Poemas de Luto
Me sinto um pouco mal de aproximar a perda de um amigo à perda de um amor, de uma companheira de vida, que parece pior. Mas aí eu penso que quando falamos de morte, falamos de vida, e das belezas da vida. Então escrever sobre o fim é também tratar do que se viveu. E quando contamos o que vivemos há a oportunidade da memória ficar ainda mais bonita.
O tempo é um pouco traiçoeiro, ele levará embora as pessoas que você mais ama, deixará lembranças que não irão mais existir, e te fará perceber o quão frágil somos.
Quando os pais morrem, você acaba os deixando ir. Mas quando morre um filho, ele fica no coração.
Quando eu precisava rir, você me contava suas piadas horríveis. E quando precisava de um ombro para chorar, era o seu. Agora você se foi e… Não me sinto mais inteira. Sinto muito a sua falta.
Senti uma brisa leve tocando meu rosto, então respirei profundamente. Sentei-me na sombra de uma árvore, fechei meus olhos e desliguei-me do mundo. Naquele campo verde com belas flores e ao som do cantar dos pássaros, pude, então, descansar.
A tempestade havia passado e o dia trazia novas promessas. O sussurro do vento cantava uma canção que dizia que era hora de recomeçar, desacelerar e seguir de onde o mundo parou. Então fui e aceitei a chance que me haviam dado. Nem tudo se perdeu.
Eu te amei ainda antes de te conhecer, eu sonhei com seus olhinhos, com seu rostinho, agora que não vou mais poder te conhecer, pereceu que uma parte do meu coração foi junto com vc, e ninguém no mundo jamais vai conseguir colocá-la de volta.
A nossa cultura não nos instrumentaliza para lidarmos bem com a morte. Na verdade, a gente lida mal com a educação sentimental como um todo. Somos criados em um sistema que menospreza os sentimentos. A gente vive na barbárie. Somos profundamente carentes de ferramenta para trabalharmos as emoções.
E de forma imersiva a solidão, encontrei-me quando partiste e esqueci quem um dia fui nos melhores dias ao teu lado.
Quando pessoas importantes partem, levam parte de nós que só existiam com eles. Esse é o fundamento da existência!
A saudade é como uma velha amiga, que volta e meia vem nos visitar, mas sempre deixa um gosto de "fica mais um pouco?".
Nunca há despedidas fáceis, sobretudo daqueles que não tem o nosso sangue, mas tem aquele que o bombeia.
Não fossem as Lembranças Coloridas que eternizastes, jamais suportaríamos a Tristeza de um dia tão Cinzento.
Sem as Divinas Lembranças Coloridas que Eternizastes em mim, jamais eu suportaria lembrar de um dia tão cinzento.
Assim como inconscientemente aceitamos a vida, devemos nos esforçar a aceitar a morte. Pois a morte é a certeza de uma incerteza que carregaremos eternamente.
