Poema Bobo

Cerca de 20045 frases e pensamentos: Poema Bobo

⁠Olhar e perceber
no teus olhos
que a vida é bela,
Preparar uma Cartola
e jogar canela.

...

Não andar por aí
por enquanto
no meio da mata
para não se deparar
com o Caruara
e não tomar flechada.

...

Por favor, meu senhor!
Só me arruma uns quiabos
para fazer pro meu amor
o melhor Caruru que ele
irá provar e se apaixonar,
e irá pro mundo todo cobrar.

...

São Cosme e São Damião
sempre costumam me lembrar,
que devo me animar e preparar
o melhor Caruru-dos-Meninos
e o Caruru-dos-Grandes
para com os nossos festejar,
e que todos os cantos
ancestrais devemos relembrar.

...

O som do Catacá amazônico
não apagou da memória,
Não adianta me enganar
porque eu conheço a História.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Aprender a observar os próprios
naufrágios como quem está
em Cayo Nordisquí,
descobrir corais e se alegrar.

Nada pode parar quem tem
vontade de seguir em frente
com os seus sonhos navegando
porque sabe onde quer chegar.

Tenho o balanço do Mar do Caribe,
a fúria e a mansidão do vento
que tudo pode pôr em movimento.

Em tudo coloco a alma e o coração
com os pés na Terra e na mente
no Universo sem me perder da tua direção.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠" BALANÇO "

Quão frágeis são os fios desse balanço
que, aos sonhos meus, me dão sustentação
continuamente ornando uma ilusão
de ser tão bela a vida em que ora avanço!

São tênues esperanças na amplidão
deste universo, a dar-me de remanso
conforme, no futuro meu, me lanço
tocado pelo amor no coração.

De que se rompam, pois, tenho temor
e que me lancem para esse amargor
de, aqui, viver sem sonhos e esperança…

Balanço sustentado em frágeis fios
acima de rumores meus, sombrios,
e o medo que se rompam, sim, me alcança!

⁠" LABAREDAS "

Eis que a paixão em mim se fez guerreira,
disposta a conquistar amplo terreno
e o amor, antes pacato, enfim, sereno,
entrou na luta a dois, por brincadeira!

E reviraram meu mundo pequeno
botando fogo nessa sementeira
até romper as raias da fronteira
entre a razão e os males que condeno.

Selvagem e agressiva, essa paixão
não mais poupou, da dor, meu coração
e, o amor, fincou bandeira à propriedade…

Ruí, ante seus pés, por derrotado,
e, nesse fogo ardente, consumado
há labaredas vivas de saudade!

⁠A aurora vespertina
quando tinge o rebanho
das ovelhas de algodão-doce
sobre a amada Rodeio
e o nosso Pico do Montanhão
oferece um momento
de encher os olhos e o coração
muito além deste tempo
que ninguém mais presta atenção.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠⁠Escutar
Temos que aprender a escutar!
É escutando que as tradições são ensinadas, escutar é te ensinar a respeitar, escutar te mostra que para aprender é necessário humildade.
Você pode ter muito a dizer, mas sem aprender a escutar, suas palavras não valem nada.

Inserida por NadineMarafiga

⁠PANTERA NEGRA


Nela tudo me encanta:
Seu caminhar sedutor, sou sua mata.
Seu sussurro feroz é como ouvir Milton Nascimento...
Seu olhar de caçadora (caçadora de mim), que não espanta a caça: só dá o bote certo.
Sua cor preta tão reluzente, que distingue em meio as tigresas.
Sua boca: que preza! Me deixa comido (mas ainda sinto fome)
Tem um bom faro,
Que me encontrou.
Eu inverti a Cadeia Alimentar:
Fui caçar a Pantera Negra.
Até o eu-lírico do Milton,
Que só falta falar a língua dos anjos, tentou resumir:

"Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu, caçador de mim"

Inserida por Machadodejesus

⁠" ESCRITA "

Um poeta, somos todos, do destino
que vamos nós rimando na emoção
de cada escolha feita, em decisão
dos versos sobre o tempo peregrino!

