Poemas de Amor Paterno
Domingo em Rodeio
Domingo em Rodeio
é dia de ouvir o canto
do Canário-da-telha
misturado com
a música da Igreja,
E aproveitar o silêncio
do Médio Vale do Itajaí
para descansar ou passear
para refazer as energias por aqui.
Quando você tentar
me tirar da cabeça
o coração não vai deixar,
Quando você tentar
me tirar do coração
a cabeça não vai deixar,
Por mais que tente
nunca vai conseguir
O teu coração só
conhece o endereço
do meu tal qual
o Sol ansioso de ver
a Lua se revelar.
Poesias diurnas para Rodeio
A minha cidade é linda
seja de noite ou de dia,
Por isso também dedico
poesias diurnas para Rodeio,
Porque a cada instante
deste meu poético destino,
um novo verso sempre me inspira
e no primeiro raio de Sol
sempre acabo escrevendo
porque amor viver aqui em Rodeio.
Poesia da neblina para Rodeio
A poesia da neblina para Rodeio
aqui no Médio Vale do Itajaí
brinda o amanhecer com aconchego,
enquanto você não vem fazer
o mesmo por mim nos teus braços
e eu por você com os meus mimos.
Você pode escrever
poesia com quantas
palavras e todos os espaços
que você se permitir,
Deixe a criatividade
fluir que a sua inspiração
mostrará qual rota seguir.
Poeta sem vergonha
Disseram-me que eu deveria
ter vergonha de escrever poesia
porque a minha escrita é comum,
Graças ao meu bom Deus
que muitos dizem me entender, diferentemente da tal
pessoa que disse não gostar
e desconfio que ela não sabe ler.
Ler não é o ato isolado de ler,
existe gente que só de escutar
ou até simplesmente tatear
sabe com maestria entender,
Na vida só se pode dizer
que sabe ler só se você
de fato consegue entender.
A tal infeliz ainda ratifica que
eu deveria ter vergonha do que
escrevo e de ser chamada de poeta,
Vergonha mesmo eu não tenho,
porque ser poeta sem vergonha
é só para quem nasceu com talento.
Mais marcante a cada
instante como presença
inabalável no seu coração
porque há em nós afinação.
Amor, paixão e sedução
de todas noites em viração,
perenal estrela das estrelas
no universo dos teus afetos.
Incenso perpétuo e desejo
crescente sem regresso
do escolhido destino certo.
Das horas a cara cavalgação
que fortalece tudo ao redor
e confirmação sem hesitação.
Em uma via de mão dupla eu percorro diariamente,
É quando eu me perco,
É como se eu esquecesse para onde estou indo,
E também não lembrava quem sou eu
Logo mais a frente,
Me reencontro novamente
E quando me dou conta ,
Eu me reencontro, juntamente com ela,
Em meus pensamentos."
O Véu de Lete
Antes do alvorecer, fui tudo.
Rei e réptil, mãe e mártir,
ferro e flor.
Fui punhal e promessa,
fui incêndio e oração.
Mas ao nascer, bebi do rio.
E esqueci.
O nome da lâmina que me cortou.
O rosto da alma que me amou.
Os juramentos murmurados entre dentes
na última noite de outra vida.
Tudo se perdeu.
Como areia entre os dedos do tempo.
E no silêncio do não saber,
floresceu o saber maior.
Não o saber das lembranças,
mas o saber do instinto,
da escolha que pulsa sem porquê,
do medo que avisa, da paixão que chama,
do erro que retorna como mestre.
Esquecer foi meu pacto.
Minha chance de ser novo
sem me ferir do antigo.
Pois se eu lembrasse…
ah, se eu lembrasse!
Perdoar seria impossível.
E amar, um risco repetido.
Cada gesto se tornaria prisão.
Cada encontro, um julgamento.
Mas neste esquecimento sagrado,
a alma dança.
Livre de correntes de glória ou culpa,
ela ousa errar de novo.
E ao errar, aprende —
não com a mente, mas com a essência.
No final, quando o corpo dormir
e o véu se erguer,
voltarei à margem do rio.
E saberei.
Mas por ora, bendito seja o esquecimento.
Ele é o ventre onde renasço.
É o chão fértil do esquecimento
que guarda a semente da eterna sabedoria.
A Rosa no Jardim Poluído
No meio do caos, nasceu uma rosa,
Tão frágil, tão pura, tão só.
Era vida onde tudo era cinza,
Um suspiro no mundo sem voz.
