Poemas de Deuses do Amor
Nunca vou esquecer o olhar de algumas pessoas pra mim
Nada é tão marcante, visceral e dilacerante como o olhar de alguém
Chega primeiro no coração que algumas palavras
Muito mais rápido
Às vezes tão veloz que corta, rasga e, depois, arranca
Todos os olhares que encontrei no decorrer da vida com esses olhos míopes
Foram por motivos vários
Olhares de desprezo, de desdém
De dor, de dúvida, curiosidade
Algumas poucas vezes de desejo e de paixão
Mas, os olhares que mais me assustam e que mais me chamaram atenção são os olhares enigmáticos
Que por mais que eu tente entender
Existe algo por trás
Que nunca consegui desvendar
Existe um brilho por trás dos olhares enigmáticos
Serão sempre uma incógnita pra mim
Aquele olhar profundo, distante e perdido
Que diz tudo, mas não diz absolutamente nada
A força e a paixão dos olhares enigmáticos que permeia na vida clamam por um olhar atento, despretensioso que parem para tentar calmamente decifrá-los e senti-los por mais que nunca se possa compreender
A falta de clareza dos olhares enigmáticos magnetiza
E nos leva para mundos distantes e longínquos que, por mais que estejamos compenetrados, no fundo dos olhos
Jamais conseguiremos, por meio destes, compreender 1/3 da sua alma
Se os olhos são a janela da alma
Como dizem os poetas
Permita - se
Permita - se ser feliz
Permita - se pelo menos uma vez na vida se apaixonar perdidamente
Permita ser enganado ,mesmo sabendo o que está acontecendo .
Permita tomar banho de chuva ,
Permita - se sonhar acordado ,
Permita - se ser usado , ou usar alguém ,
Permita - se viver uma loucura ,
Daquelas que você esquece até do seu nome .
Permita - se ter amigos ,uns verdadeiros ,
Outros nem tanto assim ,
Permita - se se sentir único ,
Permita - se ,permitir que falem de você ,
Seja bem ou mal ,
Permita - se .
Não faço questão de muita coisa,
só não quero que me falte nada.
Passo pelos problemas desta vida solo,
com minha palha enrolada.
Não preciso de riquezas ou luxo,
apenas de paz e um pouco de sossego.
Não me importo com o que os outros pensam,
pois a minha felicidade é o meu segredo.
Se comprometeram
de cuidar da sua
dor e pelo jeito
não cumpriram,
e cheguei crer
que iam levar
você a sério.
Na falta a quem
recorrer,
peticionei
ao poeta da multidão
porque vivemos
num mundo sem coração.
De ti não mais falaram,
fui procurar ler
na Sebastiana
e não li nenhuma
notícia ou indício,
não sei se estás vivo
ou te mataram.
Direto da estação
Da história envio
E repito o recado:
Da trincheira eu
Sou o último soldado.
Jamais terei o meu
Espírito descansado
Enquanto não ver o
General bem tratado,
E sobretudo libertado.
Como o tabaco fino
Que fascina e vicia,
Os meus versos são tudo
Aquilo que não havia
Sequer um dia imaginado.
Ainda o dia
não raiou
como gostaria,
não sou
de rodeios,
me traga
o General
são, salvo
e com vida,
Porque tenho
na testa
a estrela
de Madiba.
Canção de Luísa,
meio Bossa-Nova,
meio ousadia,
jamais esquecerei
da tropa presa
por brutal injustiça.
Aprecio duas
ciganas dançando
No firmamento
feito de ônix,
As estrelas
girando no céu,
Da Lua e de Vênus
escorrendo
- um puro mel -
Um soneto deslumbrante,
Feito de Lua,
Feito de Vênus,
Feito de estrelas,
Feito de ônix,
- Um soneto eclipsante! -
Com as duas
ciganas danço,
E nos preservo
de tudo,
Não nos abandono,
nos oculto;
Canto baixinho,
sussurro:
- Um soneto feito
de céu,
De luar,
De estrelas,
De Vênus a platinar
Intensos e sensuaisversos
Para você
inteiramente mergulhar.
As flamencas violas,
Não param tocar,
Vênus e o luar
Não param
de dançar,
Antes eram
duas ciganas,
Lua e Vênus,
Agora, a poesia
a eclipsar:
O amor está no ar
O meu coração não
para de bater,
Estou apaixonada
por você;
Desenhei este soneto
só para aquecer.
