Poemas que falam do Silêncio
“Nesta tarde dourada, o tempo repousa no silêncio das árvores, e cada raio de sol sussurra que a beleza vive em quem sabe enxergar com os morfemas do coração.” ©JoaoCarreiraPoeta.
Campinas, 13/12/2025.
“Na dicotomia entre o silêncio e o verbo, os fonemas se rebelam, grugulejando verdades que o peito ainda não soube nomear.” ©JoaoCarreiraPoeta.
Campinas, 13/12/2025.
Em silêncio, as estações da alma se sucedem, cada uma trazendo consigo um novo cenário, um novo reflexo no espelho do tempo. E nós, peregrinos da nossa própria jornada, precisamos aprender a respeitar o ritmo das mudanças.
Os fios brancos na barba são como flocos de neve que caem suavemente, silenciosamente, marcando o tempo que passa, a sabedoria que se acumula. Mas não é apenas a idade que nos traz sabedoria, é a capacidade de acolher cada fase da vida, de respeitar o processo de transformação.
As metamorfoses são como a alquimia do fogo, que transforma a matéria-prima da nossa existência. É um processo lento, doloroso, necessário, para que possamos emergir como seres novos, com uma nova perspectiva, uma nova compreensão.
No entanto, quando nos tornamos carrascos de nós mesmos, quando nos cobramos demais, quando nos julgamos sem piedade, nós nos perdemos no labirinto dos nossos próprios pensamentos, e nos esquecemos de que somos seres humanos, frágeis e imperfeitos.
A pausa é um tempo de gestação, um tempo de elaboração, um tempo de amadurecimento. É um tempo de silêncio, um tempo de escuta, um tempo de compreensão e de respeito por nós mesmos.
E quando finalmente nos respeitamos, quando finalmente nos acolhemos e nos amamos, nós nos sentimos como uma obra de arte que se completa, um ser humano que se torna mais autêntico, mais verdadeiro.
Nesse momento, nós nos tornamos capazes de enfrentar os desafios da vida com coragem e determinação. Nós nos tornamos capazes de nos reinventar, de encontrar um novo sentido para a nossa existência. E é assim que nós nos encontramos, no final do caminho, com a alma renovada, com a compreensão de que somos seres em constante transformação, e que cada fase da vida é um presente precioso.
De que serve a minha poesia
se a sua boca não me diz,
se o silêncio faz sangria
no que eu quiz fazer feliz
de que serve o verso escrito
com o peso da intenção
se o meu grito mais bonito
não alcança o seu perdão .
pois a rima se esvazia
e o papel vira desterro
de que serve minha poesia
se seu beijo é o meu erro.
Inconcebíveis
Inconcebíveis palavras são ditas
No silêncio do pensamento
Exulta, ó sensível coração!
Tua essência é como uma árvore frutífera e sedenta
Que alimenta e sacia os pobres famintos;
Vem a mim, ó doce e apetecível vinho,
Deixa o teu líquido verter pelos córregos
O teu veneno imortal;
Deem-me numa taça as borbulhas
Deste intenso vermelho sanguíneo
Manchando minha consciência
No cume da minha eterna felicidade.
Esconde no recôndito de teu coração
O jardim que tanto cuidaste
Para a farta produção dos nobres parreirais.
As Margens do Silêncio
Sento às margens do rio para refletir. A água tranquila funciona como um espelho e devolve a minha própria imagem – nítida, brilhante, revelando instintos expostos, emoções desordenadas. Sei que o tempo guarda todas as respostas, mas, mesmo entendendo o cenário ao meu redor, não consigo ouvi-las. O que escuto é apenas o silêncio, um silêncio que se acomoda ao meu lado como uma companhia serena, quase amigável.
É então que, como um filme silencioso, vejo teu semblante surgir na memória. Há tristeza, amargura, cansaço. Há um peso que não consigo explicar. Um nó, sobe pela minha garganta, apertando como se mãos invisíveis tentassem impedir que qualquer palavra escapasse. As lágrimas contidas, pedem libertação. E como finalmente permito que venham, elas deslizam pelo meu rosto e molham minha pele, levando consigo um pouco do que me sufoca. O sorriso que sempre esteve estampado em mim, desaparece – some sem aviso, como truque de ilusionista.
