Poemas de Shakespeare o Menestrel

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O mundo inteiro é um palco, e todos os homens e todas as mulheres são apenas atores.

Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre.

Pelas roupas rasgadas mostram-se os vícios menores: as vestes de cerimônia e as peles escondem todos eles.

Perde-se a vida quando a pretendemos resgatar à custa de demasiadas preocupações.

A mágoa profunda tem menos poder para atingir / O homem que dela faz troça, e não a carrega como um fardo.

Pois a calúnia vive por transmissão,
Alojada para sempre onde encontra terreno.

O Demónio não soube o que fez quando criou o homem político; enganou-se, por isso, a si próprio.

Vivi muito tempo, e o caminho da minha vida perde-se nas folhas amarelas e secas.

Eu sei de que maneira pródiga a alma empresta / Juramentos à língua quando o sangue arde.

Antes do matrimônio tende os olhos abertos, no matrimônio, depois, fechem-nos um pouco.

A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum.

Não é merecedor do favo de mel aquele que evita a colméia porque as abelhas têm ferrões.

Temo a tua natureza; ela está demasiado cheia do leite da ternura humana para que seja capaz de seguir o caminho mais curto.

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa
Poesias Inéditas (1919-1930)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho do poema "Autopsicografia", de Fernando Pessoa.

Quem sabe um dia

Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Desconhecido

Nota: O poema costuma ser atribuído a Mario Quintana, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa
Cancioneiro. L&PM Editores. 2007

A amizade consegue ser tão complexa.
Deixa uns desanimados, outros bem felizes.
É a alimentação dos fracos
É o reino dos fortes.

Faz-nos cometer erros
Os fracos deixam se ir abaixo
Os fortes erguem sempre a cabeça
Os assim assumem-nos.

Sem pensar conquistamos
o mundo geral
e construímos o nosso pequeno lugar,
deixando brilhar cada estrelinha.

Estrelinhas.
Doces, sensíveis, frias, ternurentas.
Mas sempre presentes em qualquer parte.
Os donos da amizade.



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Douglas Malloch

Nota: Tradução de trechos do poema "Be the best of whatever you are", de Douglas Malloch. Muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Pablo de Neruda.

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Coisa amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doí
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.