Nas alturas,
Numa aeronave, solta no ar.
Vendo aviões nos ares
Fico a pensar sobre as criaturas
Viajando neles expondo suas vidas,
A um grau de risco no mínimo questionável.
Já busquei ajuda
Numa específica literatura,
Para ver se me encorajava voar
Em asas duras.
Mas ainda não fui convencido
Quanto a este heróico ato de bravura.
Como pode?!...
Teria que ser um brasileiro,
Mineiro,
Homem simples do interior,
Autodidata... Roceiro.
O "pai" de tamanho invento?!
É incrível alguém ter tamanho intento!
A ousadia e desenvoltura;
Para desafiar gravidades, alturas,
As Intempéries, a força do vento!...
Como pode?!...
O avião me fazer tremer de medo
Aqui do chão,
Só de vê-lo pairando no ar,
Como um colibri,
Ou em movimento,
Como um trem doido demais!
Como pode?!...
Eu viver tanto tempo,
Sem coragem de cruzar o infinito
Nas asas desse trem bonito?!...
Alberto Santos Dumont teve essa coragem de voar,
Desfrutou desse prazer e achou sua obra prima,
Um trem bom demais da conta!
Cá entre nós, sem espalhar pra muita gente,
Vou continuar dizendo o que sempre disse:
Não tenho medo nem de serpentes.
Mas prefiro viajar a pé
Até meu destino final,
Ou ainda, em lombo de animais,
A deixar os filhos e a viúva,
Em tristes ais (06.01.16).
QUANDO NOS ENCONTRAMOS
Depois que nos encontramos
Nossas vidas, nunca mais estão vazias;
O amor é de quem tiver...
Este meu sentimento de homem, aderiu,
Ao dela, de mulher; e nos completamos.
Com o compromisso nupcial,
Nosso viver continuou em doce brincadeira;
Preenchendo nosso vazio existencial,
Num querer bem de uma recíprocra verdadeira.
Eu, só tenho amor para ela,
Ela, só tem amor para mim;
Este mundo de afeição e de apego, que nos move,
É a razão que nos uni à vida inteira;
Assim, a cadeia deste elo não se quebra,
Nem que queiram...
Desfrutamos da essência
Do mandamento divino,
Como menino e menina.
E nesse desatino...
Somos dois eternos apaixonados:
Caindo no mar do destino.
(19.03.17)
Breve Prosa.
Sou mulher.
Sou sensível.
Eu preciso de coisas que você nem imaginaria para ser feliz.
Coisas que para você podem até parecer bobeira ou loucura.
Preciso de toque.
Preciso de afeto.
Preciso de sensibilidade.
Preciso de percepção.
Preciso de sinergia.
Embora não pareça, eu acredito no amor romântico.
Um amor para se desenvolver, precisa de surpresa, de mudança, de fantasias, de degustação, de momentos a dois.
Eu não acredito num amor rotineiro, frio, distante e sem surpresas. Porque amor quando é de verdade, estimula as coisas mais bonitas existentes em nós; de forma que até a rotina seja repleta de felicidade e sintonia.
Eu sou mulher, penso como mulher e sinto a flor da pele, como tal.
Não me julgue por isso, não se irrite, apenas entenda! E se não puder me entender e tentar de fato compreender minha forma de ver o mundo, nem sequer segure a minha mão. Mantenha distância!
SE VOCÊ DESCOBRIR!
Nesse nosso viver
prefiro dizer que é somente
uma amizade -,
o xodó que cultivamos um pelo outro.
Mesmo correndo o risco
da verdade aparecer -
e venha saber
que, algo mais existe entre nós.
Terei por certo,
que assim sendo,
não haverás lamentos -
não nos maldizemos.
Pelo contrário:
Transbodaremos de contentamento -
pela recíproca verdadeira dessa ternura velada!
Foi a ardente sede desse nosso querer,
que nos levou a vivermos nesse grude.
