Poemas da Juventude de Paulo Coelho

Cerca de 132414 frases e pensamentos: Poemas da Juventude de Paulo Coelho

Reflexão

Não deixou vestígio
os olhares não se encontram
e o íntimo se manifesta
através da melodia e composição

O manifesto sensibiliza
o pensamento oscila
parece afeto
mas, é só ostentação

É o coringa
é a cartada
é o jogo da cilada
vivificada vexação.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Entrave

Por que tenho essa ansiedade?
Por que a espera me consome?
Já é madrugada
e continuo com esperança
que o tempo adiante
o que está com a hora marcada.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Sutil artesã

Este livro que com os olhos abraço
vagando entre linhas e espaços
me comoveu ao encontrar uma fotografia
apreciei um rosto
não sei bem se plebeu ou nobre
não me interessou
o que me encantou
estava atrás, o encosto
a almofada colorida
amarela, cor de ouro
com florzinhas de vergel amanhecido
O meu peito de orgulho, inflou
era ela
a almofada resguardada, sem desgaste, impávida
ela, tão distante, tão antiga e tão bela
que cosi e talhei por puro gosto.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Expectativa

Quando cheguei
achei que os olhares
seriam profundos
seguidos por sorrisos
tímidos e afetuosos
e depois um longo abraço
louco
Afinal, era o primeiro contato
Encontrava-me em um espectro
de expectativas
Quanto cheguei
estava simplesmente perdida
desesperada
nada via, nada encontrava
diante de uma brincadeira reles
de esconde, esconde
Depois de alguns minutos intermináveis
o encontro
Percebi um olhar vazio
um sorriso irônico
um abraço frouxo
foi-se a minha fantasia
Diante da circunstância, dura e cruel
no embaraço, deu-se o laço
que a minha mão em uma das pontas
agarrou por muitos anos
para ser puxado
no momento mais conveniente
à pensenidade fugidia.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Mal resolvido

Cinismo
sintoma
sinistro

Simbiose
situacionista
sadista

Sabatina
subestima
o sado machista

Inserida por MariadaPenhaBoina

Quando eu morrer

Quando eu morrer
cante, grite, dance
ao som de um rock progressivo
com letra peculiar

Beba, conte piadas
morra de rir
faça do momento
a mais pura alegria

Quando eu morrer
não espezinha a minha alma
esqueça as minhas terríveis condutas
a vida é sábia, brilhante e justa

Inserida por MariadaPenhaBoina

Breu

Desiludi as brancas folhas
gastei tinta
foi apenas premonição
os oráculos não respondiam
foram-se as folhas
foi-se a tinta
não havia inspiração.

Inserida por MariadaPenhaBoina

O baú do arco-íris

Olá meu doce menino
Onde você estava enquanto eu lutava
para encher o baú do arco-íris?
Você estava no paraíso das alucinações
viajando na ponta do arco-íris

Meu doce menino
Onde você estava enquanto eu lutava
para termos um pouco do verão, céu azul
e noites estreladas?
Você só estava a espera do resultado do meu sacrifício

Meu doce menino
Assim não se pode ter o céu azul,
nem noites estreladas
nem verão
nem nada

Meu doce menino,
hoje o céu não tem arco-íris
e eu tenho o verão que quero
onde quero
conforme o meu sacrifício.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Recidiva

Foge de mim aquela luz que gostaria de continuar a ver
Perco já algumas lembranças, aquelas que jamais imaginei perder
Algumas dores cessaram, sem que me esforçasse para isso
Outras dores aparecem silenciosamente e incomodam
Nada vem do corpo, surgem da animosidade
É o homem em fúria destronado pelo episódio dos seus atos
É o bem perdendo para o mal
Nos pés dos poucos afortunados, a pele do animal
em contraponto, os muitos descalçados
É a impureza da memória do arbítrio à glória
Pautado no desagrado, remanescente da história.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Visitou um corpo
como quem mergulha num mar revolto

Sobe até o espelho d'água, inspira e desce
com a sensação de afogamento

Permanece por algum tempo
no recursivo procedimento

Sentindo-se satisfeito, já esgotado
abandona o corpo nu.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Profecia

Há uma garoa no outono que umedece
Velha e frágil folha que o pomar conserva.
Já distanciada a lembrança
Da dança ao afável vento da primavera.