Ela crescia entre pedras e vidro,
Entre sombras que a queriam calar.
Mas sua cor gritava resistência,
Como quem se recusa a parar.
O vento trazia poeira e mágoas,
As folhas caíam sem aviso.
E a rosa, firme, se perguntava:
“Vale a pena florescer num lugar tão vazio?”
As estrelas, que nunca a notavam,
Brilharam uma noite, só pra lhe ver.
Mas no dia seguinte, indiferentes,
Deixaram a rosa sozinha a sofrer.
E assim ela murchou em silêncio,
Sem culpa, sem glória, sem fim.
Era bela demais praquele jardim,
Mas ninguém enxergou até que chegou ao fim.
Talvez sejamos todos essa rosa,
Tentando ser vida num chão sem razão.
Florecendo, mesmo sem sentido,
Numa luta entre o coração e a solidão.
Fragmentos
Teu nome ainda pesa no peito,
Como chuva que nunca passou.
O tempo levou nossas horas,
Mas teu sorriso, ele não apagou.
Às vezes, me pego pensando:
Se fomos um erro ou lição.
Só sei que te amo em silêncio,
E te carrego na solidão.
O Peso do Abraço
Te abraçar é sentir o mundo parar,
Como se a vida tomasse fôlego em nós.
Carrego o peso de tudo o que não dissemos,
Palavras presas, gritos que viraram pó.
E, mesmo assim, teus braços me curam,
Como quem diz: "Fica, ainda há tempo pra amar."
A Lição Não Aprendida
Ela entrava como o sol invade o dia,
Trazendo luz, palavra, poesia.
E eu, na sombra do seu ensinar,
Fui deixando meu coração se entregar.
Seu sorriso era verso que eu decorava,
Na esperança de que ele me encontrava.
Mas entre nós, só o vazio crescia,
Uma distância que a paixão não remendaria.
Agora, relembro o que não pude dizer,
Que amar sem resposta também faz crescer.
Aprendi na dor o que ela nunca quis mostrar:
Nem todo amor é feito para ficar.
Garota Confusa
Ela veio como vento, sem saber o caminho,
Um riso perdido, olhar tão sozinho.
Falava de sonhos sem explicação,
E escondia verdades no seu coração.
Era doce e amarga, mar e deserto,
Um passo em falso, um querer tão incerto.
Eu tentei entendê-la, mas me perdi,
Pois ela era um mistério que nunca abri.
No fim, partiu como quem não quer ficar,
Deixou saudade onde quis me apagar.
E eu, que só queria lhe dar um lugar,
Descobri que não se prende quem não sabe amar.
SOBRE A CARTA DE ROWAN A GARCIA
Procure-se uma alavanca que faça mover
uma bússola para orientar
qualquer outro instrumento que faça parar,
que sirva de travão a tudo
quanto de ruim está a acontecer.
Uma alavanca que sirva para despregar
erguer
mover
arrancar...
Uma alavanca que arranque
tudo quanto está a atravancar
e a impedir
de crescer.
Outro instrumento qualquer
que sirva de travão e faça parar
o mal que impede o bem-pensar
como em proveito universal agir.
Uma alavanca que arranque
tudo
de ruim - mas mesmo tudo.
Se a alavanca vai fazer mover
o que está parado
pela preguiça de pensar
e falta de vontade em ser um dia...
...que o travão pare
o absolutamente inútil e fútil.
E que a bússola da responsabilidade
oriente e faça agir
como em Rowan para levar a carta a Garcia.
(in TRIPLO V)
MARGARIDAS NO PEITO
Fincou raízes na poesia,
dela, somente dela se nutria.
Via beleza na gota perdida em uma folha na calçada,
sorria.
Sentia a tristeza do asfalto cinza,
chorava, se condoia.
Trazia em seu ventre um amargor pelas ausências,
e pelas coisas que nunca seriam,
pelo dia feliz que se perdeu no caminho,
pela dureza do talvez,
pelo botão que secou sem ser flor.
De seu peito brotavam margaridas,
bem nutridas pelo esterco da dor que sentia.
Regadas por lágrimas que teimavam em seu peito chover,
fosse manhã, ou já fosse tarde demais.
Aforismo do caminho.
§
Apresenta-se,
a trilha verdejante
Segue-se,
Um plantio de rosas
o tempo da fertilidade
é poesia
§
Poemas leves
Sobre o tempo
poemas longos
sobre o vinho
§
E de que vale
Essas singelas palavras?
Sem os aforismos
Do seu caminho?
§
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