Poema Nao Ame sem Amar

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⁠Palavras Soltas
São apenas palavras, soltas e perdidas;
Palavras que se desencontram, palavras que se afastam;
Palavras que machucam corações;
Palavras voando, procurando refúgio;
Palavras que alguém pronunciou;
Que saíram de bocas sórdidas ou sujas;
Palavras no calor do momento que saem como labaredas de fogo;
Palavras assustadas que te deixam com o coração apertado;
Palavras nunca ditas que se arrependem de nunca ter falado;
Mas são apenas palavras que ninguém se dá conta que falou;
Que ninguém se importa de ter falado;
Palavras que como lâminas ferem tantas pessoas por ai;
No olhar de tantas pessoas eu vejo vozes e dessas vozes palavras perdidas;
Palavras que nunca mais se reencontraram;
Palavras de um pai para sua filha;
Palavras da filha para o pai;
Palavras agora não importam mais;
Não me peça ajuda com palavras;
Porque palavras mentem;
Palavras escondem desejos, medos, sonhos e lembranças;
Me peça ajuda com o que tiver de mais santo;
Seu eu ouvir a voz do que está te atormentando;
Vou poder sentir o mesmo tanto;
Pra sempre você viverá sabendo que proferiu as últimas palavras para mim;
Que suas palavras me afastaram de você;
Que você mesma disse para eu te esquecer;
Porque palavras afastam corações;
Não me diga mais nada;
Não me procure;
Não te procurarei mais;
Sua face sumirá do meu horizonte
Suas palavras se apagarão da minha mente;

Inserida por risqueira

⁠" IMAGINO "

Te cravo os olhos meus! Eu te imagino
no mais secreto do meu pensamento
onde, em registro, crio ali, fomento,
a sede de querer-te e, ainda, assino!

Não tens ideia deste meu intento,
sequer de tudo o mais que aqui maquino
provendo, ao meu desejo, o seu destino
que, sem qualquer pudor, risco e o invento.

O bom do imaginário é que em secreto
o pensamento fica ali, discreto,
oculto aos olhos de qualquer pessoa…

Eu te imagino como quero, então,
na força redentora da paixão
e nem percebes que isso, em mim, ressoa!

⁠" CONFLITO "

Fico a pensar: pra quê? Qual o sentido?
Quem dita as regras desta sociedade
escravizante, inapta, na grade
de uma prisão sem fim? Caso perdido!

As normas dadas não têm de piedade
a pesa esse sistema, em si, falido
imposto num tormento desmedido
que rouba o senso, a paz, a liberdade.

Se faça assim, ou desse jeito assado,
do mesmo modo que foi no passado
e ai de quem não faça como dito…

Pra quê? Por quê? Que diferença faz
se, ao fim, de resultado nada traz
além de um coração sempre em conflito?!

⁠" RARO "

Envelhecido fui do jeito certo;
aprimorado ao tempo decorrido!
Melhor fiquei por tudo o que vivido
enquanto o amor manteve-se por perto!

Melhor na consistência, no sentido
de bem mais encorpado, assim, decerto,
e, ao paladar, de opiniões liberto
fazendo-me, pro trago, o preferido.

Quem me provou atesta a qualidade,
o bom buquê, a essência e intensidade
de uma paixão sem preço e sem medida…

Do jeito certo envelhecido, raro,
ainda, à juventude, me comparo
e bem mais caro me tornou a vida!

⁠O Véu de Lete

Antes do alvorecer, fui tudo.
Rei e réptil, mãe e mártir,
ferro e flor.
Fui punhal e promessa,
fui incêndio e oração.
Mas ao nascer, bebi do rio.
E esqueci.

O nome da lâmina que me cortou.
O rosto da alma que me amou.
Os juramentos murmurados entre dentes
na última noite de outra vida.
Tudo se perdeu.
Como areia entre os dedos do tempo.

