Poemas de Jesus
os dias estavam tão iguais
já não estão mais
será que é só ilusão
ou eu achei em você
o que eu nem acreditava mais?
sei lá, é difícil responder
quem é convicto demais
está totalmente cego
e nunca vai conseguir perceber
vamos esperar para ver
ver para crer
o tempo traz todas as respostas
só ele sabe responder
espero que minha intuição esteja certa
não quero estar equivocado
mas independente de tudo isso
me sinto tão bem
quando estou do seu lado
Sou catequista
Ser catequista é uma divina vocação
O ensino das coisas de Deus é minha sina
Uno-me à Igreja que me ajuda e me ensina.
Cumpro uma bela e grande missão
Aos irmãos falo do amor profundo.
Tenho sede do divino, vou amando.
E sigo meu caminho evangelizando.
Quero ser sal da terra e luz no mundo,
Um dia, lendo a bíblia, ouvi o chamado.
Instruir na fé e falar do texto sagrado.
Sacro magistério pelo espírito me foi dado.
Tenho de semear esperança, justiça e amor.
Anseio por percorrer os caminhos do Senhor!
SOU SUA ASSIM...
A VOCÊ
FIZ-ME
A FLOR
COPO
DE
LEITE
PARA
DAR-TE
A BEBER
TODO
MEU
SABOR
TUA
BOCA
SORVEU
ATÉ
SENTIR
TORPOR...
Madalena de Jesus
(Cadeia de Mindim é um estilo criado por Luna Di Primo!)
UM SONHO
Certo pedido extravagante
Eu fiz para a estrela mirabolante
Na cauda me levasse ao universo
Ela atendeu ao apelo controverso
Falei com um veloz meteorito
Tão rápido, quanto esquisito
Ouvi com ternura me abençoando
Então, percebi o sol me acordando
Madalena de Jesus
Céu tenebroso, nuvens de enxofre, ventos gélidos carregando agonias.
A pátria do cruzeiro padece de incertezas.
Teríamos sido acaso esquecidos?
Sodoma e Gomorra, situadas na américa do sul?
Absurdo, no mínimo.
Deus, ou um politeísmo egocêntrico de deus em minúsculas?
Calafrios me recordam a espinha.
Ai de mim!
Só um grito trágico grego pode dar ideia da dor, do câncer de minhalma.
Demônios covardes, fazem de minha ignorância chacota.
Escarnecem, até do conteúdo de minhas vísceras.
Abutres de togas negras!
Pátria amada?
Por quem, se até mesmo o amor próprio, que se insinuava atrevido, não o tenho mais?
Trataram de aniquilar-me, apagaram qualquer vestígio de brasilidade das minhas digitais.
Agora sou minoria, brasileiro não mais.
Sou homem, sou hetero, sou nordestino, sou pardo e sei lá o que isso quer dizer, sou pedaço de coisa nenhuma.
Ai de mim, que não sou nada. E o que fazer com a certeza de que o nada não existe?
Ai de mim que nem existo.
Desisto ou insisto na tentativa de me inventar?
Fico com a segunda opção, sou covarde demais, para desistir de ser.
Ai de mim!
Temos que olhar para cima
que é de lá que vem o socorro.
E olhar para frente, para o caminho que queremos trilhar,
e quando não temos palavras agradáveis
a melhor forma de evitar confrontos
é se calando.
Aprender a respeitar o silêncio
é uma virtude!
Houve um tempo que o relógio parou; tudo parou.
Houve um tempo que a bomba pulsou; pulsou como nunca antes.
Vez por outra, nesse tempo, o ponteiro dos segundos girava em sentido anti-horário como se fosse o ponteiro das horas.
Odiava! Queria execrar o tempo.
Aos poucos, tudo fez sentido. O ponteiro dos segundos começou a acompanhar o movimento do sol.
Não sabia qual energia foi usada neste tempo, neste relógio. De uma coisa eu sabia: me surpreendeu!
Hoje, volto a viver esta energia. Intransponível. Incrível. Vejo-me no tempo. No relógio. Vivo a estação que um dia pensei não viver mais. Reencontro-a. Porém, perco-me.
Onde estarás? Outrora, encontrar-se-ia no relógio, no esguicho de sentimentos pulsionados pela bomba propulsora. Esse tempo, perdeu-se no horizonte com as luzes do sol em um lindo poente. E o nascente está aí para provar que ele pode renascer e trazer a à tona tudo de volta...
Cadê tu? Encontro-te no horizonte, nesta estação, no ponteiro do segundo que novamente começou a funcionar. Está girando em sentido anti-horário. Mais uma vez, só para variar.
