Poemas sobre Alma
CORPO E ALMA DA POESIA
Bendita a prosa que segue o rumo
De um coração, quase que despido
Das vaidades, na poética o prumo
Do corpo e alma no canto esculpido
Bendita o verso de uma rima pura
Onde figura a sensação da gente
Com trovas tantas, sem censura
Que a ritmo da imaginação sente
E, um afago na atenção do bardo
De um ardor a vibrar tão felizardo
Faz o jeito de trovar mais afinado
É arte e ato certeiro, prosa gigante
Terna e peregrina, o verso amante
Deixando o sentimento aflorado! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 fevereiro, 2022, 10’59” – Araguari, MG
A solidão é uma companheira
que incomoda ininterruptamente,
pois sufoca a sua alma,
lembrando-o constantemente
de que você está só.
Janelas da Alma: A Conexão Entre Imagens e Palavras
A fotografia tem o poder de transformar uma simples imagem em uma janela para o mundo. Através dela, conseguimos enxergar além do óbvio, trazendo à tona uma nova perspectiva, uma que conecta nossa alma ao olhar do outro. Eu acredito que a sensibilidade do fotógrafo é o que torna a imagem mais valiosa. É como se, através do clique, eu transmitisse um pouco da minha essência, permitindo que os outros vejam o que, muitas vezes, está oculto.
Cada foto é uma história que, assim como as palavras, tem o poder de tocar profundamente. E é isso que busco em minha arte: fazer com que você, que está do outro lado, sinta e viva um pouco do que eu experimento, como se estivéssemos em uma mesma jornada emocional. Como escritora, também busco essa conexão. Os meus textos são mais do que palavras, são sentimentos que dançam no papel, buscando ecoar no coração de quem os lê.
Seja nas imagens ou nas palavras, meu desejo é simples: que você se veja nas histórias e nos momentos que compartilho, que as palavras e as imagens revelem algo sobre você também. Porque, no final, todos estamos juntos nesse caminho de descobertas e de sentimentos, e é através dessa troca que a arte ganha vida.
Desvelando a Morte: O Caír das Cortinas
A morte há de ser como
O cair das cortinas entre a cria e a criatura,
A parede invisível que nos separa da eternidade,
Podendo assim estar diante do Criador.
O rasgar do tecido fino que separa o agora do infinito,
Revelando a nudez do ser humano,
Deixando para trás todas as bagagens e tesouros
Que acumulamos em vida,
Mas que ali não têm utilidade alguma.
Nesse momento, tarde demais,
Percebe-se o quão fútil pode ser a vida,
E que talvez a morte não seja o problema.
Ela há de ser uma solução,
Uma passagem para o eterno e o desconhecido,
Onde o peso do viver finalmente se dissolve.
Nos detalhes
Nos detalhes mora a beleza, mas é preciso ter alma nos olhos para revelá-la a olhos nus.
ALMA (soneto)
Tenho idade de um tempo qualquer
Vivo menino, jovem ou sou senhor
Neste olhar, tenho o olhar do amor
Embalado, às vezes, no o que vier
Se não vem, tudo bem, sou o que for
Adiante, radiante, serei o que quiser
Depende de mim e de onde estiver
Então, posso ser razão ou sonhador
A idade em mim nunca será mister
É estado de sentimento, um exterior
Garoto ou velho, vai do que dispuser
Às vezes amador, noutras um jogador
Porém, o corpo, não é o que eu disser
Já a alma, estará ao meu total dispor...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
A ALMA DO CERRADO
De alma pacata
De sol encarnado
O plural desata
A vida do cerrado
Suspiro e gemido
Folha aveludada
Horizonte comprido
A alma ressecada
Buriti ofegante
Olhar empanado
O céu delirante
O cerrado sagrado
Sertão e berrante
Estrada cascalhada
Marcha o caminhante
Na alma talhada
Emas no pasto
Ipês em cascata
No cerrado vasto
O fascínio dilata
Silêncio e mistério
O cerrado diverso
Vento em puerpério
Que poetam no verso
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano
ALMA INQUIETA
Quem o cerrado dirá à alma inquieta no vazio?
De tortos em tortos galhos queixas soltas no ar
De estrelas em estrelas o pensamento a voar
Num calafrio, recolhido e só, eu, aqui sombrio...
Ergo os sonhos do chão seco, do pó a jorrar
Jorro angústias murchas do peito sem feitio
Cheio de desagrado, de pecado. E mal gentio
Que saudade doída! - Recordação sem paladar.