Um inseto chamado esperança
Sem escrúpulo, pousa e abraça a folha úmida
A folha sem força cai no limo
Junto a ela, morre a esperança.

É ingrato um abraço tardio
É mau agouro
Esperança morta.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Razão de existir

Onde estão as belas frases lidas, escritas?
Lá, estão elas
Nos livros amarelados
Em cada objeto desgastado
No sentimento, congeladas.
É o que basta,
Estarem em algum lugar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

À Rosa
A Rosa mulher quer ser bela
Toda rosa é única e bela
Sustentada por um caule espinhoso
E é isso que deseja a Rosa?
Desejar é um direito ao encanto da beleza
Então Rosa mulher, que se cumpram os seus caprichos
Cuide bem dos seus olhos claros
Eles são as suas rosas
Que é a essência única da sua beleza
Produzindo uma viva impressão de deleite e admiração
Sustentados por um caule que, mesmo adubado com esmero
O tempo não perdoa

Inserida por MariadaPenhaBoina

Liberdade 2019

Não estava escrito no céu
Não estava escrito nas estrelas
Estava escrito no muro
Já escurecido pelo tempo
Arruinado pelo pó e pela chuva
Era o limo que escondia a palavra
Ela se fazia resistente as intempéries
A LIBERDADE em estrangulamento, fato
Muita gente passa é já não mais a observa
É só um muro sujo que precisa ser demolido
Mas, para os meus olhos, ela salta em 3D
Tenta se desgarrar como a alma
de um corpo morto que não quer deixá-la ir
A LIBERDADE é persistente
Ela sabe que um dia o muro irá cair
Ela se desprenderá
Levará a vida ao arrepio da Lei
Que perdeu a sua essência
Lei que levanta muros
Lei dos incultos
Lei da unicidade
Lei de atos inseguros
Lei da obstinação
Por melhor que seja
A LIBERDADE não irá se fixar nem no céu
Nem nas estrelas
Não, LIBERDADE não é presa
LIBERDADE é excelência
Expurga a comedida paciência.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Ah! Esse calor que se sente
É às vezes um arrepio demente
Que faz o olhar infinito.
Sem pressa na ocasião
Aprazível sensação
Absolutamente perdido
Nos jardins esquecidos.
Não existem os astros
As cores e o espaço
Doa-se totalmente
À ação do desconhecido
Apêndice do desejo.
Amor é o orgulho sem censura
E tão somente
Amamos a nós mesmos.

Inserida por MariadaPenhaBoina

⁠A Vida

A vida não é assim
Com beleza maquiada
Para demonstrar felicidade
Muito além do normal,
Viver de trocas
Inventar novos passeios
A tentar preencher o vazio do peito
Ilusão afoita do esperançado perfeito
No desencontro do próprio eu,
Os olhos passam a carregar um olhar cansado
O corpo a ficar esquálido
E o sorrir constante e aberto
Sem alegria,
Bonito talvez fosse
Abstrair-se do imaginário
E internalizar que a felicidade
Pode vir de uma vida minimalista, serena
Mais real e plena.

Inserida por MariadaPenhaBoina

⁠"Ismos"

Até quando seremos submissos?
Aos “ismos” do clientelismo, coronelismo e mandonismo?
Até quando seremos capazes de suportar a verborragia para o domínio?
- Até quando?
Até que superemos a nossa posição de resignados,
que sobrepujemos a nossa ignorância do medo
Até entendermos que a elegância estética do comportamento é para os “ismos”, como as pseudoteorias do autoconhecimento para o nosso equilíbrio emocional
Os “ismonalistas” irão nos reverenciar por sermos equilibrados, educados, não contestadores
Quando cairmos na realidade de que nada é orientado para uma sociedade mais igualitária, o tempo se foi
Já não seremos quem somos, por ter perdido a própria identidade, a criatividade e a liberdade de pensar
- Até quando?
Até o momento de compreendermos que poderemos ser alforriados
e que, conseguiremos sobreviver sem as amarras dos “ismos”
Uma nova moral ressurgirá e os “ismos” não serão para o elitismo.
Alcançaremos, pois, uma sociedade para o altruísmo, hedonismo, criticismo, interacionismo e o libertarismo.
Dando adeus aos velhos “ismos”. Quando?

