Poemas para Bodas de Prata dos Padrinhos
Inverno e suor
São nas noites impetuosas de inverno,
Quando o suor invade nossos poros,
Que percebo em nós até onde nossas quimeras amorosas podem nos levar.
Nos levam a conhecer as estrelas em
céus nublados; às aguas salgadas dos rios, por nosso gotejar; à sobrevoar pelos jardins na negritude, quando são nossos pés que nos levam por percorrer.
É o suor mais picante e desejado da que é só eterno delírio.
Quero a paz do campo
A sensação de descarrego que dá ao mergulhar no mar
Quero sentir o cheiro de terra molhada
Ver um botão de rosa se abrir
Quero sentir borboletas no estômago
E o calor e frio que sua presença me causa
Quero o afago do amigo
E o beijo do amante
Quero ser eu todos os dias
Sem precisar me fazer encaixar
Quero a beleza do arco-íris
E o brilho do sol
Quero ser a nuvem que se descarrega quando cheia está
Quero que assim como a água da chuva que cai e rega a terra, que minhas lágrimas tenham
alguma serventia também. Se de tudo, possível não for, agradeço por a mim permitir o prazer do alívio e por poder flutuar novamente, tal qual as nuvens por aí.
Sua boca quente
Suas mãos atrevidas
Seu corpo suado
Teu corpo, teu corpo me mostrando toda reação.
Eu te observando
Te desejando
Me segurando
Você toma atitude,
Me pega de jeito,
Me leva pro leito,
Comanda a situação.
Quanta ereção!
Somos tomados pelo desejo,
Pela carne, pelo impulso.
Reagimos com ousadia
E gozamos em sintonia.
Vamos começar tudo outra vez.
Me ensine a sonhar de novo, a acreditar. ..
Te confesso, ainda tenho medo.
É que a bobeira me pegou e
Me deixei ser levada por ela.
De repente nada mais fazia sentido.
Mas, sem te incomodar, me dá sua mão,
Me olha nos olhos,
Me beija na boca,
E me faz em nada me preocupar
E em somente acreditar
Que ainda vale a pena,
Que vale a pena amar.
Ando sentindo faltas...
Sinto falta de olho no olho,
Um olhar sincero,
Daquele olhar que vemos o coração.
Sinto falta de palavras que dão vida,
Das palavras com cheiro de morte já me saciei, me fartei, me esgotei.
Sinto falta de poder acreditar nas palavras das pessoas,
Sinto falta do toque na pele, dos touchs estou farta.
Quero o toque da alma!
Sinto falta do amor de um homem que eu possa recostar em seu peito e nele poder confiar.
Sinto falta, sinto falta da minha ingenuidade, quando sofria menos por não enxergar as maldades das pessoas. Afirmo que era muito feliz.
Prosseguirei minha jornada sentindo faltas, mas tentando semear o que não encontro, e que a mim, muita falta faz.
Qual as estações do ano
Venho deixando um pouco de mim aqui e acolá
Não me perco, só me desligo, sem a intenção de me fazer permanecer, mas de esquecer.
logo agora, com a iminência do inverno, meu amor se foi
está pensativo, sem direção, em busca de novos horizontes...
me deixou o verão, que é sempre latente aqui
ah, soubesse ele que o poderia aquecê-lo
direcioná-lo pelas curvas do meu corpo
mostrá-lo não a saída do labirinto, mas o ápice dele
retirar os vincos secos de seus lábios, deixá -los macios e viçosos com beijos ardentes
sua pele não eriçada pelo forte frio, mas pelo passear de minhas mãos
soubesse ele disso, teria deixado sua questões de lado
priorizaria ele se expor ao sol
deixar a pele bronzeada
seu rostinho rubro
com aparência salutar
de quem vive para amar.
vts
maio/2018.
No início, nada de tão sério. Até que a intensidade foi se tornando insuportável. Era um dia sem sono e outro, hibernação. O corpo e a mente se mantinham em frequente luta para ver quem conseguiria trabalhar mais. Se num dia não comia nada por total falta de apetite, no outro devoraria qualquer coisa. Paulatinamente a dor no meio do peito parecia se aprofundar até transpassar às costas. Os esquecimentos não eram mais um simples apagar de mente por segundos, passavam-se tempos, até que conseguisse a tão famigerada lembrança de volta. De repente, saber que no dia seguinte teria que ir a algum lugar tornava minha mente e corpo em erupção total, era suor para todo lado, coração acelerava e tudo implorava por socorro. Não era falta de fé, fraqueza, estresse seguido de dor no peito ou loucura diagnosticada, era depressão e síndrome do pânico tratados por psiquiatra e análises com psicólogo.
