Poema de pensamento

Acredito no impulso forte do recomeçar,
na fé de uma vida feita de pequenas conquistas.
Todos os dias, um após o outro.

E
zás !
pegou
carona
no primeiro
verso
que
passou ...

"Quando estou só... Só penso em você, e quando estou com você... Apenas respiro."

Concordar ou discordar pertencem a democracia. Ofender quem pensa diferente é atitude de marginal.

Sentada no banco
da Avenida Rio Branco,
Descanso a agonia
e dialogo mentalmente
sobre a perplexidade
ante a covardia,
A beleza da bouganville
me faz companhia,
E logo recupero
a coragem e a alegria.

QUADRAGÉSIMO QUINTO HEXÁSTICO

Toda imanência recrudesce
ao sentir a vida em potência
caos sagrado e profano nasce
no Sujeito-poema acontece
faz-se desejo de existência
no eterno retorno da mente

O tempo é para sempre,
nós é que não somos,
por isso,
aproveitemos bem
cada segundo
que nos for dado
para permanecermos
neste belo,
e insano mundo

A arte me inspira
Enquanto o mundo se ira
gritando por paz

QUADRAGÉSIMO SÉTIMO HEXÁSTICO

Deixa-te voejar sobre o caos
há nele visível beleza
toda representação há
seja sagrada ou profana
não o olhes com tua indiferença:
caos requer visibilidade

Isso é viver ou morrer
Isso é ilusão ou realidade
Isso é amor ou falsidade

Isso é viver ou sofrer
Isso é correr ou matar
Isso é lutar ou apanhar

Isso é nada além de um poema
Que em nada nos anima
Mas sempre te inspira

Um lindo gesto de amor
Me fez compreender
Quando olhei para o céu
Senti vontade de reviver
Com meus olhos de amor
Meu coração se encantou
Sua pele tocando em mim
Meu coração disparou.

QUADRAGÉSIMO OITAVO HEXÁSTICO

Olhar-se profano no caos
saber-se da vida princípio
sugere ao poeta o universal:
ser agora transvalorado
senhor do totem sagrado
livre do veneno moral

Mentira:
verdade com contagem regressiva.

Cheirinho de barro

no vento das folhas secas —

Respiro tranquilo

Ando tranquilo

na rua dos Ipês-rosa —

Bom voltar pra casa

Inverno no Rio

Copacabana deserta —

Poeta sozinho

A neve a brilhar

enfeita todo o telhado —

Pingos na varanda

Brancura invernal

ofusca os olhos que assistem —

Horizonte calmo

Frio matutino —

Celeiro desperta cedo

com galos em rinha

Amas tanto companheiros de vida
Para que vos faça
voar
se afogar
flutuar
vos faz ser nada