Poemas de Erico Verissimo 1910 a 9

Nenhum móvel ou objeto inanimado pode retribuir o que sentimos irracionalmente por eles.

Muitos adolescentes saem da faculdade mais idiotas do que antes. Questionam tudo e se acham inteligentes por questionarem.

A sabedoria não consiste em saber as respostas, mas extrair o melhor possível das boas perguntas, e ignorar as inúteis.

As vezes eu quero voltar para um momento e vivê-lo novamente, mesmo que todo o resto da minha vida fosse só mais esse momento, e todo o tempo não desse mais que cinco minutos.

É comum, nos piores momentos, lembrarmos de uma realidade melhor, e nos arrependermos de nossos erros. Na solidão eu sei que ela pensa em mim.

Escrever ajuda, não exatamente a encontrar respostas, mas a esvaziar-se da necessidade delas.

Como é desolador se desgarrar de um sonho quando este faz mal, se não há mais nada que mereça a espera.

Frases longas são meu defeito, quando todas as tentativas subjetivas de expressões falharam, o indefinido torna mais clara a descrição da emoção.

Perdemos um pouco mais da vida cada vez que nos fingimos felizes em emoções descartáveis.

Não sei se tenho saudades de alguém ou é só o desespero de estar ainda mais longe do que sonhei.

Quem tem personalidade é obrigado a se renovar sempre. Quem não tem tá sempre copiando, e a originalidade se perde em tantas cópias.

São muitos os que usam a inteligência pra coisas ruins. E mais ainda os que não usam pra nada.

Mesmo toda nossa vontade em tentar pode não fazer mínima diferença na força de vontade dos outros.

Há sempre o gosto de solidão no teu beijo. Não sei se a tua, ou a minha, talvez uma mistura das duas solidões, como se fossem apenas uma.

Não necessito de mais descrições. Se for pra ler do que sinto, leio o que eu escrevo. Eu quero mesmo coisas novas.

Quanta inutilidade atravessam meus caminhos... São jogadas ao acaso, e as vezes atrapalham meus passos, tropeço e caio.

As vezes a gente imagina o que se passa com uma pessoa, mas nem sempre o que elas exteriorizam é do que tá cheio o coração.

As vezes eu não tenho paciência pra explicar porque tô certo. Deixo as pessoas pensarem que elas tinham razão.

Quero um amor sincero, inocente, incontaminado de mentiras em forma de verdades, compreensivo de todas as insignificâncias que o acompanha.

Estar em um lugar onde não se conhece ninguém é ouvir chamados na rua e ter certeza que não é pra gente.