Se agora tudo está bem?
_ Sim. Até que por qualquer razão, que não seja rotineira, venha me abalar novamente.
O quê que faço quando tudo volta?
_Absurdamente, com uma lança em mãos e vestida de couraça, me levanto e enfrento meus dias.
Por que a analogia quanto à lança e a couraça?
_ Porque é dessa forma que me sinto, como que se vestida estivesse para me deparar com a guerra que não está do lado fora, mas intrinsecamente, em mim mesma.
Se é fácil?
_Não, não é fácil. É uma batalha enfrentada cara a cara todos os dias.
vts
tem uma dor presa aqui, fazendo um buraco que rasga com unhas afiadas e cara de quem quer ver a dor agonizante
tem um grito que não sai, está entalado; em quarentena, ele aguarda pela prisão perpétua
há mãos atadas, calejadas pelos carinhos distribuídos em peles com queratose pilar, não pelo excesso de queratina, mas por não conhecerem a reciprocidade
há olhos vendados por não suportarem a luz do dia
há corpos estendidos sobre camas, corta-luz nas janelas e portas trancadas
há alguém a implorar por socorro através de códigos, por não suportar o desacreditar no amor
mandem mensagens, liguem, façam-se presentes, quando souberem o que realmente querem
pessoas não são descartáveis, amor não é banal e palavras deveriam ser sempre verdadeiras.
vts
me vejo
me toco
me escuto
observo mulher forte
toco pele, ora sulcada pelas tempestades impetuosas,
ora de seda
ouço o riso e a dor
que incendeiam o depósito andarilho
de mente balburdiante,
lábios oclusos
e pés fincos ao chão.
têm dias em que nosso diálogo é ensurdecedor
fico jogada sobre a cama
a caneta se perde pelas frestas do sofá; quando não, ao meu lado na cama, que é um lugar inabitado há cinco anos, e ela insiste em me fazer companhia
o papel, muitas das vezes, fica todo suntuoso na estante, não me dá muita atenção
como bons e velhos amigos
temos aqueles dias em que o papo rola o dia inteiro e vara pela madrugada adentro
fazemos passeios longínquos
percorremos por corpos desconhecidos
falamos daquilo que nunca vivemos
e daquilo que é nossa reza principal
somos amigos e não cabe em nós escrúpulos, segredos, sussurrar...
gritamos às vezes um com o outro
nos amassamos quando queremos exprimir alguma repulsa,
ou apenas nos deixamos,
cada qual pelo seu habitat
quando não, largados por qualquer ângulo da velha alvenaria.
09/05/2018.
me vesti de plumas
pus brio na cara
feito latão reluzente fiquei
pisei em poças
atravessei por entre os carros
jogando bolinhas pra lá e pra cá
com nariz vermelho
me perdi nos currais
me encontrei no Planalto.
Papéis brancos ou coloridos
São fontes de realização
Posso neles escrever sobre a morte
também posso escrever sobre a vida
Eles estão alí, à espera de quem os irá usar
Damos a eles a serventia que desejarmos
Pessoas não, pessoas nem sempre estão tão disponíveis aos nossos desejos
Algumas se deixam usar sem muito se amargar
Outras, de tanto terem sido lambuzadas, cansaram
Se fecharam, ou se abriram
mas abriram-se ou fecharam-se de formas distintas
É...
Há quem se fechou para não mais sofrer, mas enganam-se, porque se fechar também é uma forma de pesar
Quem se abriu, se abriu diferente
Descobriu que autoestima não é apenas uma palavra que se escreve, ou se lê; [se tem]
Com sua autoestima, ela abriu-se,
mas com ressalvas
Porque agora ela sabe o que não quer, o que não aceita
Com a autoestima ela ganhou o colorido do papel, e só permite que escrevam em sua alma aqueles que lhe ganharam por airosidade.
04/05/2018.
Estava sedenta por mergulhar nas águas profundas do amor. Entre um mar e outro, encontrei você, que me passou toda a certeza de que poderia imergir sem receio algum. Acreditei e mergulhei. Assim como uma criança estando no alto, pula sobre o colo de seu pai,quando este bate palminha pra ela, dizendo: pode pular! Mergulhei sem medo, confiei em cada palavra que me dizias. O amor tem dessas coisas, por mais adulto que sejamos, por mais experiências dolorosas que tenhamos tido, ele nos traz o sorriso sem motivos, o palpitar no peito que te faz sentir-se vivo, o nervoso quando estamos perto e não sabemos o quê fazer, o quê falar... não adianta, é tudo tão novo quanto velho. Lá nas profundezas, as águas começaram a se agitar. Busquei por tuas mãos e por teu olhar que me transmitiam tanta confiança. Não os encontrei. Já havia uma tempestade preanunciada, da qual, apenas por mim, era desconhecida. A emersão ainda está acontecendo.
