Poemas Ladrao de Homem

Cerca de 114568 frases e pensamentos: Poemas Ladrao de Homem

⁠mês de julho
dia vinte e dois
farias sessenta anos
mais os quatro decorridos
sobre o ano que adormeceste
a palavra pai é como um balão aceso
sobre a imprecisão contígua da boca cerrada
só a prejuízo a poderei pronunciar com a leveza certa
porque arde e não sei quando se fará noite dentro de mim.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "vinte e dois de julho")

Inserida por PoesiaPRM

⁠quero a poesia alta e superior
a que se eleve acima do corpo
capaz de transcender a lucidez
como se o sonho da montanha
fosse mais importante e nobre
que a própria subida à montanha
uma poesia que não obedeça
ao circadiano ritmo dos homens
uma poesia portanto sem o ritmo
perpendicular da língua no céu
cheio de uma tonalidade viva
que não seja o azul celeste
quero a poesia que incapacite
os homens ásperos da terra
incapazes da vigília letárgica
de um astro que os queime.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "um cometa chamado poesia")

Inserida por PoesiaPRM

⁠pai
não tenho memórias
desde que mostraram
a mortalha coerciva
cercando o teu corpo

pai
ouvia dizeres “é a fingir”
eu ria e dizia “é a fingir”

por isso todos acreditaram
que a minha extravagância
era um produto da loucura

pai
como se na aritmética
da vida que continua
e do tempo que passa
coubesse alguma lógica.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "aritmética do luto")

Inserida por PoesiaPRM

⁠procurando a poesia
terrestre e concreta
observam as mães
as mãos do poeta
cada vez mais fundas
cada vez menos visíveis.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "as mãos do poeta")

Inserida por PoesiaPRM

⁠se eu fechar os olhos
pelo instante breve
talvez o instante perdure
porque a escuridão é
uma luz por instruir.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "a instrução da luz")

Inserida por PoesiaPRM

⁠uma flecha que anoitecesse no tempo
lugar, pedaço de terra, erva ou árvore
uma flecha que resistisse implacável
à biologia de uma meia volta de Úrano

sem a subtracção de uma soma
este lugar contém o mesmo
azul celeste sem ser galáctico
poalha invisível sem ser cósmico

é este o lugar onde renascem
os primeiros homens órfãos
do destino sem distinguirem
a mortalidade do seu tempo

densos e altos e firmes poentes
ave, voo pleno ou plano boreal
desvelam frondosos sobre a água
o misticismo das sereias mudas

ninguém as vê plantando os peixes
ninguém as vê caminhando sobre o céu
ninguém as vê contando as pedras
e os peixes voam no céu como pedras.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "os peixes voam no céu como pedras")

Inserida por PoesiaPRM

⁠nas asas cegas
a traça sonda

sobre a luz da vela

a misteriosa beleza
o lúgubre destino

a sua morte inesperada.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "nas asas cegas")

Inserida por PoesiaPRM

⁠ancestral aranha que mascaras
balaustradas, capitólios e olimpos

sigiloso movimento trespassando
o invisível lugar de visível vazio

aroma metálico ou apurado gume
na distracção sonora do sono

afinal, de quantos rituais e cantos
ou milenares hecatombes aladas
se fazem as arestas criminosas
onde jazem brancas e indefesas
as mil e uma esvoaçantes criaturas
que encontraram na sedutora luz
o seu destino ébrio de inocência?

(Pedro Rodrigues de Menezes, "ancestral sibila")

Inserida por PoesiaPRM

⁠é olhando para todas as mães
com as suas vaginas derrotadas
e os ventres espiando a cicatriz
que me adormecem os olhos
perante a mão cega e grotesca
somos incapazes de vir ao mundo
sem ensanguentar o mundo inteiro
sem arrancar dormitando ainda
sendo ainda esse sonho por gerar
pedaços vivos da carne e do sonho
criaturas invariantes e futuras
condenações a estourar hediondez.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "hediondez maternal")

Inserida por PoesiaPRM

⁠o corpo pairando
suspenso nu
fantasma sem cor
com forma de fantasma
candura obliterada
interrupção incomum
cadáver assombroso
terra inclinada na chuva
um poeta sobre uma poça
milenar
o sangue coagulando todo
vertical

a veia míope tocando o
horizonte

a vírgula expansiva da sua artéria
cavernosa

os pés, uma chaga infernal do
caminho

as mãos, um claustro negro de
silêncio

o poeta salta
o poeta corre
o poeta também ri
mas o poeta está morto.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "o poeta, o poema e o fantasma")

Inserida por PoesiaPRM

⁠Você sabe o que a resiliência do nosso corpo nos ensina?

Ensina que,tudo que pode ser deformado pode voltar à forma original,e mesmo que fique uma cicatriz, essa marca indica que o processo foi demorado,nos lembrando de que o pior já passou!

Inserida por DavidBezerradeMelo

⁠Não por acaso...


Hoje conheço a paz não por acaso eu amadureci porque tempos atrás vive em guerras,
em algumas das lições aprendi que respeitar, sorrir e amar, significa acreditar em si próprio, representa também amar ao próximo.

Inserida por ricardo_souza_5


Procuro minha
melhor versão
dentro de mim
navego entre mundos
deslizo em águas
cristalinas
em busca da completude
as vezes encontro
águas turvas
perco a direção
Incompreensão
Invade meu âmago
delírios
persistem em mim
preciso soltar a âncora
voltar a navegar
em outros mares
devanear
em águas cristalinas
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria


No embalo do vento
das folhas secas
caindo de mansinho
abrigo minha alma
neste aconchego
sinto sussurros
de águas mansas
que me sustentam
de fantasias
carregando sonhos
ilumino
meu lado sombrio
evito naufrágio
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria



No campo a vida é serena
o menino vira pássaro
solo fertil de felicidade

No campo a vida é solitária
a terra é seu maior amigo
e o tempo não tem relógio

No campo a vida é madrugada
gotas de orvalho banham as mãos
aroma verde seduz a alma
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria


Chuva

Gotas de água
inunda a terra
enche meu peito
de incertezas
sinto o barulho
colidir no telhado
percorre meu corpo
no silêncio da noite
chama exausta
recompor o sono
entrelaçada de mistério
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria

Desencontro

Se a terra tá molhada choveu
o que procuras que não sentes?
tatear no chão que pisamos
rastejar no solo escuro
desacerto com o mundo
procurar a existência
na essência da flor
que é promessa de vida
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria


Ávida pela vida

Momentos de prazer
que banha meu ser
flores perfumadas
êxtase de desejos
invade meu âmago
saciar minha sede
tempestade de ventos
sacode meu corpo
minha pele vibra
ansia pela vida
gentileza exposta
com sede de viver
satisfazer-se
de júbilo
contemplar o belo
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria


Encontro

duas almas
um pensamento
na busca do amor
que banha a pele
irradia calor
transpira confiança
faz brilhar o sol
em dia nublado
escolhe ficar
na chuva
e brincar em Poças
d'águas
experimenta
a melodia
para tranbordar
em sorrisos
olhar as nuvens
e lá no alto
ver corações
e as flores....
Ah, aquele perfume
engole minha alma
enche os pulmões
e sopra afago
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria


Impermanência

O vento
esvoaça
minha mente.
Fragmenta
enigmas
voam
dissipam
tornando-os
desconexos
reverte
converte
restaura
apropria
por uma
brecha
de tempo
desprender
aceitar
novo momento
@zeni.poeta

Inserida por zeni_maria

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