Colados um no outro
somos guiados
pelo amor,
o tempo todo.
(27.08.17)
ÉRAMOS SEIS
A princípio éramos seis,quatro homens e duas mulheres
- ,que iriamos numa missão especial.
Mas somente quatro confirmaram presença.
O desânimo apareceu repentinamente, em um de nós.
Sofremos mais uma baixa; ficou mais um, pelo caminho.
Restaram três.
Mas, a morte que vem para todos e,
não avisa dia e hora de sua vinda...
entrou no negócio; e a coisa desandou mais ainda:
houve choros, lamentos e sonhos desfeitos.
Perdemos mais um.
Restaram somente dois. Eu e o Vla. O que fazer agora?
quanto ao nosso propósito de seguir adiante?
Iremos ou ficamos, eis a questão.
Como não gostaria de ficar lamentando
o resto da vida pelo leite derramado...
Pensei o seguinte:
"como é para o bem de todos
E felicidade da nação..."
Mesmo indo os aneis e ficando os dedos, ainda me importa.
Iremos sim, caminhar um pouco mais
no caminho que nos fora proposto!
“Dois é melhor do que um”.
Fomos e viemos na graça de Deus,
e a certeza de que vencemos
os obstáculos,
nos basta.
(16.09.17)
Todas as pessoas têm sua graça no tecer de sua historia.
Na vivencia e ao se expressar, verbal ou por escrito.
BH, 21.09.17.
Não vejo mais o caminho de São Tiago no céu. E na Terra, os rastros tortuosos dos homens entortou o cenário da paisagem. Inverteram o uso natural das coisas.
A natureza está biruta. E o que era pra ser não é.
BH,(21.09.17).
Não se preocupe com as críticas!...
Lembre-se: aqueles que te criticaram no passado hoje, não fazem mais a mesma coisa, com tanta intensidade; já estão mais cautelosos quanto a isso. No futuro possivelmente darão tudo para retirarem uma critica que fizeram à tua pessoa.
Porque você não desistiu do seu propósito de caminhar, focado no que fazia.
Rib. Neves -MG, (24.09.17).
Em meu ofício de colher palavras,
agucei paladares...
E como o garçom que serve às mesas,
servi palatáveis desejos...
Quando me fiz amigo das letras e dos versos,
achei-me livre,leve e solto, no universo da leitura.
Amadureci bastante em ideais de completude.E não parei mais de compartilhar com os diletos leitores meus doces sabores.
Rib. das Neves-MG,(21.09.16).
APÓS A PERDA DE UM AMIGO...
...Tão pouco tempo de conhecimento e convivência com o colega acadêmico, que não chegou a ser para mim, um “amigo mais chegado do que um irmão”.
Mas, posso afirmar com convicção que éramos bons amigos. E isso já é suficiente para dizer que nossa amizade fora agradável aos olhos do Pai e dos homens.
Rib. das Neves-MG,(24.09.17).
Ainda bem que os amigos de verdade, mesmo indo para um lugar muito além do céu, não sai da gente.
Ficam em lugar seguro: do lado esquerdo do peito e em nossas memórias.
Rib. das Neves-MG,(24.09.17).
Como se não bastasse os ferimentos de algumas palavras.O tom áspero de quem as pronunciam,potencializa ainda mais a dor.
Rib.das Neves-MG,(29.09.17).
Como aves migradoras, os amigos vêm no tempo certo e vão-se, deixando para trás um mix de boas lembranças e saudade.
Rib.das Neves-MG,(29.09.17).
Quando o coração irmana à obra,os resultados aparecem e a beleza salta aos olhos de quem a enxerga com a alma.
Rib. das Neves-MG,(29.09.17).
ANELCA:
A - mando à cultura,
N - ão- mede esforços
E - m agregar o
L - iterato e o
C - aro leitor;
ao mundo das letras (02.10.17).
BOA LEITURA!
