Poemas para Desejar um Feliz Aniversario
A dureza da separação me forçou a parar de ser um cientista e a me tornar um aprendiz da alma. Deixei de analisar o problema para sentir a solução, que reside na entrega simples e desarmada. Se ninguém disse que seria fácil, então a glória está em enfrentar o desafio, voltando para o que realmente importa, a essência.
Percebi que o progresso técnico da vida não tem voz comparada ao grito silencioso de um coração quebrado. É inútil tentar provar o amor por meio de dados e gráficos. A superação não está em esquecer, mas em transformar a dor em motivação para ser melhor, e buscar a verdade que sempre esteve na simplicidade do afeto mútuo.
A ciência do nosso adeus era um mistério que eu tentei resolver, mas a única fórmula que preciso é a do perdão. É uma pena a distância, mas é uma honra a oportunidade de reescrever o destino. Eu me desligo das estatísticas da dor e me ligo à força indomável de quem decide reconstruir a ponte.
A superação é um ato de vulnerabilidade e força. É preciso muita coragem para admitir que todos os meus planos eram incompletos sem a sua presença. Eu abandono o meu jaleco de cientista racional para vestir a camisa de um aprendiz apaixonado, e corro de volta, disposto a enfrentar a dificuldade com a leveza de quem só quer ser amado.
A solidão foi um deserto que precisei atravessar, na areia deixei expectativas mortas, no vento encontrei o som da minha própria respiração, e no fim descobri que nunca estive realmente só, eu estava comigo e isso era suficiente.
Sob a garra de um fim de tarde gélido, o vento do sul chicoteia a minha linda Ilha de Florianópolis, transformando o oceano em uma fúria de açoite. A ressaca violenta, incontrolável, arremessa a areia salgada, grão por grão, contra o rosto, enquanto a maresia incessante incrusta o sabor amargo da ausência na garganta e na alma. É nesse caos costeiro, visceral e implacável, que o meu peito aperta e a sua imagem e só ela, se torna o único e inegociável porto seguro em meio à tempestade.
A dor de um coração partido não é o fim da história, mas o prólogo forçado de um capítulo de metamorfose, é o fogo purificador que queima as ilusões e revela a fragilidade do que era apenas transitório, e o espaço que antes era ocupado pelo outro se torna o santuário da sua redescoberta pessoal. Não lute para preencher o vazio imediatamente, use-o para construir a sua base mais sólida, aquela que é independente de afetos externos e que reside na totalidade do seu próprio ser, transformando a solidão temporária no solo fértil da sua liberdade emocional.
A pressa é o ladrão silencioso dos sonhos, um convite à inércia disfarçado de "falta de tempo", e o futuro que você deseja não será entregue em uma bandeja de prata, mas conquistado no suor do presente, na coragem de iniciar o que parece impossível e na disciplina de não parar no meio do caminho. Pare de esperar pela motivação mágica, comece pela ação mínima e consistente, pois é no movimento que a força e a clareza surgem, e não na paralisia da espera idealizada, transformando cada pequeno passo em um avanço decisivo na direção da sua realização plena.
A humildade não é a ausência de força, mas a sabedoria de reconhecer que a vida é um empréstimo temporário, e que todo o sucesso material que alcançamos pode ser varrido pelo vento da impermanência em um instante, deixando apenas o saldo das nossas ações invisíveis, aquelas que nutrimos no silêncio do coração. O maior tesouro que um homem pode acumular é a lembrança de ter sido um canal de paz e auxílio, pois a verdadeira riqueza não está no que se guarda nos cofres, mas naquilo que se distribui sem alarde, e na leveza da alma que sabe que a mão que se estende jamais se sente vazia.
O milagre não é sempre a ruptura grandiosa das leis da física para atender a um desejo nosso, mas a manifestação silenciosa da graça que nos capacita a suportar o insuportável com dignidade, que renova a força na manhã seguinte à maior das perdas, e nos permite respirar fundo e prosseguir. A verdadeira fé reside em ver o invisível e crer no improvável, mesmo quando a lógica grita o contrário, e entender que a mão de Deus opera mais na reconstrução humilde e diária do nosso interior, do que no espetáculo externo que os olhos humanos esperam para finalmente se convencerem.
A jornada da minha existência se resumia a um grande e doloroso ponto de interrogação, onde a procura por paz era a meta, mas a angústia era a realidade palpável, os soluços eram meus companheiros noturnos, manifestações da luta para encontrar um caminho de redenção, de apagar cenas da minha vida que me aprisionavam, um ciclo interminável de busca e frustração que me levava a colecionar desenganos em vez de vitórias.
A revelação do calvário era um bálsamo e uma acusação simultânea, pois a verdade eu já conhecia sobre o sacrifício supremo de Cristo, a entrega de um amor sem limites que culminou em Sua morte redentora, o pensamento do quanto sofrimento Ele enfrentou me constrangia, pois foi ferido também humilhado sem jamais revidar, e saber que por amor Ele sofreu calado, todos os momentos daquela paixão, tornava minha própria dor menos central, focando no Seu ato de graça.
A esperança não é um fogo claro, é brasa enterrada. Só os que escavam com as unhas percebem o calor que resta. Nem sempre ressurge em clarões, às vezes é apenas um sopro. Mas esse sopro acende, pouco a pouco, a vontade de continuar. E eu sigo, carregando o pequeno lume como um sacramento.
A saudade é um animal que corre em círculos pela casa. Não morde, apenas arranha portas que já deviam estar trancadas. Dentro do peito, a boca do animal é uma chama azul. Alimento-o às vezes, por não saber esperar o fim do fogo. Mas aprendendo, deixo o bicho dormir sem abrir a porta.
