Poemas de Amizade de Jorge Amado

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“ VENTO
Se a gente jogar uma pedra no vento
Ele nem olha para trás”.

(trecho do livro em PDF: Meu quintal é maior do que o mundo [recurso eletrônico])

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Os anos passam...
As lembranças são eternas,
A saudade permanente
e nossos olhos em busca de
...cenas de tempos vividos.
Os anos passam...
Vivenciamos lições de vida,
aprendemos a vasculhar
em nossos guardados do coração
e a acariciar lindos momentos
que se foram para não mais voltar

Os anos passam...
Crescemos na alma,
mas sempre seremos
frágeis no amor

Os anos passam...
Muitos virão ou quem sabe...
nossa estada nesta vida seja curta
Nada sabemos do amanhã...

Os anos continuam
a desfilar na passarela do aprendizado
e nós protagonistas da vida, enfrentamos
os momentos que nos fazem infelizes
e nos deliciamos com os felizes!

Resumimos que a vida é
um grande baile em que
almas se encontram, se esbarram,
se unem e se separam...
Cada qual bailando nos conflitos,
nas esperanças e nas suavidades
de momentos de amor

De todos os anos que se foram,
concluo que viver...
É ser cada qual, em sua essência adquirida.
Com todas as adversidades,
com as lágrimas derramadas,
ainda assim,a alegria de viver
é o maior presente embrulhado
em papéis de brilhos de momentos...

(OlhosDe£in¢e)

Agora só espero a despalavra: a palavra nascida para o canto-desde os pássaros.
A palavra sem pronúncia, ágrafa.
Quero o som que ainda não deu liga.
Quero o som gotejante das violas de cocho.
A palavra que tenha um aroma ainda cego.
Até antes do murmúrio.
Que fosse nem um risco de voz.
Que só mostrasse a cintilância dos escuros.
A palavra incapaz de ocupar o lugar de uma imagem.
O antesmente verbal: a despalavra mesmo.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Nota: Retrato do artista quando coisa

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Boa mulher

Mulher, elegância não é a cintura fina, charme não é a bolsa cara e o salto alto, postura não é a coluna ereta, atraente não é apenas o bumbum empinado, caráter não é hipocrisia, não é negar o que você faz, tampouco fazer-se de “santa”, beleza não é o salário alto e a barriga lisinha.
Caráter é boa conduta, caráter são atos adequados as palavras, beleza é humor, dignidade e decência, postura é personalidade forte, é saber o que se deseja e batalhar com altivez e honestidade.
Elegância é a classe nas atitudes, é transparência na forma de viver, é ter os olhos brilhando e as palavras suaves. Atraente é a forma com que vive, com que age, com que fala, atraentes são as palavras gentis, porém sinceras.
Charme é a franqueza sem estupidez, é saber a hora de silenciar e o momento apropriado para falar, charme é saber pedir “desculpas”, é chorar, borrar a maquiagem, mas virar a página sem lastimar, sem estragar o humor, sem pisar em quem não merece.
Postura é atitude firme, é o amor-próprio refletido nos atos, na altivez com que se faz opções, na dignidade com que se muda de objetivos e se estabelece novas metas. Ser mulher é uma dádiva, mas ser uma boa mulher não é mérito de todas.

Porque (Carlos Drummond de Andrade)

Amor meu, minhas penas, meu delírio,
Aonde quer que vás, irá contigo
Meu corpo, mais que um corpo, irá um'alma,
Sabendo embora ser perdido intento
O de cingir-te forte de tal modo
Que, desde então se misturando as partes,
Resultaria o mais perfeito andrógino
Nunca citado em lendas e cimélios
Amor meu, punhal meu, fera miragem
Consubstanciada em vulto feminino,
Por que não me libertas do teu jugo,
Por que não me convertes em rochedo,
Por que não me eliminas do sistema
Dos humanos prostrados, miseráveis,
Por que preferes doer-me como chaga
E fazer dessa chaga meu prazer

3 de maio

Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971

Não vi o seu rosto
_ ele estava mergulhado entre as minhas coxas_
Não beijei sua boca
_ ela estava ocupada me beijando os lábios...

Poeta, em que medita?
Por que vives triste assim?
É que eu a acho bonita
E você não gosta de mim.
Poeta, tua alma é nobre
És triste, o que o desgosta?
Amo-a. Mas sou tão pobre
E dos pobres ninguém gosta.


Poeta, fita o espaço
E deixa de meditar.
É que... eu quero um abraço
E você persiste em negar.
Poeta, está triste eu vejo
Por que cisma tanto assim?
Queria apenas um beijo
Não deu, não gosta de mim.
Poeta!
Não queixas suas aflições
Aos que vivem em ricas vivendas
Não lhe darão atenções
Sofrimentos, para eles, são lendas.

Deus é Deus de amor que transforma a semente em árvore, em fruto que alimenta a vida, e, por vezes, o luto!...
Deus é Deus de amor que muda o ninho dos pensamentos em ninho de luz; que muda as idéias em ação que nos conduz, ou deixa que nós caiamos, para compreender Jesus.
Deus é Deus de amor que nos deu os pés, para que haja caminhada, nos ofertou as mãos, para dar trabalho à enxada; mas, se ferirmos o companheiro, erramos a estrada.
Deus é deus de amor que nos deu a cabeça para pensar, que nos premiou com o coração para amar; quem aceita o ódio, não pode cantar.
Deus é Deus de Amor que tudo fez, sem usar o alarde, que tudo faz, mesmo que achemos tarde; que nunca diz: Sois covardes.
Deus é Deus de amor que nos deu o verbo e nos ensina a falar, que nos deu a boca e nos ensina a cantar: que nos deu o coração e nos ensina a amar.

