Poemas de Luto
Sei como pesa
o peso da ausência,
a essência da alegria,
e a magia da presença.
A importância e a beleza
da certeza que leva
alguém a me esperar.
Detalhes bons que ficam
entre tantos outros,
que são ruins e
que também marcam
como as palavras que ouvi,
direcionadas para alguém
que não era eu.
Certamente erros,
consequências automáticas
da insanidade juvenil.
Imperfeição entre pureza,
sujeira entre sentimento,
logo então me resta a refletir,
amei e fui amado,
cuidei e senti os
melhores cuidados,
errei e também senti os
erros sobre mim.
Amada expectativa,
cá estou a te sustentar
em mais um querer
que confusas criamos
jurando durar.
Antes de tudo,
me comove esse mundo
de representações vibrando
outras vidas em nós,
pulsando sem compasso
a poética dessas pobres emoções.
Profundas e superficiais,
desse tempo ou não,
por mais arriscado
e louco que pareça
permaneço colecionando
os beijos (que não dei)
nas mulheres que amei
sem coração!
À beira, fora do centro,
me ponho a amar
tudo que lambe,
arranha,
lava,
escorre,
abre caminhos,
desmorona margens
e vai embora.
À beira
sempre perto
de estar longe,
como um rio
vivo de tudo
que passa.
O rio e o mar
(Parte II)
Ao cruzar florestas, me fiz grande,
seguindo o percurso da vida,
fui tão estreito que pensei nunca te alcançar.
Mas a terra com o impulso dos ventos,
me puseram aos teus pés
para ouvir os ruídos à superfície.
Atento, senti até o som
do teu silêncio debaixo d'água.
Sem medo da fundura,
tomei fôlego, abri o peito,
mergulhei.
E tu,sedento
pelo doce de todos os rios,
profundo e urgente
o oceano me deu.
Estelar
Somos corpos celestes
que a atração gravitacional uniu
inversamente à distância
como um sonhar que nunca existiu.
Viemos de nuvens interestelares
distantes em fusos iguais,
feito Acre e Nova Iorque,
com temperaturas tão desiguais
capazes de explodir
qualquer estrela milenar.
Imersa na floresta densa,
longe de tudo que informava,
senti uma galáctica conexão
incumbir a tensão de uma supernova
ardendo mais que o sol,
os olhos do coração.
Sem a energia da cidade,
vi a cortina do céu se abrir.
Eu era platéia de primeira fila garantida
na própria estreia, sem roteiro a seguir...
Na cena da mínima significância,
assisti sem piscar o esplendor
de uma estrela nova iluminando o altar
de infinitos desejos que conectavam o céu
da Times Square à Serra do Divisor!
Faísca
Ainda que eu não pudesse te olhar diretamente,
o céu enviou pingos de luzes
para a tua miragem transbordar
em meus olhos de rios turvos.
Ainda que eu não pudesse te tocar sentidamente,
Deus baixou a lona dos céus
para que eu pudesse crer
que nem a estrela mais alta
é impossível de se alcançar!
Quis
Disseste-me que estava se apaixonando
e pediu que lhe guardasse.
Nunca me senti tão em casa,
na expectativa que um dia me amasse.
Quis que eu não parasse de escrever,
mas que a ti não enviasse.
Tu não podias dar bandeira
das fronteiras que em mim
deixei que explorasse.
Pediu que eu não esquecesse,
que as porteiras do meu coração devastado,
para ti eu não fechasse.
Acreditei!
Fiz coisaque sozinho
não se faz enganado.
Suplicou que eu não te deixasse.
Ora, paixão inconstante!
Desfez tudo o que um dia
eu jamais pensei que publicasse.
Utopia
Entre ondas de loucuras
desenhei o barulho do mar
e chovi ao ver o sol morrer
velando a ideia de uma vida feliz
que sequer passou de um plano ilusivo.
Tenho obsessão por riscos,
gosto de percorrer vazios,
a sensação do abismo
satisfaz meus prazeres
beijando o indizível.
Meu coração suculento
cansou de ser sedento
agora é apenas um estômago faminto
de porcarias que o mate satisfatoriamente!
O prazer de sentir
em teus olhos atentos percebo a avidez de tua boca, a lenta loucura que estremece algum lugar dentro de mim.
O paraíso.
