Poemas D um Homem Perdidamente Apaixonado

BELA MULHER

Um Homem e uma Mulher estavam conversando durante o café. Ele carinhosamente perguntou:

– Aonde vai vestida tão bem, minha bela Mulher?

– Vou a uma exposição ouvir um discurso sobre a indústria da moda. Gostaria de ouvi-lo?

– Não posso. Tenho outro compromisso.

– Acredito que todos vão achar muito bonita a exposição. Eu gostaria de saber o que tu pensa a respeito.

– Tu disse "muito bonita"? – perguntou ele. – Então sabe o que é a beleza?

– É claro!

– E se importaria de me explicar o que é?

– Facílimo! Um belo vestido, aí está algo bonito.

– Uma boa resposta, meu amor. Podemos dizer que um belo sapato é bonito?

Ela respondeu:

– Sim, aqui na nossa cidade tem sapatos de grande beleza.

– E uma bela panela, podemos dizer que é uma coisa bonita?

– Não entendo o porquê de tu usar uma panela pra falar de coisas tão elevadas.

– Sou apenas um aprendiz! – disse ele, tranquilo. – Porém tu também tem de admitir que uma bela panela é bonita.

– Sim, pode ser! Porém a mais bonita das panelas diante de um belo vestido é feia.

– Como o mais belo dos vestidos seria feio se comparado a ti – disse ele, atenciosamente. – É o que acha?

– Exatamente!

– Mas antes tu disse "Um belo vestido, aí está algo bonito". E tu agora afirma que ele comparado a ti é feio. Mas ele não pode ser bonito e feio ao mesmo tempo. Amor, o que é a beleza?

Apaixone-se!
Ame um pouco mais.
Divirta-se!
Brinque um pouco mais.

Porque a vida é curta.
É curta até demais.

Viva firme. Fique velho e careca, e morra depois de mim. E se der, morra sorrindo.

Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.

O homem gostaria de ser peixe ou pássaro, a serpente gostaria de ter asas, o cão é um leão confuso (...) mas o gato quer ser somente gato, e todo gato é um puro gato desde o bigode ao rabo.

Conheço a minha sina. Um dia, meu nome será ligado à lembrança de algo tremendo - de uma crise como jamais houve sobre a Terra, da mais profunda colisão de consciência, de uma decisão conjurada contra tudo o que até então foi acreditado, santificado, querido. Eu não sou um homem, sou dinamite.

Um homem maduro é aquele em cuja alma todos os sentimentos e emoções — ternura, ódio, esperança, pressa, indiferença, todos eles — são balizados pela consciência da morte.

Na conversa entre um homem e uma mulher, a falta do que dizer surge em dois distintos casos:
no triste silêncio de uma despedida ou no doce silêncio de um beijo.

Um grão de arroz pode virar a balança. Um homem pode ser a diferença entre a vitória e a derrota.
(Imperador da China)

Em nossos raciocínios a respeito dos fatos, existem todos os graus imagináveis de certeza. Um homem sábio, portanto, ajusta sua crença à evidência.

O homem não tem limites, e um dia se dará conta disso e será livre, ainda neste mundo.

Um homem livre é aquele que, tendo força e talento para fazer uma coisa, não encontra barreiras a sua vontade.

Ao iniciar um casamento, o homem deve se colocar a seguinte pergunta: você acredita que gostará de conversar com esta mulher até à velhice? Tudo o mais no casamento é transitório, mas a maior parte do tempo é dedicada à conversa.

Se é um homem quem te dirige ameaças, podes, de noite, dormir tranqüilo; se é uma mulher, podes começar a passar as noites em claro...

A infelicidade de um homem começa com a incapacidade de estar a sós, consigo mesmo, num quarto.

Brasil.

E agora, Brasil?
A terra rompeu,
a lama escorreu,
a natureza levou,
o povo chorou.
E agora Brasil?
e agora, você?

Que não se respeita,
que zomba do povo,
que cria e descria,
leis que a servia.
E agora, Brasil?

Estão sem mulher,
estão sem morada,
estão sem felicidade,
já não sorrir,
já não podem voltar,
dormir já não podem,
a noite esfriou,
o dia não veio,
a mudança não veio,
as leis não vieram,
não veio a utopia,
e tudo se repetiu,
e muito sumiu,
e muito acabou,
e nada mudou.
E agora, Brasil?

Se você despertasse,
se você agisse,
se você mudasse,
mas você não muda,
você é duro, Brasil!

Sozinho no escuro,
sem cavalo preto,
que fuja a galope,
você marcha Brasil,
Brasil, para onde?

(Adaptado de "José", de Carlos Drummond de Andrade)

⁠Eu já vi um cão miar
Um pássaro a cantar opera
Um gato a vomitar
Atacadores de uma bota
Uma galinha a babar-se
Com ranho de gabiru
Um burro a deliciar-se
com a cabeça d´um peru

Um macaco a mastigar
Açorda d`alho com feijões
Uma avestruz a enfardar
Caldeirada de rojões

Me sinto feliz,
Sinto as palavras voltando pra mim.
Como um filho pródigo retorna a sua casa.

Junto ao corpo os ossos gastos
Meus passos mais estreitos
No bolso um poema rasgado
Um coração espanca o peito
Os olhos não medem o largo
O ócio não espanta o cansaço...

Em alguns momentos, a melhor forma de enfrentar um problema é mergulhando nele. Melhor do que fugir.