E no silêncio do não saber,
floresceu o saber maior.
Não o saber das lembranças,
mas o saber do instinto,
da escolha que pulsa sem porquê,
do medo que avisa, da paixão que chama,
do erro que retorna como mestre.

Esquecer foi meu pacto.
Minha chance de ser novo
sem me ferir do antigo.

Pois se eu lembrasse…
ah, se eu lembrasse!
Perdoar seria impossível.
E amar, um risco repetido.
Cada gesto se tornaria prisão.
Cada encontro, um julgamento.

Mas neste esquecimento sagrado,
a alma dança.
Livre de correntes de glória ou culpa,
ela ousa errar de novo.
E ao errar, aprende —
não com a mente, mas com a essência.

No final, quando o corpo dormir
e o véu se erguer,
voltarei à margem do rio.
E saberei.

Mas por ora, bendito seja o esquecimento.
Ele é o ventre onde renasço.
É o chão fértil do esquecimento
que guarda a semente da eterna sabedoria.

Inserida por robscheuer

⁠" FELIZ "

Feliz se pode ser, como é o intento,
nas coisas simples, sim, do dia a dia…
É como livre, leve, em harmonia
se dança, num momento, junto ao vento!

Qualquer pequeno instante de alegria
vivido intensamente e a contento
se faz, para a alma, um eficaz sustento
e nos envolve pleno em sua magia.

O essencial (aos olhos, invisível)
se torna assim, perante nós, possível
mediante um coração terno e feliz…

De instantes breves de felicidade
se pode aqui viver, na intensidade,
o bom da vida que sempre se quis!

⁠" ENCERRA "

Eu sou de São João da Boa Vista,
estado de São Paulo. Enfim, Brasil!
Sou filho dessa terra-mãe gentil!
Um poeta, um sonhador, quase um artista…

Banhada pelo sol num céu de anil
São João se curva à Serra da Paulista,
aos pés da Mantiqueira que, ao turista,
retrata sua beleza em bom perfil.

É terra de paixão, mulher bonita,
estrada do minério e da bauxita
que vem de Minas bordeando a serra…

Aqui me fiz, cresci, ganhei a vida,
amei com toda a força me estendida
e hei de morrer o verso que me encerra!

⁠" REVELE "

Ah, se soubesses ler o pensamento
ou desvendar o oculto ali guardado
terias, ante os olhos, revelado
deslizes tolos do meu sentimento.

Exposto, sem arranjos, desnudado,
quer mesmo no relance de um momento
o afeto, causa e cruz do meu tormento,
te mostraria o que tenho pensado.

Desejo? Só vontade? Sedução?
Lascívia que me brota ao coração
ou simplesmente amor à flor da pele?...

Não sabes ler o pensamento em mim,
porém, num dia desse, digo, enfim,
que pode ser que eu mesmo o te revele!

⁠Ingrid vitória

Dia vinte e cinco de março
iniciou-se uma caminhada,
a procura de uma menina
que havia sido sequestrada,
foram cinco dias de aflição
dentro mata fechada,
nas mãos de um delinquente
ela passou dias extremamente
sendo muito maltratada.

Vou relatar em poesiaa
um pouco dessa história,
autoridades e voluntários
se uniram nessa trajetória,
com a esperança mantida
o foco era encontrar com vida
a menina ingrid vitória.

Cinco dias se passaram
e a triste notícia chegou,
no silêncio do sertão
ingrid vitória se calou,
após ser sequestrada
ela teve a vida ceifada
e assim o vento a levou.

Uma menina tão jovem
apenas treze anos de idade,
foi vítima da violência
desse mundo da maldade,
quanto tempo vamos esperar
quantas Ingridis vão se calar
pra não haver tanta impunidade.

Pernambuco em lagrimas
apoiando uma família sem chão,
que grita de dor pela perda
de uma membra do nosso sertão,
ela foi mas deixou de lembrança
o riso de uma eterna criança
espalhado em nosso coração.

