Poemas de Amizade Ruben Alves
O poeta e a flor
O poeta e a flor
Se encontraram em jardim,
Fizeram um pacto contra a dor,
Que tanto machucava o jasmim.
O poeta se inspira,
Na beleza de sua flor,
Se enlouquece e suspira,
Com seu agradável odor.
Sua flor é às vezes insegura,
O poeta,outrora impaciente,
O que ela precisa é de ternura,
Frágil rosa inocente.
Rosa dos ventos,
Poeta dos versos,
Um grande momento,
Viagem ao universo.
Flor delicada,
Poeta da alvorada,
Tu és rosa vermelha,minha amada,
É um prazer ter você como namorada.
Tu és perfume,
Que alucina o meu ser,
Enlouquece os vagalumes,
És mui linda pode crer.
O poeta nada seria,
Sem você, lindo jasmim,
Não sei o que aconteceria,
Se você se retirasse de mim.
Lourival Alves
O poeta e a flor 2
Minha frágil e linda flor,
O poeta é às vezes insensato,
Jamais entenderia a sua dor,
Ainda quer ser seu namorado?
Por isso lhe pediu perdão,
Daquela forma chorando,
Dizendo que à amava de paixão,
Que era a flor que ele estava procurando.
Nos jardins de todo o universo,
És sempre uma flor rara,
A minha inspiração para um verso,
Uma linda rosa clara.
Rosa ou flor?
O poeta é ideal?
Sem permissão, não atua o amor,
E sem o amor impera o mal.
Tu és flor de uma era,
Nunca a dor, és primavera,
Seu odor de aloevera,
Deusa,sereia,pantera.
Flor que o poeta ama,
E por ela nutre um louco desejo,
No escuro da noite ele à chama,
Saudades loucas do seu beijo.
Beijo doce e molhado,
Sensual e eloqüente,
Beijo que me deixou apaixonado,
Beijo intenso de adolescente.
Lourival Alves
Persistir
Amar ou odiar,
Chorar ou sorrir,
Continuar ou parar,
Tentar ou desistir.
Dizer sempre a verdade,
Mentir ou omitir,
Integridade e lealdade,
São caminhos que tento seguir.
Até quando eu serei,
Esse intervalo a cada final,
Sem prosseguir morrerei,
Se continuar poderei me dar mal.
Devo implorar os teus beijos?
Caminhar nos jardins escuros
invocar todos os meus desejos,
ou ficar em cima do muro?
O que eu deveria ser?
Um homem ou uma criança?
Desistir ou ainda crer?
Ostentar a bandeira da esperança.
Esperança de um dia possuir,
O teu amor mágico e sublime,
Nessa estrada irei prosseguir,
Um guerreiro jamais se exime.
Procurar até encontrar,
o caminho de volta para o seu coração,
aí sim,irei relaxar e sonhar,
no fogo eterno da paixão.
Lourival Alves
Doce menina
O que dizer de uma linda menina ,
O que falar de todo o teu ser,
Mais valiosa do que mil turmalinas,
Pura como criança,pode crer.
Tua voz é suave,
Os teus beijos como o puro mel,
Sentir você é como viajar em uma nave,
Rumo a paz de um céu.
Você é uma radiante luz,
Que ilumina a minha escuridão,
Uma força que me seduz,
Um caminho de inspiração.
Como me faz bem,
Ouvir a tua doce voz,
Contempla-la da janela de um trem,
É o mesmo que viajar pelo mundo de oz.
Sonhos, gostos e saudades,
Perdidas nas asas do vento,
Um mistério implícito na verdade,
Que impulsiona esse sentimento.
Sentimento puro e sincero,
Cheio de enigmas sendo desvendados,
Uma linda menina eu espero,
Preenchendo então, o meu mundo encantado.
Menina,tu és minha ilha?
Se não for deixe-me morrer,
Pois nadei mais de uma milha,
Só para o prazer de lhe ver.
Menina tu és magia,
A força que inspira todo o meu ser,
Uma doce sinfonia em harmonia,
A beleza de um entardecer.
Lourival Alves
EU CHORO
Eu choro
Choro por tudo.
Choro de raiva
De tristeza
De felicidade
E de saudade.
As lágrimas me fazem entender
Me fazem perdoar
Ou sofrer.
