Poemas para Desejar um Feliz Aniversario
O medo é o hóspede temporário que bate à porta, sempre tentando ocupar um espaço que não lhe pertence por direito, a coragem é o motor a combustão que você aciona, a única força capaz de lançá-lo para além do horizonte ilusório do terror.
Florescer é um ato de insurgência cósmica, a manifestação intransigente da vida onde as condições se apresentam mais estéreis e antagônicas. A alma, refratária ao conforto, não se curva à estufa da perfeição, mas irrompe em cor e em força exatamente no substrato onde a sua essência foi lançada.
A Bíblia não é um livro de regras para uma vida fácil e sem problemas, mas um guia para uma vida com significado e profundidade. Ela nos chama a ir além do comum, onde o sacrifício não é uma dívida, mas o preço para a eternidade. Ser discípulo é a prática constante de esquecer o que é passageiro para aprender o que é eterno.
Há dores que não gritam, apenas respiram dentro de nós, esperando que um gesto mínimo lhes dê permissão para existir. São feridas que aprendem a pulsar devagar, como quem sabe que não será curado, apenas tolerado. E nessa convivência silenciosa, descobrimos que sobreviver também é uma forma de arte. Arte dura, crua, porém profundamente humana.
O coração humano é um campo de batalha onde cada lembrança tenta reivindicar um território. Algumas constroem templos, outras cavam tumbas. E entre fé e desespero, vamos tentando existir nesse terreno instável. Mas é no caos que aprendemos o valor de cada pequeno gesto de paz.
Eu me sento na penumbra fria de um quarto que já foi lar, observando as sombras se alongarem e consumirem cada canto da esperança, porque as pontes que tentei construir para fora, feitas de sussurros sinceros, foram engolidas pelo oceano de indiferença que cerca o mundo. Neste declínio da sociedade moderna, onde a frieza se tornou a moeda mais forte, tudo o que resta são as minhas próprias preces, silenciosas e sem destinatário, enquanto o eco da minha voz não encontra outra parede senão a minha própria pele.
A esperança é um mapa rabiscado com lágrimas e mãos calejadas, apontando caminhos que poucos ousaram pisar.
Acordo com a sombra de um ontem na garganta, onde palavras não ditas fermentam como feridas abertas. Seguro o silêncio entre os dentes, conto as batidas do escuro, e aprendo que a esperança às vezes nasce de uma cicatriz que respira.
Há um piano em meus ossos que toca notas quebradas, cada acorde é um pedaço de mim que insiste em existir. Quando a cidade dorme, a música remexe entulhos antigos, e eu me descubro inteiro nas frestas de um acorde menor.
O mundo passa com pressa e leva pedaços da gente como folhas ao vento. Resta um bilhete amassado no bolso: “sobrevivi por pouco”.
Não é glória, é quase legenda de uma fotografia torta, mas serve para lembrar que ainda posso olhar e contar.
Sorrio por economia de forças, para que o rosto não quebre. Por dentro, há um mercado de lembranças em liquidação: tudo pela metade. Compro apenas o necessário, memórias que me sustentem até o amanhã, e guardo o resto numa caixa que só abro quando a noite me desafia.
