Poemas de Erico Verissimo 1910 a 9
Lágrima de Luz
Ao chorar, algo acontece no ar,
Como se o tempo parasse pra escutar.
A lágrima cai, mas não é só dor,
É semente de luz, é gesto de amor.
No instante do pranto, o mundo estremece,
Mas dentro do ser, a luz resplandece.
Seja na queda ou no recomeçar,
Há sempre um brilho a despertar.
No nascer do ser, há lágrima e luz,
Caminho aberto que a vida conduz.
Pois até na dor, o cosmos floresce,
E na alma que chora, a luz permanece.
Entre átomo e estrelas
Sou feito de átomos e de estrelas,
De poeira cósmica e perguntas belas.
Mas também sou silêncio, vazio e calor,
Sou parte do todo, sou busca, sou dor.
Entre o que é pequeno e o que não tem fim,
Mora o mistério que pulsa em mim.
E se existo, é pra tentar entender:
O infinito lá fora é o mesmo do meu ser.
O OLHAR DA SEMENTE
A semente não vê a flor que será,
Mas sente no escuro a vontade de ir.
Enterrada no tempo, sem saber o que há,
Ela confia no mistério de existir.
O ser também é assim — pequeno, oculto,
Guardando em si o mais puro impulso.
Não se trata de crescer pra fora,
Mas de florescer no agora.
CAMINHO INVISÍVEL
Há um caminho que ninguém vê,
Traçado no peito, gravado em você.
Sem placas, sem mapas, sem chão definido,
Mas cheio de passos do ser escondido.
Cada escolha é uma curva sutil,
Cada silêncio, um sinal do perfil.
Não há chegada, só o eterno ir,
Pois quem se busca, aprende a sentir.
CURVA DO DESTINO
Sem rumo, sem direção, procuro a imensidão do coração.
Sigo o céu incerto, cada passo a vagar,
como nuvem que dança sem nada a pesar.
No silêncio da alma, ouço um clarão.
Perder-me nas esquinas do destino,
encontrar-me nas curvas do meu caminho.
As brumas do passado vão se dissipar,
no sopro do presente volto a amar.
No fim de cada estrada sinto calor,
o amor dá sentido à minha direção.
Cada passo incerto ganha uma nova cor,
e no fim do caminho vejo: o amor me faz feliz.
. A Escrita e o Tempo
Do traço na pedra ao código binário,
passaram milênios num gesto diário.
A mão que riscou o primeiro sinal
já ansiava romper o tempo banal.
Na argila impressa, no couro estendido,
a alma do povo ficou refletido.
Com penas e tintas, depois o papel,
a escrita alçou voo do chão para o céu.
Surgiram os livros, os tipos de chumbo,
o verbo se fez multidão e se espalhou no mundo.
Cada letra, um passo da mente que pensa,
cada frase, um eco da existência imensa.
Escrever é fundar um espelho invisível,
onde o homem revê seu ser sensível.
É gravar no tempo o que sente e crê,
é tornar o efêmero algo que se vê.
E hoje, nas telas de luz e silêncio,
a escrita pulsa com novo início:
não mais só na mão — mas na mente expandida,
seguindo a evolução da própria vida.
Mundos a Conhecer
Há mundos além do que os olhos capturam,
planícies de luz, florestas de névoa pura,
ilhas que flutuam no sopro do tempo,
onde a realidade dança com o pensamento.
Há mundos no fundo de cada silêncio,
em cada suspiro guardado no peito,
universos que nascem sem ter um alento,
mas vivem no brilho de um sonho imperfeito.
Há mundos em cada palavra esquecida,
em cada olhar que se esconde na vida,
cidades eretas no fio da ideia,
portais que se abrem quando a alma anseia.
E há também os mundos dentro de nós,
vastos e densos, de mil direções,
onde o coração é bússola e voz
que guia entre sombras e revelações.