Sinto o frescor da manhã tocando meu rosto, como se fossem mãos suaves acariciando minha pele. A natureza ao redor transforma o espaço em um refúgio, um pequeno abrigo onde posso descansar meu corpo e aliviar a mente. Meus pés tocam de leve a água e, ao mínimo movimento, círculos se formam, desenhando imagens que lembram mandalas – figuras quase sagradas, que parecem guardar em si algo de cura.
Encontro ali um momento raro de paz, entre o vento que passa devagar e a correnteza da água. Não consigo explicar o que sinto, pois, naquele momento não preciso mostrar minha fortaleza. Continuo a observar a água, ouvindo o silêncio e pouco a pouco o mundo dentro de mim se reorganiza.
Sinais do Silêncio
Ele, também poderia se retratar – entrar em contato, dizer que a saudade consumiu os seus dias. Que o seu corpo sentiu a mesma intensidade que o meu. Dizer que tudo não passou de um mal-entendido, explicar as suas razões, de ter sumido, talvez deixar clara a situação.
Desmontar toda essa confusão e revelar o que se passa dentro do seu coração. Esses mal-entendidos poderiam ser esclarecidos. Eu poderia tentar entendê-lo. Mostrar que tudo o que se passou foi intenso, sublime. Mostrar que fui importante.
Entendo que talvez o sentimento seja apenas de minha parte. Mas então, porque há invasão em meus pensamentos? Invasão em meus dias ternos e serenos? Tudo vira uma revolução, uma guerra interior, quando, sem permissão, ele vem - sem ser convidado.
Há pendências batendo à porta. Esse estranho caminho que me conduz por encruzilhadas desconhecidas, me mantém em alerta.
Os sinais que a vida dá são claros. Dizem tudo o que eu preciso saber. Mostram caminhos.
Rita Padoin
Escritora
Falésias do Meu Silêncio
Falésias íngremes, no meio do nada, fazem morada. Meu olhar se perde entre o vazio e o instante de inspiração. As rochas parecem mortas, mas, ao observá-las atentamente, vejo que há vida, há história, há beleza, há transformação, há mistério. Isso acontece quando conseguimos abrir as cortinas internas, e captar a essência que ali habita – o verdadeiro remédio da cura.
Cada passo traz a sensação de que estamos lutando por um lugar onde possamos, enfim, nos encaixar. Nos limites do tempo, há um intervalo silencioso à espera de que compreendemos seu ensinamento e sua postura diante da pressa daqueles que tentam seguir sem perceber.
Meus passos estão, a cada dia, mais lentos. Não quero mais correr. Não quero ter pressa. Não quero tropeçar. Quero entender. Quero mudar. Quero viver intensamente, sem ter que olhar para trás e revisitar o passado. Quero um olhar voltado ao futuro – um olhar de sucesso, de vida que me espera.
Hoje, penso apenas no agora e no que está por vir...
Rita Padoin
Quando compreendermos o grito do silêncio, compreenderemos todo o resto.
Rita Padoin
Do livro "Entrelinhas"
Silencio a mente, renuncio ao excesso.
Cumpro meu dever com o coração puro.
Ofereço palavras que curam.
Esqueço o Eu e abraço o Todo.
Sou vazio para receber a sabedoria.
No templo do tempo
No silêncio antigo da tarde, dois olhares se cruzam sem pressa, são ecos de promessas caladas, amores que o mundo não confessa. O espaço é sagrado, suspenso, onde o toque é mais que pecado. Ali, o tempo curva-se manso ao reencontro tão desejado.
São mãos que se lembram do gesto, são vozes que tremem no ar. E o proibido, por um instante, parece enfim se libertar. Há um perfume de saudade pairando entre os corpos imóveis, como se o tempo, em reverência, parasse para ouvir seus nomes.
Os olhos dizem o que os lábios temem, e o coração, inquieto, reconhece o caminho antigo. Não há culpa, só memória, um amor que não se apaga, apenas se abriga no abrigo do tempo.
E quando o sol se despede, tingindo de ouro o instante, fica no ar a certeza: o que é verdadeiro, mesmo oculto, sempre encontra um jeito de voltar.
Resposta
O silêncio ensurdece
aqueles que buscam respostas com gritos constantes,
aqueles que lutam sem cansar
atrás de entendimento,
aqueles que procuram o conhecimento
de formas inimagináveis,
com esforço exacerbado
ou que apenas os veem passar como uma experiência,
experiência boa e viva de saber como é viver;
No silêncio está a provação:
Portas vão se fechar;
Oportunidades irão escapar das suas mãos;
Pessoas que não se alinham a sua futura realidade irão se afastar;
Não tema, Deus está alinhando.