Carta: As Juras que Prometi
Por Caio Cavalcante
29 de Agosto de 2013.
As Juras que Prometi.
São Joaquim da Barra, 14 de setembro de 1995.
Mariana, meu baby,
Promessa é dívida, então pagarei. Hoje estou aqui para te dizer que as juras que um dia te fiz ainda estão aqui dentro do meu coração intactas e continuam as mesmas. Agora, a única coisa que mudou foi a forma de enxergar o mundo e poder te proporcionar estrelas maiores e mais brilhantes. Rego nosso amor como um florista rega as rosas de uma pequena estufa no meio do nada.
Nunca pude ter a noção de tamanho amor na minha vida como é o amor que sentimos um pelo outro. Ainda assim, me passou pela cabeça a ideia de te dar uma coisa ainda maior do que um céu cheio de estrelas: vou te dar o céu azul anil com um sol ofuscante para iluminar o teu dia e te tirar desses dias cinzentos que anda vivendo.
Impressionante a minha capacidade de te amar porque hoje estou aqui te escrevendo a continuação de um poema não finalizado, e estou escrevendo com meus mais singelos sentimentos. Gosto quando pensa em “nós”, porque eu também penso todos os dias.
Amo cada olhar, cada gesto, cada detalhe do teu sorriso que ficou marcado em minha mente que não me sai dos pensamentos. Outro dia mesmo, me pego imaginando a mesma coisa que passou pela sua mente: o casamento.
Um momento nosso e crucial em nossas vidas que eu prometo que assim que estivermos legalmente casados perante Deus, prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo. Sei que isso é meio frase feita de novela, mas é a realidade, é o que sinto.
Tenho que ir, já está tarde, mas não antes de deixar carimbada e selada a minha marquinha.
Um grande beijo,
Evandro Aparecido Arantes.
Fui levado a crer
que o até amor entre irmãos
pais e filhos,
amigos, amantes e afins
é mesmo uma ilusão benfazeja.
Aliás, tudo na vida é ilusão
as coisas mais tangíveis
que contemplamos
ou que apalpamos
são ilusões concretas
razão sustentando o caos
lógica iludindo os olhos
beleza atraindo corações incautos.
Somos como abelhas a fazer o mel
aranhas a criar armadilhas
abismos que no final
se tornam prisões emocionais
contradições perpétuas
AMOR INVENTADO
É preciso inventar uma paixão
para fazer um poema de saudade
que supere as odes ao amor
de Neruda, Vinicius ou Rimbaud...
Sem contudo, me valer da pobre rima
pois prefiro, em tese, a liberdade
sobre um vício que tem todo poeta
sucumbir à inflável vaidade.
Inventar uma paixão é coisa fácil e vulgar
ora em vida, quase tudo e inventado
mas o amor, aquele que faz chorar
Este sim, não se pode prescindir da poesia
só se vive uma vez, em vida ou morte
e com sorte, vamos atrás desta vã filosofia.
Evan do Carmo 31/03/2018
"Agora eram só duas taças vazias
numa mesa cor de cinza
onde as ausências do vinho e do amor
se acostumavam."
“Ode ao amor
Queria não ter lido
nem estudado Vinicius de Moraes
para escrever algo original
sobre o amor e a falta dele.
Mas algo assim só seria possível
se Vinicius não tivesse lido Neruda
com tanto espanto e reverência
ou se Neruda não tivesse lido Rimbaud.
Queria cantar o amor
em sua primorosa essência
como Ricardo Reis à Lídia
como Dante à Beatriz.
Inexoravelmente nasci atrasado
atras de todos estes
mas o amor ainda me inspira
loucura e lucidez...
para compor poemas
tão simples como este.
É o amor que sempre nos guia
ao fundo do copo e ao cerne da vida
ao topo do mundo e ao fim da tragédia
é amor que nos conduz ao abismo da perda
e ao encanto da luz da conquista
mesmo que não seja original
é o amor que dá alma ao artista.
O amor é uma amizade que deu certo
Um silêncio perpétuo cerrou meus lábios,
não falarei mais sobre o espanto do amor
descobri tardiamente, ser a amizade,
de todos os sentimentos o maior.