Aos treze anos de idade
foi tão precoce sua partida,
ainda que por pouco tempo
sua missão aqui foi cumprida,
é duro o choro da perda
dói mais ainda a despedida,
sei que de onde você estiver
viu o quanto foi acolhida,
seu brilho aqui não apagará
sua luz agora irá brilhar
em uma eterna nova vida.

Inserida por PoetaManoelBatista

⁠" EXISTE "

O quanto, num olhar, existe expresso?
Palavras diz num movimento mudo
e, sem nada dizer, nos conta tudo
passando sua mensagem com sucesso!

A forma como diz e aqui aludo
diverge em muitos pontos no processo,
mas todo o conteúdo ali professo
revela mais que o dito à voz, contudo.

O olhar agride, mente, diz, desnuda,
convence, engana, chora, pede ajuda
e conta o que não diz sem dizer nada…

O quanto expresso num olhar existe?
Quem tenta descobrir, logo desiste
pois tem segredos dele na parada!

⁠A chuva cai
Como as lágrimas dos meus olhos
Frente a tamanha dúvida.
Leva-me, no subconsciente,
A buscar respostas
Que resolvam tamanha loucura.

Queria escrever para ti
Até o momento que você notasse o amor que por ti sinto
E, se me permitir,
Escreverei até o dia que a visão me escurecer
E, como a chuva, minha vida se esvaísse.

Se não quiser, escreverei da mesma forma;
Meu amor é inexorável, não se transforma.
Mesmo que você nem saiba da existência desses versos,
Eles terão o mesmo sentimento
Que um dia lhe pareceu complexo
Sem razão nem contexto.

Mas gostaria de saber, por razão ou loucura:
O sentimento que nutro é recíproco?
Talvez nem lhe tenha ocorrido
Que, de forma inimaginável,
Meus sentimentos por você
São tão reais como o ar, o ser, o palpável.

Mas não pode ser possível!
Tantas mensagens inteligíveis,
Tantos versos escritos,
Tantas conversas incríveis, em que quase confesso,
Nada torna uma paixão
Mais real, possível?

Amor, se eu pudesse ser mais direto,
Fazê-lo-ia nesse instante.
Mas, como no encontro de uma constante,
Preciso de seu sinal para seguir adiante.
Portanto, sem ser mais hesitante:
Posso?

⁠Pensei que morreria no dia em que você partiu.
Meu coração, em agonia, debatia-se feito ave ferida,
e o ar, rarefeito pela dor, mal encontrava espaço em meus pulmões.
Acreditei ser aquele o meu fim —
e o desespero, como mar em fúria, quase me tragou,
enquanto lágrimas silenciosas transbordavam
e afogavam cada recanto do meu leito.

Mas o sol nasceu... e eu não morri.

O sol segue nascendo, teimoso e brilhante,
e eu sigo com ele — mais firme, mais inteiro,
descobrindo que não era sua ausência que me definiria,
nem sua indiferença que me enterraria.

A vida canta, e eu… escolhi dançar com ela.

Inserida por marcoantonio04

⁠" PORTEIRA "

Espero, na porteira desta vida,
o meu destino de antemão traçado
que logo há de chegar-me, abençoado,
conforme a escrita já me prometida!

Vou me alegrando dele no traçado
pois que o avisto vindo na medida
me despontando aurora em paz, florida,
a perfumar de amor o meu roçado.

Assim, de mim, mais perto a cada instante
me traz felicidade em seu semblante
e novos horizontes na bagagem…

Da vida, na porteira, espero vindo
o meu destino de um prazer infindo
chegando a me ofertar nova paisagem!

⁠" DEIXO "

Quando um olhar me corta, assim, ao meio
e me reduz ao pó, sem compaixão,
eu deixo-me levar pela ilusão
de que é o amor que, cortejar-me, veio!

Permito que me dispa ali, então,
que me descubra, livre, sem receio,
e que se manifeste num floreio
me arrebatando, ao fim, o coração.