Eu sei como voar
É quando sinto o hálito da alegria bombear meu corpo e a ansiedade vai embora.
É quando sem querer o coração dispara e acelera os filetes dos desejos.
É um sonho feito pandorga, solta no imenso céu azul, onde também me solto, livre das amarras que me prendem.
E voo liberta e pujante, para reter o amor em meus instantes.
Você sabe que por várias vezes
eu tentei te alertar.
Meu coração já estava em pedaços
e mesmo tentando tanto,
eu poderia não voltar.
Sentindo você nos meus braços
eu não tive tempo pra pensar.
Ele sempre esteve entre nós,
você queria uma solução e eu não fiz questão de procurar.
Onde eu estava com a cabeça?
Eu não sei se foi apenas ilusão.
Te olhei nos olhos,
até te assisti indo embora,
mas isso não calou meu coração.
Demorei pra perceber
Que tudo o que eu precisava
estava bem ali, saindo pelo meu portão.
Você se foi sem dizer adeus
Agora restou virando mais um shot com a solidão.
Bebendo pra esquecer
Revivendo pra lembrar
E agora escrevo cartas e compro rosas douradas que jamais vou enviar.
Estou com o seu contato no meu celular.
Se eu te ligasse talvez me atenderia,
sinto minha vida tão vazia, então não teria nada pra contar.
Respiro nossas memórias,
e as escrevo apenas por recordar.
Quando eu era feliz com você,
deixei que tudo escapasse entre os dedos.
Eu te amava,
mas em segredo,
por quem meu coração não quis escutar.
Senta aqui e me diz,
eu preciso perguntar,
se ainda posso ser feliz
mas longe de você impossível,
você é bem mais do que preciso.
Não posso deixar de te falar,
meu coração não sabia
que o que ele sentia
Significava te amar
que bondade tem Deus!
presenteou o menino com a aptidão
de observar os ipês amarelos
e ouvir o cantar do sabiá-laranjeira
Eu jurei para mim mesmo
Você não vale mais a pena
Porém na memória
Eu estou preso
As lembranças me torturam
Já não aguento mais esse peso
É complicado lembrar do passado
Sem deixar de te ver
Mas eu ainda acredito no tempo
Um dia, definitivamente, irei te esquecer.
A CAPIVARA E A VARA
A capivara é um ser pensante
Sabe onde procurar abrigo
Come mato para sobreviver
Sem dúvidas, tem a felicidade consigo
No profundos da floresta onde cantam os sábias
Ao lado de um tronco de uma árvore está a vara
Que, por sua vez, não pensa, não come, não sente
Não vive como a capivara
Seu propósito não é condizente
O homem é um ser com alma
Assim como a capivara ele precisa sobreviver
Pega então a vara e sua coragem
E procura algo para comer
Entretanto falha em todas as tentativas
E a vara fica em vão
Abandonada pelo único que acreditara em sua capacidade de viver
Mesmo sem um coração
As profundezas da floresta já não estão em seu alcance
O canto dos pássaros não acalma a sua mente de fantasia
Agora só lhe resta o chão da estrada
E sua perpétua melancolia
Nos profundo dos lagos cristalinos
A capivara bebe das águas que a natureza lhe dera
Agradece à Buda, Jesus ou Espíritos da floresta
Pela maravilhosa vida que lhe propurzera
Em meio de suas preces sem sentido
A capivara abre seu olhos castanhos
E ao olhar para direita sua visão se transforma em pergunta:
O que aquela vara faz sem um dono, sozinha e sentindo culpa?
BRINQUEDO QUEBRADO
Se eu fingir na hora de rir
E esconder meus anseios
Com um otimismo inocente
Conseguirei te conquistar
Sou um brinquedo quebrado
Não sou capaz de te entreter e amar
Nas prateleiras fico à mostra pro mundo
com um sorriso e coração costurados
Te esperando para meu bem querer
Pensar é como uma arma:
Seja pro bem ou mal,
Usar com cuidado cada palavra,
se torna essencial...
Agir ou não agir,
Escolher lutar sem temer,
Contra tudo que sentir,
Ou apenas perecer.
Pensamentos...
Que vem e nos toma,
Com enorme desalento,
Para levar tudo à tona.
Às vezes pensamos que
a pior solidão é não ter ninguém
mas me pego perguntando se
é ter e não perceber...
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