Assim, quer seja um poema, uma canção,
soneto curto aceito em desatino
nas frases da poesia de um menino,
um ode no saber de um ancião,

o fato é que se faz por obra-prima
em tudo que nas linhas ela exprima
por resultado de um viver humano…

Escrita eu dei à minha, com ternura,
por vezes na razão de uma alma pura
batendo um coração sujo e profano!

⁠" LEVANTA "

Levanta-te que é, pois, chegada a hora
de te encontrares com a escolha feita!
Não há mais tempo algum para a desfeita
de te esqueceres de quem és agora!

Assuma a sina na paixão aceita
e siga o instinto teu na estrada a fora
sem medo de que o sonho parta embora
por outra insensatez, em tua alma, aceita.

Te ponha em pé pra dar sequência à vida
em toda a história que há, nela, contida
sem mais delongas nem protelações…

Sem medo mais, levanta! É hoje o dia!
Sem decisões o amor se perderia
na longa estrada de tuas ilusões!

⁠" OFERTADO "

Serviste, em puro cálice, o veneno
do teu desejo incauto e sem juízo
e foi o amor que viu-se em prejuízo
sem ter, da despedida, um leve aceno.

Sorvi-lhe o conteúdo num sorriso
bebericando o sonho, leve, ameno,
e toda a dor cruel que agora enceno
me vem do ir contigo ao paraíso.

Sequer tivestes pena ou compaixão
ao me envolver, incauto, na ilusão
de que seria mais que um mero instante…

Bebi todo o veneno me ofertado
no anseio meu de amar e ser amado
sem me atentar a tudo o mais restante!

⁠Um resto de hora
varre os telhados
em despedida.

Como outros calendários
sucumbiram
em outros quartos de hotel.

Idêntica mentira: a noite
alonga o corpo da fera
no escuro das velhas ruas.

A viagem termina. O dia
fecha os olhos á própria água.
Devagar: sem protocolo.

Inserida por viviane_1

⁠Penduradas nos galhos
as maçãs prontas
serão mordidas.

As apressadas
apodreceram na terra.

Inserida por viviane_1

⁠Sentado junto ao fogão
cúmplice da lenha que arde
assisto ao pé do fogo
os brotos infindáveis.

Observo chamas saltadas.
Sorvo delas um líquido boreal
derramado para cima.
As brasas me contam histórias
que logo esqueço.

Envelope em bolhas de silêncio.

Inserida por viviane_1

⁠De manhã:
gosto de amora na boca
o vermelho selado
na ponta dos dedos.

Das cores
saem os pensamentos.

Inserida por viviane_1

⁠Quintal de quatro bicos:
meu segredo habita as pedras
cada uma com sua voz
no bater as coisas.

Posso dividir em quadrados
os barulhos do mundo.

Sentado na soleira de casa
(sombras suicidas sob os pés)
os dedos pensam em nada:
desenho fresco na terra.

Inserida por viviane_1

Os maiores vêm a frente
trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Trecho do poema A arca de Noé.

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Inserida por viviane_1

Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus
Dorme, meu pai sem cuidado
Dorme, que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Trecho do poema O filho que eu quero ter.

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Inserida por viviane_1

⁠Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão.

Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim e você
Vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão.

Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
Também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei.

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema Menininha.

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Inserida por viviane_1

⁠Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac...

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema O relógio.

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Inserida por viviane_1

⁠Corujinha, corujinha
Que peninha de você
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando, não sei o quê.

O seu canto de repente
Faz a gente estremecer
corujinha, pobrezinha
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah! coitadinha
Que feinha que é você.

Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder.

Hoje em dia andas vaidosa
Orgulhosa como quê
Toda noite tua carinha
Aparece na TV.

Corujinha coitadinha
Que feinha que é você!

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema A corujinha.

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Inserida por viviane_1

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