A amizade está além de qualquer mito
dos que falam que o amor é sem igual
o que é o amor romântico incircunscrito,
pois que dura e não suporta um temporal?
O amor é uma dádiva de amigos a partilhar
quando almas generosas se permitem dividir,
uma cama, uma mesa ou mesmo um lar.
A amizade não se presta a vil conquista
como quer o encantamento dos amantes
não se compra, não se rende a uma bela vista.
Foi aos poucos,
quase sem querer
que o amor chegou!
Quando te conheci
Eu não pensava
em amar alguém!
A sim com eu te amei.
Mas Você
sempre generosa,
me ensinou
uma nova canção !
Onde dois corações
se encontram
e o impossível acontece!
Onde o dia é de sol ☀️
luz e fantasia!
A perfeita união
dos imperfeitos!
Poeta, musa
e poesia!
Amar não é sofrer
Que um amor precisa ser triste pra ser bom,
Não posso concordar com Vinicius e o Tom
Não parece-me coisa muito boa
Caminhar sobre espinhos para sentir prazer.
Sofrer pode fazer o poeta refinar
Suas preferências e afinar sua lira
Mas sobre o amor não é verdade.
O amor deve ser nossa última parada
Um porto calmo onde silenciosamente
Ouvimos o coração dizer baixinho
Agora estou em paz, finalizo minha história
Com uma exclamação generosa
Atravessei o grande mar da desilusão
Não há mais sofrimento nem busca em vão.
Tudo se tornou possível, mas não é o fim
É um recomeço suave, uma inexorável solução.
SOBRE O AMOR
Já que ninguém normal pode ser feliz sozinho
Precisamos de alguém ao nosso lado
Necessitamos de afeto, de conforto e de carinho
Há só uma forma de mar possível, capaz de suprir
Todas as nossas carências emocionais
É o amor incondicional como abrigo
Aquele que não espera recompensa
Pois se amamos fazemos por necessidade natural
Sem amor tudo está perdido
Não há paz no coração dos amantes
Nem aperto de mão generoso
Nem abraço fraternal de um amigo.
Arco-íris
E assim se deu no nosso caso de amor
Como uma flor que desabrocha
No meio do asfalto.
Meu quadro cinza na parede
Retrato em preto e branco
Agora um arco-íris se pintou
Agora quando você vem
Tudo se transforma
Contornos viram formas
Desenho asa e flor.
Olha, quando você chega tudo fica rosa
Não leio mais Rimbaud
Até meu verso triste vira prosa.
Acordes dissonantes soam simples
Como as melodias diatônicas do sertão
E amargo do café se adocica
Como um caramelo de paixão.
PORTO SEGURO
A procura do amor eu saí pelo mundo
Entrei tantas vezes em vales profundos
Como Dante a buscar Beatriz
Cruzei a fronteira do mundo real
Pra chegar ao paraíso e ser feliz
O amor me guiou, ao encontro da paz
Que mora em seu sorriso
Pois sempre acreditei que você existia
Não era sonho ou fantasia
Meu desejo impossível
A razão me dizia estás perto do cais
Do teu porto seguro
Onde finda os teus ais
Evan do Carmo
Amar
Eu te amo, acredite, amo-te
Que amor maior não cabe no meu peito
Do que esse amor, nos versos da poesia
Maior amor também não caberia.
E por te amar demais, e pelo encanto
Do amor que amar me faz, trago esse pranto
Porque eu te amo tanto todo dia
Neste pranto de amor e de alegria.
Amo-te como um simples trovador
Que dedica seu amor num canto rouco
Esperando da amada o fim da dor
E te amo assim, quase doente, como um louco
Perdido na grandeza desse amor
Na convicta impressão
de que todo este amor ainda é pouco.
Pra você Iranete Do Carmo
O amor é tão grandiosamente generoso e sublime que, para existir, não necessita da permissão ou autorização do outro.
Por ser completo, ele cabe em si e se basta.
Não se divide, mas se estende, soma e se multiplica.
Seria ele algo divino? Tornado acessível aos homens?
Ou, talvez, algo humano, inacessível aos deuses?
Quem saberia dizer com certeza?
Mas que ele é concreto... ah... isso ele é!