As lágrimas libertam
Meus maiores sentimentos.
Liberta também
Tudo aquilo
Que não digo.
Eu choro por tudo
Porque
Eu sinto tudo.
Menina
Eu queria um motivo,
Para continuar essa louca jornada,
Entrei em um aplicativo,
Em busca de uma namorada,
Namorada de princípios e juízo,
Que entendesse os mistérios do amor,
Aquela que despertasse o meu riso,
Fosse o bálsamo pra minha dor.
Posição social nunca foi prioridade,
Apenas inteligência, sabedoria e valores,
Uma mulher que refletisse a verdade,
Experimentada nas ciências das dores.
Encontrei tal mulher,
Que procurava por toda a minha vida,
Ela é tudo que o meu coração quer,
A cura oportuna para minhas feridas.
Mulher refinada e educada,
Inteligente e interessante,
Lapidada nessa longa estrada,
Uma jóia mais valiosa que um diamante.
Mulher doce como um bombom,
Da pele macia como espuma,
Deu a minha vida um novo tom,
Estou leve como pluma.
Estou feliz feito passarinho,
Com essa mulher muito menina,
Como um filhote em seu ninho,
No êxtase duma alegria que me alucina.
Lourival Alves
Reflexos de um amor
O dia, a noite antecede,
Estão ligados mas juntos não ficam,
Uma ligação que nunca se mede,
Atos e justificativas que não se explicam.
O dia vê a noite chegar,
Mas não consegue ver a beleza do luar,
Foge pra outras bandas à trabalhar,
Quando volta,vê a noite acabar.
Sombras e claridade,
Brilho e escuridão,
Mentiras e verdades,
Norteiam um coração.
O amor e o ódio,
Andam juntos mas não se enxergam,
Sombras viciantes de um ópio,
Atitudes impensáveis que despertam.
Despertam de sua letargia,
Escondidas nesse estágio de dormência,
Podem acabar com a sintonia,
Desse amor embalado pela inocência.
O dia acena ao longe,
A noite percebe tal agitação,
Uma sabedoria de monge,
Pode salvar uma paixão.
O amor não se deve contaminar,
Com as impurezas das incertezas,
Analisar,pensar e se jogar,
No fluxo mágico dessas correntezas.
Lourival Alves
Há propriedades que, para se fazerem sentir e valer dependem exclusivamente
de si mesmas, por exemplo, antes que os homens existissem já brilhavam as
estrelas, o sol aquecia, a chuva caia e as plantas e bichos enchiam o mundo.
Compreende-se que o que as pessoas têm normalmente em suas cabeças não seja
conhecimento, não seja ciência, mas pura ideologia, fumaças, secreções, reflexos de um
mundo absurdo.
E é aqui que aparece a religião, em parte para iluminar os cantos escuros do
conhecimento. Mas, pobre dela. . . Ela mesma não vê. Como pretende iluminar?
Ilumina com ilusões que consolam os fracos e legitimações que consolidam os fortes.
E, desta forma, as palavras que brotam do sofrimento se transformam,
elas mesmas, no bálsamo provisório para uma dor que ele é impotente para
curar. E é por isto que é ópio, "felicidade ilusória do povo", que deve
ser abolida como condição de sua verdadeira felicidade. Mas o
abandono das ilusões não se consegue por meio de uma atividade
intelectual. As pessoas não podem ser convencidas a abandonar suas
ideias religiosas. Ideias são ecos, fumaça, sintomas... Se elas têm tais ideias
é porque a sua situação as exige. É necessário, então, que sua situação seja
mudada, as fendas curadas, para
que as ilusões desapareçam.
Deus é este coração fictício que o desejo inventou, para
tornar o universo humano e amigo. E então a própria morte perdeu o seu caráter
ameaçador. As religiões são, assim, ilusões que tornam a vida mais suave. Narcóticos.
Como diria Marx: o ópio do povo.
Mas, não é verdade que toda sociedade tem uma classe dominante e uma classe
dominada? Uma classe que pode e outra que não pode? Uma classe forte e uma classe
fraca? Até mesmo as crianças e velhos sabem disto — especialmente as crianças e
velhos. E também os migrantes, e os camponeses assolados pela seca, e os doentes que
morrem sem atendimento médico. . . e assim por diante. E a conclusão que se segue,
necessariamente, é que os sonhos dos poderosos têm de ser diferentes dos sonhos
dos oprimidos. E também suas religiões. ..