Talvez o olhar me engane, sorrateiro,
e se disfarce num tiro certeiro
apenas pra me ver sofrer o drama…

Me deixo, pois, levar pela magia
e faço-o se intrigar na fantasia
de como que será me ter na cama!!

⁠" COMIGO "

Eu sei que é bem difícil conviver
comigo, no trajeto desta estrada,
e que te sentes, pois, desamparada,
sem rumos pra poder me compreender!

Já fostes, muito mais, melhor amada
por outros companheiros do viver
e não mais queres nem sequer saber
se irás comigo nesta caminhada.

Só não descreias de que, nesse andor,
eu te acolhi no meu mais puro amor
querendo ser-te amigo e companheiro…

Difícil conviver com quem eu sou,
então, a tua paixão, enfim, cansou…
Jogado fui na val de algum boeiro!...

⁠" ERRADO "

-“Mas, olha… Tá fazendo tudo errado
e tens, tu, de mudar esse teu jeito!...
Esse quem és precisa ser refeito
pra gente ver, por fim, o resultado!”...

Se repararmos bem, é mesmo aceito
que é da mulher querer mudar o estado
do homem que puser-se do seu lado
e for por companheiro do seu leito!

Parece instinto, sina, maldição
querer ser mãe do outro na edição
em vez de ser por cúmplice e parceira…

Ninguém muda ninguém, é este o fato,
a menos que o outro queira, é o que constato!
De resto, vai esperar a vida inteira!

⁠A poesia me encontrou
A poesia se tornou o espelho
imponderável da minha verdade!
Serei eu tolo de versar a incoerência
Ou derramar lágrimas enganosas na tinta
que escorre entre os dedos
a poesia não julga,
tampouco acolhe quem quer que seja
A poesia desnuda
e te deixa a mercê de si mesmo
Ela está para o coração dos sensíveis
Ou lógica dos mais críticos!
A poesia é abundante
ao mesmo tempo pode imprimir falta
Subtraindo a certeza do sábio diante de
uma bela paisagem de infância!
Sigo firme na angústia em declamar a
palavra que ainda desconheço
E fazer dela meu espaço seguro!
Cujos gritos se juntam aos sussurros
de meus pensamentos!

Inserida por Dangabriel1993

⁠" IMAGINÁRIO "

Eu busco, no prazer do imaginário,
o encontro de nós dois, a qualquer dia,
e vivo, ali, tão doce fantasia
mantendo o amor presente por cenário!

Vivemos, do desejo, essa magia
irreverente, de um querer diário,
sem restrições quaisquer! Pelo contrário:
em liberdade plena, audaz, bravia!

Te entregas como entrego-me: sem medo!
Deixamos que o prazer nos dite o enredo
e cumpra o seu destino nos traçado…

No imaginário, eu busco-te à vontade
porquanto esse querer me toma, invade,
e, ali, gozamos todo o amor arfado!

⁠" A PRESA "

De sonhos, cá se vive… De ilusão,
de medos, de esperanças, de saudade,
te afetos, de querer, fraternidade,
do que se nutre e quer o coração!

Se vive de desejos, da maldade,
de arroubos, infundados, da paixão…
De gana, de vontades, de ambição
ou tudo o mais que der felicidade.

Assim, em vez de sermos, nós, pensantes
tornamo-nos foi seres, sim, amantes
que vivem do que amam nesta vida…

Se busca o que nos nutre todo anseio,
por birra, por loucura ou qualquer meio
até se ter a presa pretendida!

⁠" VEREI? "

Verei, de novo, a noite enluarada
silenciar-me a alma em seu suspiro
e despertar-me à carne outro vampiro
no veio da poesia em mim sangrada?

Debruçarei por sobre o sol no giro
de um ano a mais na solitude dada
ou deixarei que a luz da madrugada
descanse em mim o verso em que respiro?

Contemplarei, de outra nudez, o encanto
ou, da paixão, a voz em acalanto
chamando-me à união uma vez mais?

De novo, já nem sei se o esplendor
verei, de reluzente e incauto amor
a se atracar no escuro do meu cais!