Amo as letras, as palavras, as frases, os textos!...
- Das letras, faço pequenas porções de petiscos que serão servidos por mim com carinho e, degustados por muitos viajantes... inicialmente ou, se preferir, no decorrer da leitura.
- Das palavras, faço brinquedos de todos os tipos e gostos, para um merecido entretenimento do meu público - os mais variados possíveis. Da criança ao idoso. Que cultivam o hábito de ler.
- Das frases, construo estradas, melhorando a mobilidade das pessoas e da logística, no traslado de livros,revistas,jornais...
- Dos textos... bem, nos textos...
Conto minhas estórias, falo de lugares interessantes, paisagens exuberantes, personagens engraçados, palhaços...
Para os caros leitores viajar,conhecer,aprender,contemplar, chorar, sorrir, asustar-se, brincar e relaxar...
Tenha portanto, uma boa viagem nos livros,
porque uma boa leitura é tudo de bom!
(08.10.17)
SOU TÃO FRÁGIL SEM ELA...
Já se fazia manhã!... Da janela do meu quarto vislumbrei um céu tão bonito e tão azul!...
Logo pensei em nós.
No horizonte além, me pus a ver traços da sua imagem levitando em meus pensamentos absortos.
Parecia que ouvia seus dizeres amorizados, em trechos de sua fala, revelando-me seu amor incondicional.
Desenhos memoráveis, em aquarelas, reportaram - me, ao cenário de glória que vivíamos.
Tais sentimentos afetivos de um homem a uma mulher, ainda ardiam latentes, naquele instante, em m'alma ofegante.
Voltei à cozinha e degustei um cafezinho que acabara de fazer.Saindo um vaporzinho da xícara.
Depois, retirei um livro da estante e me pus a folheá-lo, quando me deparei com um poema meu;
“Se dependesse de mim”. Exatamente isso viera à minha mente, momentos antes: se dependesse de mim retornaria aos braços da paz que havia ido...
Enxurradas de boas lembranças; aflorando a todo instante, sufocavam qualquer tentativa em concentrar-me em outra atividade.
Saí da leitura sem perceber, quando me vi num olhar vagante, num ponto fixo na parede da sala. Voltei-me ao relógio e as horas pareciam não passar.
Naquele instante me sentia tão ‘apequenado’!...
e, fragilizado, sem ela por perto!...
(08.03.18)
TENHAMOS CONSCIÊNCIA!...
Se não desejamos as árvores à nossa volta,
não poderemos contar com um coração pulsando no compasso ideal;
um pulmão ventilando oxigênio em nosso mundo celular;...Um cérebro em atividade com neurônios conectados.
Cortando-as,suprimindo-as não é uma atitude sábia: é uma visão apequenada,em vez de sistêmica, diante de uma realidade exposta.
Uma miopia em estado avançado,sem perspectiva de tratamento.
Como teremos uma vida proativa, nos faltando o combustível vital dos elementos arbóreos?
(17.04.15).
APRENDENDO E COMPARTILHANDO
A roda do mundo não se cansa de girar,e nesse giro,não me furto de aprender.E de procurar ser melhor a cada dia;não para o meu engrandecimento,ou ostentação;mas, para ser o mais útil possível a mim mesmo,e ao contexto em que estiver inserido.
Se algo novo, me for proposto, não o renego; e logo procuro adaptar-me,e entendê-lo,assim que posso.Pois, como a roda, não posso parar no tempo.
Me envolvo na disseminação do saber - quando este chega a mim;porque se repartir o que tiver, com quem não as têm,com certeza diminuirei, um pouco mais, a desigualdade de alguém.
Pequenas atitudes, faz toda a diferença na vida das pessoas que necessitam receber e também na vida de quem pode doar;que por sua vez se sentirá útil.
E, se for para o bem estar de todos, não custa muito,sermos mais generosos naquilo que pudermos compartilhar.
(09.04.15).