Faça uma criança, plante uma semente
Escreva um livro e que ele ensine algo de bom
A vida é mais que um mero poema
Ela é real...

"Se eu fosse viver de poesia, estava na sarjeta. Trabalho intelectual neste país é sinônimo de vagabundagem"

Manoel de Barros, poeta, advogado e fazendeiro, em 29/12/1991, em entrevista ao GLOBO

Era uma vez o Amor
Das belas cartas escritas
Das poesias dos antigos poetas,dos românticos de um tempo distante,esquecidos nos livros que um dia,
Folheados por certos amantes

O amor virou lenda
Histórias de um conto infantil
As cartas,as flores,poemas
De um passado que um dia existiu

Pelo sol que brilha agora,
- Eu juro dar-te, Maria,
Quarenta beijos por dia
E dez abraços por hora!

Último Soneto

Já da noite o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito, embalde num macio encosto,
Tento o sono reter!… Já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos, por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

Clóvis de Barros Filho sobre Felicidade resumo.

Eu ouço muita gente falar sobre felicidade, Tipo... Eu sou muito feliz, ou, Um dia vou ser muito Feliz. porém... quem diz a si mesmo - sou muito feliz! não entende nada de Felicidade. chega a ser ridículo!

Não existe uma vida que seja 100% feliz, o que existe, são momentos felizes.

Felicidade é um instante, é um momento, que você torce para não acabar tão rápido. Um instante de vida feliz é um instante que você agarra, que você lamente que tenha acabado, que você articula para repetir o mais rápido possível. esses tais momentos devem ser conservados para que não escorra pelas mãos.

Mais nem sempre da pra ter momentos bons, é lógico que tem aqueles momentos que nos apequena, é lógico que sempre vai ter aqueles momentos que nos brocha... mais de qualquer forma Você vai Vivendo, Procurando esticar o encontro que alegra e abreviar o que entristece.

Então felicidade é a pretensão ilusória de converter um instante de alegria em eternidade, ai você sabe que encontrou a felicidade quando vive um momento que não quer que acabe.

LIMITE
Meu amor estou no meu limite não posso mais esperar.
Não tenho mais a certeza de que você vai voltar.
Deixara-me esperando muito tempo. Este dia que não chega! está saudade que não passa, quero te ver! meu amor! Quero te encontrar...

Estou no meu limite! limite
da saudade, do seu amor que não recebo, do seu carinho que nunca tenho.
Entreguei-te meu coração e agora me deixar-te na solidão.

Estou no meu limite
Que devo fazer sem você? que devo
fazer sem este amor? que me consome...
com a saudade que mata-me...
Estou no meu limite
Não quero mais te ver!
Não quero mais sofrer...
Amo-te sem querer... sofro sem você.

Estranhamento

Estranho
que depois dos 40
esteja aprendendo
o que é o amor.
Que tolo então eu era
achando
que já sabia tudo de cor
pensando
que nesta matéria
não sentiria mais dor
pois dor e alegria me abalam
e humilde
- reaprendo quem sou.

Talvez pensasse
já ter resolvido a questão
quando na adolescência
morto de amor
vivi a ressurreição.
Mas o amor revém
com seu mistério sobre o homem
que em breve
será velho. Revém
e me humilha. Me humilha
e glorifica
me deixa doce perplexo
enquanto minha carne
se estremece
- e maravilha.

"Acho que não diz respeito a ninguém, além de mim mesmo, as minhas opiniões e decisões. Se erro é por que tenho necessidade de errar para aprender.
Nunca aprenderemos nada na vida se não trilharmos, antes, a estrada dos erros. Quem erra uma vez tenta não errar de novo.

Sou sempre eu mesmo e se sou diferente, às vezes, é por que a necessidade me obriga. Tudo na vida é relativo.

Assim sou eu, assim sempre serei..."

CLARA

Não sabes, Clara, que pena
Eu teria se - morena
Tu fosses em vez de clara!
Talvez... Quem sabe?... não digo...
Mas refletindo comigo
Talvez nem tanto te amara!

A tua cor é mimosa,
Brilha mais da face a rosa,
Tem mais graça a boca breve.
O teu sorriso é delírio...
És alva da cor do lírio,
És clara da cor da neve!

A morena é predileta,
mas a clara é do poeta:
Assim se pintam arcanjos.
Qualquer, encantos encerra,
Mas a morena é da terra
Enquanto a clara é dos anjos!

Mulher morena é ardente:
Prende o amante demente
Nos fios do seu cabelo;
- A clara é sempre mais fria,
Mas dá-me licença um dia
Que eu vou arder no teu gelo!

A cor morena é bonita,
Mas nada, nada te imita
Nem mesmo sequer de leve.
- O teu sorriso é delírio...
És alva da cor do lírio,
És clara da cor da neve!