Conhecer os mundos — missão infinita,
pois cada jornada é sempre recomeço,
e o ser que caminha, mesmo que hesita,
descobre no outro o seu próprio endereço.
VICIOSO
No vício eu me perdi, desatinado,
Inebriando os sonhos em goles fundos,
Água transparente em trago profundo,
Engolindo pesadelos sem cuidado.
Esqueci dos sorrisos, do amor velado,
Afundei na lama dos lixões do mundo,
Devoção licorosa, é meu terreno imundo,
Obra humana, pecado capitalizado.
Na provisória dor da mente entregue,
A alma manchada por essa sina vil,
Desvairado, sem luz, me tornei intruso.
Porém, busco redenção, esperança surge,
Os versos do soneto, um grito sutil,
Transformam-se em luz, em resgate e em uso.
"Criar é um ato de desespero e coragem. Toda expressão artística sangra um pedaço da alma — é risco, é entrega, é ruptura. Nada nasce por acaso: cada obra carrega um grito, um propósito bruto, escondido entre o silêncio dos homens ou nas entranhas de galáxias que ninguém vê. Arte não pede permissão — ela acontece, como o mar engolindo a praia."
Eu cura.
Eu morte.
Eu ajuda.
Eu castigo.
Eu aqui para você ou para os meus?
Eu sou para escolher ou para escolher fazer?
Vim te salvar de todos ou te jogar para eles.
Quando teremos nossa vida em nossas mãos?
Quando deixaremos de confiar no saber do outro?
Sejamos detentores do nosso bem estar.
Não podemos ser sós.
Quando eu me for
A agonia da morte sufocando
As entrelinhas da vida que se esvai
O cacere infinito que gargalha
Sucumbindo-me
Da minha face pálida
Que nada mais podera fazer
Intragáveis versões ,detestáveis como abutres
Na carcaça podre apoderam -se
de mim.
Corvos miseráveis aproveitadores da minha fraqueza
Como aste venenosa enfraqueceu -me
Queimaram minhas asas ,com medalhões de ferro prederam me ao chão
Mau sabe eles que de me , quem flutua
São as versáteis escruciantes
Repugnantes palavras.....
Meras palavras
Hoje eu só quero ficar sozinho,viajar no rio da minha alma,quebrar as ribanceiras de concreto que as mãos humana me puseram.
Deixar escorrer todas as águas do meu pranto,deverás densas e pesadas como o bronze.
Quero enxergar o sol resplandecer,a onde as nuvens negras tentam esconder.
Hoje eu só quero me libertar do pesso da vida e me sentir leve como uma pluma.
Era uma pena
Era uma pena
Era uma pena vazia e inflexível
Era uma pena renegada pelo tempo,levada pelo vento
Quem dera fosse de pavão ou de gavião,mas era uma pena
Tão triste era à pena.
Já vi flores brotarem das pedras
Árvores gigante nascerem na lama
Vinhas frutíferas tão dóceis sobreviverem ao deserto
Rosas encantadoras desabrocharem em um simples copo com água.
Liberdade nada minha
Leve vida
Livre vida
Sempre a voar
Asas de vento
Não há pesos
Não há medidas
Não há correntes
Um pássaro
Dois pássaros
Intocáveis são
Desumanas vidas
É minha
Humanas vidas está sempre a voar...
Tinha tantos sonhos a realizar...
Tantas vitórias a conquistar...
Tantos gestos a mostrar...
Tantas palavras para falar...
Tinha um coração tão grande a dividir...
Tinha uma só vida para viver...
Apenas faltou[...]
Pelos segundos,
Pelos minutos,
Pelas horas,
Te ofereço o senhor do tempo, e o senhor do tempo te dirá a melhor resposta.
Pequena estrela cardente a cair: rasga o céu sombril do inverno
Seguindo seu rumo ao nada; marca
Oh que rara e efêmera beleza a contemplar.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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