D i a
a
d i a.
vts
Não sei como seria a vida se todos os nossos momentos fossem apenas de conquistas, de bem estar, de amores plenos...
Todos os meus momentos são vividos com muita intensidade e isso é notório aos que estão à minha volta. Se estou bem, falo com todos sem comedimentos, sorrio e o sorriso é audível a longas distâncias, minha face reluz sem maquiagens externas porque a alma está plena o suficiente para transbordar por todo o corpo e seu exterior.
Nos momentos em que me preservo um pouco mais; que o sorriso é contido; que as palavras encontram nos dentes celas constantes; que o corpo não gesticula porque a alma não está dançando... são exatamente nesses momentos em que a tristeza me abate num combate quase que instransponível.
São nos momentos de solitude ou de completa solidão; de perdas; de tristezas que mergulho mais profundo no meu mar e percebo que havia reservas de oxigênio me tornando mais forte; me redescubro; me reinvento e encontro forças para um novo emergir.
vts
Abrace a dor
a recolha em teus braços fortes
dê à ela o troféu
e a despache de vez
você não precisa colocá-la na estante
e a cada visita, contar como foi sua conquista
algumas vitórias são alcançadas no silêncio e vivenciadas da mesma forma
Da tua dor, só você entende
só você sabe a dimensão que ela alcançou
onde ela teve o poder de te paralisar
e a forma que encontrou de se libertar
Despache, despache a dor!
vts
Detalhes...
Detalhes é lembrar-me de você me pedindo para deitar sobre teu peito e observar teus olhinhos com gosto de prazer por um gesto tão simples, mas que para você, tinha imenso significado; é eu estar cantando umas das músicas que mais gosto e me pegar pensando nas vezes em que você me pedia para eu cantá-las para você, mesmo com essa voz horrenda, enquanto dividíamos a mesma cama; é me recordar das vezes em que estavas deitado sobre o sofá, sem camisa, exaurido de calor, e que eu passava pela sala e deitava sobre você misturando nosso suor, te enchia de beijos e carinhos; é lembrar-me de você limpando o fogão, lavando a louça, trocando as tomadas, trazendo Nutella para mim, recebendo lambeijos da Nala... detalhe é pegar todos esses momentos e eternizá-los em mim.
vts - 24/03/2019.
Entre uma onda e outra
Quis me abrir como uma flor e exalar o melhor perfume que pudesse te oferecer
Me vesti de estrelas; te dei abraços casa; te ofereci sorrisos bobos, soltos e leves; te ajudei a mergulhar um pouco mais fundo na ousadia e tentei te fazer viver um sonho seu
Fui falante, extravagante em toda forma de ser
Me despi pra você e te dei eu, o eu profundo, o eu absoluto
Nunca fui boa em superficialidades, aquelas de encantos breves e beijos com sabor amargo
Você... você se fechou, se limitou a não mergulhar mais profundo
Acabei te perdendo entre uma onda e outra
É que enquanto eu estava no mais profundo, a onda te alcançou na superfície.
vts - 30/03/2019.
Todos os dias eu digo para mim mesma: Vai passar, calma!
Minto em todos estes dias na tentativa de que minha ferida cicatrize. Há momentos em que tudo parece um grande mal entendido. Diga que você não se foi, que estará em breve aqui, que me trará a leveza no olhar de novo, de novo e de novo, até que...
Eu jamais te faria sofrer, não te enganaria, você não precisava temer, era só deixar que vivêssemos tudo o que estávamos sentindo. Não precisamos de cobranças, nem prometermos aliança eterna. Tudo o que quero é viver o que temos para viver, juntos, ao seu lado. Não é pedir muito. Venha, me dê sua mão, não precisa temer! Não te farei sofrer. Eu sei da sua dor, sei que ainda dói aí dentro; mas não permita que experiências passadas te impeçam de viver, meu amor! Venha, me dê sua mão, não precisa temer! Não quero ter mais que mentir à mim mesma por todos os dias. Venha, me dê sua mão!
vts - 03/04/2019.
Teus olhos céu me encantam
Sei que você sabe que mexe comigo
Seu jeito meio desengonçado
Tira sorrisos meus
Ao me ver, salta de felicidade
Você explode e me deixa tímida.
Sua boca está sempre a me pedir por beijos
Teu corpo chama pelo meu
Tua mão, quando toca a minha,
me cala
me deixa sem ar
me faz mar.
vts
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