Pessoas Superficiais

Poucas pessoas nasceram com dom para administrar a sua liberdade, por esta razão uma parcela enorme dos humanos são capturados pelas prisões sociais, materiais, familiares, sexuais, profissionais e afetivas. Em todos os segmentos há cárcere, e alguns de nós sobrevivem confortavelmente em todos, ou na maioria deles.
As borboletas são exemplo para poucos, uma vez que emocionalmente pode ser conveniente permanecer nas cavernas do próprio interior, levando em conta que, quanto indivíduos latentes, nos assemelhamos mais às características de um urso.

Parte-se da concepção de que pessoas honestas preferem lidar com os seus iguais, assim como o perfil oposto fica, igualmente, mais à vontade com os seus semelhantes

As pessoas fortes muitas vezes incomodam os fracos, assim como as de espírito livre causam desconforto nas de alma prisioneira.

No amor, o coração de algumas pessoas é burro, de outras é inocentemente sonhador ou espertamente oportunista, mas há também aqueles que são honestos.

As pessoas que costumam merecer mais admiração, respeito e amizade são aquelas que, com um sorriso nos lábios, movimentam a cabeça para frente e para trás. Aquelas que movimentam a cabeça para os lados, normalmente costumam merecer a guilhotina social.

Tabu foi feito para ser quebrado por pessoas corajosas e desprovidas do medo de críticas. As demais devem continuar dentro das regras e de preferência sem manifestar sequer as suas opiniões porque o comodismo, o silêncio e a concordância são bens nobres da sociedade e funcionam como passaportes para relações harmoniosas.

A consciência pode atuar de maneira positiva ou negativa na vida das pessoas. Quando ela se mistura com os sentimentos atrapalha a razão e impede que nós tomemos as decisões ou que tenhamos as atitude necessárias e fundamentais para que, no futuro, esta mesma consciência não seja um peso em nossas vidas e nos nossos corações, muitas vezes pelo mesmo motivo. Seguir "cegamente" a consciência pode não significar a certeza da melhor conduta. E acrescento que todas as religiões são aliadas desta confusão, porque todas, em suas doutrinas, manipulam a consciência humana através do medo e da culpa e consequentemente deixamos de ser puros e autônomos na busca por absorver a essência do aprendizado individual que liberta e eleva, e que cabe a cada um nós, isoladamente, no contexto coletivo.

Para muitas pessoas as vezes é mais fácil viver no conforto do desconhecimento total de um assunto do que dominá-lo e ter que se deparar com a decepção ao descobrir seu verdadeiro sentido.

A persistência e a teimosia levam as pessoas a buscarem a realização dos seus objetivos e irem ao encontro da sua felicidade tanto quando atuam inversamente à tudo isso.

Quanto mais prestigiarmos e acolhermos as fraquezas das pessoas menos elas se motivarão na busca da sua força interior.

Não é o que mostramos para as pessoas, mas sim o que, verdadeiramente, somos no íntimo que nos impulsiona rumo aos nossos méritos.

Dizer belas e doces palavras cuja conotação encanta, deslumbra e promove bem estar nas pessoas, sem o compromisso de transformá-las, é fácil. Difícil é dizer o que realmente as pessoas precisam ouvir para perceberem a necessidade de mudarem suas atitudes e comportamentos, de verdade.
A questão maior é: Queremos ouvir? Queremos mudar?

Gente para escrever textos melodramáticos não falta, assim como também não faltam pessoas no mundo cuja personalidade se identifique com estes textos.

Em todos os tempos, por toda a humanidade, sempre existiram pessoas que caminharam na contramão da massa. Normal dentro do contexto banal.

Muitas vezes o alvo que desejamos atingir nas pessoas com o objetivo de cuidar e ajudar a expandir não é o coração e sim o intelecto, porém este só os espertos alcançam e usufruem, quase nunca as pessoas de bem e de boa intensão.

O progresso espiritual e a estabilidade emocional das pessoas é um processo lento porque elas, no fundo, não se ajudam, verdadeiramente, entre si. Todas preferem pactuar com a omissão das verdades que essencialmente precisam ser ditas e se aliarem à preservação das mentiras que sustentam as fraquezas dos outros trocando bilateralmente a "sensação" de amizade e apoio, mas na verdade cada um só está preocupado em não se expor, se beneficiar com a relação, cuidar só de si e preservar sua língua devido ao pavor de ter que "pagar" por ela, bem como preservar suas próprias particularidades defeituosas que as deixam sem argumento moral.

O culto ao sofrimento mantém as pessoas sob o tormento da culpa, dos medos, da dependência e da incapacidade de se responsabilizar pelas suas transformações, atribuindo a outros e a ações terceirizadas a competência para restaurá- las e fortalecê- las diante da jornada que lhes pertence.

Não procuro a companhia de algumas pessoas não pela razão de serem desagradáveis, de não me acrescentarem como pessoa ou contribuírem com o meu aprendizado social, mas para não ter a oportunidade de dizer-lhes que algumas das suas outras companhias as tornam pessoas mal acompanhadas.

As pessoas mais gratas, em geral, são aquelas que recebem migalhas. O tamanho da gratidão destas pessoas é de tal dimensão que impede que elas sejam capazes de perceber, até mesmo,quando a doação e feita paralelamente à uma automassagem no ego do doador.

Quem ainda se surpreende com a capacidade das pessoas de decepcionar é porque não faz parte do grupo de pessoas que está aprimorando a sua capacidade de percepção na mesma proporção em que o ser humano anda para trás.