Escrever foi o meu modo de sobreviver ao que não cabia em palavras
de um silêncio que precisei transformar em som para continuar existindo.
Entre feridas e flores, encontrei um lugar de cura: o espaço entre o que me quebrou e o que me fez renascer.
🌿 Entre feridas e flores
para quem já chorou em silêncio, mas ainda acredita que é possível florescer
A cada dia, me refaço com delicadeza e coragem; aprendo a ser melhor nos afetos, nos sonhos, no amor que ofereço e também naquilo que, enfim, aprendi a guardar para mim.
Ja chorei en silêncio, mais ainda assim agredido que e possível florescer Carrego marcas que não me quebraram, olhares que um dia pesaram demais, mas preservei minha essência: feminina, inteira, viva.
E hoje, onde antes era dor, encontro sentido e a alma aprende a florescer. Passo a passo, floresço mulher: consciente, leve e profundamente minha. 🌷
Quando o Silêncio Fala
Não tenho medo dos barulhentos; tenho medo dos silenciosos, pois é no silêncio que enxergamos nossos dragões.
O silêncio é um grito interno que podemos sentir: dores, força, fraqueza.
Quem silencia tem a bênção e a maldição de perceber tudo com intensidade.
Lá, enxergamos nossas luzes e nossas sombras.
Sentimos tudo profundamente e ouvimos o barulho ensurdecedor do nosso próprio silêncio, que reverbera em nosso corpo.
Pensamos, analisamos, observamos, julgamos, ponderamos — tudo isso no equilíbrio ou no desequilíbrio da nossa mente.
O silêncio faz mais barulho do que imaginamos, podendo nos levar à ressignificação ou à evasão que, às vezes, chega sorrateiramente.
No meu profundo silêncio, posso ser tanto a resiliência quanto a dor que escondo dentro de mim.
Posso ser o medo, mas também posso ser a força que ainda não ousei revelar ou que moldo conforme meus altos e baixos.
O deserto se abre em silêncio,
como uma ferida antiga que ainda pulsa.
Uma porta aberta, imóvel,
esperando o que não voltou,
esperando o que talvez nunca volte.
O vento traz lembranças,
grãos de areia que carregam nomes,
promessas que se perderam no horizonte.
E mesmo assim, há esperança:
cada passo ecoa como oração,
cada sombra é um sinal de que o amor
não morre, apenas se transforma.
O coração insiste,
mesmo diante da vastidão árida,
em acreditar que o reencontro existe,
que o que partiu pode renascer
no calor de um olhar,
na coragem de um abraço,
na eternidade de um instante.
O deserto não é vazio,
é palco da espera,
é testemunha da fé que resiste.
E a porta aberta,
mesmo sem retorno,
é a prova viva de que amar
é nunca desistir de esperar.
E se sentirem minha falta
Se um dia falarem de mim,
diga que fui abrigo em silêncio,
que amei com medo, mas amei inteiro,
mesmo quando meu coração pedia cuidado.
Diga que caminhei devagar pelos afetos,
guardando palavras que só cabiam no olhar,
que sorri para não preocupar quem eu amava,
enquanto por dentro aprendia a não desmoronar.
Morei em sentimentos profundos demais,
entreguei o que eu tinha, mesmo incompleto,
fui casa para quem não sabia ficar,
e partida para quem não soube me escolher.
E se sentirem minha falta algum dia,
não me procurem no que fui de dor,
estarei viva em cada
palavras e amor sincero,
porque amar…
foi sempre o que me salvou.
Ah! Tristes olhos
Por que chora em silêncio a dor que ninguém ver?
Por que deposita tuas lágrimas no oculto do teu vazio?
Por que corre?
Por que foge?
Por que se esconde?
Por que se disfaça?
Quando escuridão cobrir teus olhos e não enxergar mais nada, porque não volta seus olhos ao criador?
”Os cães ladram, latem ou ficam em silencio! Já minha van, cara, passa!”
Frase Minha 0200, Criada no Ano 2007
USE, MAS DÊ BOM EXEMPLO.
CITE A FONTE E O AUTOR:
thudocomh.blogspot.com