Prometo que desta vez será diferente. Sim. Será diferente. Você não só virará poema como também não será só mais uma linda e única estação.
Serei o tempo. O relógio. O ponteiro dos segundos. Simplesmente, serei. A energia que transcendeu. A estação que floresceu. O grito que emudeceu. O sentimento que nunca morreu. Serei eu.
O COMEÇO DE UM FIM!
Não foi a sua beleza que me fez te amar… foi o teu jeito de miúda mimada.
Não foram os seus lindos olhos que me fez acreditar, foram as lágrimas caída do teu pranto.
Não foi o teus simples te amo que me fez chorar… Foi a forma de como pronunciaste a frase.
Não foi o seu apoio que me fez sentir-se melhor… foi o abraço apertado que me deu quando chorei.
Amei-te porque chorei, sorri porque flutuei.
Sonhei porque acreditei, sorriste porque te amei!
Não foste embora porque deixaste de amar… foste porque não soubeste como amar.
Não deixei-te partir porque pediste… deixei-te ir porque não avia mas nada a dizer.
Não choraste porque acabou… choraste porque ninguém amou-te como eu.
Não te esqueci porque queria esquecer… esqueci porque tinha que ser.
Não deixei de amar-te com o tempo… O tempo em quem apagou-te da historia, fazendo de ti o começo de um fim.
Sabe aquela lágrima fina e leve que escorre bem no cantinho do olho?! Pois é.
Lágrima de desabafo. De tormenta. De indecisões. De insegurança. Da pessoa se sentir um lixo por ser quem é.
Um descaso. Um grande descaso. O coração grita. A boca fala. Os olhos dizem. E as lágrimas revelam aquilo que ninguém pode dizer. O indecifrável. O sonho surreal.
As lágrimas, sim as lágrimas. São elas que gritam mais que o silêncio. São elas que dizem o que a boca não consegue dizer. São elas que sentem o que o coração não consegue sentir. Sim, sim. São elas.
De repente me bateu uma vontade do teu abraço...
aquele abraço em que o tempo pára..parece que o universo
todo cabe num só abraço...um abraço apertado, sincero,
amigo, que fala tantas coisas sem dizer uma só palavra..
não sei dizer quantas palavras cabem em um abraço..
até porque foi de repente que me bateu a saudade do teu abraço...dois sorrisos,
o aconchego, o carinho de um momento especial...
olha só...a lua brilha lá no céu..vejo o reflexo no mar...parece até
que o mar está agasalhando a lua...que estranho...de repente
bateu essa saudade...uma vontade do teu abraço...
Aprendi
Aprendi que na vida temos que amar
Amar muito mais do que o muito do amar
Estar ao lado da pessoa amada
Sorrindo, cantando e brincando
Muito mais do que o muito do sorrir, cantar e brincar
Aprendi que os laços da amizade permanecem
E que superam a distância e o tempo
Muito mais do que o muito da distância e do tempo
Aprendi que devemos celebrar nosso viver
A cada dia, a cada momento, a cada fração de segundo
Muito mais do que o muito dessa celebração
Pois ainda que lágrimas façam morada em nossos corações
Insuficiente essa tristeza torna-se
Quando próxima do muito mais do que o muito
Da alegria de viver!
Como é fácil gostar de você
Como é fácil gostar de você...
Não se pode negar ou sequer esconder
O sorriso do sorrir dos olhos teus
Que, teimosos, fazem luzir os meus
Como é fácil gostar de você...
Pois transpareces por rosto angelical
Pessoa alegre, divertida e calma
Do amor a semente plantada em minh´alma
Como é fácil gostar de você...
Moça que em desalinho balança o cabelo
Faz-me julgar pássaro ver tão fascinado
Bailando a cantar da vida a canção maravilhado!
Como é fácil gostar de você...
Cujo mais que luzente sorriso encanta
E o sol faz envergonhar-se...não minto!
Já que tamanho é o brilho nesse teu rostinho
Como é fácil gostar de você...
Assumo, seu jeito menina-mulher faz-me render
A esse teu existir que não cabe explicar
Nem com mil versos, estrelas ou luar.
Se você não existisse...
Se você não existisse
Nem posso imaginar
Ausente a cascata de amor
Reflexo sem luz da dor
Se você não existisse
Eu a teria inventado
Só para ficar todos os dias
Cada segundo ao seu lado
Se você não existisse
Não haveria paz, beleza
Alegria, carinho ou sorriso
Muito menos paraíso!
Se você não existisse
Qual razão de um desejo?
Bocas secas, anseio ardente
De um pecar tão quente
Se você não existisse
Para que poesia, estrela
Lua, sol, terra e mar
Sem a felicidade à visitar?