Pra purificar a sensação, um coração piegas
Livre da ingratidão, livre da trava indiferença
Onde, em perpétua quimera, devaneio cativo
Não posso então ter na ilusão as tais regras
E tão pouco nas lembranças cética crença
Amor e esperança vivem no cárcere que vivo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ALMA DESERTA (soneto)
A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho
Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho
Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta
Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano
SONETO DA ALMA GÊMEA
Nós num só eu, na presença dividida
Por duas existências, as duas numa
Que do plural ao singular, se resuma
Numa só pessoa, conjugando a vida
Eu e tu, tu e eu, somos nós, em suma
Dois num, juntos, numa quimera repartida
Somando essência, na afeição nascida
Evolucionando, e que o amor assuma
Num duplo coração, em uma una batida
De fidelidade ímpar, sem ilusão alguma
Acendendo chama diversa e desmedida
E neste amor onipotente, não haja bruma
E se houver, que a batalha seja vencida
Num amor de alma gêmea, ao amor ruma
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Junho de 2016 – Cerrado goiano
ALMA GÊMEA (soneto)
Ó amor! ó sensação piedosa e pura!
Ó sentimento... implacável e ferino
- Afeto, que laça de cheiro o destino
E aos abraços o entusiasmo mistura
Pois o beijo, com o seu sabor divino
Abre o infante sorrir, em doce loucura
E que a todos os males, oportuna cura
Abre ao prazer o enaltecer matutino
Sempre cantado! O poeta trovando
Ousadia e timidez... o corar da face!
Na sedução... o encontro venerando
Anda o fascínio e o belo, eterna poesia
A inspiração e o querer, onde ele nasce
Da mesma emoção, nasce a companhia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/02/2020, 19’42” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Estou triste, minh’alma chora...
Hoje vou te dizer o que sinto
Coração magoado, abandonado
Pela mentira que me fez absinto
O dolo que se fez amargurado
Deixo as lágrimas correrem
Lembrando os beijos, a paixão
Que agora fazem-me abaterem
No gosto salgado da desilusão
Sinto no peito a dor a apertar
Na saudade o sonho a lamentar
Na melancolia o adeus desabafar
No desrespeito a traição falar
Doeu... Dói... Está a doer
É o amor que está a morrer
São os planos a ir embora.
Estou triste, min’alma chora.
(Nada é pior para uma alma que tornar triste a outra alma.)
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de setembro de 2009, 05’08” – Rio de Janeiro
A alma ganha essência
No entardecer do cerrado
Sabiás cantando em cadência
E João-de-barro sempre ocupado
Na obra de sua subsistência...
desenham o nosso cerrado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/08/2014, 18'00" - Cerrado goiano
ALMA NUA
Ainda que silencioso, a trilhar, eu sigo
Despido de uma sensação que conforta
Tenho emoção, essa sorte que bendigo
Mesmo sabendo que a carência corta
A doce ilusão, como é bom e importa
Tudo é confiança, e nada eu maldigo
Bem sei que no tender se tem porta
E na simplicidade do querer o abrigo
Então, desconfortado, assim vou, eu
Tal qual um poeta sem devoção sua
A procurar o amor que já se perdeu
E nesta de ser feliz na infelicidade
Me vejo no espelho de alma nua
Matutando o mantra da saudade!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28/10/2020, 05’34” – Triângulo Mineiro
A ALMA DA SAUDADE ...
A alma da saudade é misto de rudeza
De ausência, do vão, pesar e agonia
Tal uma sensação cheia de surpresa
Lágrima, suspiros na presença vazia
Ao reviver, sofrimento, que tristeza!
Uma dor no peito em pranto desfia
E nos sentimentos aquela tal frieza
Que range, inquieta de noite de dia
No silêncio a saudade soluça tanto
Que imagino ser da tristura o canto
Ou, será a solidão sendo um bardo?
Mas, no tempo passa, que contraste!
Sem que nada da lembrança o afaste
A alma da saudade, por certo é fardo!...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 17’34” – Araguari, MG
Sinto teu gosto despido de máscaras
Nos dias em que vivemos o sonhar
Ansiando sentirmos este eterno sabor
Tomado na boca
Sentido na alma
Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa
- Ah, mas quase ninguém lê poesia no Brasil!
- Não importa, importa que Drummond, Vinicius, João Cabral, Olavo Bilac, Castro Alves, Leminski, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Hilda Hilst, Cora Coralina, Adélia Prado e tantos outros estão guardados na memória afetiva de nosso povo. Seus poemas permeiam nossa identidade nacional, formam nossa alma enquanto nação, ainda que não tenhamos consciência deste fato.
Um povo sem poetas é um povo sem alma!
"Faça o que parece certo aos olhos da sua alma.
Pois, tudo o mais que você fizer, aos olhos alheios sempre vai parecer errado".
☆Haredita Angel
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