Subentendida.
Desamparada, desarranjada, insólita, apática, assolada, desenxabida, desinteressada. Ademais, resta-se pois.
Eles são uma família
tradicionalmente perfeita.
aparentemente,
hipoteticamente,
supostamente.
Mas realmente,
são traidores de sí e do outro.
infelizes,
armagurados,
acomodados.
habituados.
Estão juntos, porém sós.
Cada um com seu caos,
e o caos dos dois.
A Morte não é algo que nos espera no fim. É companheira silenciosa que fala com voz branda, sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a verdade e nos convidando à sabedoria de viver. A branda fala da Morte não nos aterroriza por nos falar da Morte. Ela nos aterroriza por nos falar da Vida. Na verdade, a Morte nunca fala sobre si mesma. Ela sempre nos fala sobre aquilo que estamos fazendo com a própria Vida, as perdas, os sonhos que não
sonhamos, os riscos que não tomamos (por medo), os suicídios lentos que perpetramos. Embora a gente não saiba, a Morte fala com a voz do poeta. Porque é nele que as duas, a Vida e a Morte, encontram-se reconciliadas, conversam uma com a outra, e desta conversa surge a Beleza... Ela nos convida a contemplar a nossa própria verdade. E o que ela nos diz é simplesmente isto: “Veja a vida. Não há tempo a perder. É preciso viver agora! Não se pode deixar o amor para depois...”.
(Do universo à jabuticaba)
Bom mesmo é acordar com uma lembrança bem bonita
De alguém que colore a nossa vida
E nos lembra o que é acreditar
Bom mesmo é ter alguém para amar....
um amor inteiro e perfeito.
que nos ajuda a renascer...
que nos permite flutuar.
Yara Alves
A moda é o sucesso. Um famoso conferencista anuncia com letras enormes: “O seu lugar é o pódio”. Imaginemos que assim seja. Jogos Olímpicos. Corrida de 100 metros rasos. Aí ele diz para todos: “O seu lugar é o pódio!”. Os corredores disparam. Só um deles arrebenta a fita. Nas Olimpíadas, são pouquíssimos os que vão para o pódio. Isso vale para a vida inteira. Então, alguma coisa está errada.
O mais provável é que o dito conferencista esteja mentindo para manter-se no pódio à custa da credulidade das pessoas. Quem acredita que o seu lugar é o pódio está sempre estressado, competindo, tentando passar na frente. Quem não tem pretensões ao pódio vive uma vida mais alegre. Não é preciso chegar na frente.
Mas há uma seita que anuncia como palavra de Deus: “Você está destinado ao sucesso!”. Não sei onde descobriram isto. Pelo menos o Deus cristão não promete sucesso para ninguém.
(“Ostra feliz não faz pérola”)
Cheio de luz. A escuridão na minha alma. Ali me agacho, me dobro, me fecho, me escondo.
Rejeição, desafeto, dor, desinteresse. Interessante para alguns
Gritos hediondos. Sinto o que não pode ser visto. Não quero ter, viver, ver..
Mas olhe, sinta, veja.Não da!
Sofrimento no silêncio. Pessoas não ouvem. Então falo, mas ninguém entende!
E a luz continua a brilhar!
Existe uma linha tênue e muito próxima que separa Amor de apego. Muitas vezes, não enxergamos a diferença de cada um.
O Amor é um perfeito mistério. Que nos devolve a nós mesmos e eleva nossa alma ao melhor que podemos ser. Não há necessidade de prisão e nem dependência emocional. O Amor contenta-se em amar. Independe de amarras. O Amor apenas é. Basta-se.
Tudo que difere, não é Amor. É apego. Uma necessidade medíocre de satisfazer o ego. Um sentimento de posse que segrega o ser desejado a um profundo cativeiro, cortando suas asas e o impedindo de voar. Entrega-o a um labirinto terrivelmente nublo e o aprisiona a uma moldura fantasiosa.
Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma, seja um fragmento do futuro...
(Em "Estórias de quem gosta de ensinar: o fim dos vestibulares". Campinas/SP: Papirus Editora, 2000, p. 166. – Fonte: Templo Cultural Delfos)
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