Poemas de reflexão sobre a Vida

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A vida, quando é miserável, custa a suportar; se é feliz, é horrível perdê-la. Uma coisa equivale à outra.

Considera como maior infâmia preferir a vida à honra / e por amor àquela, perder a razão de viver.

A aurora do amor é a quadra de devaneios e fantasias, em que a vida do coração principia e exerce sobre nós o seu mágico influxo.

O bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoamento da convivência entre os homens.

O prazer do amor dura apenas um instante, os desgostos do amor duram toda a vida.

Vive cada dia como se tivesses vivido a vida inteira visando justamente àquele dia.

O material da vida não é a estabilidade e a harmonia quieta, mas a luta permanente entre os contrários.

Nós não o conhecemos, mas sentimos: existe um irmão barco para a nossa vida que leva uma rota completamente diferente.

A vida é uma coisa muito complicada. E toda a questão de ser ou de não ser consiste em encontrar-se nesta confusão.

O que mais precisamos na vida é de alguém que nos leve a realizar o que podemos realizar e o que de útil podemos fazer.

Talvez amar alguém seja o único ponto de partida para tornar nossa a nossa vida.

A vida é amarga e doce. Por isso não há outra forma de descrevê-la senão captando esses dois sabores.

Muito pouco se padece na vida, em comparação do que se goza; aliás, não sendo assim, como se viveria?

Agimos como se o conforto e o luxo fossem os requerimentos principais da vida, quando tudo o que precisamos para nos fazer felizes é algo pelo que ser entusiástico.

O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas.

Você não conseguirá acrescentar uma única hora ao curso da sua vida por andar tão ansioso.

Sê alegre apenas depois de dares a volta à vida toda. E regressares então a uma flor, ao sol num muro, a um verme no chão. A profunda alegria não é a do começo mas a do fim.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Escrever, Bertrand, 2001

Com os seres vivos, parece que a natureza se exercita no artificialismo. A vida destila e filtra.

A vida é fictícia, as palavras perdem a realidade. E no entanto esta vida fictícia é a única que podemos suportar. Estamos aqui como peixes num aquário. E sentindo que há outra vida ao nosso lado, vamos até à cova sem dar por ela. Estamos aqui a matar o tempo.

Se considero quanto me custa a ideia de deixar a vida, devo ter sido mais feliz do que pensava.