Inserida por MariadaPenhaBoina

⁠O arquivo das estações
Guardei um mapa num lugar perdido,
onde o tempo, por descuido, hesita.
Os traços são rios que secaram cedo,
mas ainda guardam o murmúrio da vida.
As árvores falam línguas apagadas,
e suas folhas, arquivos de eras,
sussurram verdades disfarçadas
nos códigos de antigas primaveras.
O céu é um espelho de névoa e ferro,
onde as estrelas, frias, descansam.
Os ventos carregam ecos austeros,
memórias partidas que não se alcançam.
Ainda assim, no silêncio partido,
há mãos que moldam o que não existe.
Nas cinzas do velho, o novo é tecido,
num fôlego breve, sutil, mas persiste.
Os sonhos futuros não têm formato;
são só fragmentos em órbita errante.
Mas cada estação, num ciclo exato,
guarda uma semente sempre pulsante.

Inserida por MariadaPenhaBoina

⁠Purista, eu?

Chamaram-me purista, num tom de ironia,
Como se o zelo fosse pecado, heresia.
Por buscar nos arcanos da gestão cadente,
Um fio de lógica, um traço coerente.
Falaram de anacronismo, como quem sussurra ao vento,
Sem notar que o tempo carrega o esquecimento.
Gestões de ontem, sombras de um outrora,
Não resistem à aurora, que a crítica devora.
Eis que escrevo, não para agradar vaidades,
Mas para despir o rei de suas falsidades.
Se purismo é pensar, é questionar o vago,
Que me chamem de pura, pois o impuro é frágil.
Anacrônica é a cegueira que persiste em andar,
Na trilha do ontem, sem ousar inovar.
E eu? Sou ponte entre o velho e o novo,
Sou o verbo que inquieta, sou quem move o povo.
Não temo o rótulo que me foi ofertado,
Pois na busca da razão, o título é fado.
Que venha o futuro, com suas chamas ardentes,
Purista ou não, sigo lúcida, entre linhas e correntes.

Inserida por MariadaPenhaBoina

A Garrafa da Educação

Finalmente, a educação brasileira encontrou sua maior recompensa: uma garrafa! Sim, senhoras e senhores, acabou a era em que as pessoas escolhiam universidades por qualidade acadêmica, projetos inovadores ou corpo docente qualificado. Agora, tudo se resolve com um brinde. E que brinde!

A campanha é simples, mas genial: indique um amigo para se matricular na faculdade e ganhe uma garrafa. Não um desconto, não um material didático, nem uma vaga garantida no mercado de trabalho. Uma garrafa. Certamente, é o que faltava para motivar você a compartilhar o futuro acadêmico dos seus conhecidos. Afinal, quem precisa de um diploma forte se pode ter um utensílio de plástico ou alumínio no armário da cozinha?

E vamos falar a verdade: essa garrafa é revolucionária. Cada vez que você toma água nela, sente o sabor da responsabilidade social e da valorização da educação. É quase como se dissesse: "Eu ajudei a formar um futuro profissional por causa disso aqui."

É importante reconhecer o esforço criativo dessa campanha. Em tempos de crise, a solução não é melhorar os cursos ou investir em professores. É transformar cada estudante em um recrutador, prometendo brindes que poderiam ser conseguidos com pontos no supermercado. Quem sabe na próxima campanha, por cinco amigos indicados, a faculdade não ofereça um chaveiro ou um adesivo para decorar sua garrafa?

Ironias à parte, se isso é o ápice da valorização do ensino superior, fica a pergunta: o que será que estão oferecendo para quem se forma? Uma mochila? Um cupom para fast-food? A educação, coitada, merecia mais do que um marketing tão sedento de criatividade quanto os estudantes estarão para usar sua nova garrafa.

Indique, estude e... beba água. Afinal, conhecimento pode não saciar a sede, mas a garrafa sim.⁠

Inserida por MariadaPenhaBoina

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