Se você não existisse
O mundo estaria vazio
Seria triste, apagado
Viveria sempre amargurado
Se você não existisse, quer saber?
Também queria não existir!
Pois só há vida enquanto se vive
Com alguém como você
Breve reflexão sobre o tempo
O tempo é plenamente incapaz...afirmam que tudo ele "retira". Que ilusão! Comentam que ele leva o vigor, a distância, a inspiração e a paixão. Não satisfeitos, dizem também que a ingratidão, a desesperança, a superação, a arrogância e o amor são também carregados, como em um rio e, assim, solucionasse quaisquer "desafios" nos caminhos sinuosos da vida de cada um.
Custo a crer que dessa forma meditam. Como pode uma invenção humana ter o poder de mudar o anseio supremo? Entretanto, em sua perfeição divina, aprendemos a conviver com a experiência de vida, contudo jamais cessando o vigor da vontade de viver. Tomamos conhecimento que o mais simples ato de admirar os pássaros, jamais deixará a inspiração ausentar-se.
A ingratidão e a desesperança caminham próximas uma da outra, embora inexistam enquanto houver sempre o afã de superação guardado no coração de todos nós. A paixão não resistirá quando olhos cruzarem-se sob o reflexo das estrelas no oceano. O amor, nobre e indefinível sentimento, permeando todos os demais, haverá de conter os mais cruéis desejos, sublimando os mais singelos.
Então, um dia, entenderemos que o tempo, fruto da mente humana, é feito de momentos que nos fazem felizes ou tristes na sucessão dos anos, meses ou dias e que nos tornam a imagem e semelhança de Deus.
Logo tu
Logo tu que eu nunca beijaste
Poderia fazer-me permutar
Qualquer instante mais íntimo
Por um só de seus abraços
Tormento que a cada minuto
Sufoca minh´alma ao visitar-me
Quando apenas estou latente
E desperto, fingindo-se ausente
Ao fazer-me sonhar acordado
Tu que assolas qualquer coração
Perturbando a paz de outrora
Sequer entende o nobre sentimento
Ultrajando quem tanto lhe adora
Pensando em você
É pensando em você
Que questiono as tristes horas
Transformando-se na alegria mais pura
Quando a saudade torna-se ínfima
É pensando em você
Que questiono porquê
Desesperar-se diante da profunda dor
Se a cada dia o sol surge com fervor
E nessas horas eu percebo
Que mais valioso que um abraço amigo
Ou, talvez, um sincero pesar
É saber a preciosidade
Das palavras que encontram-se
Nas respostas do teu olhar
uns atravessam o inferno tocando gaita
outros se lamentam no paraíso
uns explodem fingindo que acontece nada
outros fazem belas moradas no precipício
uns fogem de si
outros abraçam seus demônios
uns se cuidam pra continuar a existir
outros dançam com a morte em meio aos escombros
muitos apaixonados
tantos de má fé
uns na contramão
outros seguem a maré
poucos perfeitos
talvez nenhum
mas muitos na busca
mesmo com nada em comum
e eu aqui
refletindo a passagem
perspectiva que obtive
observando da margem
mesmo tentando ver além do céu aberto
a vida não perdoa ninguém
caminhando em direção ao incerto
sou só mais um refém
as vezes eu penso que eu sei
então eu paro e penso de novo
as vezes penso que eu sou um sensei
no corpo de um poeta louco
as vezes só sei que nada sei
e nem disso tenho certeza
as vezes acho que a vida é um replay
e tamo preso eternamente nessa cena
as vezes a mente se desorienta
a gente cai, a vida arrebenta
mas ela te ensina e te sustenta
a ferida sempre sara, então aguenta!
tipo um calor gelado
um frio quente
a gente se prende
preso na mente
uma liberdade impotente
uma escravidão transcendental
fingimos que ta tudo certo
o mal deu oi, o bem deu tchau
afinal, como diferenciar?
a dor que machuca também vem ensinar
a verdade é uma ilusão
é tudo vista de um ponto a se olhar
preferimos o ponto que nos convém
melhor que ninguém, é o que dizemos
mas sempre um passo a frente do outro
a desculpa é que nós merecemos
cordeiros quando expostos
lobos no anonimato
ser humano de aparências
nunca quer ser pego no ato
a questão não é nem é essa
o ponto é a hipocrisia
julgamos o próximo
como se vivêssemos nas mil maravilhas
a vida é sofrida
é uma lapidação sem dó
muitas vezes ardida
vivendo o resto dos dias até voltar ao pó
aqui todo mundo nasce morto
temos rédeas na mente
e quem ousa viver
acaba morrendo novamente
